terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A "nova" Covilhã

A minha cidade mudou muito nos últimos anos. Da velha cidade dos lanifícios, outrora a "Manchester portuguesa", restam alguns edifícios fabris transformados em pólos universitários ou seus apoios (à excepção de uma só grande empresa). A cidade é agora uma das mais conhecidas cidades universitárias, com a UBI (Universidade da Beira Interior), que tem uma nova Faculdade de Medicina e que dá vida à urbe.
As indústrias diversificaram-se e quer no Parque Industrial, quer no Parque Urbis há grande desenvolvimento industrial.
E agora com o recente acordo com a PT, para a instalação na cidade do mais importante Data Center da Península, a cidade vai ainda progredir mais.
E a sua topografia mudou também radicalmente: antes eram as ruas e ruelas distribuídas em anfiteatro, desde o vale até ao início da serra; agora é o vale plano, que, como um milagre, nos últimos 20 anos cresceu exponencialmente.
O velho Pelourinho continua a ser o centro da cidade e a sua sala de visitas; mas a população escasseia mais, como nos grandes centros e pela noite há uma certa nostalgia do passado.
A Covilhã recuperou dois locais importantes, transformou-os e alindou-os: as ribeiras da Carpinteira e da Goldra.
Criou um belíssimo espaço verde, o Jardim do Lago. Construiu uma ponte pietonal unindo a zona do Jardim com o Bairro dos Penedos Altos, que é considerada uma das mais inovadoras arquitecturas na Europa e projecta um teleférico.
A cidade estende-se tanto pelo vale que não admira que daqui a uns curtos anos, constitua com o Tortozendo, já agregado e o Fundão, cada vez mais perto, uma grande urbe do interior do país.
Como filho da terra, é com orgulho que aqui deixo um vídeo da "nova" Covilhã.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

As Gerações


"Quando o FMI chegou pela segunda vez a Portugal, em 1983, eu tinha 26 anos. Num daqueles dias de ambiente pesado, quando havia bandeiras pretas hasteadas nos portões das fábricas da periferia de Lisboa, quando nos admirávamos com ser possível continuar a viver e a trabalhar com meses e meses de salários em atraso, almocei com um incorrigível optimista no Martinho da Arcada. Nunca mais me esqueci de uma sua observação singela: “Já reparaste como, apesar de todos os actuais problemas, a nossa geração vive melhor do que as dos nossos pais? Tenta lembrar-te de como era quando eras miúdo…”
Era verdade: a minha geração viveu e vive muito melhor do que a dos seus pais. E eles já viveram melhor do que os pais deles. Mas quando olho para a geração dos meus filhos, e dos que são mais novos do que eles, sinto, sei, que já não vai ser assim. E não vai ser assim porque nós estragámos tudo – ou ajudámos a estragar tudo. Talvez aqueles que são um bocadinho mais velhos do que eu, os verdadeiros herdeiros da “geração de 60”, os que ocuparam o grosso dos lugares do poder nas últimas três décadas, tenham um bocado mais de responsabilidade. Mas ninguém duvide que o futuro que estamos a deixar aos mais novos é muito pouco apetecível. E que o seu presente já é, em muitos aspectos, insuportável.
Começámos por lhes chamar a “geração 500 euros”, pois eram licenciados e muitos não conseguiam empregos senão no limiar do salário mínimo. Agora é ainda pior. Quase um em cada quatro pura e simplesmente não encontram emprego (mais de 30 por cento se tiverem um curso superior). Dos que encontram, muitos estão em “call centers”, em caixas de supermercados, ao volante de táxis, até com uma esfregona e um balde nas mãos apesar de terem andado pela Universidade e terem um “canudo”. Pagam-lhes contra recibos verdes e, agora, o Estado ainda lhes vai aplicar uma taxa maior sobre esse muito pouco que recebem. Vão ficando por casa dos pais, adiando vidas, saltitando por aqui e por ali com medo de compromissos.
Há 30 anos, quando Rui Veloso fixou um estereótipo da minha geração em “A rapariguinha do Shopping”, a letra do Carlos Tê glosava a vaidade de gente humilde em ascensão social, fosse lá isso o que fosse: “Bem vestida e petulante/Desce pela escada rolante/Com uma revista de bordados/Com um olhar rutilante/E os sovacos perfumados/…/Nos lábios um bom batom/Sempre muito bem penteada/Cheia de rimel e crayon…”
Hoje, quando os Deolinda entusiasmam os Coliseus de Lisboa e do Porto, o registo não podia ser mais diferente: “Sou da geração sem remuneração/E não me incomoda esta condição/Que parva que eu sou/Porque isto está mal e vai continuar/Já é uma sorte eu poder estagiar…” Exacto: “Já é uma sorte eu poder estagiar”, ou mesmo trabalhar só pelo subsídio de refeição, ou tentar a bolsa para o pós-doc depois de ter tido bolsa para o doutoramento e para o mestrado e nenhuma hipótese de emprego. Sim, “Que mundo tão parvo/Onde para ser escravo é preciso estudar…”
É a geração espoliada. A geração que espoliámos.
Sem pieguices, sejamos honestos: na loucura revolucionária do pós-25 de Abril, primeiro, depois na euforia da adesão à CEE, por fim na corrida suicida ao consumo desencadeada pela adesão à moeda única e pelos juros baixos, desbaratámos numa geração o rendimento de duas gerações. Talvez mais. As nossas dívidas, a pública e a privada, já correspondem a três vezes o produto nacional – e não vamos ser nós a pagá-las, vamos deixá-las de herança.
Quisemos tudo: bons salários, sempre a subir, e segurança no emprego; casa própria e casa de férias; um automóvel para todos os membros da família; o telemóvel e o plasma; menos horas de trabalho e a reforma o mais cedo possível. Pensámos que tudo isso era possível e, quando nos avisaram que não era, fizemos como as lapas numa rocha batida pelas ondas: enquistámos nas posições que tínhamos alcançado. Começámos a falar de “direitos adquiridos”. Exigimos cada vez mais o impossível sem muita disposição para darmos qualquer contrapartida. Eram as “conquistas de Abril”.
Veja-se agora o país que deixamos aos mais novos. Se quiserem casa, têm de comprá-la, pois passaram-se décadas sem sermos capazes de ter uma lei das rendas decente: continuamos com os centros das cidades cheios de velhos e atiramos os mais novos para as periferias. Se quiserem emprego, mesmo quando são mais capazes, mesmo quando têm muito mais formação, ficam à porta porque há demasiada gente instalada em empregos que tomaram para a vida. Andaram pelas Universidades mas sabem que, nelas, os quadros estão praticamente fechados. Quando têm oportunidade num instituto de investigação, dão logo nas vistas, mas são poucas as oportunidades para tanta procura. Pensaram ser professores mas foram traídos pela dinâmica demográfica e pela diminuição do número de alunos. Sonharam com um carreira na advocacia, mas agora até a sua Ordem se lhes fecha. Que lhes sobra? As noites de sexta-feira e pensarem que amanhã é outro dia…
E observe-se como lhes roubámos as pensões a que, teoricamente, um dia teriam direito: a reforma Vieira da Silva manteve com poucas alterações o valor das reformas para os que estão quase a reformar-se ao mesmo tempo que estabelecia fórmulas de cálculo que darão aos jovens de hoje reformas que corresponderão, na melhor das hipóteses, a metade daquelas a que a geração mais velha ainda tem direito. Eles nem deram por isso. Afinal como poderia a “geração ‘casinha dos pais’” pensar hoje no que lhe acontecerá daqui a 30 ou 40 anos?
Esta geração nunca se revoltará, como a geração de 60, por estar “aborrecida”, ou “entediada”, com o progresso “burguês”. Esta geração também não se mobilizará porque… “talvez foder”. Mas esta geração, que foi perdendo as ilusões no Estado protector – ela sabe muito bem como está desprotegida no desemprego, por exemplo… –, habituou-se também a mudar, a testar, a arriscar e, sobretudo, a desconfiar dos “instalados”.
Esta geração talvez já tenha percebido que não terá uma vida melhor do que a dos seus pais, pelo menos na escala que eles tiveram relativamente aos seus avós. Por isso esta geração não segue discursos políticos gastos, nem se deixa encantar com retóricas repetitivas, nem acredita nos que há muito prometem o paraíso.
Por isso esta geração pode ser mobilizada para o gigantesco processo de mudança por que Portugal tem de passar – mais do que um processo de mudança, um processo de reinvenção. Portugal tem de deixar de ser uma sociedade fechada e espartilhada por interesses e capelinhas, tem de se abrir aos seus e, entre estes, aos que têm mais ambição, mais imaginação e mais vontade. E esses são os da geração “qualquer coisa” que só quer ser “alguma coisa”. Até porque parvoíce verdadeira é não mudar, e isso eles também já perceberam…"
*Público, 4 Fevereiro 2011


Este artigo é da autoria de um jornalista de quem, com toda a sinceridade devo afirmar, não gosto mesmo nada. Chama-se José Manuel Fernandes e foi director do jornal onde agora publica crónicas. Pode dizer-se que nalguns pontos tem razão, mas deve ir-se um pouco além de uma leitura simplista.
Se vamos analisar as “heranças geracionais” do passado, não podemos deixar de prestar muita atenção a este texto escrito por João Pinto e Castro no blog “Jugular
“Quando nasci, a travessia do Tejo mais próxima de Lisboa era em Santarém. Pouco tempo depois, foi inaugurada a de Vila Franca.
A única auto-estrada do país ligava Lisboa ao estádio do Jamor. Em 1962, construíu-se a muito custo um troço de Lisboa a Vila Franca. Da primeira vez que fui de carro a Paris, a primeira auto-estrada que encontrei foi em Bordéus.
O aeroporto do Funchal só foi inaugurado em 1964, o de Faro em 1965, o de Ponta Delgada em 1969.
Um em cada dois portugueses era analfabeto. Havia menos alunos universitários do que hoje há professores.
A taxa de mortalidade infantil era umas 30 vezes superior à de hoje.
Ouve-se hoje muitas queixas sobre a herança que vamos deixar às novas gerações. Porém, mesmo sem falar do progresso dos costumes e das liberdades individuais e colectivas, parece seguro que ela é bem mais invejável que aquela que a minha recebeu."



Ultimamente vi noutros blogs que frequento habitualmente, aqui na blogosfera, debater-se este assunto, que é, concordo, tão aliciante, como complicado.
Sempre houve choques de gerações, mas nunca como agora, em que estamos a viver uma crise aguda e para a qual não se antevêem  soluções a curto prazo, esta discussão se tornou tão fulcral. E será caso para questionar já num plano muito mais restrito, mas também muito mais importante, a questão geracional dos políticos no activo; que me lembre nunca houve no mundo uma tão grande carência de políticos com P grande. Maus ou bons, uns por terem feito grandes obras e serem grandes estrategas económicos ou sociais, outros por manifestas actividades que o Mundo condenou, não deixaram de ser grandes políticos. Hoje, pelo contrário, encontramos pessoas que só estão na política por ambição e por interesse, aprendizes de uma arte que não se estuda, mas que se pratica.
Basta ver em Portugal, e só para referir ao período pós 25 de Abril, onde estão políticos como Mário Soares, Álvaro Cunhal ou Sá Carneiro? Goste-se ou não, eram verdadeiramente políticos.
E o pior, é que não vislumbro, a curto prazo nenhum Messias que venha alterar esta situação.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O Unicórnio de Porcelana

Vi este vídeo no blog " Felizes Juntos" e o impulso foi comentá-lo de imediato a dizer como tinha gostado dele; mas não havia comentários. Então liguei ao Paulo e pedi-lhe autorização para publicar aqui o vídeo, como que fosse um comentário de muita admiração.
Claro que o Paulo anuiu de imediato e ainda tive a grata surpresa de ver depois que os comentários tinham sido reactivados lá no seu blog, dele e do Zé!
Hoje, vi com satisfação que também a Smile, fazendo jus à sensibilidade que lhe reconheço, publicou o vídeo no seu blog.
Ainda bem, pois uma pequena obra de arte como esta merece ser partilhada.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O Gafanhoto



Um gafanhoto esperto tinha a mania de ir ao cu aos pirilampos!
De noite via-lhes a luzinha e pimba... Uma noite queimou a pila...
Fodeu-se! Era uma beata.!.!.!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Teste de Alzheimer



How fast can you guess these words ?
1. F_ _K
2. PU_S_
3. S_X
4. P_N_S
5. BOO_S
6. _ _NDOM


SCROLL DOWN



Answers:
1. FORK
2. PULSE
3. SIX
4. PANTS
5. BOOKS
6. RANDOM
You got all 6 wrong....didn't you ?
Well, you don't have Alzheimers, but you are a pervert !

domingo, 6 de fevereiro de 2011

O Fabuloso Mundo dos Gatos

Dedicado aos meus companheiros de todos os dias, a endiabrada Teka e o velhote Boris (cada vez mais magrinho). Eles serão sempre os meus "Pequeninos"!!!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Mulheres # 1


Estou a ler um interessante livro, cujo autor é uma mulher, Agnès Michaux, e que consiste numa interessantíssima compilação de frases sobre a Mulher.
Não me considero minimamente misógino, e portanto estou à vontade para aqui iniciar uma nova rubrica deste blog, com algumas dessas frases e a que chamarei “Mulheres”.
Já agora aproveito para deixar o nome do livro: “Dicionário de Misoginia”!

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"A amizade entre duas mulheres é semelhante à de dois merceeiros estabelecidos em frente um do outro."
Alphonse Karr

"Os homens ouvem-se uns aos outros; as mulheres espiam-se entre si."
Mme de Maintenont

"Existe um elo secreto entre as mulheres: apoiam-se como padres de uma mesma religião, odeiam-se, mas protegem-se."
Marquesa de Lambert

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

"Shortbus"

Só hoje vi este tão aclamado filme  do realizador John Cameron Mitchell, datado já de 2006.
Deste realizador já tinha visto há tempos um outro interessante filme sobre um transsexual, realizado em 2001 e cujo nome era "Hedwig - A Origem do Amor".

Situado na cidade de Nova York, um grupo heterogéneo de heteros, gays e transsexuais encontra um terreno comum no Shortbus, um salão subterrâneo onde as pessoas são livres para explorar os seus mais carnais desejos sexuais com conexões aleatórias e orgias ao longo da noite - às vezes até encontrar pedaços de sabedoria ao longo do caminho.

O excelente elenco de personagens de "Shortbus" atrai poderosamente o espectador em cada uma das vidas dos personagens e problemas. Sofia (Sook-Yin Lee), uma terapeuta sexual que nunca teve um orgasmo, busca maneiras de superar o seu "pré-orgástico" dilema, que afecta profundamente o seu casamento. James (Paul Dawson), tem uma depressão antiga e vai ao extremo da tentativa de suicídio quando não consegue sentir a felicidade com o seu parceiro amoroso e dedicado, Jamie (PJ DeBoy); foram monogâmicos durante os cinco anos da sua relação, mas resolvem trazer um terceiro elemento para compartilhar o sexo com eles.E há um voyeur do outro lado da rua que vai registando todas estas fases da sua vida.Há também  Severin (Lindsay Beamish), que ganha a vida a trabalhar como “dominadora”, mas que pretende ter um relacionamento significativo com alguém - qualquer um.

Sim, o sexo na tela é real. E há muito. Mas em vez de exibir cenas sexualmente explícitas para o bem da excitação barata, "Shortbus" é provocativo com um propósito real. Nós não estamos  em Hollywood.

Enquanto o sexo é um ponto de foco principal no filme, não é o único. "Shortbus" lida com todas as formas de relações humanas.
Não salientando uma forma sobre outra, mostra como a amizade, sexo e amor sempre se misturam.
Numa conversa interessantíssima, um homem velho que se identificou como o ex-prefeito de Nova York, diz ao jovem e ingénuo Ceth (Jay Brannan): "As pessoas vêm a Nova York para fazer sexo mas as pessoas também vêm a Nova York para ser perdoadas ". Isto também pode ser válido para quem optar por ver este filme.
"Shortbus" permite-nos saber que gays, heterossexuais, transexuais, bissexuais, qualquer que seja a nossa orientação sexual, nós todos só queremos é sentirmo-nos aceites.
É "Shortbus" provocador? Sim. É explícito? Sim! Mas isso é extremamente positivo e libertador nos tempos “politicamente correctos” que hoje vivemos.
Eu chamaria a este filme, numa imagem adequada à temática dele, um orgasmo de Vida!
Aqui está o trailer do filme
E também um vídeo da magnífica cena final do filme

Além deste trailer, há um outro, não censurado, com cenas explícitas, e que por razões óbvias aqui não publico. Deixo no entanto o link em que o podem visionar, caso queiram e claro, a responsabilidade desse visionamento é vossa...

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Matthew Bourne

Matthew Bourne é amplamente aclamado como um dos mais populares e bem sucedidos coreógrafos/encenadores do Reino Unido. 
Bourne começou a sua carreira de bailarino, já tarde com  22 de idade. Estudou Teatro de Dança e Coreografia na Laban .  Bourne dançou profissionalmente durante 14 anos a criação de muitos papéis do seu próprio trabalho. Em 1999 ele fez sua última apresentação, como secretário privado da rainha, na produção da Broadway de O Lago dos Cisnes .
Matthew Bourne foi director artístico da sua primeira empresa, Adventures In Motion Pictures, de 1987 até 2002. Durante esses 15 anos a AMP tornou-se muito popular no mundo da dança do Reino Unido e das mais inovadoras companhias de teatro, criando novas audiências para ver  o seu trabalho pioneiro no país e internacionalmente (Spitfire , A Galop Infernal , Town and Country , muito séria , Nutcracker! , Highland Fling , O Lago dos Cisnes , Cinderela e Car…men).
Deixo aqui um trailer da sua obra mais conhecida, em que brilha a grande altura o melhor bailarino da sua 

Companhia, Adam Cooper.

As suas companhias começaram a representar nos principais palcos mundiais, apoá ter, em 2002 fundado a sua própria empresa, New Adventures.

Em 2005, a New Adventures apresentou o seu projecto mais ambicioso até à data: Matthew Bourne produziu Edward Mãos de Tesoura, com base no clássico filme de Tim Burton, com  a sua estreia mundial no Sadler Wells Theatre. Depois debater recordes de bilheteira, a produção viajou pelo Reino Unido, antes da estreia internacional na Ásia e uma tournée de 6 meses nos EUA. O sucesso sem precedentes foi reconhecido em 2006 com o convite para tornar-se companhia residente no Sadler’s Wells Theatre. Matthew Bourne é também um Artista Residente no Sadler Wells.
Bourne também criou coreografias para diversos “remakes” dos musicais clássicos importantes, incluindo Oliver (1994) e My Fair Lady (2002), bem como Pacífico Sul (2001). Em 2004 Bourne co-dirigiu (com Richard Eyre ) e coreografadas (com Stephen Wear ), no West End e na Broadway o musical Mary Poppins , pelo qual ganhou um prêmio Olivier Award de Melhor Coreógrafo de Teatro.
Matthew Bourne foi duas vezes nomeado como Melhor Director no Olivier Awards , e as suas realizações na coreografia foram reconhecidos com mais de 30 prémios internacionais.
O seu mais recente trabalho foi Dorian Gray , baseado na obra-prima do gótico Oscar Wilde, estreado no Festival de Edimburgo em 2008, e tornou-se a produção de dança mais bem sucedida nos 62 anos de história do Festival.
Em jeito de bónus deixo aqui um vídeo, com um dos seus primeiros trabalhos, Spitfire, um bailado curto, que faz 

lembrar nalguns aspectos os Baletts Trockadero, mas sem os bailarinos se apresentarem como travestis.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Presidenciais 2011

Cavaco Silva ganhou, como se esperava as eleições presidenciais de ontem e habitará Belém por mais cinco anos.
Não fugiu à regra de que todos os PR, desde o 25 de Abril, que se recandidatam, ganham. E será difícil não ganhar, pois tudo têm a seu favor, a não ser que o seu primeiro mandato tenha sido catastrófico.
Não vou analisar se ganhou por muitos, se por poucos; apenas reconheço que a margem para o candidato mais votado após ele, Manuel Alegre é bastante maior do que se esperaria.
Cavaco, usou e abusou da vitimização em que transformou as acusações de que foi alvo e desde já realço que, no seu discurso de vitória, não soube ser “ganhador”, continuando a usar os termos da campanha; ao invés, o discurso de derrota de M.Alegre foi digno e positivo.
Porque razão Alegre não obteve melhores resultados? São vários, mas o maior talvez seja a “fuga” de muitos votos socialistas, por não lhe perdoarem muitas das críticas que fez ao partido. Por outro lado conclui-se que é difícil uma aliança eleitoral entre o PS e o BE; isto porque, quer se goste ou não, o povo português não gosta, na sua grande maioria de partidos extremistas, sendo um eleitorado essencialmente de centro, que alterna a esquerda com a direita.
Pode haver alguma relação do resultado de Manuel Alegre, com o descontentamento contra o governo, mas penso que não foi muito representativo (afinal Cavaco teve menos votos do que em 2006). Os descontentes, quem os ganhou foi Fernando Nobre, que fazendo uma campanha muito apagada, capitalizou muito o descontentamento contra os partidos, de uma maneira geral – foi um ganhador, sem dúvida.
Os votos de Francisco Lopes, ficaram aquém da votação normal do PCP, o que admira um pouco, pois o eleitorado comunista é usualmente muito igual.
Defensor de Moura foi um candidato local e não teve expressão nacional.
Um caso muito curioso foi o de José Manuel Coelho, um desconhecido deputado regional madeirense que baseou a sua campanha num estilo muito original, sem qualquer ideia, mas com muita critica a Cavaco Silva e outros políticos do continente, mas também e com alguma coragem, ao todo poderoso “dono” da Madeira, Alberto João Jardim. E conseguiu um resultado não desprezível, a nível nacional, mas essencialmente, uma votação surpreendente na Madeira, onde não ficou a uma distância grande de Jardim. Isto pode querer dizer muita coisa e é mesmo para mim, a grande novidade destas eleições.
Se, por um lado, me sinto um pouco entristecido pela fraca votação no candidato em que votei – Manuel Alegre, por outro lado fico imensamente satisfeito por ver, pela primeira vez, o “edifício pessoa de AJJ” ser abalado, por um tipo a quem chamaram mesmo Tiririca; o que sucederá com um opositor sério e com ideias, que se lhe venha a opor em próximas eleições?

©Todos os direitos reservados A utlilização dos textos deste blogue, qualquer que seja o seu fim, em parte ou no seu todo, requer prévio consentimento do seu autor.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Dia de reflexão

E depois há esta "pérola" de final de campanha

"Nós não podemos prolongar esta campanha por mais três semanas. Os custos seriam muito elevados para o país e seriam sentidos pelas empresas, pelas famílias, pelos trabalhadores, desde logo, pela via da contenção do crédito e pela subida das taxas de juro".

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Exame de Química



- Qual a diferença entre SOLUÇÃO e DISSOLUÇÃO?


Resposta de um aluno:

- Colocar UM dos POLÍTICOS PORTUGUESES num TANQUE DE ÁCIDO para que
DISSOLVA é uma DISSOLUÇÃO. Colocar TODOS é uma SOLUÇÃO!*
E completou:

"Se se Liofilizar, teremos o mais puro Extracto de Pó de Merda do mundo!"

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Dare or not dare

Não, este blog não modificou a sua linha de rumo, nem está a precisar de bolinha vermelha.
É apenas um dos vértices do seu conteúdo que agora, por razões desconhecidas(?) está a aparecer, mas sempre dos limites  que eu próprio estabeleci para o blog. 
E afinal é apenas publicidade...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Gamanço descarado (2)

E aqui está o segundo gamanço ao blog "O Bom Ladrão"; mas aqui apenas roubo a foto e a ideia, pois acrescento algo de novo.
A questão é saber que livro estará este sujeito a ler?
Fico à espera das vossas sugestões, que podem ser quer justificativas da "situação curiosa" em que o senhor se encontra, ou pode ser irónica.
Eu dou o exemplo, e como livros que o poriam "assim" haverá muitos, prefiro sugerir que ele estará a ler o último romance de Margarida Rebelo Pinto, por exemplo.
E vocês?

domingo, 16 de janeiro de 2011

O caso BPN explicado às crianças


“Um ex-primeiro ministro e ex-candidato a Presidente da República entra num banco e pede para comprar acções. Como o banco não está cotado em Bolsa, é o presidente da instituição que decide qual o preço da venda. Por acaso, foi seu secretário de Estado. E por acaso, fez parte da sua comissão política nacional no partido.
O presidente do banco olha para o antigo chefe no Governo, político respeitado e eventual futuro Presidente da República e decide o preço da venda: por acaso é o preço mais baixo de todo o ano 2001 e fica metade abaixo da média de venda do ano.
Em 2003, o ex-primeiro ministro decide vender as acções. Vai novamente ter com o seu ex-secretário de Estado e propõe-lhe o negócio. O antigo colaborador, que vendeu as acções abaixo do preço do mercado, volta a comprá-las por um valor 140% mais elevado – ou seja, com o negócio o ex-primeiro ministro ganha 147.529,20 euros.
Dois anos depois, o ex-primeiro ministro candidata-se novamente à Presidência da República e ganha a eleição. Uma das pessoas que convida para o seu Conselho de Estado é um antigo accionista do banco. Durante todos estes anos nunca explica o extraordinário negócio.
Os portugueses têm uma regra sagrada: não exigir explicações aos outros, com medo de que alguém lhes exija alguma coisa a eles.”

(Gonçalo Bordalo Pinheiro – “Sábado” de 14/01/2011)

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Gamanço descarado (1)

Leio e vejo tantos blogs, dos mais variados géneros e formas e é raro ficar indiferente.
Mas algumas coisas que vejo ou leio, despertam-me um súbito desejo de os mostrar de imediato aqui no blog.
Assim, numa das últimas passagens pelo Google Reader para tentar que o mesmo esteja em dia, deparei com três coisas que resolvi roubar descaradamente e publicar aqui.
O primeiro gamanço foi feito ao amigo "O Bom Ladrão", deste vídeo irresistível.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Uma casa nas Azenhas do Mar

Tenho um velho Amigo, desde os tempos de infância que possui uma das casa mais belas que conheço, num sítio paradisíaco, Azenhas do Mar.
Foi aí, a sua casa, que fomos, eu , o Déjan e o Duarte passar um pouco deste domingo solarengo após tantos dias de chuva. A casa de que falo é aquela que está em primeiro plano na primeira foto, e desafio quem me mostre uma casa naquele lugar, mais bem situada.
Aproveitámos para tirar várias fotos no terraço da casa, embora toda ela, no seu interior merecesse ser fotografada.
E o mar, ali aos nossos pés bravo e belo, neste belo passeio de domingo.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Triste, muito triste...

Eis a notícia do "Correio da Manhã", jornal onde tinha uma crónica. História que parece uma ficção se não fosse tão chocante e triste.

Carlos Castro morto e castrado em hotel de Nova Iorque

O jornalista e cronista do CM Carlos Castro, de 65 anos, foi encontrado morto no quarto 3416 do hotel Intercontinental, em Times Square, revelou o Daily News na sua página de Internet. Segundo fontes policiais, o português foi morto e castrado, provavelmente com estilhaços de um copo de vinho.
Carlos Castro deu entrada no hotel a 29 de Dezembro, acompanhado pelo modelo português Renato Seabra, de 21 anos, que é neste momento o principal suspeito do homicídio cometido no 34º andar do hotel, situado em Times Square, mesmo no centro de Nova Iorque.
Renato Seabra terá saído do hotel momentos antes do corpo ter sido encontrado, tendo sido detido horas depois pelas autoridades num local próximo do crime.
De acordo com as declarações do jornalista Luís Pires à SIC Notícias, Renato Seabra terá resistido à detenção, tendo sido ferido pela polícia durante o processo. O suspeito encontra-se num hospital, sob custódia policial.
"A minha filha ia jantar com o Carlos Castro e esperou por ele na entrada do hotel. O Renato desceu as escadas com ar muito calmo, com algumas manchas, que agora se sabem ser de sangue, na roupa, e disse à minha filha que 'o Carlos já não sai hoje do hotel'", relatou Luís Pires ao canal televisivo, acrescentando que o jovem terá saído depois abandonado o hotel.
A filha do jornalista ter-se-á então mostrado preocupada e pediu a um funcionário para abrir o quarto em que Carlos Castro estava instalado, tendo-o encontrado "numa poça de sangue". "Um quadro dantesco, Carlos tinha graves lesões na cabeça e foi castrado. Fico horrorizado só de pensar nisso", contou Luís Pires.
A polícia foi então chamada ao local, por volta das 19h00 (00h00 em Lisboa), tendo encontrado Carlos Castro inconsciente e com sinais de ter sido agredido na cabeça e sexualmente mutilado.
Segundo a estação de televisão nova-iorquina NY1, Carlos Castro foi declarado morto no local pelos paramédicos.
De acordo com o relato de Luís Pires, "Renato pôs-se em fuga, andou a vaguear pela cidade", mas acabou por ser detido poucas horas depois, próximo do local onde ocorreu o crime.

PERFIL
Nascido a 5 de Outubro de 1945 em Moçamedes, Angola, Carlos Castro interessou-se desde muito novo pela leitura e cedo descobriu a sua vocação para a poesia. Aos 15 anos partiu para Luanda, onde colaborou em diversos jornais, revistas e rádios.
Em 1973 venceu o festival de Luanda com o poema Feitiço de Tinta. Dois anos depois, chegou a Lisboa e nunca mais parou. Foi autor, realizador e intérprete de inúmeros espectáculos e tinha colaborações assíduas em várias publicações.
No dia que celebrou 65 anos de vida e 35 de carreira, o cronista social descreveu o seu percurso como "uma longa e feliz caminhada". Na altura, fez um balanço positivo da sua vida e carreira: "Eu sou uma pessoa muito positiva e acho que não tenho de me queixar de nada, nem da minha vida. Tenho tido tudo aquilo que quero".

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Os nossos idosos


Instalar idosos nas prisões e os infractores em lares.

Assim,os nossos idosos terão acesso a um chuveiro, passeios, medicamentos, exames odontológicos e médicos regulares.
Receber cadeiras de rodas, etc.
Receber o dinheiro em vez de pagar o seu alojamento.
Teria direito a vídeo vigilância contínua, que permite imediatamente receber assistência depois de uma queda ou outra emergência.
Limpeza do quarto, pelo menos duas vezes por semana, roupas lavadas e passadas regularmente.
Um guarda visita a cada 20 minutos e podem receber refeições directamente no seu quarto.
Ter um lugar especial para atender a família.
Ter acesso a uma biblioteca, sala de ginástica, fisioterapia e espiritual, bem como a piscina e até mesmo ensino gratuito.
Pijamas, sapatos, chinelos e assistência jurídica gratuita, mediante pedido.
Quarto, casa de banho e segurança para todos, com um pátio de exercícios, rodeado por um belo jardim.
Cada idoso teria direito a um computador, rádio, televisão.
Teria um "conselho" para ouvir denúncias e, além disso, os guardas terão um código de conduta a ser respeitado!

Agora vem o pensamento:
Politicamente é correcto dar condições de existência a todos, mesmo aos reclusos.
Agora, o que não é admissível é a inversão dos valores em que se assiste à defesa dos mais fortes contra o desleixo dos que não se conseguem defender, como é o caso dos idosos e doentes.
Além do mais, é imoral que a sociedade se preocupe mais com aqueles que a não respeitam, que a atacam a cada dia e que a subvertem.
Que tal se sentem os que passaram uma vida a trabalhar para receberem umas migalhas em troca na sua velhice e sejam atacados diretamente por aqueles a quem têm de sustentar???

(Recebido por mail)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

One Century of Pride


Uma excelente versão musicada que revisita, por assim dizer, todos os acontecimentos e pessoas importantes para o mundo LGBBT, durante um século.

(Este post destina-se à colaboração com o tema deste mês, da Fábrica das Letras, o Preconceito.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Saudade


O Pai

Terra de semente inculta e bravia,
terra onde não há esteiros ou caminhos,
sob o sol minha vida se alonga e estremece.

Pai, nada podem teus olhos doces,
como nada puderam as estrelas
que me abrasam os olhos e as faces.

Escureceu-me a vista o mal de amor
e na doce fonte do meu sonho
outra fonte tremida se reflecte.

Depois... Pergunta a Deus porque me deram
o que me deram e porque depois
conheci a solidão do céu e da terra.

Olha, minha juventude foi um puro
botão que ficou por rebentar e perde
a sua doçura de seiva e de sangue.

O sol que cai e cai eternamente
cansou-se de a beijar... E o outono.
Pai, nada podem teus olhos doces.

Escutarei de noite as tuas palavras:
... menino, meu menino...

E na noite imensa
com as feridas de ambos seguirei.

Pablo Neruda, in "Crepusculário"
Tradução de Rui Lage


Se hoje ainda estivesses entre nós, completarias hoje 90 anos. Partiste cedo de mais, não só pela idade que tinhas, mas também porque haviam sido apenas alguns anos antes que, após de termos tido uma longa conversa, em que te mostrei o meu EU por inteiro, ganhei além de um Pai, um Amigo que me aceitava, compreendia e defendia, o que naqueles tempos, nem sempre era fácil.
Nunca houve problemas entre nós, mas só após essa conversa, desse maravilhoso abraço que me deste nesse dia, é que realmente compreendi como é grande o amor de um Pai.
Até sempre...