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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

G & T - Uma série italiana


Esta é a música principal de uma série de televisão italiana, que tem o título internacional de "Our Story", mas que pode ser encontrada (todos os episódios das duas séries já exibidas) no You Tube e com tradução em espanhol, francês ou inglês.

Trata-se de uma série muito interessante, essencialmente baseada na história de dois grandes amigos, um homo (Giullio) e outro heterossexual (Tomazzo), que numa noite de paródia e de bebida acabam por se beijar e das consequências desse "amor impossível" entre ambos.
Mas não é só isso, pois entre os encontros e desencontros de ambos, outras personagens bem delineadas, principalmente uma amiga absolutamente fabulosa (Sara) aparecem e dão um contributo muito bom a esta série, maioritariamente LGBT, mas com outros momentos de interesse.
A terceira série já se anuncia para breve e eu não vou perdê-la.
Os actores principais, quase todos jovens são praticamente desconhecidos, mesmo em Itália, mas são excelentes.
Matteo Rocchi é Tomazzo e é lindo de morrer.
Giullio é representado por Francesco d'Alessio, que faz lembrar um pouco o nosso Zé Maria do 1º. Big Brother.
E há uma maravilhosa Angela Miraim Ceppone a representar uma impagável Sara
enquanto Gian Lucca, um hetero, mas com muitos amigos gay é representado por Anthony Circiello
Toda a história se passa em Turim e na região de Piemonte.
Os epísódios são curtos, vêem-se muito bem e há quase sempre um "flash back" que funciona muito bem.
Recomendo sem reservas e aqui fica um pouco do último episódio da 1ª. série.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Regresso às origens em boa companhia...


É óbvio que eu sou demasiado suspeito, em tudo o que rodeia a Covilhã.
Como não deixa de ser natural, enquanto ali vivi, primeiro como criança e adolescente, e depois de voltar, passado largos anos, como adulto e para trabalhar, a minha relação com a cidade não foi fácil, pois a minha ânsia de vida, em diversos aspectos, sentia-se espartilhada num local suficientemente grande para pensarmos que estamos bem, mas afinal ainda tão pequena, que toda a gente se conhece e sabe os passos que damos.
Agora, que vivo longe, a minha ligação afectiva com a cidade é muito mais fácil, quando ali retorno em curtos espaços de tempo e em que maioritariamente estou na companhia da minha Mãe.
Mas a Covilhã de hoje é também objectivamente diferente do que era antes e sobretudo em dois aspectos: os lanifícios morreram e foram substituídos por novas e diversificadas indústrias situadas em dois parques industriais, mas também e principalmente por uma Universidade (UBI), que a dinamizou e que se espraia por variadas zonas da cidade
 O outro aspecto tem a ver com o desenvolvimento urbano que levou a cidade para o vale, onde nasceu uma nova urbe, moderna, desenvolvida
 e que tem como único defeito despovoar o antigo centro, mas mesmo essa consequência está a ser combatida com um ressurgimento de locais de interesse, o que é agradável.

E após este prólogo que seria indispensável vamos lá relatar de uma forma sucinta os factos essenciais de um excelente fim de semana, ali passado, com um tempo que pareceu encomendado a S.Pedro – frio houve, sim, mas não tanto como se temia, e é sempre um frio seco e saudável que recebemos no rosto, desde que estejamos bem protegidos; e houve sempre sol durante os dias em que nem uma nuvem aparecia no céu azul e com noites de lua cheia e estrelas, de bonita claridade.

Parti de carro por volta das 5 da tarde de sexta-feira, com o Duarte, e quando chegámos fomos ter com o Miguel que tinha chegado um pouco antes, vindo de Coimbra no seu carro.
Levámo-lo ao hotel, no centro da cidade, junto ao Jardim Público e depois fomos a pé a um restaurante próximo, que tinha aberto recentemente, de um casal de espanhóis e de um argentino, com uma comida deliciosa e onde encontrei um velho amigo que como eu, ali estava a passar o fim de semana e que não via desde 2001, quando noutra ocasião nos encontrámos também na nossa cidade.
Sucede que entretanto esse amigo foi uma figura muito conhecida em todo o país pois foi o procurador do mais badalado processo judicial que já houve em Portugal – o caso Casa Pia.
Mas o João é uma simpatia e foi um prazer conversar com ele apenas sobre a nossa terra e de gente amiga.
Fomos depois dar uma volta de carro até serem horas para ir buscar a Margarida à estação, pouco depois das 23 horas.
Ainda antes de levar o Miguel e a Margarida ao hotel fomos a um local muito interessante, meio tasca, meio restaurante, para ela petiscar algo e todos bebemos uma jarra de sangria.
Um curto passeio a pé numa zona que agora começa a ser revitalizada, por detrás da Câmara e fomos todos descansar por volta da uma hora da manhã; o Duarte ficou comigo em casa da minha Mãe.

Sábado, pelas 10 horas da manhã lá partimos para a Serra, com uma primeira paragem para conhecer a magnífica Pousada que aproveitou o belíssimo edifício do Sanatório, agora maravilhosamente recuperado – dá mesmo vontade de ir ali passar um par de dias!
 Já nas Penhas, fomos também ao “velho” (já é centenário), mas sempre renovado Hotel das Penhas
agora rodeado de quase uma centena de bungalows, e também muito acolhedor (tem lá um restaurante medieval que merece uma posterior visita gastronómica).
Depois foram todos os recantos da Serra, com inúmeras paragens, até à Torre

e com as habituais buzinadelas no “túnel”
mas com uma paragem mais demorada na mais bela zona de toda a montanha – o Covão da A'metade – onde nasce o Zêzere e que é base do monumental Cântaro Magro

Depois o fabuloso vale glaciar (em U) do Zêzere

até Manteigas

Ali almoçámos muito bem, só o Duarte não comeu as sempre excelentes trutas de Manteigas e logo a seguir fizemos uma curta visita a uma pessoa que me é muito querida, a Lurdes, hoje com 88 anos e que me ajudou a criar, a mim e aos meus irmãos durante mais de dezena e meia a servir na minha casa – ela começou ali a trabalhar quando eu tinha apenas 9 meses. 
Ela já conhecia o Duarte, de quem gosta muito e encantou a Margarida e o Miguel com as suas referências à minha meninice e com a sua simpatia. 
Já há muito que a não via, e confesso que não sei se a verei muitas vezes mais, pois é raro ir de carro à Covilhã, o que me impossibilita ir vistá-la a Manteigas. 
Seguimos depois directos a Sortelha, já nas faldas da Serra da Malcata, uma das mais belas aldeias históricas do nosso país



É um local que parece que parou no tempo e calcorrear aquelas ruazinhas sem gente mas com casas bem recuperadas é sempre um prazer renovado; notei no entanto a falta das casas de artesanato que ali vi noutras visitas. 
O Duarte teve ali um autêntico caso de paixão, por parte de um lindo gato, dos muitos que por ali havia...

 Já anoitecia quando ainda demos um pulo a Belmonte para vermos o seu Castelo com a linda janela manuelina

 Regressámos à Covilhã, um pouco cansados, para um brevíssimo descanso antes de nos dirigirmos a uma aldeia situada a cerca de 20 kms da Covilhã, onde jantámos num óptimo restaurante (que bom estava o pernil) e com um atendimento 5*. 
Fomos depois ver as festas de Santa Bebiana que se realizavam ali neste fim de semana com as ruas do centro pejadas de uma pequena multidão que vagueava de tasca em tasca a petiscar e a bebericar geropiga e outros “alcóois”, com uma procissão muito original, em honra dos deuses protectores da bebida

claro que as tascas eram todas casas de gente da terra, nesses dias transformadas em local de acolhimento. 
No domingo, com regresso agendado para depois do almoço, fomos de manhã visitar a pé o centro histórico
pleno de arte urbana muito interessante e em sítios muito bem escolhidos


 visitámos igrejas e capelas

 
e o centro cívico

Depois e de carro fomos dar uma volta alargada por toda a cidade com destaque para o Monumento a N.Sª.da Conceição
cuja imagem está virada para a cidade e pelo qual também é designada como N.Sª.da Covilhã. 

Fomos buscar a minha Mãe com quem almoçámos a meio caminho entre Covilhã e Fundão no “Mário” a já célebre “panela no forno”, prato regional muito afamado, que é um arroz bem condimentado e recheado de bons enchidos, carnes gordas de porco e dobrada

. Fomos pôr a Margarida à estação do Fundão e deixámos o Miguel junto ao seu carro, no hotel, tendo ele seguido viagem. 
Eu e o Duarte depois de uma curta ida com minha Mãe ao shopping, deixá-mo-la em casa e saímos de regresso a Massamá pelas 4 da tarde. 

Concluindo, um excelente fim de semana, passado com gente muito amiga.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Uma imensa nojeira


Tenho tentado resistir escrever algo mais sobre o caso da detenção e posterior prisão preventiva de José Sócrates, mas isso é impossível.
Logo após os acontecimentos passados quase há uma semana, claro que não podia deixar de registar os factos nas redes sociais a que pertenço (FB e Google+) e fui confrontado quer nos comentários aos meus textos, quer principalmente no que li em textos escritos por amigos (FB) com opiniões que ultrapassam o salutar debate de ideias e formas de pensar para chegar ao insulto sujo e baixo que só o ódio pode provocar.
Tentando ser o mais cuidadoso possível na elaboração desta postagem, devo começar por um aviso prévio que não será novidade para ninguém que me conheça minimamente – conheço e sou amigo pessoal de José Sócrates dos tempos passados na Covilhã, onde fui aluno do seu pai, o Arq. Pinto de Sousa (já falecido) e onde mantive uma amizade sólida com o Zé, até porque ele era na altura o presidente da concelhia do PS covilhanense, e eu embora nunca tivesse sido filiado nesse partido sempre fui seu simpatizante.
Cheguei mesmo a integrar uma lista do PS a umas eleições autárquicas, por expressa vontade dele e eu só aceitei com a condição de ir num lugar não elegível, pois as minhas actividades profissionais não me permitiam ser vereador da Câmara, e portanto a isso se resume no campo político a minha afinidade com José Sócrates.
Mais tarde, quando os dois deputados socialistas do distrito de Castelo Branco eram António Guterres e José Sócrates, este pediu-me para ambos visitarem a empresa têxtil familiar onde eu trabalhava, no âmbito de outras visitas a empresas similares para apresentarem uma moção no Parlamento; claro que essa visita teria que ter o consentimento de meu Pai o que não era fácil, pois ele não comungava de forma alguma com os pensamentos socialistas e Sócrates, sabendo disso veio junto a mim, pois sabia que se fosse directamente falar com meu Pai, o "não" era certo.
Curiosamente, o meu Pai acedeu, com duas condições: eu é que os receberia e lhes mostraria as instalações e lhes deixaria dialogar com os trabalhadores, mas ele (meu Pai) queria no final da visita ter uma “conversa” com eles, pois lhes quereria dizer umas “coisas”.
A visita fez-se e afinal a conversa final foi uma agradável conversa sobre os problemas têxteis
entre mim, o meu Pai e...dois futuros primeiros ministros de Portugal.

Portanto eu olhei para estes acontecimentos desta semana com um olhar objectivo, mas também necessariamente com um olhar de um amigo que vê outro a viver um momento muito difícil, e ninguém me poderá condenar por isso.
Mas, e objectivamente, eu considero José Sócrates um dos raros políticos “a sério” que o nosso país teve após o 25 de Abril.
Quando exerceu as funções de Primeiro Ministro, teve um primeiro mandato mesmo brilhante, e se no segundo esteve menos bem, grande parte disso se deve ao eclodir de uma gravíssima crise europeia para a qual nem o país nem ele estavam preparados.
 Houve decisões dele controversas, algumas mesmo contra as quais estive, mas no cômputo geral foi sempre um político convicto, com carisma e incansável.
Continuamos a não saber se o tão falado, na altura, PAC IV, o qual tinha desde logo. a aprovação da UE, não poderia ter dado resultado.
Mas já na altura Sócrates era mal visto e mesmo odiado por muita gente, e foi fácil, a oposição em peso (com PCP e BE) derrubar o seu governo e claro que ele só tinha uma coisa a fazer- demitir-se e demitir-se do PS para permitir aos seus oponentes fora e dentro do partido que fizessem melhor que ele.
Quanto a mim, essa demissão, do Governo, pecou por tardia, pois quando da tomada de posse do actual PR, o silva de Belém, este individuo usou o seu discurso na AR para arrasar o Primeiro Ministro em termos tão graves que duvido alguma outra vez possa acontecer algo de parecido entre órgãos institucionais, que Sócrates se deveria ter demitido de imediato.
O que aconteceu depois toda a gente sabe, um governo da direita coligada conduziu o país a uma inqualificável situação social e sempre justificando os pesadíssimos encargos impostos ao povo português com o chavão da “herança do passado”.
Sócrates desligou-se da política e foi viver para Paris.
Desligou-se mas e por via de terceiros, nomeadamente certa imprensa (duvido que os pasquins CM e Sol possam ser considerados imprensa...), continuou sempre a ser referido e pelas piores razões. Daquilo em que esteve eventualmente implicado, sempre foi considerado inocente e claro que eu não posso afirmar com toda a certeza de que neste caso, e que é note-se, recente, e não dos tempos dele como político activo, que seja inocente ou não,
Mas até ser condenado, e por Lei ele é inocente!
Muita coisa se disse sobre variadas situações e de uma coisa apenas eu estou certo porque sei-o de fonte segura: a sua mãe sempre foi uma pessoa de avultadas posses e após a separação dos pais, ele ficou ainda mais ligado à mãe, do que antes...

Do episódio da sua detenção com câmaras “convidadas” a testemunhar o facto e com notícias imediatas dos pasquins acima referidos que só podem ter origem em fugas de informação oriundas da própria PGR (embora o inquérito agora iniciado acabe por arquivar o caso...), ninguém pode duvidar que se pretendeu desde o início o achincalhamento público do ex-Primeiro Ministro.
Sobre o “acaso” temporal dos factos só questiono porque eles não aconteceram antes ou depois, mas sim quando decorria a eleição do novo Secretário Geral e logo a seguir ao caso dos Vistos Dourados? Claro que perante umas sondagens que semana a semana davam o PS cada vez mais perto da maioria absoluta, estas “coincidências” são muito suspeitas.
E é ver nas redes sociais e não só (o “insuspeito” comentador MRS da TVI também) a dar como aniquilada toda a estratégia socialista e já embandeiram em arco com uma eventual reeleição de Passos Coelho.
Será que essa gente pensa que o povo português é estúpido ou masoquista????
Para já António Costa reagiu com um bom comunicado, aos acontecimentos e o próprio Sócrates numa primeira reacção após a sua detenção, sem negar que tudo isto é um caso político, aconselha os socialistas, para seu próprio bem (de Sócrates) e do partido a não confundirem as questões.
Mas os amigos não se podem esquecer, como eu referi no início e Sócrates terá sempre um lugar de destaque nos dirigentes que lideraram o PS.
José Sócrates é um animal político, que nunca desiste, nunca mesmo e se de alguma coisa estou certo é que não será fácil deitá-lo abaixo.
Nunca um político no nosso país foi tão odiado e vilipendiado, e se nalguns casos alguém possa ter razão, na grande maioria nunca chego a entender o porquê de tanto ódio – pode-se gostar mais ou menos, mas odiar?. Odiar é algo de muito feio...

Uma palavra final para duas personalidades ligadas directamente a este caso.
A primeira é o original advogado de Sócrates, João Araújo

desconhecido até então, aparece referenciado como um óptimo advogado e especialista nas matérias em análise; além disso é uma personagem desconcertante (no bom sentido) na forma como encara a comunicação social, nunca sendo mal educado, mas dizendo o mínimo, como deve ser...
A outra é o super juiz do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, Carlos Alexandre
 Um homem a quem é atribuído tudo o que de importante actualmente ocorre na Justiça portuguesa e gostaria de salientar a curiosidade de que todos os casos por ele iniciados conduziram à inocência dos presumíveis condenados.
Por outro lado é muito, mas mesmo muito estranho, que hoje mesmo, e com um “exército” de 200 homens este juiz tenha “invadido” os mais variados locais relacionados com o caso BES – bem mais importante que o caso Sócrates, porque lesou muita e muita gente – incluindo a casa de Ricardo Salgado, à procura de quê? De documentos? Onde eles já vão...
Não, os documentos só são importantes no caso de Sócrates e vamos lá detê-lo ao aeroporto e vamos lá pô-lo em prisão preventivo pois caso contrário ainda vai destruir mais documentos...

Enfim, uma imensa nojeira!!!!

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Herr Doktor Drazen Prostran

A nossa vida (minha e do Déjan) não tem sido nada fácil nos últimos tempos.
A última vez que estivemos juntos foi em Outubro do ano passado, portanto há mais de um ano.
E não é por falta de vontade, antes pelo contrário, mas sim devido à vida conturbada que o Déjan tem tido, desde que acabou o curso.
Após ter concluído o curso, seguiu-se um normal período de estágio (não remunerado), com as valências normais, das diferentes especialidades e também de estadia mais prolongada quer nas urgências de um hospital, quer num centro de saúde.
Tudo isso foi feito em Belgrado, e foi durante esse período que ele obteve duas semanas de férias e veio cá a Portugal.
Eu poderia ter depois ido a Belgrado, mas entretanto, o pai dele que vive sozinho em Zadar (Croácia), veio passar com ele uma larga temporada a Belgrado, de Janeiro até ao Verão, o que impossibilitou a minha ida, porque não havia possibilidade de compartilhar o apartamento dele pois ele não é assumido perante a família.
Por outro lado e sabedor de que após a conclusão do curso e respectivo estágio, as possibilidade de emprego na Sérvia eram poucas e más (salário como médico, a rondar os 700 euros), o Déjan começou ainda como estudante a frequentar o Goethe Institut em Belgrado, para aprender alemão, já que a Alemanha é um dos dois únicos países a reconhecer o curso de medicina da Faculdade de Medicina de Belgrado como válido para exercer a medicina lá (o outro país é a Noruega).
Claro que esses estudos de alemão demoraram bastante tempo pois ia subindo de escalão,porque para poder trabalhar na Alemanha tinha que ter aprovação no escalão máximo, que é muito mais do que simplesmente saber falar a língua.
Teve pois que fazer um exame final para obter esse diploma e poderia fazê-lo no próprio Goethe Institut em Belgrado ou numa cidade alemã.
Tendo desde há muitos anos uma grande amizade com uma família oriunda, como ele, de Zadar e estabelecida há muitos anos em Stuttgart, ele optou e muito bem por ir no Verão para lá e fazer um pequeno curso exactamente para esse exame, e passou, pelo que o principal passo estava dado.
Agora precisava de resolver todas as muito complicadas questões burocráticas necessárias para trabalhar na Alemanha, estando de volta a Belgrado, pois a todo o momento era preciso mais isto ou aquilo.
Claro que eu não podia deslocar-me lá, porque a qualquer momento ele poderia ter que ir à Alemanha...
Enquanto aguardava a permissão de trabalho na Alemanha foi enviando o seu CV para variadas clínicas e recebeu resposta de várias, e três delas marcaram-lhe entrevistas.
Uma primeira em Kleve

bem perto da fronteira com a Holanda

 

 e cuja especialidade é neurologia, uma das preferidas do Déjan, a qual correu lindamente, tendo sido convidado a dormir lá e passar perto do dia seguinte a conhecer melhor a clínica; gostaram verdadeiramente dele, mas havia um óbice – ele ainda não tinha a permissão de trabalho, a geral, pois a da especialidade seria depois pedida pela própria clínica.
Devido à demora em obter essa permissão foi informar-se e soube que por ele ser sérvio, ou seja extra-comunitário, havia prioridade para os países da UE e com a recente entrada de diversos países – Bulgária, Roménia, e ainda mais recentemente a Croácia, era um óbice.
Claro que o Déjan também é croata, mas como a universidade que os alemães reconhecem como compatível é a de Belgrado, ele teve que mostrar o passaporte sérvio.
Entretanto uma segunda entrevista, agora em Olpe

em plena zona industrial alemã


e numa clínica de psiquiatria – aqui ainda gostaram mais dele e prometeram dar novidades em breve. 

Mais recentemente foi a uma terceira entrevista, nos arredores de Colónia


 perto da Feira


cuja especialidade é cirurgia


e também correu muito bem. 
Todavia, houve uma mudança de atitude nos serviços alemães e telefonaram-lhe informando-o de que para obter a dita permissão de trabalho no país era necessário obter primeiro a permissão para exercer medicina, e que a outra mais geral (que obviamente deixa de ser importante, pois a ele só lhe interessa trabalhar como médico) seria dada simultâneamente. 
Para esse efeito marcaram-lhe um exame para ontem, dando-lhe assim um período mínimo de preparação. 
 Foi fazer o exame com algum receio pois sabia ser um exame muito exigente e esse exame decorria em três partes: numa primeira, um “paciente” era atendido por ele, e o Déjan precisava de fazer o diagnóstico e prescrever a terapia necessária. 
Depois foi para uma sala onde teve que escrever tudo, sobre o que o levou ao diagnóstico e o porquê da terapia indicada. 
Tudo isso correu muito bem. 
Havia depois uma terceira parte, que constava de um interrogatório sobre diferentes áreas médicas, feito por duas pessoas e que foi extremamente difícil, exigindo-lhe mesmo nalgumas questões que ele tinha conhecimento médico, a sua nomenclatura em alemão (claro que todo o exame foi em alemão), e aí, nessa terceira parte o Déjan fraquejou um pouco, o que o fez ficar com medo do resultado, que só soube hoje e que felizmente foi a aprovação. 
Está assim vencido o último e mais importante passo para ele trabalhar como médico, na Alemanha. Curiosamente, ontem mesmo, recebeu um mail da clínica de Olpe a perguntar se já tinha a permissão de trabalho e em caso afirmativo que gostariam de o ter lá durante três dias, com tudo pago, o que é um excelente indício. 
Mas também hoje informou as outras duas clínicas de que já possuía a permissão e vai continuar a enviar CV, até estar definitivamente a trabalhar. 
Estou convencido, agora, que até final do ano, ele estará a trabalhar e a ganhar finalmente dinheiro, e que não é pouco – cerca de 2500 euros mensais. 
Se assim for, está cada vez mais perto o nosso reencontro que ambos esperamos ansiosamente, e que será na Alemanha, com voos mais frequentes e mais baratos. 
 E depois poderemos encontrar-nos em diversos sítios da Europa por períodos curtos, mas aproveitando promoções, por exemplo. 
Hoje é um dia muito feliz para o Déjan, mas felicíssimo principalmente para nós dois. 

VOLIM TE, Dejan

domingo, 2 de novembro de 2014

92 Anos!!!


Hoje comemora-se o 92º.aniversário da minha Mãe.
E como sempre de há alguns anos a esta parte tenho sempre passado este dia com ela.
Foi um almoço em família, com toda a gente bem disposta e é visível como a minha Mãe está muito bem físicamente.
Mas também tem a cabeça completamente em ordem e surpreende-nos com as suas tiradas opotunas e bem humoradas.
Não sei quantos anos viverá mais, mas se for com esta "qualidade de vida" que sejam vários - vamos contando, um a um...
Para o ano, se o destino quiser, serão 93.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

QUANDO SOUBE AO FIM DO DIA

Acabei de ler há dois dias um livro de poemas de amor, cem poemas de amor, traduzidos de várias línguas para português.
De todos, houve um que me sensabilizou fortemente, remetendo-me uma vez mais para o meu amor, de quem tenho cada vez mais saudades...
Para ti, Déjan, as palvras lindas desse sublime Walt Whitman:

QUANDO SOUBE AO FIM DO DIA
Quando ao fim do dia soube que o meu nome fora aplaudido no Capitólio, mesmo assim não foi feliz para mim a noite que se seguiu,
E também quando me embriaguei ou quando os meus planos se concretizaram, nem mesmo assim fui feliz,
Mas no dia em que me levantei cedo de perfeita saúde, revigorado,cantando, aspirando o ar fresco do outono,
Quando vi a lua cheia no Oeste empalidecer e desaparecer com a luz da manhã,
Quando, solitário, vagueei pela praia e mergulhei nu no mar, e ri ao sentir as águas frias, e vi o sol nascer,
E quando pensei que o meu querido amigo, o meu amante, vinha a caminho, oh então senti-me feliz,
Então cada golfada de ar foi mais doce, e todo esse dia o que comia deu-me mais energia, e esse belo dia passou bem,
E o dia seguinte chegou com igual alegria, e no outro dia à tarde chegou o meu amigo,
E nessa noite, quando tudo estava em silêncio, escutei as águas do mar enrolando-se continuamente na areia,
Ouvi o murmúrio das ondas e da areia, como se quisessem felicitar-me,
Porque aquele que eu mais amo, dormia a meu lado sob a mesma manta na noite fria,
Na quietude daquele luar de outono, o seu rosto estava inclinado para mim,
E o seu braço repousava levemente sobre o meu peito – e nessa noite fui feliz.


____________________________________/// /// ///__________________________________
WHEN I HEARD AT THE CLOSE OF THE DAY
When I heard at the close of the day how my name had been receiv'd with plaudits at the Capitol, still it was not a happy night for me that follow'd;
And else, when I carous'd, or when my plans were accomplish'd, still I was not happy;
But the day when I rose at down from the bed, of perfect health, refresh'd, singing, inhaling the ripe breath of autumn,
When I saw the full moon in the west grow pale and disappear in the morning light,
When I wander'd alone over the beach, and undressing, bathed, laughing with the cool waters, and saw the sun rise,
And when I thougt, how my dear friend, my lover was on his way coming. O then I was happy;
O then each breath tasted sweeter – and all that day my food nourish'd me more – and the beautiful day pass'd well,
And the next came with equal joy – and with the next, at evening came my friend;
And that night, while all was still, I heard the waters roll slowly, continually up the shores,
I heard the hissing rustled of the liquid and sands, as directed to me, whispering, to congratulae me,
For the one I love most lay sleeping by my under the same cover in the cool night,
In the stillness, in the autumn moonbeams, his face was inclined toward me,
And his arm lay lightly around my breast – and that night I was happy.

                                                             ///

E, por oportuna sugestão do Leonardo, uma outra forma de "contactar" este poema

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Matthew Connor


Num dos muitos blogs que vou seguindo, fui encontrar este senhor, um americano de Boston, que eu nunca tinha ouvido falar.
Gostei da voz, do estilo, e claro que lá estou eu no "You Tube" à procura de coisas interessantes.
Seleccionei dois vídeos, o primeiro bem bonito, intitulado "Smoke Signals"

Mas foi um outro que me fez trazê-lo aqui ao blog; uma canção magnífica num vídeo muito bem feito, num estilo "vintage", a preto e branco, com um título delicioso e que me fez naturalmente aumentar exponencialmente as minhas saudades do Déjan.
Deliciem-se com este maravilhoso "How is already July over?"...


domingo, 17 de agosto de 2014

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Cet Amour

O poema maravilhoso de Jaques Prévert (do seu livro "Paroles"), na voz rouca e inconfundível de Jeanne Moreau só pode ter um destinatário - o Déjan!

THIS LOVE
This love
So violent
So fragile
So tender
So desperate
This love
Beautiful like the day
And bad like the weather
When the weather is bad
This love so true
This love so beautiful
So happy
So joyous
And so pathetic
Trembling with fear like a child in the dark
And so sure of itself
Like a calm man in the middle of the night
The love that freaks everyone else out
That makes them talk
That makes them turn pale
This scrutinized love
Because we were scrutinizing it
Hunted hurt impeded finished denied forgotten
Because we hunted hurt impeded finished denied forgot it
This love in its entirety
So vibrant still
And completely radiant
It’s yours
It’s mine
That which had been
This thing always new
And that hasn’t changed
As real as a plant
As shaky as a bird
As hot as lively as summer
We can both of us
Leave and come back
We can forget
And then go back to sleep
We reawaken suffer grow old
We fall asleep again
Dreaming of death
We awake smiling and laughing
And grow young again
Our love remains there
Stubborn as a mule
Lively as desire
Cruel as memory
Stupid as regret
Tender as remembrance
Cold as marble
Beautiful as the day
Fragile as a child
It watches us as it smiles
And it speaks to us without saying anything
And me
I listen to it and shake
And I scream
I scream for you

Nota: Esta foto é o "comentário" do Déjan

domingo, 8 de junho de 2014

"La Vie d'Adèle"

Vi recentemente o filme “La Vie d’Adèle” realizado pelo tunisino Abdellatif Kechiche, em 2013 e que entre outros prémios venceu a Palma de Ouro do Festival de Cannes do ano passado. 
Tem duas interpretações portentosas, da já conhecida Léa Seydoux, mas principalmente da muito jovem Adèle Exarchopoulos e algumas cenas verdadeiramente fortes, embora perfeitamente integradas na acção do filme. 
A vida de Adèle muda quando ela encontra Emma, uma rapariga de cabelo azul, que lhe permite descobrir o desejo e afirmar-se como mulher e como adulta. Perante os outros ela procura-se a si própria, perde-se, mas acaba por se encontrar através do amor e da perda.
É um filme excelente e que me fez recordar entre outros o melhor filme lésbico que já vi – “Aimée & Jaguar”, um filme alemão datado de 1999, realizado por Max Färberböck e interpretado por Maria Shrader e Juliane Köhler e cuja acção se passa em Berlim durante a II G.G.
Mostra-nos uma intensa e perigosa relação amorosa entre uma mulher casada com um oficial nazi e uma jovem judia integrada num movimento activista anti-nazi.
Foi um filme que vi num Festival de Cinema LGBT, de Lisboa, no velho cinema Roma e que muito me marcou.

Como não é muito comum, deixo aqui uma referência a vários filmes com temática lésbica que tiveram assinalável êxito, sem qualquer encadeamento cronológico.













E também assinalar uma série sobre o mesmo tema e que continua a ser a série de referência sobre o lesbianismo – “The L World” (2004-2009).


Para quem esteja interessado nos dois filmes referidos, podem visioná-los completos no "You Tube"
"A Vida d'Adèle" ...........https://www.youtube.com/watch?v=FAAXfReT4pQ
"Aimée & Jaguar"...........https://www.youtube.com/watch?v=AYSUE2YY-yU