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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Herr Doktor Drazen Prostran

A nossa vida (minha e do Déjan) não tem sido nada fácil nos últimos tempos.
A última vez que estivemos juntos foi em Outubro do ano passado, portanto há mais de um ano.
E não é por falta de vontade, antes pelo contrário, mas sim devido à vida conturbada que o Déjan tem tido, desde que acabou o curso.
Após ter concluído o curso, seguiu-se um normal período de estágio (não remunerado), com as valências normais, das diferentes especialidades e também de estadia mais prolongada quer nas urgências de um hospital, quer num centro de saúde.
Tudo isso foi feito em Belgrado, e foi durante esse período que ele obteve duas semanas de férias e veio cá a Portugal.
Eu poderia ter depois ido a Belgrado, mas entretanto, o pai dele que vive sozinho em Zadar (Croácia), veio passar com ele uma larga temporada a Belgrado, de Janeiro até ao Verão, o que impossibilitou a minha ida, porque não havia possibilidade de compartilhar o apartamento dele pois ele não é assumido perante a família.
Por outro lado e sabedor de que após a conclusão do curso e respectivo estágio, as possibilidade de emprego na Sérvia eram poucas e más (salário como médico, a rondar os 700 euros), o Déjan começou ainda como estudante a frequentar o Goethe Institut em Belgrado, para aprender alemão, já que a Alemanha é um dos dois únicos países a reconhecer o curso de medicina da Faculdade de Medicina de Belgrado como válido para exercer a medicina lá (o outro país é a Noruega).
Claro que esses estudos de alemão demoraram bastante tempo pois ia subindo de escalão,porque para poder trabalhar na Alemanha tinha que ter aprovação no escalão máximo, que é muito mais do que simplesmente saber falar a língua.
Teve pois que fazer um exame final para obter esse diploma e poderia fazê-lo no próprio Goethe Institut em Belgrado ou numa cidade alemã.
Tendo desde há muitos anos uma grande amizade com uma família oriunda, como ele, de Zadar e estabelecida há muitos anos em Stuttgart, ele optou e muito bem por ir no Verão para lá e fazer um pequeno curso exactamente para esse exame, e passou, pelo que o principal passo estava dado.
Agora precisava de resolver todas as muito complicadas questões burocráticas necessárias para trabalhar na Alemanha, estando de volta a Belgrado, pois a todo o momento era preciso mais isto ou aquilo.
Claro que eu não podia deslocar-me lá, porque a qualquer momento ele poderia ter que ir à Alemanha...
Enquanto aguardava a permissão de trabalho na Alemanha foi enviando o seu CV para variadas clínicas e recebeu resposta de várias, e três delas marcaram-lhe entrevistas.
Uma primeira em Kleve

bem perto da fronteira com a Holanda

 

 e cuja especialidade é neurologia, uma das preferidas do Déjan, a qual correu lindamente, tendo sido convidado a dormir lá e passar perto do dia seguinte a conhecer melhor a clínica; gostaram verdadeiramente dele, mas havia um óbice – ele ainda não tinha a permissão de trabalho, a geral, pois a da especialidade seria depois pedida pela própria clínica.
Devido à demora em obter essa permissão foi informar-se e soube que por ele ser sérvio, ou seja extra-comunitário, havia prioridade para os países da UE e com a recente entrada de diversos países – Bulgária, Roménia, e ainda mais recentemente a Croácia, era um óbice.
Claro que o Déjan também é croata, mas como a universidade que os alemães reconhecem como compatível é a de Belgrado, ele teve que mostrar o passaporte sérvio.
Entretanto uma segunda entrevista, agora em Olpe

em plena zona industrial alemã


e numa clínica de psiquiatria – aqui ainda gostaram mais dele e prometeram dar novidades em breve. 

Mais recentemente foi a uma terceira entrevista, nos arredores de Colónia


 perto da Feira


cuja especialidade é cirurgia


e também correu muito bem. 
Todavia, houve uma mudança de atitude nos serviços alemães e telefonaram-lhe informando-o de que para obter a dita permissão de trabalho no país era necessário obter primeiro a permissão para exercer medicina, e que a outra mais geral (que obviamente deixa de ser importante, pois a ele só lhe interessa trabalhar como médico) seria dada simultâneamente. 
Para esse efeito marcaram-lhe um exame para ontem, dando-lhe assim um período mínimo de preparação. 
 Foi fazer o exame com algum receio pois sabia ser um exame muito exigente e esse exame decorria em três partes: numa primeira, um “paciente” era atendido por ele, e o Déjan precisava de fazer o diagnóstico e prescrever a terapia necessária. 
Depois foi para uma sala onde teve que escrever tudo, sobre o que o levou ao diagnóstico e o porquê da terapia indicada. 
Tudo isso correu muito bem. 
Havia depois uma terceira parte, que constava de um interrogatório sobre diferentes áreas médicas, feito por duas pessoas e que foi extremamente difícil, exigindo-lhe mesmo nalgumas questões que ele tinha conhecimento médico, a sua nomenclatura em alemão (claro que todo o exame foi em alemão), e aí, nessa terceira parte o Déjan fraquejou um pouco, o que o fez ficar com medo do resultado, que só soube hoje e que felizmente foi a aprovação. 
Está assim vencido o último e mais importante passo para ele trabalhar como médico, na Alemanha. Curiosamente, ontem mesmo, recebeu um mail da clínica de Olpe a perguntar se já tinha a permissão de trabalho e em caso afirmativo que gostariam de o ter lá durante três dias, com tudo pago, o que é um excelente indício. 
Mas também hoje informou as outras duas clínicas de que já possuía a permissão e vai continuar a enviar CV, até estar definitivamente a trabalhar. 
Estou convencido, agora, que até final do ano, ele estará a trabalhar e a ganhar finalmente dinheiro, e que não é pouco – cerca de 2500 euros mensais. 
Se assim for, está cada vez mais perto o nosso reencontro que ambos esperamos ansiosamente, e que será na Alemanha, com voos mais frequentes e mais baratos. 
 E depois poderemos encontrar-nos em diversos sítios da Europa por períodos curtos, mas aproveitando promoções, por exemplo. 
Hoje é um dia muito feliz para o Déjan, mas felicíssimo principalmente para nós dois. 

VOLIM TE, Dejan

domingo, 2 de novembro de 2014

92 Anos!!!


Hoje comemora-se o 92º.aniversário da minha Mãe.
E como sempre de há alguns anos a esta parte tenho sempre passado este dia com ela.
Foi um almoço em família, com toda a gente bem disposta e é visível como a minha Mãe está muito bem físicamente.
Mas também tem a cabeça completamente em ordem e surpreende-nos com as suas tiradas opotunas e bem humoradas.
Não sei quantos anos viverá mais, mas se for com esta "qualidade de vida" que sejam vários - vamos contando, um a um...
Para o ano, se o destino quiser, serão 93.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

LER!!!!!!!!!!!

De há uns tempos a esta data recomecei um hábito que desenvolvi na minha juventude e que interrompi estupidamente durante anos anos a fio – ler!
Em boa hora o fiz e os problemas que isto me acarreta neste momento são dois: conseguir ler tudo o que tenho em casa, antes de morrer, e onde colocar tanto livro.
Entretanto, tenho um perfil num site deveras interessante – o Goodreads, onde se fala, se escreve e actualizamos as nossas leituras.
 Um dos desafios a que acedi já no ano anterior e neste também é o chamado “"Your Challange Books”, para cada ano; o ano passado estabeleci um ambicioso patamar de ler uma média de um livro por semana (52 livros) e que cumpri com 2 ou 3 livros a mais.
Neste ano mantive o mesmo objectivo e faltando ainda mais de dois meses para o final do ano, ele já foi superado, pois já li este ano 55 livros ( https://www.goodreads.com/user_challenges/1126769). 

Quero destacar aqui alguns factos curiosos: destes 55 livros, 36 foram escritos em português, sendo 31 de autores portugueses (mais de 50% do total) e 5 de escritores brasileiros.
O autor mais lido foi Allan Massie (4 livros)
seguido de Fernando Caio Abreu (3 livros)
e três autores portugueses com dois títulos cada: Ana Cristina Silva, José Régio e Mário Cláudio.

Quase todos os livros lidos são de ficção, sendo os relacionados com a História, uma fatia importante. Li 5 livros de fotografia, vários sobre a guerra colonial, um deles da minha autoria
um de banda desenhada e infelizmente apenas um de poesia e um ensaio.

Destaque ainda para os livros editados pela Index, dos quais li três além do meu, sendo um dos dois editores (João Máximo e Luís Chainho) e outro da Margarida Leitão.

Quanto à qualidade, exceptuando um livro deplorável
a média foi excelente, tendo atribuído por 8 vezes a nota máxima – 5 ***** , e permito-me destacar um livro como o melhor do ano e talvez o melhor de há muitos anos, de um jovem e promissor escritor português, Norberto Morais - “O Pecado de Porto Negro”

São estes os restantes livros que obtiveram as 5 *****















segunda-feira, 6 de outubro de 2014

O Passeio de Domingo

No fim de semana anterior a este, quando do meu jantar, um dos presentes foi o Félix, que veio e ficou até terça feira, tendo ido comigo com o Duarte e a  Margarida a ver a peça "Gata em telhado de zinco quente" ao CCB

Pois partiu do Félix a ideia de irmos passar este domingo a Coimbra e lá encontrarmos-nos com ele e com o Miguel e passar lá o dia.
Acolhemos bem a ideia, o Miguel ficou radiante e ficou combinado.
Infelizmente, o Félix não contava que a família tivesse marcado para esse dia um almoço para comemorar o aniversário do Avô e acabou por não poder estar presente, com muita pena dele.
Assim lá fomos de manhã, o Miguel estava à nossa espera nas chamadas "Docas" de Coimbra, á beira do Mondego

e fomos almoçar ao restaurante do velho Hotel Avenida, ali na Portagem, e que agora é um excelente restaurante indiano

Após o almoço fomos a casa do Miguel para conhecer o famoso e pequenino gato amarelo que agora lhe faz companhia e que se chama Stockler. É uma autêntica ternura e um diabinho muito querido

Combinámos depois dar um passeio, indo primeiro e por caminhos só conhecidos por gente da região até Montemor-o-Velho, que eu só conhecia de passagem
e cujo castelo, interessantíssimo, visitámos

Depois e no meio dos férteis arrozais do Mondego chegámos a um dos locais a que mais estou ligado, aqui em Portugal - a "minha querida" Figueira da Foz.


Fico sempre emocionado quando ali volto, andámos por vários sítios e acabámos por parar na longa marginal e comemos um delicioso gelado numa afamada gelataria da cidade - a Emanha

Depois continuámos por Buarcos e subimos ao alto da Serra da Boa Viagem, tendo parado no sítio chamado a Bandeira, de onde se avista a linha da costa quase até Aveiro.

Descemos então até Quiaios

fomos ver o mar, já estava fresco, era o pôr do sol e regressámos directos a Coimbra.
Despedimos-nos do Miguel e parámos na área de serviço de Pombal (comi uma saborosa sande de leitão...) e chegámos a Lisboa cerca das 23 horas.

Claro que a música deste post só poderia ser a canção maravilhosa da Maria Clara (mãe de Júlio Machado Vaz), intitulada precisamente Figueira...

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

O "jantarinho" e o "lançamento" do livro

O título desta postagem é um pouco idiota, pois não foi um "jantarinho", mas sim um jantar de amigos e muito menos foi o "lançamento do livro", pois o livro em causa foi lançado há dois meses e meio, a 17 de Julho.
Mas enfim, o diminuitivo é quase carinhoso, como geralmente o são os diminuitivos, e porque se tratou de um jantar com um número reduzido de pessoas, todas elas essencialmente minhas amigas e que me deram um imenso prazer com a sua presença: os editores - João, Luís e Patrícia, os dois impulsionadores - Miguel e Margarida, e os amigos reais, o Duarte, o Luís e o André, a Maria Teresa, a Zé e a Sara, o Nelson, o Mark e o Paulo, o grande amigo Félix e os Metaricanos, desde o "alferes" Fernandes (do meu tempo) e o "capitão" Ernesto Pereira que trouxe consigo (e ainda bem) dois dos seus "furriéis". Muito obrigado a todos pela vossa presença.
O local foi agradável, a comida, normal e muito acessível em preços e o convívio excelente.
O motivo já toda a gente sabe era falar do meu livro, algo improvável até poucos meses atrás, mas que "aconteceu"...
Graças a várias empurradelas, este livro nasceu, de uma série de crónicas publicadas neste blog sob o título "A tropa cá do João", e que é o título de um poemazeco escrito lá na Ilha, em Março de 1974, e que aparece como um dos apêndices do livro.
Claro que me deu prazer a publicação do livro, para o qual houve que modificar alguns dos textos, acrescentar outros e escrever uma introdução e uma conclusão, trabalho esse feito com a preciosa ajuda de um dos editores. o João Máximo, que me deu a conhecer o trabalho, interessantíssimo, de um editor e no qual ele é extremamente competente

Após a publicação, em Julho houve algo que me quebrou imenso o entusiasmo, e me fez quase arrepender de ter acedido a essa publicação.
Sucede que num dos capítulos do livro, falo da homossexualidade que houve na guerra colonial, o que não é inédito noutras publicações, mas ouso em pessoalizar a questão, como um dos variados outros assuntos que foco no livro.
Ora, dois orgãos de comunicação, o site "Dezanove" e a revista "Time Out", na sua secção gay, ao falarem do livro, colocaram-no num pedestal de livro gay, o que DE TODO não é, apenas eu, na senda do que sempre fiz, falei do assunto com a normalidade que acho deve ser a tónica quando se referem esses temas. O título da notícia do "Dezanove" era tão tendenciosa, na linha do que infelizmente acontece a várias referências a factos ou pessoas homossexuais, quase roçando o "gueto" que tal gente pretende denominar o mundo gay, que, e repito, esse título se tornava ridículo, pelo que protestei veementemente e também a editora e eles alteraram o título.
Aliás, a Index, numa atitude que agradeço, publicou alguns extractos de outras partes do livro para mostrar que não se pode, nem deve confundir uma referência a questões homossexuais com um livro homossexual.
Sempre fui um homem frontal, sem medos de me assumir como sou, mas não gosto que deturpem o que escrevo...
Pois, e voltando ao serão de sábado, após o jantar, o Luís Chainho, outro dos editores apresentou as razões pelas quais a Index se interessou pelo meu trabalho
Coube-me depois a vez de explicar o contexto em que o livro apareceu, tendo lido a introdução e a conclusão, falando dos apêndices do livro e também da ideia de escrever um livro baseado em factos e não em juízos de valor. Enfim, apresentando a minha visão do livro...

Entrou-se depois numa breve tertúlia, principalmente com os presentes que haviam conhecido pessoalmente a Ilha de Metarica.

E assim se passou uma muito agradável noite.

Deixo aqui mais duas fotos  tiradas pelo Félix, que infelizmente não focou a assistência, segundo ele, porque estava demasiado focado naquilo que se ia dizendo, hehehe...



Uma nota que nada tem a ver com o texto, e que se relaciona com o tema musical escolhido. Geralmente, ele tem sempre algo a ver com o conteúdo do post, o que não acontece desta vez, e até eu estou surpreendido por aparecer no meu blog uma música da Lady GaGa, cantora que eu sempre mantive a uma certa distãncia; mas este album dela com o Tony Bennet agradou-me muito e como esta canção, no original se chama "Bang Bang", acaba por ter algum cabimento num post sobre uma guerra... (keep smiling, please)...

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Queer Lisboa 18


Começa hoje e termina a 27 do corrente mais um Festival Queer de Lisboa.
Como sempre estarei presente naquele que é já considerado um dos mais importantes festivais de cinema de temática LGBT do mundo.
Este ano a oferta de filmes é a mais numerosa de sempre e tem além das salas habituais dos últimos anos, no cinema S.Jorge, um desdobramento na Cinemateca Nacional (bem perto), onde passarão dois ciclos importantes: um sobre cinema LGBT africano, essencialmente documental, e uma retrospectiva dos filmes de John Walters.
Também e pela primeira vez, o festival "visitará" a cidade do Porto.
É um dos momentos anuais que mais me empolga, pois tenho uma enorme colecção de filmes LGBT e sigo com alguma atenção o que se vai fazendo.
Assim, parece-me que este ano, vai ser um festival bastante equilibrado, sem filmes de grande renome, mas com alguns deles bastante premiados. Estarei bastante atento às curtas...
Hoje e como filme de abertura será exibida a versão longa de uma curta brasileira de enorme êxito de há dois anos, "Hoje eu quero voltar sózinho".

Vou passar a semana em Lisboa (uma forma de falar), e dias há, como por exemplo no próximo domingo, em que verei 5 sessões seguidas...
Quem corre por gosto, não se cansa.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Um "jantarinho"

Conforme anunciado na altura do seu lançamento, vai realizar-se no próximo dia 27 do corrente, um pequeno e despretencioso jantar entre amigos, para comemorar o "aparecimento" deste meu primeiro livro.
Não é de todo, um lançamento nos moldes clássicos, com um apresentador e depois as palavras do autor e do editor, e as consequentes perguntas e respostas da praxe, mas antes um encontro ou reencontro de amigos onde se falará de várias coisas, entre as quais do meu livro.
É aqui em Massamá, num restaurante pequenino, mas com uma sala em baixo que nos vai garantir a privacidade necessária, não há um menu fixo, cada um come o que lhe apetece e os preços são verdadeiramente agradáveis, ficando seguramente bem abaixo do que se pagava nos jantares dos blogs.
Aliás, quero esclarecer que este jantar nada tem a ver com esses jantares, se bem que grande parte dos participantes tem ou teve blogs.
 O nome do restaurante é "O Mirandês", e fica na Av.Prof.Dr.Egas Moniz, nº.4, em Massamá.
Nas traseiras costuma haver estacionamento e para quem vem de comboio, desce em Barcarena e apanha aí, na estação (saíde de cima), o 110, que é a carreira urbana de Massamá, e é logo a primeira ou segunda paragem.
A sala é relativamente pequena, muito agradável, a comida é boa e caseira e podemos estar até tarde. Não levará mais do que cerca de 20 pessoas, pelo que a lotação está praticamente esgotada, mas cabe sempre mais um, e por isso, estejam à vontade e se quiserem participar, basta avisar-me até dois dias antes.
Espero que seja uma noite bem passada.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

QUANDO SOUBE AO FIM DO DIA

Acabei de ler há dois dias um livro de poemas de amor, cem poemas de amor, traduzidos de várias línguas para português.
De todos, houve um que me sensabilizou fortemente, remetendo-me uma vez mais para o meu amor, de quem tenho cada vez mais saudades...
Para ti, Déjan, as palvras lindas desse sublime Walt Whitman:

QUANDO SOUBE AO FIM DO DIA
Quando ao fim do dia soube que o meu nome fora aplaudido no Capitólio, mesmo assim não foi feliz para mim a noite que se seguiu,
E também quando me embriaguei ou quando os meus planos se concretizaram, nem mesmo assim fui feliz,
Mas no dia em que me levantei cedo de perfeita saúde, revigorado,cantando, aspirando o ar fresco do outono,
Quando vi a lua cheia no Oeste empalidecer e desaparecer com a luz da manhã,
Quando, solitário, vagueei pela praia e mergulhei nu no mar, e ri ao sentir as águas frias, e vi o sol nascer,
E quando pensei que o meu querido amigo, o meu amante, vinha a caminho, oh então senti-me feliz,
Então cada golfada de ar foi mais doce, e todo esse dia o que comia deu-me mais energia, e esse belo dia passou bem,
E o dia seguinte chegou com igual alegria, e no outro dia à tarde chegou o meu amigo,
E nessa noite, quando tudo estava em silêncio, escutei as águas do mar enrolando-se continuamente na areia,
Ouvi o murmúrio das ondas e da areia, como se quisessem felicitar-me,
Porque aquele que eu mais amo, dormia a meu lado sob a mesma manta na noite fria,
Na quietude daquele luar de outono, o seu rosto estava inclinado para mim,
E o seu braço repousava levemente sobre o meu peito – e nessa noite fui feliz.


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WHEN I HEARD AT THE CLOSE OF THE DAY
When I heard at the close of the day how my name had been receiv'd with plaudits at the Capitol, still it was not a happy night for me that follow'd;
And else, when I carous'd, or when my plans were accomplish'd, still I was not happy;
But the day when I rose at down from the bed, of perfect health, refresh'd, singing, inhaling the ripe breath of autumn,
When I saw the full moon in the west grow pale and disappear in the morning light,
When I wander'd alone over the beach, and undressing, bathed, laughing with the cool waters, and saw the sun rise,
And when I thougt, how my dear friend, my lover was on his way coming. O then I was happy;
O then each breath tasted sweeter – and all that day my food nourish'd me more – and the beautiful day pass'd well,
And the next came with equal joy – and with the next, at evening came my friend;
And that night, while all was still, I heard the waters roll slowly, continually up the shores,
I heard the hissing rustled of the liquid and sands, as directed to me, whispering, to congratulae me,
For the one I love most lay sleeping by my under the same cover in the cool night,
In the stillness, in the autumn moonbeams, his face was inclined toward me,
And his arm lay lightly around my breast – and that night I was happy.

                                                             ///

E, por oportuna sugestão do Leonardo, uma outra forma de "contactar" este poema

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Viagens 13 - Alemanha

Excluindo as diversas escalas de uma noite em Colónia, a caminho de Belgrado, efectuei três viagens à Alemanha, sempre na companhia do Duarte.
A primeira à parte ocidental e ao norte do país e as restantes a Berlim.
Deixando estas duas para outra ocasião, vou falar desse primeiro contacto com o país que hoje manda na Europa (não o que sucedia nessa altura, que ainda se chamava R.F.A. (República Federal Alemã), com capital em Bona.
Fomos de avião até Frankfurt
cidade que pouco tempo tivemos para apreciar, pois foi quase só pernoitar; ficou a recordação de um enorme aeroporto e de uma atmosfera pouco agradável junto à estação ferroviária central.
Seguimos para Colónia
cidade muito bonita, banhada pelo Reno, com uma Catedral gótica maravilhosa, logo ali junto à estação de comboios, onde chegámos e apanhámos um táxi para o hotel que eu havia reservado; devo dizer que na altura não havia net e as reservas fazia-as por telefone depois de ter seleccionado o hotel num guia Michelin, ou neste caso de Colónia, no Spartacus, pois escolhi um hotel gay. 
Apesar de central, e estranhamente, o motorista desconhecia a morada, e foi preciso eu, munido de um pequeno mapa, onde tinha assinalado previamente o hotel, lhe ir indicando o trajecto, sem saber uma palavra de alemão (o individuo ou era novo na profissão, ou estava a fazer um “gancho”).
Mas lá chegámos e o hotel não era grande coisa, enfim...
Os dois ou três dias que estivemos na cidade deu para conhecer o principal – Colónia não é grande – e à noite íamos beber uns copos a sítios agradáveis.
Dali partimos com destino a uma pequena cidade – Munster –
que tinha para mim um particular interesse, já que era de lá um dos dois amigos que havia anos tinha conhecido na Figueira da Foz e com quem estabeleci uma especial amizade platónica, pois eu era e fui, durante algum tempo, virgem. 
Da Figueira, vim com eles para Lisboa passar uma semana e essa amizade estreitou-se ainda mais quando o outro rapaz disse um dia em conversa que esse mais amigo meu – Werner era o seu nome – era gay. Foi muito bonito e puro o que se passou nesses dias, eu tinha para aí 15 ou 16 anos e depois de ele partir mantivemos contacto durante uns tempos; ele era mais velho, vinte e poucos e era lindo, loiro e simpatiquíssimo. 
Ora ele era de Munster e eu ia à sua procura, apenas tinha o seu nome – Werner Heine – uma foto tipo passe e um endereço. 
Não o encontrei nem ninguém o conhecia...
Enfim, um pouco triste, seguimos viagem para Hamburgo, tendo tido uma breve paragem em Bremen.
Em Hamburgo
 tínhamos uma reserva de um outro hotel gay, situado em pleno coração do bairro do sexo da cidade, o famoso St.Pauli.
 Se o hotel de Colónia era fraquinho, este era uma espelunca, ainda estivemos para procurar outro sítio, mas como era por poucos dias e era só para dormir, ficámos.
Hamburgo é uma grande cidade, bonita, com um, lago muito vasto e agradável e um enorme porto.
Enquanto lá estivemos tivemos a visita de um casal amigo, de Berlim, o Hans e o Peter, que embora alemães tinham uma vivenda na Parede, e conhecíamos-nos daí
.Foram muito simpáticos e levaram-nos de carro até Lubeck
uma cidade lindíssima e que foi um dos principais centros da Liga Hanseática, que reunia as maiores cidades mercantis do norte da Europa, pelo que é um centro histórico importante e onde nasceu Thomas Mann.
Fomos aí almoçar num dos mais belos restaurantes onde já estive, todo decorado com bandeiras da Liga Hanseática e onde se comia maravilhosamente. 
A carta (menú)  era belíssima, enorme e eu gostei tanto dela que o Hans foi adquirir uma para me oferecer – gostava de saber por onde para ela...aqui por casa.
Ainda fomos a uma praia no Mar do Norte – Bremerhaven
 mas que era muito pobrezinha comparada com as nossas magníficas praias.
De Hamburgo regressámos a Lisboa.

Quando regressámos para a primeira visita a Berlim, já era a Alemanha, mas apenas há uns meses; mas isso fica para outra vez.