terça-feira, 6 de maio de 2014

Viagens 11 - Madrid

Antes da minha paragem do blog, há uns tempos, eu tinha algumas rúbricas de carácter mais pessoal que entretanto deixei de publicar. Uma delas, que acho interessante, era sobre as minhas viagens, e eu já ia por volta da dezena de postagens sobre o assunto. Claro que não estão incluídas as viagens que fiz a Belgrado para estar com o Déjan, ou as viagens que fiz com ele, à Croácia, Londres, Itália, Budapeste e Madrid, pois essas fui-as relatando na altura própria. São viagens feitas anteriormente e ainda me faltam uma série delas. Vou hoje reatar essas viagens, começando por falar nas inúmeras viagens que já fiz a Madrid, sem dúvida a cidade não portuguesa que mais vezes visitei, logo seguida por Londres…
Madrid é uma cidade muito bonita e plena de interesse.
A primeira visita, mal me recordo, foi quando era miúdo, com os meus Pais e irmãos. E em família, só uma outra vez estive em Madrid, já há uns anos, quando ofereci uma viagem à minha Mãe e à minha irmã Teresa. Embora já há tempos, a minha Mãe já tinha certa idade e foi uma visita calma, muito baseada ali no centro, privilegiando as compras e alguns passeios clássicos.
 Mas Madrid é essencialmente para mim, uma cidade de descoberta de um “mundo novo”, principalmente quando nos anos 90, a movida fazia de Madrid uma das mais loucas cidades europeias. A Gran Via
pelas quatro da manhã tinha quase tanto movimento como a Baixa lisboeta durante os dias de semana no horário laboral; a vida nocturna era intensa e o centro nevrálgico das minhas noitadas era naturalmente o bairro da Chueca
que começa na Gran Via, na Calle Hortaleza e em tantas pequenas ruas com uma imensidade de bares, discotecas, restaurantes, lojas, e outros locais sempre cheios de gays.
 Para mim era uma descoberta, foi ali que entrei pela primeira vez num quarto escuro
conheci locais maravilhosos, gente bonita e fiz muita, mesmo muita malandrice.
Frequentei saunas e locais de “cruising”
enfim a movida permitia todos os excessos.
Fui a Madrid sozinho, e também acompanhado, quer com o Miguel, meu primeiro namorado, quer com o Duarte, e com ambos ali passei noites de fim de ano, sempre começadas na loucura da Puerta del Sol
Outra novidade que Madrid me deu a conhecer foi o cinema de “engate” com o super conhecido “Cine Carretas”
na calle do mesmo nome, mesmo ali na Puerta del Sol.
Por duas vezes assisti em Madrid ao dia do Pride (Orgulho Gay) e foram celebrações gigantescas, maiores do que as que vi em Londres
Nesses dias, à noite, na Chueca era quase impossível circular e o que mais me entusiasmou foi o imenso apoio do povo madrileno, quer durante o desfile (que na altura começava na Puerta de Alcalá
e terminava no Sol), quer depois à noite na Chueca; havia tanta gente ou mais ainda, hétero que gays… Agora, Madrid está mais calma, mas continua apaixonante.
Estive lá pela última vez com o Déjan, também numa passagem de ano.
Mas Madrid não foi só para mim, como é óbvio, motivo de actividades gays; conheci ao longo de muitas visitas tudo o que é importante na cidade, quer monumentos, quer museus, quer jardins, e ali cheguei por vezes de carro, por comboio ou por avião.
Deu também para visitar alguns locais não muito distantes, como o Escorial

ou Toledo

Continuo a gostar muito da cidade, que considero a mais espanhola de Espanha, já que Barcelona é mais europeia.
Madrid é monumental, é das tais cidades que não esquecem nunca e a que apetece voltar sempre. Apetece repetir um dos mais conhecidos “dizeres” dos tempos da movida: “Madrid me mata…”

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Raoul Vaneigem

Penso que é a primeira vez que neste blog se fala de um filósofo e o escolhido não será daqueles nomes da filosofia quer clássica quer moderna, que são mais comummente conhecidos; é um filósofo quase desconhecido e que eu tenho que agradecer ao João Pedro ter-me dado a conhecer, no seu blog que eu não me canso de propagandar,  como decerto o melhor "blog alternativo" da blogo.
Trata-se de Raoul Vaneigem
Raoul Vaneigem é um escritor e filósofo belga que nasceu em 1934. 
Depois de estudar filologia na Universidade Livre de Bruxelas entre 1952-1956, depois participou na “Internacional Situacionista” entre 1961 e 1970.
Actualmente reside na Bélgica e é o pai de quatro filhos.
Vaneigem e Guy Debord foram dois dos principais teóricos do "Movimento Situacionista".
Ficaram célebres alguns slogans de Vaneigem nas paredes de Paris durante o Maio de 1968 .
O seu livro mais famoso, e que contém os slogans mais famosos, é “A Revolução da Vida Quotidiana”. Depois de deixar o movimento situacionista Vaneigem escreveu uma série de livros polêmicos que defendem a ideia de uma livre e autorreguladora ordem social.
 Recentemente, ele tem sido um defensor de um novo tipo de greve, em que o serviço de transporte e os trabalhadores prestam serviços gratuitamente e se recusam a recolher o pagamento ou tarifas.
Deixo aqui dois vídeos, um deles sobre a sua vida e o seu percurso filosófico

No outro o cantor René Binamé canta uma letra de Raoul Vaneigem

terça-feira, 29 de abril de 2014

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Óscares femininos de 2014

Este ano, vi a grande maioria dos filmes candidatos aos Óscares antes da sua atribuição, mas claro que houve sempre alguns que ficaram para trás, e curiosamente foram essencialmente filmes candidatos às interpretações femininas, quer principal, quer secundária.
Ainda me faltam ver dois deles: “Philomena” e “Nebraska”, em que estão duas candidatas – Judy Dench, no primeiro e na categoria de actriz principal; e June Squibb, no segundo, mas no escalão secundário.
No entanto vi recentemente dois dos mais importantes filmes das categorias referidas, pois qualquer deles tinha candidaturas a ambos os Óscares.
Trata-se dos filmes “ Blue Jasmin”, de Woody Allen e “August: Osage Cunty”, de Jonh Wells, e curiosamente há alguns pontos comuns a ambos, embora sejam bastante diferenciados.
Ambos giram à volta de personagens femininas muito marcantes (os homens são quase secundários) e ambos se passam no interior familiar; e ambos são bons e muito fortes.
Em “Blue Jasmine”
vamos encontrar uma personagem fascinante daquela galeria de mulheres que Woody Allen tão bem sabe definir e que dá a Cate Blanchett a oportunidade de demonstrar que é uma das grandes actrizes da actualidade pelo que o seu Óscar foi por assim dizer consensual.

Mas também aqui aparece uma actriz fabulosa e muito apta a vencer o galardão secundário, Sally Hawkins, a irmã “pobre” de CB.

Já quanto a “August:Osage County”
 traz-nos pela enésima vez a candidatura de Meryl Streep, a maior actriz viva, e que se “arrisca” sempre a ser candidata com qualquer filme que interpreta, e que, por contraproducente que pareça até a pode prejudicar, pois a Academia poderá preteri-la por uma actriz que não tenha o estatuto de MS (eu até admito que ela não se chateia nada de não ganhar)
.
E traz-nos uma surpreendente Julia Roberts, naquele que é para mim o seu melhor desempenho de sempre; ela é fabulosa numa cambiante de situações definidoras de uma mulher complexa mas de uma personalidade forte e rebelde.

Mas quem ganhou o prémio da melhor actriz secundária acabou por ser Lupita Nyong’o, pelo seu trabalho em “12 Anos Escravo"

Sem pretender menosprezar o belo trabalho da jovem actriz, eu teria escolhido sem hesitação Julia Roberts e teria mesmo preferido Sally Hawins a Lupita…são opiniões.

domingo, 20 de abril de 2014

Bernard Perlin

Bernard Perlin poderá não ser um dos mais conhecidos pintores americanos do século XX, mas será decerto um dos mais interessantes, pois a sua obra foi bastante eclética e reflectiu diversas épocas e também diferentes acontecimentos que viveu ao longo da sua vida, desde as reportagens e propaganda dos tempos de guerra, à sua longa estadia em Itália, ao seu período de aproximação a um movimento cultural denominado “Realismo Mágico”, e que na pintura tem vários nomes de referência como Chirico ou Paul Cadmus; e tem as suas pinturas de nus masculinos, os seus retratos de várias personalidades e a influência do seu longo período de vida em Nova Inglaterra.
Nasceu a 21 de Novembro de 1918 em Richmond (Virgínia), de uma família de judeus russos emigrados. Viveu uma longa relação afectiva com Edward Newell, com quem veio a casar.
Faleceu no início deste ano, com 94 anos.