sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Ele "passou-se"...

Deve ser o que pensam ao ver aqui neste blog, este vídeo...
Mas há sempre uma excepção que confirma a regra, voilá!!!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

"Rabioso Sol, Rabioso Cielo"

filme foi um dos melhores apresentados no último Lisbon Queer Festival, e foi realizado pelo mexicano Julián Hernández, que com ele ganhou o Teddy para a melhor longa metragem no Festival de Cinema de Berlim, do ano passado.Já havia realizado antes "Mil Nubes de Paz Cercan el Cielo" que também foi premiado no Festival de Berlim de 2003 e no de Turim, e em 2006 realizou outro filme apresentado em numerosos festivais de cinema "El Cielo Dividido".
Em 2007 o Lisbon Quuer Festival apresentou com grande êxito uma curta de sua autoria "Bramadero".
"Rabioso Sol, Rabioso Cielo" conta a história de dois homens que se amam sem estarem presos a qualquer circunstância espacial ou temporal. Amam-se presos numa eternidade ditada pela essência da sua razão de ser, que os levará numa viagem que vai do mundo real à inevitável transcendência, encontrando-se com outras forças que transformarão e reforçarão esse acto vital. O filme confronta-nos com o amor enquanto atribulação épica, viajando da vida quotidiana para uma luta mítica em que perda e morte são apenas estádios da doce dor que nos ajuda a atingir a felicidade absoluta.
Não é um filme fácil; para além dos desafios em termos de viabilidade comercial que um filme de mais de três horas, sem diálogos nem lógica narrativa linear lançam, junte-se a isto a representação gráfica do sexo entre homens e está criado o medo no espectador cada vez mais habituado a objectos formatados e quase sempre votados ao esquecimento, se não a curto, a médio prazo. Julián Hernàndez arriscou, e ainda bem que o fez.

A canção do vídeo é interpretada por um grande ídolo da música mexicana, José José, entretanto incapacitado de voltar a cantar.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Uma noite linda

Entre muitos, bons e velhos conhecidos, a presença do "barrigudo" Magnusson, do "pequeno" Chalana e do mágico Miccoli, quase eclipsaram os mitos: Kaká, Figo, Zidane, Henry, Rui Costa e tantos outros.
E o objectivo nobre foi conseguido: cerca de meio milhão de euros para ajudar um país de catástrofe - o Haiti!
Bem hajam!!!

O cartoon, magnífico, é do Henrique Monteiro.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Passado e presente 15 - "A tropa cá do João" (8) - Moçambique (5)

Na minha última crónica sobre Moçambique, contei como conheci um “soldado” muito especial da minha companhia, o Marua.
Ora, entre muitos acontecimentos vividos durante a minha estadia no aquartelamento da Ilha de Metarica (foto), situado no Niassa, perto do rio Lugenda, alguns tiveram como personagem importante, o dito Marua. Depois daquele “confronto inicial”, que relatei, houve um período de estudo mútuo, já que o Marua, era na sua pouca instrução um homem muito esperto.
Lá ia fazendo a sua vida normal, completamente fora dos esquemas tradicionais do regime militar, comandando a sua “tropa fandanga”, constituída pelos “mainatos” (rapazitos civis que estavam no aquartelamento, para, a troco de alguns tostôes, prestarem serviços aos graduados, tais como tratar da roupa, levar material durante as operações no mato, etc.); ele próprio se intitulava pomposamente Brigadeiro daquela meia dúzia de jovens, sobre quem tinha um verdadeiro ascendente.
Já relatei o poder dos olhos de Marua, incisivos e acutilantes; Marua era imponente, e senhor de uma força enorme. Sempre que havia algum problema a resolver na Companhia, pois lá requisitava eu os serviços de Marua e da sua tropa. O qual se sentia muito bem, ao saber-se necessário; e como trabalhavam...
Até que chegou o momento de ir mais além. Marua era útil em muita coisa, e até já o tinha chamado para tarefas de alguma responsabilidade, como fazer de intérprete num interrogatório a uns homens capturados, e foi com surpresa que vi a sua colaboração ir além do pretendido, quando após uma pergunta na sua língua, o vi sorrir e me disse em português: “Meu capitão, o tipo está a mentir, não acredito em nada do que ele conta...”
Assim, um dia fui conversar com Marua, saber da razão das suas fugas, quando ia à cidade, e dos consequentes agravamentos da sua pena; fiquei sabendo que a única razão disso era querer estar com a mulher e os filhos, dos quais me mostrou fotos.
Fiquei ciente de que aquele homem devia ir para casa, juntar-se aos seus, mas a disciplina militar não o permitiria.
Sem lhe dar conta disso, informei-me junto a hierarquias, da forma de resolver o problema daquele homem, e fui informado que ele teria de passar por um julgamento e por uma condenação, embora atenuada, pela sua vida familiar.
Como convencê-lo a ir a julgamento, sem fugir e que teria de passar um tempo na prisão? Depois de algumas longas conversas, lá o convenci, mas, devo confessar, sempre receoso que fugisse de novo.
Chegada a altura, lá foi para a então chamada Vila Cabral, capital do Niassa, para ser julgado; eu já tinha enviado um relatório, o mais detalhado possível, com a situação dele, ao Tribunal Militar, que o iria julgar.
Marua cumpriu o que prometera; não fugiu. Foi julgado e condenado a 6 meses de prisão, que era o mínimo possível para tantas deserções, após o que seria de novo, um homem livre. Aceitou bem o castigo, por duas vezes o visitei, e encontrei-o bem e agradecido, já que a mulher e os filhos o visitavam de vez em quando.
Quando finalizou a pena, regressou à família, e eu, na Companhia, no sítio onde um dia me atirara desrespeitosamente, um prato para cima da mesa, recebi uma carta dele, a agradecer-me tudo o que tinha feito por ele. E mandava-me uma nota de cinquenta escudos moçambicanos, que ainda conservo na minha posse, para me “pagar”.
Bom Marua, o que será feito deste homem, hoje?
Como gostaria de o reencontrar um dia e falar, falar muito dele, de mim, de nós, enfim...da vida.


(Publicado originalmente em 27 de Junho de 2007)

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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Da realidade ao "absurdo total"

Recebi hoje por mail, do meu amigo L.F. esta foto em que estão a senhora Angela Merkel, Chanceler alemã, com o seu marido, à sua esquerda e com o vice-chanceler e ministro dos Negócios Estrangeiros Guido Westerwelle, acompanhado do seu companheiro, Michael Mronz.
É uma foto oficial e mostra os lideres dos dois partidos, ambos de direita, que governam a Alemanha, como resultado das últimas eleições.
Como se pode constatar, o senhor Westerwelle não prescinde de se apresentar com o seu companheiro e ainda recentemente numa visita à China, foi com ele que se apresentou oficialmente, tendo de início causado alguma perplexidade, mas que as autoridades chinesas, receberam de forma natural.
Isto passa-se realmente, não é fantasia, num país europeu governado por dois partidos de direita.
Façamos agora um exemplo de "faz de conta" por muito absurdo que pareça e transportemos a situação para Portugal: O PSD governa o país em coligação com o CDS, e MFLeite é a primeira ministra, sendo o líder do CDS, o vice-primeiro ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros, o qual tinha um relacionamento homossexual e tiravam uma foto oficial com os respectivos companheiros. Só mesmo o absurdo permitiria pensar em tal e por duas razões: nunca MFLeite será primeira ministra de Portugal e claro que o líder do CDS não é homossexual.
Mas seria curioso, não seria?

(clicar na imagem para aumentar)

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

"Memória Consentida"


Agora que os membros estão rígidos

e o sangue se faz pedra nas veias.

Agora que o encéfalo se esboroa

e destaca das secas meninges

esverdeadas.

Agora que a carne balofa

visita a dureza

do basalto

e os intestinos dilatam

ao inchaço azul de não expelidos

excrementos.

Agora que a necessária morte exacta

o invadiu

desde o cerne das unhas


pesa mais


em nossos ombros dobrados,

já cadáver.


Pesa

em nós sua elefantíase

de cadáver gordo

tornado inúteis pirâmedes

de Gizeh,

enquanto

ácidos ventos do deserto

anunciam

a chegada dos bichos da terra.



(Notícia 1, in “Memória Consentida”, de Rui Knopfli)



Depois de um ano de 2009 terrível, com o desaparecimento de pessoas, familiares e amigas, que me trouxeram dor e tristeza, esperaria com alguma legitimidade um ano mais calmo, nesses aspectos. Mas a realidade tem sido diferente, desde a calamidade que varreu quase um país do mapa, até à inesperada notícia desta manhã, crua e dura: o Alfredo, meu companheiro de infância na Covilhã, meu colega de estudos e divertimento na Lisboa universitária, meu Amigo de sempre, faleceu esta madrugada de súbita paragem cardíaca: tinha um ano mais que eu...

Pergunto a mim próprio se entrei já no ciclo dos anos consecutivamente maus e se não serei eu a partir um dia destes...

Para ti, Amigo Alfredo, onde quer que estejas um abraço já saudoso.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A propósito dos noivos de Santo António

FERREIRA FERNANDES
UM PONTO É TUDO

E noivos de fato-macaco?

por FERREIRA FERNANDES

Há uns anos, eu e outro jornalista resolvemos ir, de fato-macaco, comer ao Tavares, ao tempo o mais caro restaurante de Lisboa. A farpela ia limpa e marcámos reserva por telefone - não queríamos que motivos secundários impedissem o nosso objectivo. Esperávamos que surgisse aos olhos das massas a razão classista que nos barraria à porta: proletas não entram no templo gastronómico dos ricos. A nossa entrada, discreta nos gestos mas tão inusitada no valor simbólico, silenciou aquele salão de espelhos. Acorreu o chefe de mesa: "Estamos cheios." Estarão, respondemos, mas nós temos reserva. Surgiu o patrão da casa: "Estes senhores dizem que têm mesa marcada", disse-lhe o empregado. Que levou com a resposta: "Se estes senhores têm mesa marcada, leve-os para a mesa marcada." E ficámos, os repórteres provocadores, com a reportagem desarmada... Ah se a Câmara de Lisboa e o Patriarcado tivessem o bom senso do patrão do Tavares! A Igreja ficava na sua: não deixando os gays chegar ao altar. A Câmara, na sua: o que é legalmente noivo, noivo é. E ambas acordavam para os noivos, gays e não gays, aquilo que é comum a césar e aos céus: por exemplo, a bênção de Santo António. E o mundo ficaria na mesma, tal como os proletas continuam sem ir comer ao Tavares.

(no "Diário de Notícias" de hoje e lido no "Jugular")



A propósito, ou talvez não; fui ver ontem "A Gaiola das Malucas" do La Féria e adorei o final, quando eu e toda a gente que conhece a peça e os filmes, esperaria uma Zazá exuberante, nos aparece o actor José Raposo de mão dada com o actor Carlos Quintas; uma mensagem que foi mais convincente do que os casamentos forjados às portas de São Bento e para uma assistência muito popular.

Bingo, La Féria!!!!

domingo, 17 de janeiro de 2010

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Evolução
















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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Publicidade ...ou talvez não


Segundo li aqui, este spot vai começar a ser visto dentro de dias e parece que vem na altura própria.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Eric Rhomer

Neste começo do ano regista-se a perda de um grande cineasta: faleceu Eric Rhomer, talvez o decano do cinema francês, juntamente com Claude Chabrol e um dos mais velhos realizadores vivos - Manuel de Oliveira é um caso à parte, pois além de centenário, continua activo!!!
Rhomer tinha quase 90 anos e foi um dos fundadores da famosa revista de cinema francesa "Cahiers du Cinéma", da qual foi editor e de onde surgiram os grandes vultos da então (anos 60) chamada Nouvelle Vague, cujos nomes maiores foram François Truffaut e Jean-Luc Godard.
Autor de uma vasta filmografia, quase todos os seus filmes mais importantes estavam incluídos em "séries" que eram tão só filmes com uma raiz comum, mas muito pessoal.
Assim, a primeira série foi a dos "Seis Contos Morais", sendo os três primeiros filmes médias metragens; pertencem a estes "contos": "La colleccioneuse" (67), "Ma nuit chez Maud" (69), "Le genou de Claire" (70) e "L'amour l'après midi" (72).
Uma outra série foi "Comédias e Provérbios", entre os quais se destacam "La femme de l'aviateur" (81) e "Pauline à la plage" (84); e uma terceira série, os chamados "Contos das quatro estações" ou seja: "Conte de Printemps" (90), "Conte d'Hiver" (92), "Conte d'Été" (96) e "Conte d'Automne" (98). Mas teve muitos outros fora dessas séries, como "Les nuits de plaine lune" (84), "L'Anglaise et le Duc" (01), "Triple agent" (04) e o seu último filme datado de 2007 "Les amours d'Astrée et de Céladon".
Autor de várias curtas metragens e de numerosos trabalhos para a televisão, Rhomer tinha uma característica muito sua nos filmes que dirigia e que eram as longas conversas entre as personagens principais..
Curiosamente revi a semana passada um dos seus melhores filmes, que de novo me encantou, "Ma nuit chez Maud", do qual aqui deixo um vídeo.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

8 de Janeiro de 2010

Seria completamente impossível deixar passar em claro esta data, e tudo o que se passou na Assembleia da República esta manhã.

Finalmente, em Portugal as pessoas do mesmo sexo podem, caso assim o desejem, casar!!! Esta aprovação na generalidade será agora apreciada e votada na especialidade e depois enviada ao Presidente da República para promulgação; só então será Lei. Claro que tudo indica e isso ficou bem demonstrado ao longo da sessão a que assisti no canal Parlamento, que há ainda um longo caminho a percorrer, e talvez o mais difícil. Mas, desde já, além da natural satisfação pelo que foi alcançado, há que reconhecer aqui duas derrotas: a não realização do referendo sobre o assunto, tendo sido hoje mais que provado o oportunismo do mesmo e a falácia do argumento invocado de falta de democracia ao não o aceitar, pelo simples facto que uma petição com maior número de assinaturas, sobre a IVG teve o voto contra de quem apresentou este – pela boca morre o peixe. E a rejeição do projecto de lei sobre uma nova figura jurídica (União Civil Registada), a qual foi também provada ser uma forma de descriminação dos homossexuais.

Foram rejeitados os projectos de lei do BE e dos Verdes, que além do casamento permitiam também a adopção; mas não a considero uma derrota, por várias razões: até que ponto se houvesse APENAS essa proposta, ela não dificultaria a aprovação do casamento, e também porque o Governo não fechou, nem poderia fechar, a porta a este assunto.

E possívelmente terá que tomar resoluções a curto prazo, pois ninguém espere que Cavaco Silva promulgue a lei de “mão beijada”, embora também não acredite que a venha a vetar: fará como Pilatos e possívelmente irá remetê-la ao Tribunal Constitucional, o qual quase de certeza a declarará inconstitucional pois não contempla a adopção. Assim sendo, a Lei voltará à AR para ser reformulada e aí se verá qual o posicionamento do PS; uma coisa é certa, nada a partir de hoje ficará igual no nosso país quanto aos direitos da população LGBT.

Uma nota final para salientar entre outras intervenções positivas, a serena e muito boa prestação de Miguel Vale de Almeida e a justa homenagem de um político, Francisco Assis à comunidade GLBT.

(imagem retirada do blog "Jugular")

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

"Dois em um"

Recebi há tempos um, e agora outro, dois desafios, daqueles que são habituais na blogosfera; e como já respondi a tantos ao longo dos três anos que por aqui ando, geralmente não respondo directamente e digo apenas alguma coisa na caixa de comentários de quem me nomeia.

Mas agora, e porque são desafios parecidos, vou abrir uma excepção (parcial, pois não irei nomear ninguém) e vou usar a fórmula do “dois em um”, juntando neste post a resposta aos dois desafios.

Assim, a Denise pede-me para fazer um auto-retrato escrito, para o qual parece não haver regras rígidas, podendo o mesmo ser elaborado à vontade do freguês; por outro lado, o Little John quer saber de cinco manias minhas que me distingam dos demais, e aqui é que a porca torce o rabo, pois manias todos temos, mas são quase todas semelhantes, com poucas variações; mas vamos ao trabalho:

AUTO-RETRATO – sou um homem bastante normal, com defeitos e qualidades, como toda a gente, mas há algumas coisas que me caracterizam especialmente: sou teimoso como as coisas teimosas; debaixo de um optimismo aparente esconde-se um pessimismo, por vezes mesmo mórbido; sou bom, na forma corrente de o ser, mas quando é necessário e principalmente se me tocam em coisas para mim sagradas, posso ser bastante “mauzinho”. A intolerância, a hipocrisia e a estupidez são palavras que não entram no dicionário da minha vida e são esses os defeitos que mais me afastam de certas pessoas; tenho na Amizade sincera e desinteressada um dos meus maiores apoios. Já vivi bastante, momentos bons e outros menos bons e de quase nada me arrependo do que tenho feito. No Amor sou acima de tudo honesto e respeitador e tenho colhido frutos dessa maneira de o viver. Fiz muitas coisas diferentes na vida, tive variadas profissões, e se nunca fui demasiado notado, engrandeci com todas essas vivências o curriculum vitae pessoal, intimo. Tenho uma boa capacidade de comunicação e sei como “chegar” junto de alguém, devido talvez a ter sido vendedor, parte da minha vida. Sinto-me realizado e de certa forma posso afirmar que tenho vivido bastantes momentos felizes, pois ninguém é feliz constantemente. Sou convicto das minhas ideias e vivo totalmente de acordo com o meu pensamento. Ahh, já me esquecia – sou do Benfica e tenho dois ódios de estimação nacionais (Alberto João Jardim e Pinto da Costa), e dois internacionais (Berlusconni e o Bentinho!!!!!!)

CINCO MANIAS

1. Detesto três coisas que a maioria das pessoasgostam: pássaros, queijo e azeitonas.

2. Não sendo praticante, no meu catolicismo (e sendo até bastante critico da Igreja), benzo-me a “cada pé de passada”, pelas razões mais pueris.

3. Entro sempre com o pé direito, tanto na escada como na “manga” que conduzem aos aviões, como dentro do próprio avião.

4. Sou algo desleixado com o que visto e estou sempre a repetir para justificar não comprar muita roupa nova, que já “não perco casamento”.

5. Adoro, quando estou só num determinado sítio, olhar atentamente para alguém e tentar adivinhar o que essa pessoa pensa ou sente nesse momento, só pela análise do seu comportamento – é um jogo fascinante!

E pronto. Botem faladura, digam da vossa justiça, já que eu não vou nomear ninguém; mas gostava de vos conhecer melhor; não tenham receio de se expor. É muito pior do que ser exposto…

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Um vídeo...um blog


Este vídeo foi "roubado" do blog "Tertúlias", da autoria do meu amigo Ricardo, um brasileiro que vive na Europa, mais propriamente em Viena, capital austríaca.
E este vídeo, divertidíssimo, com um Nureyev na sua melhor forma a ser o convidado do Muppet Show, onde dança com a "elegante" Miss Piggy um divertido extracto do "Lago dos Cisnes", não é senão um pretexto para falar do "Tertúlias", que considero um dos mais bem elaborados blogs dos que conheço, na área do espectáculo, com um assombroso relembrar de artistas dos mais variados géneros, que o Ricardo descobre e conhece e partilha com quem tem o prazer de o ler; tenho aprendido muito e recordado imenso coisas maravilhosas. Embora já seja conhecido de alguns bloguistas portugueses, merece uma maior divulgação e é com um imenso prazer que convido quem me lê a visitar o "Tertúlias".

sábado, 2 de janeiro de 2010

Um ano em 2 minutos...

O ano de 2009 já lá vai, e não me deixa saudades...
Mas, achei um piadão a este vídeo, muito bem feito, talvez demasiado "americano", mas suficientemente diversificado para se entenderem quase todas as imagens.
Como tem um ritmo muito rápido, tem que se estar atento, para identificar todas as personagens e situações.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Um golo do c******


Como não tenho arte nem engenho informático para postar apenas o vídeo, remeto este texto para uma postagem do blog italiano Gayburg.
Para quem gosta de futebol e não só...
É de qualquer forma um golo perfeitamente original, um autêntico golo do c******.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Quatro anos de felicidade


Faz hoje quatro anos que demos início ao nosso relacionamento, naquela altura ainda totalmente virtual. O primeiro encontro, em Belgrado, apenas aconteceu em Setembro de 2006.
Tem sido uma experiência fabulosa, com um entendimento perfeito, e nem a distância, que por vezes nos custa demasiado a suportar consegue nublar.

For you, my love, all my tenderness; I miss you...
VOLIMTE!


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domingo, 27 de dezembro de 2009

Women In Art





Este vídeo é publicado também para ser incluído no tema escolhido para o mês de Janeiro da "Fábrica de Letras", e que é a BELEZA.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Acerca do "gentil" doutor...

É, até agora, a situação mais ridícula e caricata em que cai a dita Plataforma, comandada por essa advogada que se chama Isilda Pegado, que deve pretender a beatificação quando da visita papal. Quando um conhecido cirurgião pediátrico, Gentil Martins,mostra a sua precoce senilidade, com afirmações deste teor, está tudo dito: é o desespero!!!

Mas que mal lhes fizemos nós, homossexuais? Mas que mal causa ao país, o casamento entre as pessoas do mesmo sexo? Mas que cruzada é esta que mobiliza Igreja, imprensa, partidos políticos, "chefes de família" ofendidos e sei lá quem mais? Será esta lei uma ameaça à sobrevivência demográfica do país como pretende sibilarmente insinuar o senhor Cavaco? Será que Espanha, Bélgica, Holanda, Suécia, África do Sul, Canadá, Noruega e cinco Estados americanos (aos quais se juntou a região administrativa da Cidade do México, com mais habitantes que Portugal inteiro), deixaram de ser países sem moral e em que os casamentos heterossexuais tivessem sido limitados e assim levassem a uma menor natalidade?

Será que é preciso referendar um direito cívico? Se assim for abre-se um precedente que numa ridícula extrapolação, "amanhã" poderá levar a pretender referendar cada casamento entre A e B, sejam hetero ou homossexuais. E ainda sobre o pretendido referendo, chamado o supra-sumo da democracia, que direito posso eu reconhecer ao Quim, da Merdaleja (que nem escrever sabe mas vai à missa e ouve o senhor padre dizer que deve votar NÃO) para opinar sobre o meu amor por outro homem?

Quando se diz que este assunto está a tirar importância aos verdadeiros problemas do país, é precisamente esta campanha que o está a provocar, e não a lei aprovada pelo Governo e agendada para discussão no Parlamento para 8 de Janeiro. Quando se afirma que o Governo, de uma forma ou de outra está a pressionar o PR na promulgação ou não de leis, como se chama a esta campanha, neste particular aspecto, se não uma forma de pressionar o veto presidencial.

E quando se insinua, como essa senhora Pegado que esta questão dos casamentos entre PMS custa uma fortuna ao país (só para rir), sabe ela quanto custa fazer um referendo?

Se não fosse tão ridícula a frase usada neste contexto, até apetecia dizer: "Senhor, perdoai-lhes, que eles não sabem o que fazem".

Nota: eu não pretendo casar com o Déjan e muito menos com qualquer outro homem; apenas quero ter esse direito!!!

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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Prenda de Natal

A minha prenda de Natal para quem me lê; não é nada que esteja relacionado com a época natalícia, mas é algo de belo, como belo deve ser o Natal. Por isso justifica-se...
Espero que gostem tanto desta Senhora, cujo único defeito foi viver pouco tempo e claro que dedico especialmente a uma pessoa que muito amo, uma das mais belas canções de amor de sempre.

FELIZ NATAL!!!

domingo, 20 de dezembro de 2009

As "minhas" cidades - Florença

“Há momentos, especialmente à noite, em que um passeio pela Piazza della Signoria me deixa aturdido…A piazza tem os seus residentes permanentes. Perto do Palazzo Vecchio, Neptuno encharca-se numa fonte que não funciona a maior parte do tempo. A imitação de David parece pairar, com erro gotejando pelos seus longos dedos. Hércules ataca o derrotado Cacus. Poucos lugares no mundo são tão saturados de eventos históricos. Afinal de contas, foi nesta piazza que Savonarola queimou as vaidades e foi ele próprio queimado. (Um medalhão embutido no pavimento assinala o local.) Cellini descerrou o seu Perseu de bronze. Aqui foi erigido o David de Miguel Ângelo
e, umas centenas de anos depois, transferido para a Accademia através de carris de uma momentânea via férrea. A Rainha Vitória atravessou esta piazza numa carruagem. Aqui ocorreram tumultos, foi derramado sangue em quantidade e, na varanda do Palazzo Vecchio, em 1938, Hitler apertou a mão a Mussolini enquanto os Camisas Negras cantavam.
Hoje, algas verdes cobrem a barriga das pernas de Neptuno. As algas são o pé de atleta da história. A piazza é o chuveiro dos tempos, onde deuses e heróis se expõem nus, ostentam genitais de dimensões excessivas, se gabam de conquistas e exibem troféus. Não é um lugar para mulheres. As mulheres ocultas na estatuária figuram ali como fantasmas da histeria ou do desejo masculinos. Polixena e as Sabinas, sendo violadas, calcificam a fanfarronice sexual. Judite, agarrando Holoferne para lhe cortar a cabeça, calcifica o terror sexual. Tal como os avisos das mães, uma fila de Virtudes reduz-se à sombra da Loggia, ignorada. Uma Hermes, metade humana, metade árvore é a menina bonita da piazza. A sua folha de figueira preta atrai a si todas as atenções, qual ponto de fuga, a sua evasão à luxúria incitando aquilo que procura repelir.

À noite a impressão é ainda mais forte. Tochas assinalando o friso recortado do Palazzo Vecchio conferem às pedras um esplendor brilhante, como se a luz as fizesse derreter. A esta hora, a vista de Neptuno, a sua humidade escorregadia e branca bastam para fazer crescer água na boca. Olhando para ele, percebemos enfim por que os escultores lutavam por blocos de mármore branco de Carrara. Apetece-nos tirar os sapatos, patinhar pela fonte e raspar as algas verdes nos seus flancos com as unhas."

Este é um texto inserido no livro de David Leavitt - “Florença, Um Caso Delicado”, em que o autor descreve com minúcia o conjunto escultórico de uma das mais belas praças do mundo: a Piazza della Signoria, coração da mais bela das cidades italianas – Florença. O livro consagra muitas das suas páginas, não só à descrição dos principais locais da cidade, como o Duomo, a ponte sobre o Arno, a igreja de Santa Maria Novella, a Accademia, o Palácio Pitti e os Jardins de Boboli, como também a vida de tantos artistas e principalmente escritores ingleses que escolheram Florença para viver entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX.

Sendo Florença uma cidade que já visitei várias vezes, e sempre com crescente admiração, cabe-lhe a honra de inaugurar uma nova rubrica neste blog, sobre cidades que me fascinaram.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Morreu uma estrela

Com 90 anos de idade faleceu hoje a actriz Jennifer Jones, que marcou de forma indelével o cinema americano, principalmente nas décadas de 40 e 50 do século passado.

Tinha uma beleza não clássica, mas que a tornava muito sedutora. Após um primeiro casamento com o actor Robert Walker e depois de um longo romance, acabou por casar com o poderoso produtor de Hollywood, David O. Selznick, com quem viveu até este falecer; mais tarde casou de novo.

O filme que a catapultou para a fama foi “A Canção de Bernardette” (1943), e que lhe valeu o Óscar da melhor actriz.

Numa vasta filmografia, destacam-se os filmes em que foi nomeada para Óscares: “Desde que tu partiste” (1944), “Duelo ao Sol” (1946), “Love letters” (1945) e “Love is a many-splendored thing” (1955); ainda participou em outros filmes que a celebrizaram e em que contracenou com os melhores actores e sob a direcção de conhecidos realizadores: “A Fúria do desejo” (1952), “Estação Terminus” (1953), “O Homem do fato cinzento” (1956), “O adeus às Armas” (!957), “Terna é a noite” (1962), sendo a sua derradeira participação no cinema no filme catástrofe “A Torre do Inferno” (1974).

Curiosamente, esta actriz marcou-me muito, pessoalmente, por um filme menor, mas interessante, já de 1966 – “O Ídolo”, em que fazia o papel de uma mulher de meia idade que seduzia um jovem que podia ser seu filho; tendo ir a ver o filme (no Europa, em Campo de Ourique), houve uma cena bastante “quente” em que se ouvia um belo trecho musical e o jovem perguntou-lhe que música era aquela, ao que ela respondeu que era o “Inverno” de Vivaldi. Confesso a minha falta de cultura musical, e como não conhecia a música, fui no dia seguinte comprar o disco, e fui então informado que fazia parte de uma composição clássica chamada “As Quatro Estações”, comprei assim o meu primeiro álbum clássico, devido a Jennifer Jones…


quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Robert Mapplethorpe


Robert Mapplethorpe (New York-1946 / Boston-1989), foi o terceiro de seis irmãos, numa família católica – todos iam à igreja, uma experiência que o veio a traumatizar como adolescente na provinciana Long Island, um bom lugar para crescer e melhor para fugir, ele e todos os traumas que herdou da sua família. Porque sentir-se atraído por homens (foi apanhado pelos pais com fotos de rapazes mais ou menos desnudados e a sair de uma sex shop local), e ter pretensões artísticas, na década de 60, por muito hippie que o mundo fosse nesse tempo, não era fácil. Com 17 anos entrou num mundo que lhe permitiu começar a sentir-se livre, o Pratt Institute de Brooklyn, onde realizou os seus primeiros trabalhos, como escultor e pintor; apenas em 1972 começou a fotografar com uma Polaroid que um amigo lhe ofereceu.
É geralmente aceite que Mapplethorpe terá sido sempre homossexual, mas ele esteve noivo durante anos da cantora Patti Smith, que foi seu modelo até ao fim dos seus dias; é dele a capa do primeiro álbum da cantora
e foi por seu intermédio que conheceu bastante bem alguns artistas do mundo do rock e os fotografou, como Lou Reed, Debbie Harry ou Iggy Pop. Segundo ele, um dos factores mais importantes para o êxito de um retratista é que deve haver uma boa comunicação entre o modelo e o fotógrafo; para RM, as pessoas são o mais importante, principalmente o seu relacionamento com elas, e conhecer gente é uma forma de comunicação social. Na década de 70 dedicou-se intensamente à fotografia, tendo trabalhado com retratos , com imagens sexuais e com naturezas mortas; ele considerava o corpo humano uma forma e quando fotografava um corpo era como se estivesse a fotografar uma escultura.
A sua obsessão pelos pénis, não qualquer pénis, mas sim os que são grandes ou muito grandes e que pertençam a corpos musculados, levou-o a retratar o sexo masculino em paralelo a uma flor ou um fruto, saindo de um fato de um executivo,

mostrando-se como um elemento externo a um dançarino ou mesmo sendo “maltratado” numa relação sado masoquista, tendo neste último caso ficado célebres três fotos polémicas: um auto retrato em que o fotógrafo se sodomiza com um objecto,

um outro com dois amigos praticando “fisting”e o retrato de uma mulher - Lisa Lyon - que cobre a sua vagina com um escorpião
Aliás foi Lisa Lyon,

que juntamente com Patty Smith foi o seu grande modelo e a sua grande amiga; era uma mulher que praticava o culturismo e assim o seu corpo era também uma escultura masculinizada, com o seu quê de ambiguidade.
Mais tarde, Mapplethorpe começou a retratar naturezas mortas, sobretudo flores, que representavam atenuadamente nos seus caules e nas suas folhas, pénis e vaginas. Tendo até então sempre fotografado a preto e branco, apenas nesta altura começou a usar a cor.