domingo, 5 de abril de 2009

"O João partiu"


Tomei conhecimento com o Catatau, como comentador do meu blog, logo no início do mesmo, no final de 2006. Conheci finalmente o João Manuel no jantar do ano passado, no final de Abril, tendo ficado bem na minha frente, para podermos finalmente conversar, cara a cara, tanta coisa que tinha ficado pendente nos nossos comentários; voltei a encontrá-lo num simpático almoço, com o Paulo e Zé, a Keratina e o Tong, em Alvalade.

Depois foi a enorme surpresa de o ter à minha espera e do Déjan, quando chegámos ao Porto, em Junho  e convivemos num maravilhoso jantar no cais de Gaia; finalmente, quem diria encontrámo-nos no inesquecível pic-nic das Caldas, em Julho.

Pouco tempo depois, numa das nossas habituais conversas telefónicas foi curto e duro:

“João, tenho um tumor”. Fiz um post sobre o assunto sem revelar o assunto…

Comecei a contactar os seus amigos mais íntimos, o Tong, o Paulo e o Zé, a Keratina, o Lampejo, a Duxa, e fomos acompanhando a sua doença com telefonemas de apoio, sabe-se lá as vezes em que tivemos de ser fortes para não trair o nosso pessimismo.

Desde o seu último internamento, fiquei perfeitamente ciente que o João nos iria deixar em breve, mas nunca tão cedo; no entanto, liguei-lhe na véspera da minha recente viagem a despedir-me e tive que finalizar apressadamente a conversa, pois ele estava tão cansado após falar 2 minutos, que não conseguia dizer mais nada.

Desde o meu regresso, na terça feira que tinha andado a adiar o telefonema a comunicar que já cá estava; mas hoje(ontem), falando com o Paulo à hora do almoço, ele comunicou-me que tinha falado com ele na véspera e que ele quase não podia falar e estava a receber oxigénio; resolvi ligar-lhe de imediato e mal percebi o que me disse, apenas percebi “beijo, adeus”. Quando desliguei, segundos depois, não contive as lágrimas e procurei o conforto do Paulo, da Keratina e do Tong, e a todos comuniquei que me tinha soado a despedida esse telefonema; tentei, em vão contactar o seu companheiro, J., mas ele ligou-me perto das oito da noite, lavado em lágrimas a comunicar-me que tinha vindo do I.P.O. e que o João o não tinha reconhecido, e que o seu estado se agravara nas últimas horas, irremediavelmente; procurei incutir-lhe ânimo e pedi para me ir pondo ao corrente da situação; não demorou um quarto de hora quando me voltou a ligar dizendo apenas: “O João partiu!”

Liguei aos amigos de sempre a comunicar o que não queria ter comunicado…

 

Que mais posso dizer do Catatau? Apenas que era um Amigo, um Amigo muito querido; uma pessoa com uma cultura muito acima da média, eclético, que era sem sombra de dúvida o mais completo comentador que conheci na blogosfera; tinha um coração doce e uma energia contagiante, era também um Homem que acreditava na vida  e tinha o condão de o saber mostrar.

Sofreu muito, mesmo muito, e apenas o fim desse martírio me alivia minimamente a dor que sinto.

 

Deixo aqui algumas passagens por ele deixadas nos comentários feitos neste blog e deixo esta foto, que hesitei em pôr aqui e foi tirada na última vez que o vi, no jantar do cais de Gaia; mas ele está tão bem, tão feliz, que é esta imagem que eu quero recordar dele.

Descansa em paz, João!!!

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“Sabes? Não tenho medo de envelhecer fisicamente (acho que estou melhor agora do que aos vinte), tenho é muito medo da velhice incapacitante, seja motora ou psicológica. Da velhice que me envergonhe, que dê trabalho aos outros, que faça de mim um imprestável.” 

 

“Os amigos, tenham eles a cara e o corpo que tenham, são sempre o nosso tesouro privado. E principalmente são significantes!”

 

 

“ Vai, rapaz, vai nas asas do vento ter com o ar que respiras!”

 

 

 

“Faz sentido a tua análise da comunidade blogueira. Já cá ando há tempo suficiente para perceber de que são feitos os blogs. Acima de tudo são uma intenção aberta a um outro que é plural. E como de pluralidade se trata, é natural que se formem "públicos", que se estabeleçam afinidades, cumplicidades e (lá vou eu escrever uma palavra que cada vez gosto menos de usar pela desbragada parolice com que a usam) afectos.
Assim, para todos os que navegam, há os imprescindíveis, os imperdíveis, os habituais, os de corpo presente, os que despertam curiosidade, os pet hate (para masoquistas), enfim, dependendo do tempo e da paciência, há-os para todas as ocasiões, gostos, áreas, pró menino, prá menina e para tod@s.
Mas sabes o que sempre me seduziu na blogosfera? Imaginar uma pessoa do lado de lá que quer partilhar com quem desconhece um mundo real ou fictício. Saber que através dos comentários ela tem feed-back. Ela dá-me (o que quer que seja), mas eu também lhe dou (o que me vier aos dedos). Os dois desobrigados, num laço virtual que pode evoluir ou não. Que pode quebrar, fossilizar, seduzir ou tornar-se parte integrante do quotidiano dos dois. Um laço familiar, portanto.”

 

“Tenho amor, não tenho palavras (era só o que me apetecia agora dizer). 
Mas digo mais: tenho um amor agarrado ao coração vai para 14 anos. Deus queira que me não falhem os batimentos por muito tempo. E se falharem, que ele possa ficar ali - abrigado - à espera de o viver mais um segundo. À espera de o viver mais um momento.

 

 

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quinta-feira, 2 de abril de 2009

" a fé e o império"


Há dias o amigo Arsène Lupin desafiou-me para abrir um livro na página 161 e transcrever aqui a 5ª. frase inteira que lá encontrasse. Como já há tempos tinha respondido a um desafio semelhante, o qual foi escrupulosamente cumprido, e como o próprio desafiador, (e muito bem) fez alguma batota com esse desafio, eu resolvi aproveitar a sugestão batoteira e não transcrever nenhum parágrafo da página 161, até porque o livro que tinha em mãos não chega a ter 161 páginas; e sendo assim resolvi transcrever um pequeno texto intitulado “A fé e o império” e que começa por ter uma frase introdutória de Álvaro de Campos: “A plácida face anónima da morte”.

Este texto faz parte do livro “Memória” de Álvaro Guerra, que li agora nas férias e sobre o qual falarei num próximo post.

Não vou passar este desafio a ninguém, mas gostaria que alguém, com batota ou não, aceitasse este desafio.

 

Que fé os levantava em sabor de sangue e de martírio contra os irmãos que não reconheciam? Meca e Jerusalém não são muito distantes, é verdade, e todos os mitos se assemelham; a mesma decadência levanta catedrais e mesquitas, a mesma violência reconhece e extermina os outros, os idólatras, os filhos das árvores, das águas ou do vento. Na face daquele morto coberto de golpes onde o sangue coagulava e cujo corpo, preso ao pau de sibe pelos pés e pelas mãos, pendia como uma peça de caça, reconheci a marca de todas as heresias, de todos os privilégios (mesmo os mais elementares) e nos rostos, negros também, dos caçadores vi o gosto das efémeras vitórias e a morte sacrossanta brilhando nos seus olhos. Ofereciam-me um morto anónimo e armado de uma velha pistola e de uma ideia profana. E eu não queria aquele cadáver – não queria morte nenhuma, muito menos uma morte injusta. Não queria nenhum escravo de si próprio nem nenhum escravo dos outros – não me queria. Não queria a fé nem o império – toda a epopeia é uma ilusão fugaz.”

terça-feira, 31 de março de 2009

Back home...


Começa a ser recorrente um post como este, no regresso a casa e à vida normal após um período (sempre curto) de convivência diária com o Déjan.

Desde que nos conhecemos, no final de 2005, (e pese embora tenhamos protelado o nosso primeiro encontro, o qual só se veio a efectivar em Setembro de 2006, pois não queríamos apenas uma aventura nem dar passos no escuro, mas algo com bases sólidas), encontrámo-nos nove vezes: três em Belgrado, três aqui em Lisboa, uma em Zadar (Croácia), na casa do pai dele que estava na altura nos EUA, e duas vezes em “território neutro”, Londres e Milão, cidades onde tenho amigos que nos puderam receber em suas casas, pois as nossas posses são incompatíveis com hotéis em cidades já de si caras… Esgotadas as hipóteses neutras, resta-nos voltar a encontrar-nos nos nossos habitats  e assim em final de Junho, o Déjan regressará a Lisboa!!!! Pode ser que entretanto ganhe o euro milhões e  possamos dar-nos ao luxo de compartilhar outros destinos…

Esta viagem foi muito especial e importante, pois seguiu-se a um período particularmente  difícil para mim, em que senti a falta do Déjan mais do que nunca. Foi a vez em que menos saímos ou melhor, a vez em que estivemos em menos sítios, pois frequentámos bastante um óptimo Irish Pub, na mesma rua onde mora o Déjan, sítio agradável a qualquer hora do dia ou da noite. A convivência com as amizades dele alargaram-se, o que muito me agradou, embora continue a haver o grande óbice de não podermos assumir publicamente a nossa relação, pois na Sérvia a homossexualidade ainda é vista de uma forma mais homofóbica do que aqui em Portugal.

Pergunto-me a mim mesmo o que pensarão os dois grandes amigos dele e que também já considero como tal, de visitar tanto o Déjan e vice-versa, ainda por cima com uma diferença de idades tão considerável; o que é um facto é que não noto a menor animosidade, antes pelo contrário, há uma crescente empatia entre mim e eles.

Também ali passei o meu aniversário, com uma pequena festa para 7 pessoas, e que correu particularmente bem; graças ao “You Tube”, viu-se e ouviu-se Portugal nessa noite!!! E a arrozada de marisco que preparei foi um sucesso…

Agora é contar os dias que faltam para o regresso aqui do Déjan, onde não há inibições e podemos fazer a nossa vida comum normalmente, quer em relação à família, aos amigos e mesmo às pessoas com quem convivo no dia a dia, pelo que claro, prefiro tê-lo aqui, do que estar com ele em Belgrado. E vou aproveitar para continuar a mostrar-lhe este nosso belo cantinho, privilegiando desta vez os distritos da Beira Litoral, numa escapada de 2/3 dias.

Entretanto, algo de bastante importante se poderá passar em relação a cada um de nós, ainda antes do nosso reencontro; em relação ao Déjan, poderá finalmente ter acabado o curso de medicina e iniciar o estágio; e quanto a mim, estou algo optimista  e espero  que não seja demasiado, acerca da  resolução de um problema que há muito se arrasta e que se vier a acontecer terei o prazer de aqui dar conhecimento, pois é uma história kafkiana, no mínimo…

Irei no final da próxima semana passar a Páscoa com a minha Mãe, à Covilhã, o que também me fará bem e está também no “programa”, algo de realmente surpreendente: é uma viagem, infelizmente sem o Déjan, a realizar na última semana de Maio; mas a isso voltarei…

O meu pensar está neste momento na Sérvia e no sorriso de alguém que amo muito e de quem já tenho saudades imensas!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Alguns apontamentos

Aqui estou em Belgrado, e apesar de já conhecer por assim dizer toda a cidade, ainda há coisas novas a descobrir aqui e assim visitei agora esta magnífica igreja, dedicada a S.Miguel;  na religião ortodoxa, cada família tem o seu patrono e é precisamente S.Miguel o patrono da família do Déjan;  no dia do santo respectivo, as famílias comemoram esse facto, juntando-se e recebendo amigos dos seus membros.  Esta é uma bela igreja e tem a diferença de ter uma cúpula não abobadada, como é caracteristica da quase totalidade das igrejas ortodoxas.

Hoje comemoro mais um aniversário, e é pela primeira vez que o passo fora do país, por opção, já que, por obrigação e grande tristeza minha, durante três anos consecutivos o passei sem família ou amigos, bem longe em Africa, entre 1972 e 1974; desta vez estou aqui com alguém que me é muito querido  e só agora, ao fim de quatro anos, passamos esta data juntos. Vou fazer uma pequena jantarada e seremos sete pessoas, pois além de nós dois estarão os seus três maiores amigos, a namorada de um deles e a esposa de outro...vamos ver como me safo...

Já tive o meu melhor presente, pois ficou definitivamente combinado que o Déjan vai passar as duas primeiras semanas de Julho a Portugal; falta apenas marcar os dias e comprar os bilhetes, e claro apanhará o concerto dos Metallica no dia 9... De resto ficaremos por Lisboa, com uma incursão de dois dias ao litoral centro, com base em Coimbra ou Leiria, pois há muito a ver por esses lados.

Mas recebi um cartão de parabéns enviado pelo meu gato Boris, penso que conluiado com a gata Teka e que mostra bem o desagrado pela minha ausência; prometo compensá-los com festas e mimos, quando regressar.

Tenho lido os blogs amigos, sem os comentar, está claro, à excepção de duas ou tres vezes por razões excepcionais;  e um dos assuntos bastante referidos e é caso para isso e eu normalmente também o teria feito, é sobre as infelizes declarações do “Bentinho” na sua viagem africana  acerca do uso do preservativo. A posição da Igreja no que se refere a certos assuntos actuais tem sido sistemáticamente retrógrada e parece que cada vez mais, o que tem como consequência um progressivo afastamento de fiéis, já que não reconhecem nesta cadeia hierárquica, a começar no Papa, os reais representantes da doutrina de Cristo, mas continua a ser, com o estado do Vaticano como melhor exemplo, um mundo de gente que vive “fora dos nossos tempos” e se já não há a ostentação de há uns tempos atras, ainda se nota muita opolência a contrastar com a pobreza de tanta gente;  daí me ter impressionado rever, num vídeo descoberto aqui, uma fabulosa sequência de um memorável filme de F.Fellinni  - “Roma”, e que apesar de tantos anos terem passado, continua a ter razão de ser, e a mostrar a ridicularização da Igreja;  é um poderoso libelo contra as altas hierarquias da Igreja e ...não só! Aqui ficam as imagens com a marca felliniana bem marcada e todo o seu anti-clericismo.



 

P.S. – Um enorme abraço de Amizade ao Zé e ao Paulo pela entrevista na “Pública”; sinto-me orgulhoso de ser vosso amigo.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Quase, quase...


Enfim, está a chegar a hora do reencontro. Não será difícil entender que foi a mais dura separação entre nós dois; não pelo tempo decorrido (que é sempre imenso), mas pelos acontecimentos entretanto vividos. Sim, o Déjan sempre me apoiou o mais possível, mas faltava o ombro onde chorar, a carícia que minorasse a dor, a palavra certa sussurrada ao ouvido, a força de um entrelaçar dos dedos…

 


Vou quase com a mesma ansiedade da primeira vez, mas agora suavizada pela certeza do que vou encontrar; e quando os meus olhos vislumbrarem os teus no aeroporto de Belgrado verás neles não só a incontida alegria de um reencontro, mas também um resto de uma lágrima guardada para te oferecer…

quarta-feira, 11 de março de 2009

Barahona Possollo


“ Estes dois homens são o mesmo homem. O da esquerda tem um piercing no mamilo esquerdo, o outro no mamilo direito. É o pudico e o impudico. O impudico força o outro a reagir. Pus o impudico a puxar a argola com a mão direita, que é mão de acção, ao passo que a esquerda é a mão da reflexão, da interioridade. O atrevido sabe exactamente o que está a fazer e está a puxar pelo lado esquerdo do outro, o lado emocional que estaria bloqueado. O atrevido tem o piercing do lado direito, o que nos diz que a transgressão deste é uma coisa consciente. Pus os “Y” por detrás por ser uma letra que não é vogal nem consoante e é um símbolo andrógino. No fundo há um papel de parede roubado à renascença mas que parece uma parede de uma pensão barata. As pessoas que não possuem referências de história de arte vêem apenas um quadro gay. Quando dizem isso, eu aceito porque também pode ser.”

 

Este é um excerto da entrevista dada pelo pintor Barahona Possollo á revista “Time Out”  do passado dia 10 do corrente, e a propósito da tela que aqui se reproduz. Esta tela faz parte de uma exposição deste pintor, em exibição na Sala do Veado do Museu de História Natural (na antiga Faculdade de Ciências), na Rua da Escola Politécnica; é uma exposição a não perder de um pintor que me foi dado a conhecer pelo amigo Luís, no  blog  Gayfield.

 

segunda-feira, 9 de março de 2009

Convite irrecusável


A exemplo do ano passado, numa iniciativa conjunta com o e o Paulo, do “Felizes Juntos”, vamos organizar o jantar dos bloguistas.

No ano transacto, esta iniciativa foi um enorme êxito e pese embora a crise, tudo fará supor que esse êxito se repetirá e quem sabe até se possa superar a presença dos 40 participantes de então; principalmente no sector feminino, estou certo disso.

Ainda é cedo, e por ora apenas anunciamos a data, que será a 9 de Maio, em Lisboa, em local a ser divulgado mais tarde; a razão de tão grande antecedência, dois meses, serve apenas para que tod@s possam programar as vossas vidas com tempo, principalmente quem vive fora de Lisboa. Claro que o jantar está aberto a todos os bloguistas e acompanhantes e comentadores sem blogs; na devida altura serão dados os prazos para as inscrições bem como outros detalhes.

sexta-feira, 6 de março de 2009

A borboleta


Foi numa sauna já desaparecida desta Lisboa que o vi. Era lindo,sedutor, diferente. A sauna estava cheia, a fauna habitual, que ao ver "sangue novo", se excita e se prepara para atacar a presa. O homem, trintão, ar estrangeirado, ia deambulando pelos espaços, e um bando de vampiros o seguia, sequioso. Deixei-me ficar, observando a cena, mas tão excitado como os demais. Alguns minutos mais tarde, o homem, visivelmente agastado, dirigiu-se ao sítio dos cacifos, para se vestir e sair. Fui mais rápido, agi prontamente e saí primeiro. Não o esperei cá fora; uma estranha intuição me dizia que seria de uma companhia de aviação, e provavelmente estaria hospedado no Sheraton (intuição de puta, dirão...). Para lá me dirigi e não tive que esperar muito tempo para ver parar um táxi que o trazia. Sorri-lhe, sorriu-me, entrámos, subimos ao seu quarto sem uma palavra e pude ver tatuada na sua nádega direita uma pequeníssima e bela borboleta. Não sei do que mais gostei, se da borboleta, se do seu habitat. Era manhã, quando deixei a borboleta voar.

Escrevi este pequeno conto para participar num interessante concurso de histórias, sob o tema “Blind Date”, que há tempos o blog “Uma imensa minoria” promoveu e que teve um sucesso muito razoável.

 

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terça-feira, 3 de março de 2009

Comicidades penianas


Ao aproximar-se do balcão da recepção de um hotel, um homem, ao virar-se, esbarra o cotovelo no seio de uma linda mulher. Meio sem graça, meio envergonhado, ele diz:- Mil desculpas. Se o seu coração for tão macio como o seu seio é, tenho acerteza de que me perdoará.

Responde a mulher:- E se o seu pénis for tão duro como o seu cotovelo, o meu quarto é o1221!


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Ouvi dizer que o governo fez contas no Magalhães e, para ajudar a superar a crise, vai criar o Imposto do Pénis.
Até agora o pénis tinha escapado ao IRS.
As razões eram estar 99% do tempo pendurado sem emprego, 0,2% do tempo trabalhar às mijinhas, 0,5% do tempo ter trabalho duro e 0,3% do tempo estar metido num buraco.Além disso, não ajuda nada ter dois dependentes que não arranjam trabalho em lado algum e não têm onde se meter.
A taxa do imposto variará conforme o tamanho, com os escalões seguintes:
- 25 a 30 cm - imposto sobre bens de luxo.............€ 30.00

- 20 a 24 cm - imposto sobre postes.......................€ 25.00

- 14 a 19 cm - imposto sobre a classe média........€ 15.00

- 10 a 13 cm - imposto sobre a maçada.................€ 3.00
- Machos que excedam os 30 cm terão que declarar mais-valias de capital.

- Qualquer macho abaixo dos 10 cm tem direito a um crédito de imposto.

- É obrigatório pagar dentro do prazo. Não serão concedidos prolongamentos!

PDP (Perguntas Do Pénis):

- Haverá multas para levantamentos antecipados?

- O que acontece quando um pénis trabalha por conta própria?

- Quem tiver vários (as) parceiros (as) conta como sociedade?

- As despesas com preservativos são dedutíveis?

- Haverá um agravamento da taxa de imposto para quem não for circuncidado


domingo, 1 de março de 2009

As mentiras...


Responderam 24 pessoas indicando as três mentiras ou nalguns poucos casos uma ou duas. Há algumas conclusões interessantes: 20 indicaram que eu nunca mandei matar ninguém; apenas uma, a última resposta, indicou a questão da estupidez. As três questões não verdadeiras tiveram bastantes concordâncias (11 – 8 – 8), mas NINGUÉM acertou nas três questões; 9 acertaram em duas (nada mau), metade acertaram numa apenas e três em nenhuma (mas uma delas, o Tong, só indicou uma mentira…).
Embora com algumas rasteiras, as três mentiras eram banais.
1. ADORO QUEIJO – detesto queijo; rezam as crónicas que, quando ainda gatinhava, entrei num armário da cozinha e “aviei” boa parte de um queijo; tive que ir ao hospital, fizeram-me uma espécie de lavagem ao estômago e desde que me conheço, que nem o cheiro…De há uns tempos a esta parte tolero algum cozinhado com queijo fundido, como nas pizzas e caso curioso, gosto bastante de requeijão com mel ou compota.
2. DURMO HORAS SEGUIDAS COM IMENSO PRAZER – tenho imensa inveja de quem o faz; eu durmo aos solavancos, às pinguinhas… Não tenho insónias e logo que caio à cama, durmo; mas passadas 2/3 horas acordo, e leio, vou ao Pc, faço isto e aquilo e lá durmo outra vez; e a história repete-se. Quanto mais cedo me deito pior durmo. Quando durmo melhor é de manhã e agora posso fazê-lo, o que é bom.
3. PERDI A VIRGINDADE AOS 16 ANOS NUMA CASA DE PROSTITUIÇÂO, AINDA LEGAIS, EM CASTELO BRANCO – Fui realmente com essa idade a uma casa dessas em C.Branco, quando lá estudei; mas só estive na sala a ver as “meninas”; meninas é favor, pois eram de 30 para cima, bem nutridas e passeavam-se pela sala, em soutien, ao som de uma “juke box”; muitas cadeiras, bastantes magalas, alguns jovens e um ambiente perfeitamente felinniano; entrei virgem e de lá virgem saí; se tinha dúvidas acerca da minha sexualidade, algumas ali ficaram. Curiosamente só perdi a virgindade aos 23 anos em Lisboa, então estudante universitário, e foi com outro estudante universitário, mais ou menos da mesma idade (já não tinha dúvida alguma…).

Quanto às outras questões:
JÁ MANDEI MATAR ALGUÉM – a grande rasteira; já mandei sim, infelizmente; durante a guerra colonial, comandava uma operação e na reacção a uma emboscada, um guerrilheiro foi gravemente ferido, ficando com as vísceras de fora; estava moribundo, tínhamos que sair dali o mais rápido possível e só podíamos transportar os nossos feridos; abandonar ali aquele homem era mais desumano que acabar-lhe com o sofrimento; mas a ordem para isso teria que ser a dá-la, e dei-a. Ainda hoje “oiço” esse disparo…
SOU EXTROVERTIDO POR NATUREZA – quem me conhece de verdade sabe bem que não consigo “meter para dentro” ou “fechar-me como um caracol”; preciso de falar sobre os assuntos, e quanto mais graves, mais imperioso isso se torna. E de uma maneira geral, falo abertamente e sem dificuldade com as pessoas.
AOS 6 ANOS FUI APANHADO PELA MINHA MÃE, NÚ, A BRINCAR”AOS MÉDICOS”, COM A FILHA DE UMA EMPREGADA, DA MESMA IDADE E TAMBÉM NUA - bem, “aos médicos” é uma forma de falar, pois era mais aos …como é que hei-de dizer…”deixa lá ver se consigo meter isto aí”… shame on me !!! Depois claro, anos mais tarde, não gostei muito dessa “brincadeira” ou antes gostar gostei, mas “de outra maneira”…
CONSIDERO A ESTUPIDEZ UM DEFEITO ENORME - é a mais óbvia de todas as minhas verdades; peço desculpa, mas não tolero gente estúpida, que é diferente de gente ignorante, note-se bem.
CONFIO DEMASIADO NAS PESSOAS - sim confio, e já me desiludi muito com isso; mas continuo a confiar. Toda a gente tem um lado por onde se lhe pode chegar e eu tento ao máximo, descobri-lo e chegar lá; se já tive desilusões já tive também ainda mais compensações. Mas, atenção, há limites para tudo…
JÁ ROUBEI - quando era miúdo, por altura da feira de S. Tiago, na Covilhã, era um “hábito” entre a miudagem roubar as barracas da feira; pegávamos numa figurita pequena com o indicador e o polegar, perguntávamos quanto custava e depois dizíamos que era caro e púnhamos outra vez no sítio; mas já tínhamos outra figura pequena escondida nos outros três dedos

E pronto, obrigado pela vossa colaboração e assim com este post ficaram a saber algo mais de mim: sou realmente extrovertido!!!

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Desafio


Fui desafiado pelo Arsène Lupin a enumerar nove características minhas, das quais seis serão verdadeiras e três falsas; e depois deveria passar a corrente para outras pessoas que me deveriam comunicar quais as minhas três falsidades.
Vou deixar aqui as nove características, mas não vou passar o jogo a ninguém; mas dar-me-ia muito prazer saber a vossa opinião sobre quais são as minhas mentiras; assim poderei saber quem me conhece melhor…
Prometo em breve dizer quais são!



Já mandei matar alguém.
Adoro queijo.
Durmo horas seguidas com imenso prazer.
Sou extrovertido por natureza.
Aos 6 anos fui apanhado pela minha Mãe, nu a brincar aos “médicos” com a filha de uma empregada, da mesma idade e também nua.
Considero a estupidez um defeito enorme.
Confio demasiado nas pessoas.
Perdi a virgindade aos 16 anos numa casa de prostituição, ainda legais, em Castelo Branco.
Já roubei.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Só nós dois


Só nós dois é que sabemos
Quanto nos queremos bem
Só nós dois é que sabemos
Só nós dois e mais ninguém
Só nós dois avaliamos
Este amor forte e profundo
Quando o amor acontece
Não pede licença ao mundo

Anda, abraça-me... beija-me
Encosta o teu peito ao meu
Esquece que vais na rua
Vem ser minha e eu serei teu
Que falem não nos interessa
O mundo não nos importa
O nosso mundo começa
Cá dentro da nossa porta

Só nós dois é compreendemos
O calor dos nossos beijos
Só nós dois é que sofremos
A tortura dos desejos
Vamos viver o presente
Tal qual a vida nos dá
O que reserva o futuro
Só deus sabe o que será

Anda, abraça-me... beija-me
... ... ... …


Vou-te cantar esta canção, ao ouvido e baixinho, no próximo dia 15 de Março, aí em Belgrado, meu amor...

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Os Óscares

Mais uma noite de Óscares, mas uma noite diferente, sem dúvida. A Academia renovou alguns dos seus padrões habituais de apresentação desta noite de festa e sem dúvida que a cerimónia ficou melhor; o facto de associar alguns Óscares técnicos numa só apresentação resultou e houve uma tentativa de diminuir o tempo da cerimónia, o que não estou certo se terá sido conseguido ou não, tantas foram as interrupções que não sei se foram de lá, se da TVI…
Algo mudou também na apresentação dos nomeados nas categorias de melhor desempenhos. Com uma apresentação simultânea de cinco anteriores premiados da respectiva categoria, cada um a falar directamente para um dos nomeados, ficou mais realçado o desempenho de cada um, com palavras de valorização e admiração.
A apresentação deixou de estar a cargo de alguém com vocação para apresentador e recaiu num actor, mas que senhor actor… Hugh Jackman foi para mim um dos triunfadores da noite, simplesmente fabuloso, em todos os aspectos… Quanto aos premiados, devo dizer que foram na minha opinião previsíveis, à excepção do filme em língua estrangeira que eu esperava que fosse para o filme animado israelita.
Mesmo o de Penélope Cruz eu esperava e na véspera no blog “oParaKedista”, num comentário lá deixei as minhas previsões para o melhor filme, realizador e quatro intérpretes: 100% certas!!!
“Quem quer ser bilionário” foi um indiscutível vencedor: vencer 8 das 10 nomeações, é obra, e não houve prémios de interpretação, pois é um filme “colectivo” – fabuloso! Também “Milk” foi um vencedor, pois venceu dois importantes prémios: Sean Penn, magistral e que derrotou Mickey Rourke por K.O. e o do argumento original, para Dustin Lance Black, que, como Penn, e num comovido discurso defendeu o casamento de pessoas do mesmo sexo. Bem atribuído o prémio a Kate Winslow, no seu ano de ouro; depois de 15 nomeações, mais que merecidas, Meryl Streep voltará decerto, pois ela é a maior actriz em actividade.
Mais que certo o prémio para Heath Ledger (nem sei porque havia mais 4 nomeados???).
Penélope venceu devido à curta duração do papel de Viola…
Um pouco forçado o Óscar para Jerry Lewis; pergunto: sem ser um incondicional de M.Oliveira, não teria sido justo homenagear um realizador centenário ainda activo???
Sim, é português, mas a Academia já homenageou o japonês Kurosawa e o indiano S.Ray…
Enfim, critérios…e para o ano há mais!














sábado, 21 de fevereiro de 2009

Gay Banditos


Dedico este vídeo ao senhor Cardeal Martins, português e que faz parte lá da Cúria não sei de quê do Vaticano, que fez umas afirmações patetas e patéticas esta semana, na Figueira da Foz, acerca do que ele pensa que é a homossexualidade...(Deus o ajude!)

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O regresso

Findo o pesadelo em que vivi nos últimos tempos, e embora ainda sob os efeitos de dois dias muito dolorosos e emotivos, recomeço a ganhar o meu espaço e sobretudo o meu tempo…
Claro que de tudo o que me foi acontecendo desde o princípio de Dezembro, algo há ainda à espera de uma resolução, mas neste caso, e não querendo ser demasiado optimista, aguardo notícias positivas…
O trabalho vai regressar hoje, vou tentar na próxima semana, fazer contas à vida para poder marcar um encontro com o Déjan para daqui a cerca de um mês e aqui estou a voltar à actividade bloguista normal, com uma primeira palavra muito pequena e muito grande, ao mesmo tempo: OBRIGADO!
Obrigado a tod@s @s que me apoiaram, quer aqui no blog com os vossos comentários carregados de palavras amigas e de conforto, quer quem o fez por mail ou por telefone; jamais o esquecerei.
Claro que embora sem cabeça para comentar ou postar, fui lendo sempre o que iam dizendo e não posso deixar passar em claro os aniversários do Comyxtura e do Tong-zi, e algum outro aniversário que tenha acontecido.
Vi e li o que foi escrito já esta semana no Prós e Contras e teria gostado de falar sobre o assunto, mas oportunidades não faltarão.
Registo com satisfação um ou dois regressos e com alguma tristeza os abandonos totais ou parciais de outros blogs.
E desde já lanço daqui um primeiro “apontamento” sobre aquilo que será o terceiro jantar dos bloguistas, com a colaboração já prometida do Felizes Juntos e que terá lugar lá para finais de Abril; mas, a seu tempo, falarei disso mais em detalhe.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Ni - Ni

Eu quero, quando morrer, ser enterrada
Ao pé do Oceano ingénuo e manso,
Que reze à meia-noite em voz magoada
As orações finais em meu descanso…

Há-de embalar-me o berço derradeiro
O mar amigo e bom para eu dormir!
Velei na vida o meu viver inteiro,
E nunca mais tive um sonho a que sorrir!

E tu hás-de lá ir…bem sei que vais…
E eu do brando sono hei-de acordar
Para os teus olhos ver uma vez mais!

E a Lua há-de dizer-me em voz mansinha:
- Ai, não te assustes…dorme…foi o Mar
Que gemeu…não foi nada…’stá quietinha…

Florbela Espanca









Finalmente partiste! Sim, eu sei, já tinhas partido, mas ainda restava o teu corpo…
Agora posso finalmente, e na ausência desse corpo, recordar-te com serenidade.
Foste a minha companhia de meninice, com quem brincava e com quem “guerreava”.
Fomos dois confidentes até o mar nos separar e também de certa forma o teu casamento…
Apesar de tudo, sempre defendeste a minha “diferença”, perante a homofobia do teu ex-marido.
Venceste lá longe, duas grandes batalhas, e sozinha: o abandono do teu marido ao fim de 40 anos de casada, e (julgava eu), derrotaste a morte ao sobreviveres a um linfoma; afinal, apenas tinhas vencido uma batalha, pois a morte acabou por vencer o combate!
Quando comemorar o próximo aniversário, não voltas a dizer-me a frase de todos os anos: “Oi mano, estás quase a apanhar-me, outra vez.” E, em Julho não mais te direi “Oi mana, voltaste a fugir”.
Agora fugiste de vez…mas não do meu coração.
Reencontraste anos depois da tua separação um novo amor e não hesitaste em regressar aqui, para seres muito feliz, neste último ano; e como o merecias…
Foste para os nossos três irmãos a Ana Maria ou a Ana; nunca o foste para mim, porque sempre te tratei, até à última vez que te vi, já no hospital, pelo nome que me ensinaram a tratar-te: Ni- Ni!!!!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

AMO-TE

Foto do Paulo (Felizes Juntos)



Volim te!!!


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domingo, 8 de fevereiro de 2009

Pausa

Peço desculpa, mas vou parar este blog e toda a actividade da blogosfera, até que algo aconteça e que restabeleça o normal funcionamento da minha vida; sinto que estou a forçar a nota a postar e a comentar blogs, quando a minha cabeça não está a funcionar correctamente; estou cansado de esperar, preciso urgentemente de viver e sinto que dia após dia é excatamente isso que não faço.

Voltarei oportunamente e peço que não me interpretem mal, que seja o mais breve possível

Obrigado a tod@s pelas vossas mais variadas manidfestações de apoio.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Dias felizes







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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Amor "resistente"


Vi este vídeo aqui e não resisti a roubá-lo. Porquê??? Porque o amor é lindo e vence sempre se é verdadeiro; estou demasiado lamechas...
Ahh, e a música é linda!

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Se...




Quando nos despedimos em Milão a 3 de Novembro passado, o Déjan e eu tínhamos já uma data e um local para o novo reencontro, como sempre fazemos, antes de nos separarmos, o qual seria a 2 de Fevereiro, novamente em Belgrado; estava a aguardar Dezembro, com o subsídio, para a compra do bilhete.
É então que começa a série de azares: um problema “renascido” e que espero poder daqui a pouco tempo aqui contar, fez com que a prudência vencesse o coração; falei com o Déjan e chegámos à conclusão que seria melhor combinar outra data, quando houvesse melhores condições financeiras; mas foi grande a desilusão de ambos, pois os 3 meses de separação iriam ser alargados.
Dias depois, o pai dele chega a Belgrado, vindo de Zadar, na Croácia, para passar uns “dias” ali, e ainda lá está, parece que até a daqui a duas semanas; a 4 dias do Natal adoece súbita e gravemente uma irmã minha, que impossibilitaria, até hoje, a minha deslocação para fora do país.
Quer isto dizer que nem uma, nem duas, mas três razões obstaram a que não pudesse abraçar o Déjan para já; como estas várias situações me abalaram muito, é lógico que a necessidade de um ombro onde chorar, e de uns braços a apertarem-me fortemente se tem acentuado gradualmente, tal como uma espiral…
Hoje, 1 de Fevereiro, se tudo tivesse corrido normalmente, partiria para Colónia, e amanhã, abraçar-te-ia, meu amor!
Resta-me esperar que este período negro da minha vida passe e ainda consiga comemorar pela primeira vez contigo, o meu aniversário a 23 de Março; até porque se assinala então o final deste Inverno do nosso descontentamento. As fotos, lindas, de Belgrado, são de um dos nevões deste “rigoroso Inverno".

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Acerca de um comentário...

No meu anterior post, sobre os pinguins, decidi autorizar a publicação de um comentário perfeitamente homofóbico, de um determinado sujeito, que por razões que só ele conhecerá, segue interessadamente, não só o meu blog, mas outros em que de forma aberta e normal se dá a conhecer certos aspectos da vida homossexual. Já o havia avisado, há tempos, que não publicaria qualquer outro comentário seu, mas ontem, e por estar num estado bastante alterado devido a problemas que se aproximam rápidamente de um desfecho triste mas esperado, precisava de dar um grito, como a Liza Minnelli dava debaixo da ponte no filme "Cabaret" e assim publiquei o comentário e a resposta devida, sem olhar sequer à linguagem que não é muito habitual usar...

Não é querer entrar em querelas, pois qualquer comentário desse indivíduo a este ou a outro qualquer post meu JAMAIS será publicado, resolvi mostrar um vídeo delicioso que publicita um dos mais importantes festivais de cinema gay e lésbico do mundo: o Festival de S.Francisco.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

sábado, 24 de janeiro de 2009

"Amazing Grace"



Para matar saudades de quem está longe, para recordar quem já partiu, para suavizar as dores de hoje, para partilhar ou simplesmente para ouvir...

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

"Os limões, o infinito e a intimidade"

(foto tirada do último post do blog "Infinito pessoal")

No site PNETliteratura, e pela pena do seu colaborador Luís Caramelo, foi publicado no passado dia 29/10/2008, um texto intitulado “Os limões, o infinito e a intimidade”, sobre um blog que sigo atentamente e que considero um dos melhores da blogosfera que conheço. Ao Luís Galego, seu autor e meu prezado Amigo, os meus parabéns por tão merecidas palavras.
Transcrevo o texto, para que todos aqueles que ainda não conheçam este blog o vão conhecer e deliciar-se com os textos nele inseridos; uma palavra para a “interminável” e imprescindível coluna da direita deste blog, só por si, razão mais que suficiente para se consultar o blog
Infinito pessoal”, pois não é só um blog para ler, é também toda uma agenda cultural para consulta.
Abraço, Luís!

“Os nomes são como os limões: iluminam a árvore sem nela se diluírem. Talvez por isso mesmo, “Infinito pessoal” seja o nome de um blogue que faz parar o leitor mais incauto, do mesmo modo que o olhar suspende o seu vaivém diante do limoeiro que interrompe um muro branco (e, aparentemente, sem fim). A autoria do blogue é de Luís Galego e a sequência é particularmente variada. No último post, a confissão domina a abertura – “Os livros são a minha riqueza e a minha ruína, o meu vício, o meu património. Os livros interrompem, importunam, reivindicam, ainda que estejam escondidos nas trevas da estante”. Abertura que, depois, incide cirurgicamente em Os Nus e os Mortos (The Naked and the Dead) de Norman Mailer: o livro de cabeceira deste meados de Outubro. No dia 30 de Setembro, Luís Galego publica um interessante texto de cariz memorialista, escrito em Nova Iorque. O tom é pessoal, dando corpo àquilo que os blogues têm de melhor, isto é, a enunciação pessoalista ou a extroversão da primeira pessoa que, quase involuntariamente, se ficcionaliza: “Voo para Lisboa expectante mas ainda com tempo para que uma das relíquias do litoral alentejano, a Zambujeira do Mar, sirva de intermezzo, o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e a Costa Vicentina me abracem, a leitura de universos ficcionais ou semi-ficcionais me aconchegue a alma, a labiríntica fruição de sol, mar, livros e música me restabeleça, bóias de me aguentar (expressão roubada a Lobo Antunes de uma bela e incontornável obra), tudo concorrendo numa espécie de antecâmara para novos torneios”. Território de desafios e de sucessiva poda da grande árvore que nos acena (desde logo a partir da excelente foto retirada de Wonders of our great metropolis, sky-scrapers and Great Bridge from Brooklyn, New York City, 1900-1910 de William Herman Rau). Aliás, a pessoalidade da escrita em rede ressurge, noutro post, como que elogiada por Luís Galego ao referir-se ao vício que sente pelas “palavras escritas e embrulhadas da Maria Quintans”. Ao desenvolver as teias desse vício de leitura e partilha, o autor de “Infinito Pessoal” escreve: “A internet tem destas coisas e a blogosfera também nos surpreende pela positiva. Foi no seu blogue que li uma escrita intimista que não cabe na limitação de amarras formais”. Fora de amarras, sem âncoras e com uma sequência a denotar óbvia paixão pelo texto literário, este blogue merece redobrado olhar. Como se um limoeiro levantasse voo e pousasse de novo na felicidade que lhe deu o nome: tão pessoal quanto infinito (alegoricamente)”

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

20/January/2009 - Obamas'day (Bush no more)

Hoje os Estados Unidos deixam de ter o mais cretino presidente da sua história, George W. Bush e para comemorar este momento, nada melhor que um vídeo dos seus "melhores" discursos




Mas hoje chega à Casa Branca o novo presidente, Barak Obama, em que os americanos e o mundo depositam as maiores esperanças; este é o vídeo do seu discurso na cerimónia no Lincoln Memorial




Ainda nesta cerimónia que teve a presença de variados artistas, houve um momento de particular esperança para a comunidade homossexual, quando Heather Headley e Josh Groban interpretaram um hino, acompanhados do Coral Gay de Washington

E para terminar com graça um último vídeo da impagável série "Little Britain USA"


domingo, 18 de janeiro de 2009

Distinção

"Com o Prémio Dardos se reconhecem os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, étnicos, literários, pessoais, etc. Que em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web."
Este Prémio obedece a algumas regras:

1) Exibir a imagem do selo;

2) Linkar o blog pelo qual se recebeu a indicação;

3) Escolher outros blogs a quem entregar o Prémio Dardos.


Fui surpreendido pela honra que o blog “Do you believe in angels?” me concedeu ao escolher o meu blog para ser contemplado pelo Prémio Dardos, o qual pelas características do seu enunciado, vai além dos simpáticos prémios de amigos e de ocasião. Este Selo é realmente um prémio especial e que na minha maneira de ver a Blogosfera, é o mais importante que aí conheço. O meu muito obrigado, pois!
Das regras consta a nomeação pelos contemplados de blogs que os mesmos considerem preencher esses requisitos, e é sempre um momento difícil o de optar; tenho uma vasta lista de blogs linkados, e se eles ali estão é porque, por uma razão ou outra os elegi, e considero-os a todos blogs imprescindíveis, sejam de pessoas conhecidas virtualmente ou pessoalmente.
Como é omisso o número de blogs a nomear, desta vez alarguei-me e vou nomear treze blogs, que a meu ver, contribuem para um enriquecimento da blogosfera (dois ou três mais o seriam, mas já têm esta distinção).
São eles:

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Quando a "Igreja" fala...

É por demais conhecida a minha pouca ou nula simpatia por Sua Santidade o Papa Bento XVI (acho que é assim que a Santa Madre Igreja determina que se deve nomear o representante eleito da hierarquia católica), mas que eu numa terminologia simplista e “intimista” rebaptizei apenas por “Bentinho”! Ora este senhor com aquele ar de inquisidor moderno e voz de falsete, a que não falta uma certa “compostura” pelo menos algo ambígua, proferiu há alguns dias mais uma das suas tiradas que o levarão a ficar conhecido como um Papa pelo menos original e “suis géneris” ao fazer uma absurda comparação do combate à homossexualidade com a defesa aos atentados que nos dias de hoje se cometem contra o ambiente. Não falei no assunto na altura, pois foi amplamente comentado na bogosfera.Refiro este assunto agora para, à laia de intróito, mostrar a minha estupefacção perante as afirmações ontem proferidas pelo mais alto dignitário da igreja católica no nosso país, D.José Policarpo (mas porque é que os cardeais são Dons?), Cardeal Patriarca de Lisboa, na Figueira da Foz (no casino, local bem escolhido…), sobre as severas advertências às jovens portuguesas no que respeita a eventuais casamentos com muçulmanos; é incompreensível numa altura em que tanto se fala em ecumenismo se profiram tais afirmações que, além do mais, podem também ser apelidadas de pouco oportunas pela eventual desconfiança com que actualmente se olham os muçulmanos, como que se eles fossem todos potenciais terroristas; claro que condeno firmemente a posição extremada dos muçulmanos radicais e as suas “guerras santas”.
Mas, a ideia de um homem ponderado nas suas afirmações, sereno nas suas análises, ficou profundamente abalada, a meu ver, por estas afirmações absurdas; a imagem que tinha de Sua Eminência não voltará a ser a mesma.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Passado e presente: 11 - O Mar


Eu sou a onda branca, perdida no âmago do mar azul, que te acaricia e chama.
Eu sou o cheiro profundo, que brota da areia molhada, e se mistura às algas e detritos.
Eu sou um barco à deriva, de velas desfraldadas, pedindo-te, em socorro, um beijo.
Eu sou a Lua, no horizonte, e seus reflexos de prata, na quietude do lago adormecido.
Eu sou a tempestade súbita, grossas bátegas jorrando impetuosamente, de uns olhos que te querem ver.
Eu sou o mar!
Revoltado, sereno, liberto e...só!
Eu sou o mar!
Que te abraça e envolve.
Vem banhar-te em mim, bebe o Sol dourado das minhas cristas, ajuda-me a acalmar as fúrias, mergulha nas minhas águas, violando-me!
Eu sou o mar!
Peixe, sereia, Neptuno;
viagem de hoje, repetida sempre, sem cessar, sonho no Sol que me abrasa.
Navega-me, sente o meu murmúrio, que é grito, lamento e apelo,
sem medo, meu amor...
Mais um post da parte desaparecida do meu blog, publicado em 29 de Novembro de 2006, com um dos poemas escritos por mim, quando ainda os conseguia transmitir ao papel; agora continuo "a fazer" poesia, mas fica retida num canto de mim mesmo, e de lá não sai...

(foto: Agosto 1993-Grécia)
(poema: Setembro 1979-Serpa)



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domingo, 11 de janeiro de 2009

Gatos



Os meus gatos têm sido neste últimos dias os meus grandes companheiros. O mais velho, o Boris é de uma dedicação extrema e nas suas rotinas, a partilha de espaços comuns é quase contínua.
A mais jovem, a Teka, mais irrequieta e rebelde, tem vindo a "assentar" e é já uma companheira grande dos meus silêncios e solidões, sem deixar de quando em vez de fazer a sua asneirita.
Em sua homenagem, um curto vídeo, bem representativo da curiosidade e "ousadia" felina, que recebi por mail, de uma boa amiga.



quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

"A dupla vida de Véronique"

Weronika é uma jovem polaca que vive em Cracóvia, onde é cantora solista, mas que tem um grave problema cardíaco. Um dia, ao observar um grupo de turistas franceses, Weronika fica desconcertada ao vislumbrar uma mulher que é a sua dupla perfeita. Esta mulher, Véronique, é uma jovem cantora de talento e também tem um problema no coração.
Dirigido em 19991, por Krzysztof Kieslowsky, trata-se de uma espantosa meditação sobre os laços invisíveis que ligam os indivíduos. O filme, embora menos conhecido que a trilogia tricolor que lhe sucedeu (Azul, Vermelho e Branco), é uma pequena jóia, uma delícia para os olhos e os ouvidos, que importa descobrir.
A interpretação de Irene Jacob é superlativa e a música original da autoria de Zbibniew Preisner, absolutamente fabulosa, como se pode aquilatar por esta amostra, de grande beleza.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Dor do pensamento


Este soneto de António Nobre retrata, de uma certa forma, o meu estado de espírito actual



E a Vida foi, e é assim, e não melhora.
Esforço inútil. Tudo é ilusão.
Quantos não cismam nisso mesmo a esta hora
Com uma taça, ou um punhal na mão!

Mas a Arte, o Lar, um filho, António? Embora!
Quimeras, sonhos, bolas de sabão.
E a tortura do Além e quem lá mora!
Isso é, talvez, a minha única aflição.

Toda a dor pode suportar-se, toda!
Mesmo a da noiva morta em plena boda,
Que por mortalha leva…essa que traz.

Mas uma não: é a dor do pensamento!
Ai quem me dera entrar nesse convento
Que há além da Morte e que se chama A Paz!

sábado, 3 de janeiro de 2009

Três "Lágrimas"

Na minha opinião o mais bonito fado de Amália e que tantas versões já teve depois da original, dela, surge aqui interpretada por um trio: as espanholas Lidia Pujol (cantando em catalão) e Mayte Martin e a portuguesa Dulce Pontes, que detém uma das versões mais conhecidad deste fado.
É deveras belo ver e sobretudo ouvir estas vozes "a chorar" cantando.

(não se assustem, são apenas cerca de 6 minutos e não 16...)

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Desafio dos sonhos


Mais um desafio, e eu a aceitá-lo, não porque concorde muito com estas correntes, mas porque, estando no princípio de um novo ano, há sempre intenções, desejos e sonhos no horizonte; portanto, vem na hora certa.
Foi-me proposto pela “Apenaseu” e o desafio consiste em.
a) Escrever uma lista com 8 coisas que sonho fazer ou com as quais sonhe(esta variante é minha…)
b) Convidar 8 bloguistas a responder ao mesmo.
c) Comentar no blog de quem partiu o desafio.
d) Comentar no blog de quem desafiamos.
e) Mencionar as regras.





Eis os meus sonhos: 1. Que os problemas de saúde que tanto atingiram familiares e Amigos em 2008, diminuam e se suavizem.
2. Que eu posso ver finalmente resolvido um caso, que me tem “perseguido” desde há três anos a esta parte.
3. Que eu consiga usufruir mais da companhia de quem muito amo.
4. Que haja Paz no mundo.
5. Que as pessoas olhem, principalmente os detentores dos poderes político e económico, com outros olhos os problemas do ambiente.
6. Que a intolerância seja uma palavra banida do dicionário, nomeadamente a intolerância sexual.
7. Que ganhasse um prémiozito no euro milhões que me permitisse, não ficar rico, mas enfrentar melhor o futuro.
8. Que o Benfica seja campeão.


Resta a parte mais difícil e “chata”, que é nomear os 8 “sacrificados” e que são: