sábado, 16 de agosto de 2008

A guerra do Cáucaso


Depois da queda do comunismo e da extinção da URSS, tem sido uma vertiginosa descida aos infernos o que se tem passado na nova Rússia; até que surgiu um senhor formado na KGB, mas com uma política híbrida de charme e de repressão, que fez voltar às gentes russas o orgulho pátrio: Putin!
Sorriso aqui, abraço ali, tornou-se um amigo do ocidente, mas sempre de pé atrás...
Quando o expansionismo americano, via UE, começou a "dinamitar" as fronteiras do seu território, "a mula deu um coice" e Putin, agora a jogar na sombra, mas sempre a comandar, achou que esta "sealy season", mascarada de jogos olímpicos, seria a altura ideal, para dizer "basta",
E agora, que chatisse, vamos lá a interromper as férias, ainda bem que a presidência europeia está em mãos francesas, pois Sarcozy tem vocação "pessoal" para Nobel da Paz, e o Bush lá manda a "Condolência" e manda mais umas asneiradas, e pronto, a poeira assenta...
Será que assenta? Esta "Guerra do Cáucaso" quer dizer muito mais do que parece e intimida muito boa gente; a Rússia, pela primeira vez desde a "venda" da R.D.A. efectuada por Gorbatchev a Kholl, rugiu e disse a uma América, perigosamente a liderar o mundo, nas mãos de um cretino, à politicamente imatura U.E. e a
uma China emergente e vizinha, que também tem, ou quer ter voz activa.
Vamos ver em que é que isto tudo dá, uma coisa é certa: essa Guerra Fria que durou nas décadas finais (50 a 80) do século passado, parece ter estado só em hibernação; mas o tabuleiro político dessa guerra também foi imensamente alterado...

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Dois lutadores foram ao tapete




Dois jovens lutadores da Universidade do Nebraska, Paul Donahoe e Kenny Jordan, foram excluídos da sua equipa depois de terem aparecido nus num "site" pornográfico gay. A razão oficial do seu afastamento, é baseada no facto de, como atletas da NCCA(National Collegiate Athletic Assossiation), eles não terem o direito de deixar as suas fotos serem utilizadas para fins comerciais( o "site" não é gratuito), nem de usufruir qualquer compensação com essas fotos.

Aqui ficam as fotos devidamente "axadrezadas" de cada um dos lutadores.


Para quem estiver interessado noutras fotos "sem pedras de xadrês" dos mesmos atletas poderá encontrá-las no "Código Secreto" - depois não digam que foram lá, inadvertidamente, ok?

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

La Mamma Morta



Esta é para mim, uma das cenas mais marcantes do filme "Filadélfia", pois junta dois talentos excepcionais, em diferentes áreas artísicas, é claro, mas ambos fabulosos: de Maria Callas já tudo se disse, mas nunca é demais ouvi-la, e nesta ária de "André Chennier" ela sobe a um nível quase inultrapassável. Tom Hanks, que neste filme tem, de longe, a sua melhor interpretação de sempre, consegue nesta cena, transmitir-nos toda a intensidade do seu drama pessooal, ao som de "La Mamma morta", e ao mesmo tempo, associa esse drama ao "libretto" da própria ópera. A estupefacção (admiração) de Denzel Washington só é comparável à nossa.
Admirável!!!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Quando o telefone toca


"Um Homem liga para casa, numa tarde para saber o que a sua esposa ia fazer para o jantar.

- Estou?

Responde uma voz de criança.- Olá, querida, é o Papá. A Mamã está perto do telefone?

- Não, Papá. A mamã está lá em cima no quarto com o tio João.

Após alguns segundos, o homem diz:

- Mas querida, tu não tens nenhum tio chamado João!!

- Tenho sim, e ele está lá em cima no quarto com a mamã.

- Ok, então, quero que faças o seguinte:- Sobes as escadas a correr, bates na porta do quarto e gritas que o carro do Papá acabou de parar na frente da casa.....

- Está bem Papá, eu volto já. Alguns minutos depois, a criança volta:- Estou, Papá, já gritei à porta do quarto da mamã.

- E o que é que aconteceu?

- Bem, a mamã saltou da cama nua, começou a correr e a gritar pelo quarto, tropeçou no tapete e caiu pelas escadas e agora ela está morta...

- Oh, meu Deus e o Tio João ?

- Ele também saltou da cama todo nu, e muito assustado, saltou pela janela do fundo para dentro da piscina, mas esqueceu-se que tu tinhas esvaziado a piscina na semana passada para limpar, então, ele bateu com a cabeça no fundo da piscina, e agora também está morto....

Após alguns segundos de pausa o homem diz:- Piscina ? ? ?- Por acaso o Nº. para onde estou a ligar é o 082 70 00 24?

- Não.

- Então não é a Joana que está a falar ?

- Não.

-Peço imensa desculpa, mas foi engano..."
(Roubado descaradamente do blog do Sergio "A teoria do Kaos")

domingo, 10 de agosto de 2008

Passado e presente: 6 - Belgrado, uma cidade, um país, um povo



Fui recentemente, pela segunda vez na minha vida a Belgrado, curiosamente uma cidade capital de dois diferentes países, nessas visitas. Há anos, capital da ex-Jugoslávia, no seu imediato pós-Tito, e agora da Sérvia. Foi uma visita atribulada, essa primeira vez, pois tinha sido infantilmente roubado, durante a noite, na travessia ferroviária desde Atenas, ficando privado de qualquer documentação, do bilhete e de dinheiro, como é óbvio. Assim sendo, foi quase só o tempo ocupado com a ida à embaixada portuguesa, para resolver o problema, e pouco tempo restou para ver a cidade, da qual relembro essencialmente um bonito parque, com uma óptima panorâmica da confluência do rio Sava, que atravessa a cidade, com o Danúbio, que também banha as suas margens. Recordo, nesses tempos já longínquos, que era a primeira vez que visitava um país da área comunista, pese embora um comunismo pouco ortodoxo e algo terceiro-mundista, à imagem do seu líder até então, 0 Marechal Tito. Não foi fácil a comunicação com as pessoas, pois não encontrei muita gente a falar inglês, o francês era praticamente desconhecido e eu, de alemão e russo era e sou completamente ignorante. Ainda por cima, existia um segundo alfabeto, o cirílico, o qual para mim era igual a hieróglifos...Mas, lá me fui "desenrascando", e pude ficar com uma ideia de um país de contrastes, se é que se pode ter a imagem de um país apenas com uma fugaz visita a uma cidade, mesmo que seja a sua capital. Um povo afável, mas algo fechado e é curioso que fiquei com uma impressão, talvez pouco definida, mas que o tempo, infelizmente se encarregou de me explicar, de que era um povo com alguns problemas...Voltei a Belgrado em Setembro último, e desta vez aí permaneci quase duas semanas, o que foi suficiente para ficar com uma ampla visão da mesma, visitando os locais mais turísticos, mas também alguns outros menos conhecidos, devido à companhia sempre agradável e conhecedora de alguém que nela habita há vários anos. É uma cidade de contrastes, confirmei. Alguns prédios degradados convivem, nas principais avenidas, com belíssimos exemplos de uma arquitectura rica e muito bem conservada. Vasta, na sua área, bastante populosa (perto de dois milhões de habitantes), visitei pela primeira vez, na margem esquerda do Sava, a "nova Belgrado", com as suas amplas avenidas, modernos prédios de habitação, hotéis e zonas comerciais. Passeei-me pela extensa e sempre muito concorrida, dia e noite, zona pedonal, com uma quantidade e diversidade enorme de cafés, restaurantes e esplanadas aprazíveis. Recordei locais da minha anterior visita, como a já "gasta" estação ferroviária central, e o alindado parque da cidade, junto aos rios, que continua a ser o local de passeio e visita mais popular. Fui conhecer o majestoso e previamente auto laneado mausoléu de Tito...Vi a enorme catedral de S.Sava, a maior igreja ortodoxa que existe, e que apenas recentemente, teve a sua atribulada construção, finalizada. Mas preferi a simplicidade da igreja de S.Marcos, onde me foi dado observar pela 1ª vez,com alguma minúcia uma religião afinal tão próxima do catolicismo, que por aqui se pratica. Vivi a cidade, no seu dia a dia e habitei uma das suas principais avenidas, aquela que "ostenta" ainda hoje os sinais de uma acção punitiva, que visou não só Belgrado, mas vastas áreas da Sérvia, essencialmente pontes e importantes unidades económicas do país.


Estes bombardeamentos cirúrgicos foram efectuados pela NATO, com o objectivo, atingido, de certa forma, de forçar, em 1999 o então presidente Milosevic a aceitar a permanência das Nações Unidas no Kosovo, situação que ainda hoje se mantém num impasse difícil de resolver(*).Mas a contestação interna a Milosevic foi também enorme, e forçou mesmo a sua demissão, após as esmagadoras manifestações populares, que terminaram com o seu abandono do poder em Outubro de 2000. É lamentável, ver, ainda hoje, numa mesma avenida, prédios esventrados pelos "rockets" americanos, lado a lado com magníficos edifícios governamentais; sinais de uma violência que tanto marcou a Sérvia no final do século passado, consequências de uma guerra fratricida, que a ninguém beneficiou e a todos penalizou. Emergiram nos Balcãs novos países, alguns de fracas capacidades económicas, outros ajudados pela conivência de grandes potências europeias, com a Alemanha à cabeça, que sempre se opôs à formação de uma "grande Sérvia", e assim nasceu um novo mapa europeu, a juntar ao desmembramento da antiga URSS, no final da década de 90. O povo, esse, foi quem mais sofreu, como sempre sucede. Mas já tanto tinha sofrido nessa cruel e mortífera guerra, que teve, a meu ver, como primeiro e máximo culpado, mesmo após ter desaparecido, o Marechal Tito, o qual para seu poder pessoal, formou e manteve uma fictícia união de etnias, religiões e viveres, que se chamou um dia Jugoslávia. Dessa guerra, desses acontecimentos, espero vir a escrever algo, um dia destes...


Adenda: estes posts foram escritos em 11 e 16 de Novembro de 2006; após estas visitas já voltei a Belgrado, visita essa que documentei aqui no blog em 13 e 18 de Janeiro do corrente ano; e claro, desde Novembro de 2006 até hoje muito aprendi sobre este povo e este país…


(*) - Infelizmente já teve alguma resolução: a independência unilateral de um "país", chamado Kosovo...

sábado, 9 de agosto de 2008

O blog de um amigo

Conheço o André desde os seus 4/5 anos, era um puto porreiro que se entretinha quando criança com actividades bastante curiosas: gostava de fazer “coisas”…e coisas diferentes; era um miúdo calado, mas com opiniões e aprendi desde cedo a gostar muito dele.
O André cresceu e hoje é um jovem de 27 anos; quis a vida que os nossos contactos sejam mais raros, mas nunca deixou de ser o “puto” André, e quando há cerca de 4 anos ganhou um importante prémio internacional, e chegou a ser entrevistado na CNN, nunca o André perdeu aquele ar tímido que o caracteriza; esse prémio foi o corolário de inúmeros projectos que ia desenvolvendo na sua área preferida, o design, de preferência sobre automóveis e aviões.
Agora o André criou um blog, um bocadinho “empurrado” por mim – é o “Work in progress” e nele vai incorporar a vertente do design, mas também outras coisas da Vida e da sua vida; porque o conheço, sei que será um bom blog. Deixo aqui as referências ao troféu conquistado, sendo a foto a do prototipo vencedor “O português André C. foi o grande vencedor do 3º Concurso mundial de Design Peugeot, com o original projecto Moovie. Um feito assinalável, não só por ter sido alcançado por um jovem designer amador, de apenas 23 anos, como por demonstrar que em Portugal existe inspiração para criar projectos ousados e inovadores na área do design automóvel, que tão pouca expressão tem no mercado português.. Respondendo ao desafio "Desenhe o Peugeot com que sonha para o futuro próximo", André C. conseguiu destacar-se entre os 3800 projectos a concurso e terá agora como principal prémio a concepção de um protótipo à escala 1/1 do Moovie, o qual será apresentado no Salão Automóvel de Frankfurt, em Setembro próximo. Um cheque no valor de 6000 euros e a criação de uma miniatura do seu projecto à escala de 1/43 pela Norev são outras das recompensas que esperam este estudante de Design de Equipamento da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa (FBAUL).
O Moovie é uma pequena viatura de apenas dois lugares, que deve muito do seu design às inovadoras rodas de grandes dimensões, as quais, pela sua concepção oca, recebem também as próprias portas da viatura. Estas últimas abrem num movimento circular, deslocando-se para a frente. As rodas, aliadas a duas esferas orientáveis, são capazes de rodar em ângulos próximos dos 360º, o que, conjugado com a ampla superfície vidrada, facilita as manobras a bordo do Moovie em ambientes urbanos.
O projecto idealizado por André C. aponta para um veículo amigo do ambiente, utilizando energia eléctrica, mas a própria Peugeot admite que a adopção de um sistema de células de combustível miniaturizado também poderia ser uma opção para animar esta interessante proposta. Mas, mais do que a mecânica, foi a estética que permitiu ao Moovie arrebatar o galardão. Os responsáveis da marca francesa reconheceram que o projecto português foi o que suscitou mais entusiasmo no seu centro de design, destacando a qualidade do tratamento da superfície, a simplicidade e suavidade das formas e o design emotivo, que transmite a sensação de um habitáculo acolhedor e confortável. Importa ainda referir que o Moovie não foi o único projecto distinguido pela Peugeot, pois, pela primeira vez na história deste concurso, foi instituído um pódio. O segundo prémio foi atribuído ao projecto 607 Arabesque, criado por um designer industrial inglês de 37 anos, o qual assume as formas de um coupé de altas prestações. O terceiro classificado foi um jovem chinês de 21 anos, Zhonghuayi, que concebeu um veículo futurista animado por células de combustível, que se poderá classificar como uma pick- -up para o futuro.”

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Claro ou escuro




“Para mim, não tenho qualquer dúvida: os heterossexuais aceitam a homossexualidade teórica, a «causa humanitária» dos gays, mas, se não forem gays, tanto melhor…
E se o forem apenas a «tempo parcial», porque não deixar a «parte obscura» escondida?
Aberto à sociedade apenas deve ser o «normal» e o maioritário, o dominante, aquilo que se pode expor sem medo; para o resto, é melhor o silêncio.”

Esta é uma citação de Vicente Molina Foix, conhecido escritor catalão, actor e realizador de um interessante filme - “Sagitário”, assumidamente homossexual e está inserido num excelente texto publicado na Zero, acerca do “Outing”, que difere da saída do armário, por ser feita por terceiros, normalmente acerca de pessoas conhecidas…
Se esta é a opinião de uma pessoa bem conhecedora da sociedade actual, e neste caso da sociedade espanhola, muito mais avançada que a nossa, questiono-me o que pensará a sociedade portuguesa, tão homofóbica como continua a ser, pese embora os pequenos passos que têm sido dados…
(foto de Paulo César)
Uma adenda par enviar um beijo e um imenso ao Déjan, que hoje festeja o seu 31º. aniversário.

sábado, 2 de agosto de 2008

For you, my love


The first time, ever I saw your face
I thought the sun rose in your eyes
And the moon and the stars
Were the gifts you gave
To the dark, and the endless skies
My Love.
And the first time, ever I kissed your mouth
I felt the earth move in my hands
Like the trembling heart
Of a captive bird
That was there, at my command
My Love.
And the first time, ever I lay with you
I felt your heart so close to mine
And I knew our joy
Would fill the earth
And last, til the end of time
My Love.
The first time, ever I saw
Your face


Every time I listen to this song, I remember one September morning when I arrived to Beograd airport and I see you for the firs time; it was an impossible description sensation and during a lot of time no words from our mouths, only a wonderful double smile and a real strong hug .
I have seen this “movie” so many times, my love and I become always touched when I remember it.
This song is for you and you can be sure that I keep having the same emotion, every time I see you again.
Next time it will be at Malpensa airport, in Milan, next 19 October, but it happens all days in my mind, and for ever.
Volim te, chako pako moe!!!

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Saber não ocupa lugar


O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER
Significado: Diz-se da pessoa que não quer ver o que está bem na sua frente. Nega-se a ver a verdade.
Histórico: Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D'Argenrt fez o primeiro transplante de córnea num aldeão chamado Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos para Angel, que assim que passou a ver ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que lhe arrancasse os olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou para a história como o cego que não quis ver.

ANDAR À TOA
Significado: Andar sem destino, despreocupado, passando o tempo.
Histórico: Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está "à toa" é o que não tem leme nem rumo, indo para onde o navio que o reboca determinar. Uma mulher à toa, por exemplo, é aquela que é comandada pelos outros. Jorge Ferreira de Vasconcelos já escrevia, em 1619: - Cuidou de levar à toa sua dama.

ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS
Significado: Lugar longe, distante, inacessível.
Histórico: Como todos sabem, depois de trair Jesus e receber 30 dinheiros, Judas caiu em depressão e culpa, vindo a suicidar-se enforcando-se numa árvore. Acontece que ele se matou sem as botas. E os 30 dinheiros não foram encontrados com ele. Logo os soldados partiram em busca das botas de Judas, onde, provavelmente, estaria o dinheiro. A história é omissa daí para afrente. Nunca saberemos se acharam ou não as botas e o dinheiro. Mas a expressão atravessou vinte séculos.

QUEM NÃO TEM CÃO CAÇA COM GATO
Significado: Ou seja, se você não pode fazer algo de uma maneira, faz de outra.
Histórico: Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, adulterou-se. Inicialmente dizia-se "quem não tem cão caça como gato", ou seja, esgueirando-se, astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos.

PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA
Significado: Estar distante, pensativo, alheio a tudo.
Histórico: Esta é bíblica. Como vocês sabem, o bezerro era adorado pelos hebreus quando se afastavam da sua religião e, noutras ocasiões, sacrificados a Deus num altar. Quando Absalão, por não ter mais bezerros, resolveu sacrificar uma bezerra, o seu filho menor, que tinha grande carinho pelo animal, opôs-se. Em vão. A bezerra foi oferecida aos céus e o garoto passou o resto da vida sentado do lado do altar "pensando na morte da bezerra". Consta que meses depois veio a falecer.

NÃO ENTENDER PATAVINA
Significado: Não saber nada sobre determinado assunto. Nada mesmo.
Histórico: Tito Lívio, natural de Patavium (hoje Pádua, na Itália), usava um latim horroroso, originário de sua região. Nem todos entendiam. Daí surgiu o Patavinismo, que originariamente significava não entender Tito Lívio, não entender patavina.

SEM EIRA NEM BEIRA
Significado: Pessoas sem bens, sem posses.
Histórico: Histórico: As casas do Brasil Colonial possuíam telhado formado por três linhas de telhas sobrepostas. Quando chovia, estes planos lançavam as águas para a rua e para o fundo do terreno. Abaixo do telhado, havia detalhes, chamados de eira, beira e entre beira, que serviam não só como adorno, mas também para distinguir as diferentes classes sociais dos proprietários. Quanto mais detalhes, mais rico o dono da casa. Assim, uma casa que não tivesse eira nem beira mostrava a condição humilde de seu dono!

VAI TOMAR BANHO
Significado: Quando alguém aborrece a nossa paciência, dizemos esta frase!
Histórico: Em "Casa Grande & Senzala", Gilberto Freire analisa os hábitos de higiene dos índios versus os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como corolário dos contactos comerciais, o europeu contagiou-se com sífilis e com outras doenças transmissíveis e desenvolveu o medo ao banho e horror à nudez, o que muito agradou à Igreja. Ora, o índio não conhecia a sífilis e lavava-se da cabeça aos pés nos rios, além de usar folhas de árvore para limpar os bebés e lavar no rio as redes nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses, abafado em roupas que não eram trocadas com frequência e raramente lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância aos índios. Então os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos portugueses, mandavam que fossem "tomar banho".

CALCANHAR DE AQUILES
Significado: O ponto fraco de uma pessoa.
Histórico: De acordo com a mitologia grega, Tétis, mãe de Aquiles, a fim de tornar o seu filho indestrutível, mergulhou-o num lago mágico, segurando-o pelo calcanhar. Na Guerra de Tróia, Aquiles foi atingido na única parte de seu corpo que não tinha protecção: o calcanhar.

CASA DA JOANA
Significado: Onde vale tudo, toda a gente pode entrar, mandar, prostíbulo e de lugares em que a bagunça, a farra e a promiscuidade predominavam.
Histórico: Essa frase teve origem no século 14, quando uma mulher abriu uma casa na qual se podia fazer de tudo. Essa mulher, obviamente, chamava-se Joana e era a condessa de Provença e rainha de Nápoles. Em 1347, aos 21 anos, Joana regulamentou os bordéis da cidade de Avignon, onde vivia refugiada. A jovem sempre teve uma vida cheia de confusões. Outra versão, esta brasileira, diz que na época do Brasil Império, mais especificamente durante a menoridade do Dom Pedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam encontrar-se num prostíbulo do Rio de Janeiro, cuja proprietária se chamava Joana. Como esses homens mandavam como queriam no país, ficou a frase .


CONTO DO VIGÁRIO
Significado: Sinónimo de falcatrua e malandragem.
Histórico: Duas igrejas de Ouro Preto receberam uma imagem de santa como presente. Para decidir qual das duas ficaria com a escultura, os vigários contariam com a ajuda de Deus, ou melhor, de um burro. O caso era o seguinte: colocaram o burro entre as duas paróquias e o animalzinho teria que caminhar até uma delas. A escolhida pelo quadrúpede ficaria com a santa. E foi isso que aconteceu, só que, mais tarde, descobriram que um dos vigários havia treinado o burro.


DOURAR A PÍLULA
Significado: Melhorar a aparência de algo.
Histórico: Antigamente as farmácias embrulhavam as pílulas em papel dourado, para melhorar o aspecto dos remédios amargos.

O CANTO DO CISNE
Significado: Representa as últimas realizações de alguém.
Histórico: Dizia-se que o cisne emitia um belíssimo canto pouco antes de morrer.

ESTÔMAGO DE AVESTRUZ
Significado: Quem come de tudo.
Histórico: O estômago do avestruz é dotado de um suco gástrico capaz de dissolver até metais.

LÁGRIMAS DE CROCODILO
Significado: É uma expressão usada para se referir ao choro fingido.
Histórico: O crocodilo, quando ingere um alimento, faz forte pressão contra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele chora enquanto devora a vítima.

MEMÓRIA DE ELEFANTE
Significado: Diz-se que as pessoas que se recordam de tudo têm memória de elefante.
Histórico: O elefante lembra-se de tudo aquilo que aprende, por isso é uma das principais atracções do circo.

OLHOS DE LINCE
Significado: Ver longe.
Histórico: Esses bichos têm a visão apuradíssima. Os antigos acreditavam que o lince podia ver através das paredes.

CUSTAR OS OLHOS DA CARA
Significado: Serve para designar preços exagerados em qualquer relação comercial.
Histórico: Um costume bárbaro de tempos muito antigos deu início ao uso dessa expressão. Consistia em arrancar os olhos de governantes depostos, de prisioneiros de guerra e de pessoas que, por serem influentes, ameaçavam a estabilidade dos novos ocupantes do poder. Pagar alguma coisa com a perda da visão tornou-se sinónimo de custo excessivo, que ninguém poderia pagar. Um dos primeiros a registar o dito foi o escritor romano Plauto (254- 184 a .C.), numa das 130 peças de teatro que escreveu.

TIRAR O PAI DA FORCA
Significado: Ter pressa.
Histórico: Essa frase é atribuída ao facto de Santo António, estando em Pádua, ter que ir apressadamente até Lisboa para livrar o seu pai da forca, lenda muito conhecida que nos legou essa frase que tem tanta actualidade hoje em dia, onde quase toda a gente corre "como quem vai tirar o pai da forca".


SAIR À FRANCESA
Significado: Sair de uma festa ou cerimónia sem se despedir.
Histórico: Pode ter origem num costume francês ou na expressão "saída franca", indicando mercadorias sem impostos, que não precisam ser conferidas. Como os franceses primam justamente pela etiqueta, não concordaram com a frase e mudaram-na para "sair à inglesa". Alguns pesquisadores situam o aparecimento da expressão na época das invasões napoleónicas na Península Ibérica (1810-1812), mas o escritor Nicolau Tolentino de Almeida (1740-1811), cuja poesia satírica visava os usos e costumes de Lisboa, registou-a muito antes nestes versos: "Sairemos de improviso/ despedidos à francesa".

FICAR A VER NAVIOS
Significado: Ficar sem nada.
Histórico: Dom Sebastião, tinha morrido na batalha de Alcácer-Quibir, mas o seu corpo nunca foi encontrado. Por esse motivo, o povo português recusavase a acreditar na morte do monarca. Era comum as pessoas visitarem o Alto de Santa Catarina, em Lisboa, para esperar pelo rei. Como ele não voltou, o povo ficava a ver navios.




terça-feira, 29 de julho de 2008

Passado e presente: 5 - ZERO



A revista "ZERO", é uma publicação mensal espanhola, dedicada especialmente aos leitores gays, a qual assino e vivamente recomendo. O seu conteúdo, de excelente apresentação gráfica, dá-nos a conhecer, sem qualquer tipo de pornografia os reais problemas da população GLBT, não só de Espanha, mas do mundo inteiro. Talvez por haver no país vizinho este tipo de publicações, sérias e acérrimas defensoras dos direitos destas minorias, esteja a Espanha na vanguarda dos direitos adquiridos neste campo. É uma publicação que soube angariar, pelo seu estilo uma multiplicidade de anunciantes de alto poder e representativos de marcas e companhias que sabem onde investem...Encontra-se disponível nalguns pontos de venda especializados em publicações internacionais, embora o seu custo seja algo elevado para o nosso nível de vida. Todavia, a sua assinatura, que tem inclusive um preço especial para Portugal, torna-se muito atractiva. Em números atrasados, foi nesta revista que "saíram do armário", pessoas de índole diversa, tais como um alto posto do exército, um padre, alguns nomes conhecidos dos "media" em diversos campos e tanta gente anónima, que encontra nela a forma de se encontrarem consigo próprios. Infelizmente, não tenho nos tempos mais próximos, a mínima esperança de poder encontrar no mercado nacional a oferta de uma publicação semelhante. É pena, pois com ela seria mais fácil abrir mentalidades retrógradas e esclarecer muita gente da normalidade de "ser diferente".


(Original publicado em 8 de Novembro de 2006)


Adenda actual: Encontra-se desde há dias à venda em Portugal uma revista destinada essencialmente à população LGBT (mas não só), que sem a categoria da Zero, não envergonha ninguém, que é a Com’Out; espero que o nível do segundo número se mantenha ou melhore ainda e que o número de leitores permita que a publicidade actualmente existente se fidelize e possa até aumentar.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Sete palmos de terra (o fim)

“Sete palmos de terra” (six feet under) foi, quanto a mim a mais bem conseguida série de sempre. Baseada num núcleo familiar formado por uma mãe e três filhos: dois rapazes e uma rapariga (já que o chefe de família morre no primeiro episódio), que tem como actividade profissional uma agência funerária à frente da qual estão os dois filhos, sendo o mais novo gay e envolvido sentimentalmente com um polícia negro.
Em cada episódio há, de início, uma morte, e é no meio do desenrolar das actividades fúnebres desse falecimento, que se vão expondo as alegrias, os dramas e os sentimentos de cada um dos personagens, não só dos componentes da família, mas dos outros que lhes estão próximos e dos que vão aparecendo e desaparecendo.
Sem nunca cair no drama profundo, e procurando encarar a morte de uma forma o mais natural possível, as personagens vão-se definindo cada vez melhor e vão-nos mostrando, apesar de todos os problemas, laços familiares profundos.
Retrato de uma América longe das grandes metrópoles, esta série teve cinco partes (seasons), e ao longo de alguns anos ganhou variados prémios, quer como série, quer nas primorosas interpretações.
Vi há pouco aqui o vídeo promocional da 4ª. parte, de longe o mais conseguido dos vídeos promocionais, e lembrei-me de mostrar o final da série, os últimos seis minutos do último episódio da 5ª. parte, em que Claire, a filha, numa viagem de automóvel, vai mostrando o que não podia ser mostrado, por ainda não ter acontecido, principalmente os falecimentos de todos os personagens principais, incluindo o dela própria (exceptuam-se os falecimentos do pai e do irmão mais velho, que aconteceram durante o desenrolar da série).
É um vídeo excelente, comovente e que jamais será esquecido por todos, e foram muitos, os que seguiram esta magnífica série.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Oiçam "isto"...



Este menino, de seu nome Élvio Santiago, consegue quase o impossível: cantar mal e com essa voz apresentar a canção mais estúpida que já ouvi, supostamente moderna no cérebro pequenino do autor, apenas porque tem termos informáticos.
Fui encontrar esta preciosidade no muito interessante blog do amigo Voyager, a quem peço desculpa do "roubo" descarado.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Ainda o caso Maddie


Concordo que o caso está mais que debatido e não deveria voltar a falar no assunto.
Concordo que é revoltante ver toda a amplitude mediática dada a este caso, em comparação a tantos outros dramas idênticos, só porque “aqui” há toda uma máquina monetária muito bem oleada por detrás.
Concordo que sou completamente leigo em matérias legais e não estou assim, à altura de emitir doutos pareceres.
Concordo que apesar de tudo o que critico no meu país, tenho muito orgulho em ser português e fico f*****, quando vejo as pessoas dizerem mal do meu país, sem razão.
Concordo que há um oportunismo imenso no lançamento do livro de Gonçalo Amaral, sobre este caso.
Concordo que, apesar de ser leigo, tenho opiniões, que se baseiam em leituras pessoais do caso e que tais conclusões não são de modo algum favoráveis ao casal, pais da criança.
Concordo, mesmo sem ter lido o tal livro oportunista, e pelos excertos já tornados públicos, que o mesmo põe o dedo em muitas feridas.
Por causa de tanta concordância, acho um tremendo erro da Procuradoria Geral da República, arquivar este processo.
Acho ainda mais, que as “ameaças” de processamento de entidades várias, com realce para o casal, só são formas de atirar areia para os olhos das pessoas.
E acho que há xenofobia institucional da parte de autoridades e media ingleses, nomeadamente no “recuo” estratégico dos laboratórios de Birmingham e na forma como a polícia portuguesa é enxovalhada dia a dia pela imprensa e povo ingleses.Concordo e acho, concluindo, que este é um caso verdadeiramente sórdido, de que a única e verdadeira vítima foi a pequena Maddie.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Passado e presente: 4 - CHAKO PAKO MOE!!!!!!

No passado sábado, durante o pic-nic, revi o velho amigo Lampejo, que na altura do desaparecimento da primeira parte do meu blog, conseguiu, devido às suas enormes capacidades informáticas, recuperar-me a quase totalidade desse blog desaparecido (apenas falta o mês de Maio de 2007), tendo eu comigo apenas meia dúzia de posts; agora, tenho todo o blog recuperado num CD, que ele me entregou.
Claro que faltam algumas fotos e vídeos; e que muitos posts perderam actualidade; mas há alguns que terei muito prazer em repor aqui, o que já comecei a fazer no passado dia 20 de Maio, numa rubrica intitulada “Passado e presente”. Assim aqui vai outro post desse velho blog, datado de 7 de Novembro de 2007.


Não é um grito guerreiro, tão pouco um pedido de ajuda. É tão somente, e numa língua pouco conhecida, o chamamento afectuoso de quem se gosta. Não é vontade minha pessoalizar este blog com posts visando particulares direcções. A excepção fica a dever-se ao desconhecimento da língua portuguesa de alguém que eu muito gostaria que percebesse o sentido destas palavras. Fica o título, esse sim bem perceptível , para esse alguém.

(Volim i ja tebe, Déjan)

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Foi nas Caldas...

Foi ontem, na mata das Caldas, num dia escolhido a dedo quanto à temperatura, em que o Sol fez como que uma pausa, para nos receber fresquinho naquela aprazível cidade.
Por iniciativa do Miguel, lá nos reunimos alguns bloguistas, sós ou acompanhados por quem lhes quer bem…
Foi um muito são convívio, em que a “ementa” preparada com esmero pelo chefe Miguel, inexcedível na forma de receber, aliás muito bem secundado pelo seu simpático “mais que tudo”, foi depois cozinhada por excelentes “chefes” com destaque para o Lampejo que parecia um experimentado maestro a dirigir os grelhados, enquanto o Tongzhi não deixava os seus créditos de bom preparador de sangria por mãos alheias…
E estávamos protegidos de intrusos pelo cão da Jasmim, que foi bom conhecer.
Falou-se, riu-se, “cuscou-se” num ambiente descontraído, amigo e divertido: mais alguns conhecimentos foram feitos, e eu, fiquei a conhecer pessoalmente, além do Miguel, o Mário e os respectivos namorados, todos excelentes pessoas; e conheci o meu homónimo João Galego, que acompanhou os pais e esteve sempre atento, bem disposto e participativo.
O resto do pessoal já eram “velhos” amigos , entre eles a Teresa (uma simpatia), o Catatau sem blog, mas pertencente já a todos ou quase todos os blogs, acompanhado do cada vez mais simpático e comunicativo J.
Uma palavra para a Lídia, que é quase meio blog, do Luís, e que corroborou a excelente ideia que dela já tinha.
Um obrigado ao Paulo e Zé pela boleia e uma palavra final para um velho amigo que reencontrei – o Lampejo! Precisas de aparecer mais, rapaz.; deitar para trás das costas, coisas recentes, que só te trouxeram problemas e vamos lá a reanimar o blog…um enorme obrigado por “aquilo” que me levaste e do qual falarei em próximo texto.
Parabéns, Miguel, mais uma vez, pela iniciativa, pelo trabalho e pela excelente pessoa que mostras ser.

Blogs presentes: Minha Luz, Infinito Pessoal, Felizes Juntos, Antitesesetransparencias,
ilustração : "In the garden" de Pierre-August Renoir(1875)

sábado, 19 de julho de 2008

Penugem

Fiquei "apaixonado" por esta foto.
E fez-me lembrar momentos muito belos, com alguém, que apesar de ausente, está sempre presente...
I miss you, my love, all the ways!!!

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Três "rapidinhas"


Um homem para o carro no semáforo, a caminho de casa, no final de mais um dia de trabalho.
De imediato aparece um pedinte de mão estendida e voz tremula:
- Dá-me dinheiro para eu comer uma sandes..!
- Não!... Já são sete da tarde e depois não jantas!
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Um velhote de 90 anos casa com uma jovem de 20...
Em plena noite de núpcias, o homem vê a jovem muito nervosa e pergunta-lhe o que se passa.
- É que sou virgem e não sei fazer amor!
- Agora é que estamos lixados - diz o velhote, tu não sabes e eu não me lembro!
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Uma Freira velha pediu para escreverem na campa
Nasci virgem, Vivi virgem, Morri Virgem...

O cangalheiro achou que eram muitas palavras e escreveu:

"Devolvida sem ser fodida"
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quarta-feira, 16 de julho de 2008

O Obama já era...


Conto com o vosso voto, não vou desapontar-vos. O teu voto é precioso.

(Falta imperdoável, foi não referir que este vídeo me foi amàvelmente enviado por mail pelo amigo Rui Alexandre)

terça-feira, 15 de julho de 2008

Charlotte Wolff - "Bissexualidade"

Em 1982 comprei um livro que me despertou a curiosidade pelo seu tema e que não me defraudou de maneira alguma. Tratava-se do livro “Bissexualidade” da autoria de Charlotte Wolff, da editora “Perspectivas & Realidades”.
Esta autora nasceu na Alemanha e doutorou-se em Medicina, em 1928, na Universidade de Berlim, onde exerceu até 1933, dedicando-se também à poesia e filosofia. Obrigada a abandonar a Alemanha quando os nazis subiram ao poder, viveu em Paris, onde desenvolveu um interessante método de interpretação morfopsicológica da mão, e frequentou os meios surrealistas, entre os quais os seus trabalhos suscitaram vivo interesse, e tornou-se amiga de André Breton, Paul Eluard e Antoine de Saint-Exupéry.
Em 1936, convidada por Aldous e Maria Huxley, fixou-se em Londres, onde conheceu numerosos escritores da época, nomeadamente Virgínia Woolf, T.S.Eliot e Thomas Mann; gozou de uma grande reputação enquanto psiquiatra e foi uma pioneira em matéria de sexologia. Além do seu famoso estudo sobre a homossexualidade feminina, “Love between Women”(1971), publicou outras obras relacionadas com a sua investigação da mão, um romance – “An older love” (1976) e uma autobiografia – “Hindsight”. Charlotte Wolff faleceu em 1986.

Sobre este livro, ela própria afirma. “Este estudo pode ser considerado como a continuação dos meus estudos sobre o lesbianismo. A homossexualidade tem com efeito as suas raízes na bissexualidade, cuja existência é reconhecida há mais de um século por psiquiatras e psicólogos. Estes últimos, no entanto, não a invocam senão para explicar outras variantes sexuais e sem propor uma definição precisa. Até agora não existia nenhum estudo aprofundado sobre a bissexualidade. Tentei preencher a lacuna. “
É assim, a primeira vez que se estuda de forma metódica e sistemática a bissexualidade. A grande maioria dos homens e das mulheres ditos “normais” divertir-se-iam se alguém exprimisse a ideia de que poderiam ter relações homossexuais, se bem que, no fundo de si mesmos, estejam vagamente conscientes de possuir as características mentais e afectivas do sexo oposto. Uma das riquezas deste estudo são os documentos auto-biográficos publicados no final. É aí que os bissexuais contam as suas sensações, experiências e aventuras com uma total liberdade de linguagem, sem quaisquer falsos pudores.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

O "meu" outro blog


Fui honrado com um convite para começar a postar no blog Código Secreto, que conheci há pouco tempo, devido a ter sido feito e aceite, idêntico pedido ao Paulo.

É um blog diferente, em que se podem expressar situações que saíam um bocado da esfera de limites deste blog, não porque sejam obscenas, apenas porque se destinam não a toda a gente.

Iniciei a minha colaboração aí, com uma piada que até poderia ter aparecido aqui, mas sem uma foto tão "sugestiva", como a que lá está...

Claro que a minha postagem ali será mais espaçada, mas convido todos os eventualmente interessados a irem por lá passando.

Abraço a tod@s.

domingo, 13 de julho de 2008

Camané...e amigos

Quase de surpresa, fui esta noite ao CCB, assistir ao concerto de Camané, integrado no Festival Música Portuguesa Hoje, e em que o conhecido fadista juntou três amigos: os pianistas Bernardo Sassetti e Mário Laginha e o contrabaixo Carlos Bica.
Foi a primeira vez que assisti a um concerto de Camané ao vivo e devo dizer que fiquei maravilhado; não sou um conhecedor profundo do fado, mas gosto de o ouvir, e é curioso que sendo femininas as vozes mais conhecidas deste tipo de canção, com Amália e Mariza, cada uma no seu tempo a monopolizá-lo, eu sempre preferi a voz masculina a cantar o fado: Camané é um excelente exemplo dessa minha preferência que tem a sua expressão máxima em Manuel de Almeida, tão depressa esquecido, em Carlos Ramos (“Não venhas tarde” é um marco na canção nacional), Fernando Maurício e chegando aos mais comerciais e não menos interessantes Carlos do Carmo, João Braga e até João Ferreira Rosa; claro que não posso esquecer o velho Marceneiro…
Camané, sem nunca deixar de interpretar fados populares, sempre recusou o “popularucho”, e os fados do seu repertório estão cheios de mensagens, não digo elitistas, que é coisa que ele nunca foi, mas de uma forma mais “elevada” de ver o fado; mas Camané canta tão naturalmente que isso quase passa desapercebido: a mensagem que ele deseja transmitir e que vem apurando de disco para disco.
Além disso, a sua presença é de uma simpatia contagiante e isso pôde-se ver esta noite onde a cumplicidade com Laginha e Sassetti foi total; sim, faltou a guitarra portuguesa, mas sobrou piano e do bom; como prenda especial, mais um amigo nos trouxe Camané: Carlos Bica, e que bem soa o fado com os dolorosos gemidos do contrabaixo.
Sala cheia e entusiasmada para uma noite inesquecível

Sei de um rio
sei de um rio
em que as únicas estrelas
nele sempre debruçadas
são as luzes da cidade
Sei de um rio
sei de um rio
rio onde a própria mentira
tem o sabor da verdade
sei de um rio
Meu amor dá-me os teus lábios
dá-me os lábios desse rio
que nasceu na minha sede
mas o sonho continua
E a minha boca até quando
ao separar-se da tua
vai repetindo e lembrando
sei de um rio
sei de um rio
E a minha boca até quando
ao separar-se da tua
vai repetindo e lembrando
sei de um rio
sei de um rio
Sei de um rio
até quando.

Outro amigo houve também neste concerto: o Mike, que teve a amabilidade de me convidar e que foi um prazer muito grande ter conhecido; ainda deu para uma boa troca de impressões, musicais e não só, mas soube a pouco…como é bom ganhar um novo Amigo!!!!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Olá, mana...


Após cinco anos de separação revi hoje a minha irmã mais velha; veio hoje jantar a minha casa e foi comovido o nosso reencontro. Veio do Brasil, onde residia há muitos anos e onde residem as filhas e netos; veio ao encontro da felicidade, após uns últimos tempos muito conturbados, com dois factos relevantes: um divórcio após 40 anos de casamento e uma luta feroz contra a morte, em que esteve mais para lá do que para cá e que soube vencer porque sempre quis viver…
De todos os meus irmãos, é a mais velha, mas pouco mais que eu; com ela brinquei e de todos é o irmão mais parecido comigo: determinada, teimosa e impaciente. A cumplicidade entre nós mantém-se intacta e hoje tantas coisas vieram à memória e tanto segredo prescrito foi revelado.
Fui o primeiro a ser informado das suas decisões, as quais apoiei, apesar do risco corrido, mas que parece terem sido as mais acertadas; fui também a pessoa que “fez a ponte” entre ela e o seu novo companheiro, com o resto da família e fico feliz por ter dado atempadamente as garantias que alguns duvidavam.
A minha experiência com o Déjan foi nisso um dado muito importante; é agora no seu caso que o meu coração se apoia para ter, a médio prazo. o mesmo desfecho feliz com o homem com quero compartilhar o resto da minha vida.
Que sejas muito feliz, mana!

quarta-feira, 9 de julho de 2008

For once in my life



FOR ONCE IN MY LIFE

I HAVE SOMEONE WHO NEEDS ME
SOMEONE I’VE NEEDED SO LONG
FOR ONCE UNAFRAID
I CAN GO WERE LIFE LEADS ME
AND SOMEHOW I KNOW I’LL BE STRONG
OH ! ONCE I CAN TOUCH
WHAT MY HEART USE TO DREAM OF
LONG BEFORE I KNEW, SOMEONE LIKE YOU
WOULD NEVER DREAM, OF MAKING MY DREAMS COME TRUE
OH ! ONCE IN MY LIFE
I WON’T LET SORRY HURT ME
NOT LIKE IT’S HURT ME BEFORE
OH ! FOR ONCE I HAVE SOMETHING
I KNOW WON’T DESERT ME
CAUSE I’M NOT ALONE ANYMORE
OH ! ONCE I CAN SAY
“THIS IS MINE YOU CAN’T TAKE IT”
AS LONG AS I KNOW I’VE GOT LOVE
I CAN’T MAKE IT
FOR ONCE IN MY LIFE
I’VE GOT THAT SOMEONE WHO NEEDS ME


That’s for you, my love: this song, this poem, this post.
Thanks’ for all your support to me in the last days; you knows how much difficult was this last separation, the most difficult till now, perhaps because you have been in my house and now everything reminds me you…
After all, the pain to be so far and such a long time without you, I am really very happy, because our love; no, we must not think October is just coming, we must wait day by day, but we know, both of us, that it will be wonderful in Italy, my love.
I like this song very much and the poem is really what I wanted tell you, just now, but I NEVER can forget our song – “You raise me up”, because you do it, each moment…


(Este vídeo descobriu-o no excelente blog "Gritosmudos", a quem agradeço.)

terça-feira, 8 de julho de 2008

Prioridades



“No mundo actual investe-se cinco vezes mais em medicamentos para a virilidade masculina e em silicone para mulheres, do que em investigação para a cura da “Doença de Alzheimer”.
Daqui a alguns anos, teremos velhas com enormes tetas e velhos com o pénis duro; mas nenhum deles se recordará para que servem” !!!!!!!!

segunda-feira, 7 de julho de 2008

SAGA - Ópera extravagante


Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho.
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim.

(Sophia de Mello Breyner Andresen)


Ao longo dos quase 34 anos da sua existência, o Teatro «o bando» tem procurado intervir activa e civicamente na sociedade, destacando-se no panorama teatral português, pela singularidade e criatividade dos seus espectáculos. As máquinas de cena e os espaços cénicos insólitos (vi uma peça passada em duas viagens de um comboio em andamento, e outra representada numa pocilga), constituem o apanágio de um grupo cuja contemporaneidade se produz, também, no respeito pelas raízes históricas e culturais nacionais e no seu questionamento através da dimensão estética. Os espectáculos criados surgem como pretextos escultóricos, musicais, de actualidade política, capazes de estimular a criação teatral, a qual se pretende seja sempre surpreendente e incómoda, sempre estranha e reconfortante quando se grava enigmaticamente na memória.*
O seu director artístico, João Brites, encenou esta peça operática – “SAGA – ópera extravagante”, a partir de dois textos de Sophia ( “Silêncio” e “Saga”), em co-produção com a Marinha, através da excelente Banda da Armada, dirigida pelo maestro Carlos Ribeiro, e com uma muito conseguida composição musical de Jorge Salgueiro. Uma só actriz, Ana Brandão, vários cantores líricos, quase todos bastante jovens, dois cantores populares, sendo um deles o “eterno” Francisco Fanhais e ainda o vocalista do grupo de Heavy metal “Moonspel”, são os participantes deste espectáculo, muito bem construído, encenado, musicado e cantado. O local (claustro do Museu da Marinha) não poderia estar mais adequado a um espectáculo que tem como tema o mar e a paixão da protagonista por ele…
O frio (muito) que se fazia sentir, ia desaparecendo com o “crescendo” da peça e a imagem da inesquecível Sophia esteve sempre presente naquelas suas palavras que tendo o mar como base, não poderiam ser mais adequadas.
Uma palavra para a excelência dos músicos que constituem a Banda da Armada.

*)- esta parte do texto é essencialmente tirada do programa do espectáculo.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

"An Unusual Affair"


Jochen é um trintão, professor numa pequena cidade bávara, casado com Ina, professora na mesma escola, tem dois filhos e é feliz. A sua vida sofre no entanto uma súbita e enorme alteração, com a chegada a escola de um novo professor, Tom, jovem, atraente e que não tem problemas em assumir a sua homossexualidade; de início, Jochen sente-se confuso, mas pouco tempo depois é atraído por Tom, principalmente depois de uma concretização sexual durante uma excursão escolar e inicia aí um relacionamento afectivo com o colega. Ina não tem conhecimento de que no passado Jochen teve uma breve experiência homossexual, que se efectivou durante uns meses e que lhe deixou “marcas”, mas nota algumas modificações no comportamento do marido, nomeadamente a nível sexual. Jochen acaba por a pôr ao corrente da situação, e de repente encontra-se numa situação de escolha entre a sua vida familiar e o seu amor por Tom; e quando um aluno os observa beijando-se, é forçado a tomar opções…
É notável um diálogo, quase no final, quando Ina argumenta a favor da manutenção do casamento com a frase “só tenho uma vida” e Jochen lhe responde com a mesma frase.

No original, “Eine aussergewohnliche affare”, é uma série que foi transmitida por um canal germânico, em 2002, e cujo realizador é Maris Pffeiffer, e tem fabulosas interpretações de Hans-Werner Meyer (Jochen) e de Tatjana Blacher ( Ina).
Quem estiver interessado, há uma versão legendada em espanhol no LimeWire (Una relación poco cómun) e no no “You Tube” encontra-se o filme completo, dividido em 9 vídeos numa versão original e sem legendas, e sob o título original, em cima designado.

Apenas uma palavra para dedicar com muita compreensão e carinho este post a dois amigos muito especiais, que não necessitarei de nomear, e faço-o, não com a ideia de lhes sugerir soluções idênticas, totalmente longe disso, mas porque sentirão decerto, mais que ninguém, este drama.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Não sou suspeito...

Não sou suspeito, pois sou benfiquista de alma e coração...

Mas não sou "doente" a ponto de não achar graça a certas coisas que se façam à custa do "nosso" (seis milhões!!!) Benfica.

Divirtam-se.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Postmortem



Este vídeo, cujo título é este mesmo, não tem qualquer relação com o meu post anterior.É uma curta metragem muito bela, sensível e que tem a ver com as relações sentimentais de cada um, e as suas sequelas, postivas e negativas; dá para pensar, mas também para usufruir...