Finalmente, a lei há tanto tempo esperada foi aprovada.
O povo está agradecido para sempre a essa heróica mulher - Carolina Salgado!
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Pessoal e transmissível
Desde que começou a sair a revista “Time Out”, já por três vezes utilizei sugestões que aí encontrei, não para os filmes de estreia, peças de teatro nos palcos mais conhecidos, concertos há muito anunciados ou exposições nos sítios do costume; apenas referências pequenas, difíceis de encontrar noutros locais.
Assim, fui ver a exposição “Zoolywood”, que aqui referi em recente post; mas antes disso fui a um espaço que desconhecia em absoluto, num 1º.andar em frente ao Conservatório, ao Bairro Alto, e que tem o curioso nome de “Bomba Suicida”, onde há espectáculos alternativos, e onde assisti a uma peça de bailado, “Narciso”, com coreografia e interpretação de Filipe Viegas, sendo o palco uma pista de dança quase vazia, apenas com um dançarino, na sua tentativa de agradar, de conquistar tudo e todos; o público segue-o através dos seus passos de dança, e ele avança para uma exposição mais erótica ou porno provocadora. O exibicionismo, que vai entre o degradante, o íntimo ou o enternecedor é uma última tentativa de captar o desejo/amor do público, que o vê expor-se. Talvez até à alma. “Narciso” é uma peça sobre a solidão. Infelizmente já não está em exibição.
Esta tarde foi a vez de ir ao Teatro Maria Matos, assistir a um “bailado”, coreografado por Paulo Ribeiro, nome que não necessita apresentação no panorama da dança em Portugal.
Um quarteto de intérpretes masculinos protagonizam “Masculine”, uma peça intensa, quase febril, capaz de levar fàcilmente o público ao riso ou às lágrimas e que gira à volta do que aproxima esses intérpretes da “pessoa” de Fernando Pessoa.
Miguel Borges, Peter Michael Dietz, Romeu Runa e Romulus Neagu são os intérpretes de um espectáculo, com um ritmo avassalador, e que não encaixa bem, numa só nomenclatura, pois sendo essencialmente dança ( e que bem dançam os quatro intérpretes), tem também teatro, pantomina e tem...Fernando Pessoa, em todos os seus “eus”.
Termina com uma admirável sequência de sobreposição de corpos ao som do “Bolero” de Ravel, onde não falta alguma erotização. Enfim, um espectàculo imperdível, mas que, não entendo bem porquê, esteve apenas em cena, sábado à noite e domingo à tarde.
Nos meus tempos de universidade, era hábito fazer umas rondas por várias livrarias, não só às mais conhecidas, no Chiado, como a outras, mais pequenas e estratégicamente situadas, perto do Campo Grande ou na Rua da Escola Politécnica.
Nestas últimas, mais frequentadas por estudantes, havia sempre uns “caixotes”, bem arrumadinhos no sotão, aos quais não era difícil aceder, e onde se encontravam os livros proíbidos pela censura, que naturalmente não poderiam ter exposição pública. Ir ao “caixote” era um hábito e um bom hábito, pois quantas preciosidades por lá encontrei, folheei, li e adquiri.
Vem isto a propósito de uma colecção de 50 livros, que compunham a colecção “Cadernos D. Quixote”, da editora de mesmo nome, e que eu, em boa hora, resolvi assinar; assim, à data da sua publicação, eu recebia-os em casa, pelo correio, ainda antes de passarem pelo odioso “lápis azul”; e devem ter sido para aí 50%, os títulos que tiveram esse destino. Era uma colecção, com títulos extremamente actuais, ao tempo, essencialmente sobre temas políticos e sociais, que transcreviam textos sobre o tema versado, publicados nos grandes periódicos dos países democráticos, por especialistas e comentadores de renome. Com formato de livro de bolso,, com cerca de 100 a 150 páginas cada, o primeiro saíu em Julho de 1968, e o último, precisamente quatro anos depois, em Julho de 1972.
O preço começou por ser de 20$00, depois passou para 25$00 e finalmente estabilizou nos 30$00.
Tenho um imenso orgulho em ter toda a colecção, que independentemente do seu valor monetário, tem para mim, um enorme valor pessoal.
Presumo que foi devido a um título, que tinha lido na véspera de uma “conversa” com alguns chefes militares, na EPI, em Mafra, “A crise da Igreja”, e sobre o qual dissertei nessa “conversa”, que vim a ser escolhido para vir a ser capitão miliciano; essencialmente o livro referia o papado muito político de Paulo VI, a forma quase “comprada” como foi escolhido para papa e os posteriores apoios aos movimentos independentistas.
Porque é curioso ver a abrangência dos temas expostos nesta colecção e a oportunidade do seu lançamento, no mercado, aqui fica publicada a totalidade dos títulos editados e publicados.
1 – O conflito Israelo-Árabe
2 – Bolívia, um segundo Vietnam?
3 – A revolta dos negros americanos
4 – Grécia 67
5 – Guerra ou paz?
6 – O drama do terceiro mundo
7 – Que futuro para o Vietnam?
8 – Checoslováquia na hora da democratização
9 – Biafra
10 – EUA – ano de eleições
11 – A revolta de Maio em França
12 – URSS – 50 anos depois
13 – A crise da Igreja
14 – O desafio americano
15 – China hoje
16 – Médio Oriente – solução impossível?
17 – Apartheid
18 – Black Power – Poder Negro
19 – As crises monetárias
20 – Lua – Sim ou não?
21 – De Adenauer a Willy Brandt
22 – A Rodésia e a independência
23 – Japão outro gigante
24 – Uma nova Espanha?
25 – Itália entre direita e esquerda
26 – O Brasil na encruzilhada
27 – Droga – inferno ou paraíso?
28 – Igreja velha, Igreja nova
29 – Hippies – quem os conhece?
30 – Suécia – mito ou realidade?
31 – Bolívia, depois de Guevara
32 – Cuba e o Socialismo
33 – A pílula é um perigo?
34 – O futuro é dos jovens
35 – E depois do Laos?
36 – India – sem Nehru
37 – Mulheres contra homens?
38 –Inglaterra – Trabalhadores, Conservadores ou europeus?
39 – F.B.I. – Abuso de autoridade
40 – Marrocos – Hassen e as conspirações
41 – Vietname – antes da paz
42 – Quem tem medo da China?
43 – A nova esquerda na Europa
44 – E depois de Franco?
45 – Grécia – ano quinto
46 – A Jugoslávia de Tito
47 – Polónia – um novo rumo?
48 – A outra Alemanha
49 – Guerra química e bacteriológica
50 – Albânia – o país das águias
Armando da Silva Carvalho, nasceu, perto de Óbidos, em 28 de Março de 1938.
Frequentou um colégio particular nas Caldas da Rainha e, depois de passar pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, licenciou-se em Direito, na mesma Universidade.
Entretanto exerceu várias profissões: empregado de escritório, tradutor, jornalista, copy-writer numa agência publicitária e, finalmente, a advocacia em Lisboa.
Em 1962 foi-lhe atribuído o Prémio Revelação pela Sociedade Portuguesa de Autores, pelo seu livro “Lírica Consumível”.
Tem várias obras de poesia publicadas, entre elas “Alexandre Bissexto” (1983), “O uso e o abuso” (1976), “Técnicas de engate” (1979) e “Em nome da mãe” (1994).
Publicou também “A vingança de Maria de Noronha” (1988), “O homem que sabia a mar” (2001) e recentemente, em 2006, junto com Maria Velho da Costa, “O livro do meio”.
É um dos melhores poetas portugueses revelados nos anos 60.
Colocas mais palavras
sobre o corpo. Divagas
construindo os pés
de uma retórica
por vezes
fraudulenta.
Por vezes
só.
Sino de músculos
aos meus tão periféricos.
Tão oca. Tão sonora.
Tão perfeita.
Com seu motor erótico
posto em movimento.
Teus lábios
despegam-se
de uma boca harmónica.
Transitam cordiais
num espaço proibido
enriquecido
por límpidos sinais.
Por vezes
tão solene
que os meus olhos
se fundem
liturgidos
na água preciosa
dessa sucinta flor
tão especiosa.
Os meus vocábulos
Dou-tos.
Cruzam c’os teus
no parapeito histórico
em que debruças
o corpo já sem fraude
que mil e uma vezes
pronuncias.
Por vezes
Som.
Subindo na solidão doméstica
com seus talheres de sonho.
Inversa dessa boca transitória
que mastigava a minha
na meiga confusão
dos beijos
e da sesta.
Teu rosto
nesta ilha requintada
onde a chuva choca
os planos pacientes da tristeza
- teu rosto é um turista.
E um voo que se freta
num espaço doente
e a que eu liberto agora
toda a pista.
Por vezes
Sonho
com a matéria
magnífica
dos teus membros,
teus dentes incrustados
numa manha altiva.
E o mar
dá-me esta ilha
todas as manhãs.
Pedro Zamith nasceu em Lisboa em 1971. Licenciado em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa em 1999 depois de terminar o Bacharelato em Cenografia e Figurinos pela Escola Superior de Teatro e Cinema em 1993. Em 1999 frequentou o curso de Desenho Animado na Fundação Calouste Gulbenkian.
Conta já com três livros de banda desenhada publicados, dois pela editora Francesa Nocturne e um pela Bedeteca de Lisboa.
Fez ilustrações para o jornal Público, revista Sábado, revista Bíblia, Volta ao Mundo, OP Magazine, entre outros.
Participou em vários concursos tendo recebido uma Menção Honrosa e um prémio da editora Francesa Nocturne.
No que toca a exposições, Zamith tem integrado desde os anos 90 várias colectivas de artes plásticas: FBAUL, Galeria Zé dos Bois, Museu de Serralves, Hospital Júlio de Matos, e recentemente o projecto artístico “Comboio Fantasma” com o apoio da agência de arte Vera Cortês. Conta ainda com exposições individuais nas galerias Quadrum, Monumental e Pedro Serrenho.
Desde 1993 é professor de Oficinas de Arte e Teoria do Design no Colégio Planalto de Lisboa.
Perante a avalanche de fotos em todos os casamentos, deveriam, como neste caso, agrupar-se os convivas em especiais categorias.
Esta é um bom exemplo, e aplicada à letra nalguns casamentos "de conveniência" ia ser o bom e o bonito...
Faleceu na passada terça feira, em Inglaterra, com 86 anos de idade a actriz de origem escocesa, Deborah Kerr, cuja carreira de mais de 50 filmes, decorreu, principalmente em Hollywood.
Foi uma mulher muito bela, não tipo “mulher fatal”, mas uma beleza serena, e que curiosamente soube envelhecer conservando esses belos traços de uma senhora distinta, como se viu ainda há poucos anos, quando apareceu em público, numa cerimónia de entrega dos Óscares, em que se juntaram personalidades ainda vivas galardoadas pela Academia.
Curiosamente, o único Óscar que ganhou, foi o da carreira, em 1994, pois das 6 vezes em que foi candidata, como melhor actriz principal, nunca o obteve. A sua segunda nomeação era, porventura, merecedora do mesmo, mas o escândalo que rodeou o filme “Até à eternidade”, de 1953, e principalmente a tórrida cena do beijo entre as ondas, no Hawai, entre a sua personagem, uma mulher casada e um sargento do exército americano (Burt Lancaster), para a época, claro, pois hoje a cena é quase púdica, embora plena de sensualidade, impediram que o Óscar lhe tivesse sido atribuído.
Recebeu, no entanto, um Globo de Ouro pela sua interpretação em “O rei e eu”, de 1957, onde contracenou com Yul Brynner.
Entre a sua vasta filmografia, permito-me destacar numa pessoalìssima escolha os seguintes filmes, para além dos dois já citados:
-“As minas de Salomão” (1950)
-“Quo Vadis” (1951)
-“O Prisioneiro de Zenda” (1952)
-“Júlio César” (1953)
-“O grande amor da minha vida” (1957)
-“Vidas separadas” (1958)
-“Bom dia tristeza” (1958)
-“Os inocentes” (1961)
-“A noite da iguana” (1964)
-“O compromisso” (1969)
E, principalmente um dos filmes mais belos e o primeiro filme sobre homossexualidade, suponho, a ser exibido em Portugal: “Chá e simpatia”, de 1956, e em que contracenava com John Kerr.
E assim continua a ser este, um ano muito triste para o espectáculo, pois é mais uma grande figura que nos deixa.
Voltando ao tema do post anterior, e seguindo o raciocínio do Tong zhi, no seu comentário, de que as conversas passariam a ser como os “tintins”, recordei-me de uma cena, que se passou com os meus avós paternos, lá para os tempos revolucionários dos anos 70; sucede que tendo uma filha a residir no Porto, eles de quando em vez, iam até à Invicta, e ficavam sempre hospedados no Hotel Batalha.
O meu avô era mesmo intragável, de um conservadorismo ridículo, para desgraça da minha santa avó (santa porque o aturava), que era uma senhora bela, culta e distinta; ora, das pouquíssimas concessões dele, era quando estavam fora, no Porto, no Hotel Batalha e em Lisboa, no Hotel Tivoli, ele permitia-se uma ida ao cinema, com ela claro, e sempre ao Batalha, no Porto, pois era só atravessar a praça, ou ao S.Jorge, aqui em Lisboa, a 50 metros do hotel; eram cinemas bons, que passavam bons filmes e não havia problemas, apenas perguntava qual o nome do filme e mandava comprar os bilhetes.
Estando uma ocasião no Porto, foram ver um filme, ao Batalha claro, cujo nome em português era “As bailarinas”, tradução muito à letra do título original “Les valseuses”, o que era um perfeito disparate, pois “les valseuses”, quer dizer em calão, os ditos “tintins” ou as “cerejas” na minha moderna versão...e com propriedade, pois são muito “mexidos” os ditos cujos; O filme, bem, eu vi-o, era quase sexualmente subversivo, com sexo a três, sexo descarado entre os 2 protagonistas masculinos, nús integrais em grande parte do filme, enfim, um pagode (os intérpretes eram o Dépardieu, a Miou-Miou e o malogrado Patrick Dewaere e o realizador era o Bertrand Blier).
Imagine-se o espanto e a incredibilidade do meu avô ao deparar com aquilo, era um escândalo e trata de sussurrar para minha avó: “isto é uma porcaria, não podes ver isto, fecha os olhos, Eduarda”; a senhora respondeu-lhe e bem, que se estava incomodado deveriam sair, mas isso , para ele era impossível, outro escândalo seria, sair do cinema a meio, com a luzes apagadas, teriam que esperar pelo intervalo, mas ela deveria fechar os olhos(...).
Bem, a risada que eu dei quando a minha avó me contou isto mais tarde, sem ele saber, claro, e juntou um magnífico comentário; “ E eu até estava a achar divertido, filho...”
A propósito, se puderem encontrar o filme, vejam; vão divertir-se e achar ainda mais piada a esta história.
Já são conhecidos os prémios Nobel deste ano; não me debruço sobre aqueles que são de áreas mais específicas, como a Física, a Química, a Medicina ou a Economia, para me deter nos dois mais mediáticos, naturalmente o da Literatura e o da Paz.
O Nobel da Literatura premiou uma grande carreira de uma velha senhora inglesa, de origem persa, Doris Lessing, que já havia ganho por assim dizer todos os prémios que havia a ganhar e que agora, como ela diz, com uma graça pouco habitual na sua idade, deram-lhe o Nobel à pressa antes que “pifasse”; tem vários títulos publicados no nosso país e a sua figura fará lembrar a “nossa” Agustina, mas um pouco mais democrática... Este prémio contrariou a maioria das prespectivas, mas a Academia Sueca assim determinou, e quanto a mim, muito bem.
Já o prémio para a Paz foi dividido entre uma instituição pública, o IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, da ONU), e Al Gore. Dando toda a razão da atribuição do prémio ao IPCC, pois esse é um dos temas que mais preocupa as gerações actualmente, já não estou tão seguro do mérito de Al Gore, que, embora bem intencionado, me parece que está mais a investir no seu futuro político, a curto, médio ou longo prazo.
Mas à margem do Nobel e antecendendo-os, foram atribuídos, como é hábito, pela universidade de Harvard, nos EUA, os já muito conhecidos IgNobel, dez prémios que pretendem ditiguir nas diversas áreas, investigações de conteúdo sério, mas improvável, brincando assim com o lado ignóbil de alguns estudos científicos. A cerimónia da entrega dos prémios, nessa mesma Universidade será tudo menos académica, embora quem faça a entrega dos prémios sejam individualidades, que ganharam mesmo os prémios das Academias Sueca e Norueguesa.
Neste ano, o prémio mais polémico, terá sido o da Paz, que premiou a fórmula da bomba gay, e que se resume a usar químicos que influenciem o comportamento humano para desviar a disciplina e moral do inimigo, ou dito de outra forma mais perceptível, sugere afrodisíacos fortes, especialmente químicos que provoquem comportamentos homossexuais..
Adriano Correia de Oliveira, nasceu no Porto, em 1942, mas desde os primeiros meses de vida, passou a residir em Avintes, onde frequentou a escola primária. De 1952 a 1959, fez o ensino liceal, no Porto, no Liceu Alexandre Herculano, no final do qual, ingressa na Faculdade de Direito de Coimbra, tendo logo iniciado a sua colaboração com o Orfeão Académico, como primeiro tenor. Em 1961, transfere-se para Lisboa, mas voltou a Coimbra, no ano seguinte, onde como membro dos orgãos da Associação Académica, participa nas célebres lutas e greves estudantis de 1962.
Desde o início da década de 60, torna-se militante do Partido Comunista Português.
Em 1966, casa, casamento esse do qual teve dois filhos, e passa a viver em Lisboa, pedindo novamente a transferência para a Universidade de Lisboa.
Em 1967, inicia em Mafra, a sua vida militar, na qual passou por Santarém, antes de ser colocado na Ajuda, em Lisboa, onde cumpriu o resto da sua tropa, em 1970.
Em 1969, recebe o prémio do melhor disco do ano, pelo álbum “Adriano Correia de Oliveira”, e apareceu no conhecido programa televisivo “Zip Zip”.
Começa a sua vida profissional em 1971, como acessor de imprensa na FIL, e é também então que começa uma actividade artística, em colectividades e assossiações e em meios populares.
Criou uma editora em 1973 e em 1979 realiza o sonho de formar uma cooperativa artística, a Cantabril, de onde é afastado mais tarde, associando-se então à Cooperativa Era Nova.
Morreu, vítima de um acidente vascular esofágico, a 16 de Outubro de 1972, há 25 anos, portanto.
Foi, juntamente com José Afonso, quem mais divulgou, antes do 25 de Abril a música de contestação, e encontrou, entre outros poetas, na sua carreira artística, a colaboração grande de Manuel Alegre. O fado de Coimbra, encontrou na sua voz, um dos melhores divulgadores.
Para melhor conhecer a vida e a obra de Adriano Correia de Oliveira, consultar o site elaborado pelo GTI (Grupo de Trabalho da Intranet, da Escola Secundária de Emídio Navarro, de Viseu), e com uma página inicial da sua filha, Isabel Correia de Oliveira - "Adriano Sempre", onde colhi a maior parte das referências deste texto.
Também no blog "Cantaremos Adriano", podem encontrar-se todos os eventos das comemorações dos 25 anos da sua morte, nomeadamente o lançamento do CD "Cantaremos Adriano", onde se reunem os seus maiores êxitos, e dois inéditos.
Discografia
1960 – “Noites de Coimbra”
1961 –“ Balada do Estudante” (Balada do Estudante)
-“ Fados de Coimbra”
1962 – “Fados de Coimbra” (Senhora, partem tão tristes)
1963 – “Trova do vento que passa” (Trova do vento que passa – Capa negra, rosa negra – Trova do amor lusíada)
1964 – “Adriano Correia de Oliveira” (Lira – Canção da Beira Baixa)
- “Menina dos olhos tristes” (Menina dos olhos tristes – Canção com lágrimas – Canção do soldado)
1967 – “Elegia”
“Adriano Correia de Oliveira” (Margem Sul – Para que quero eu olhos)
1968 – “Adriano Correia de Oliveira” (Exílio)
- “Rosa de sangue” (Pedro soldado)
1969 – “O canto e as armas” (As mãos – A batalha de Alcácer Quibir)
1970 – “Cantaremos” (Canção com lágrimas – Fala do homem nascido)
1971 – “Trova do vento que passa nº. 2” (E a carne se fez verbo)
- “Cantar de emigração” (Fala do homem nascido)
Lisboa tem finalmente a sua “Time Out”, como Londres, Paris e outras grandes cidades.
Era uma revista necessária e lê-se com um agrado acrescentado, pois não se limita a enumerar os muitos acontecimentos que a nossa cidade tem para oferecer semanalmente; opina, aconselha e descobre pequenas e interessantes coisas que, de outra forma, nos escapariam à atenção.
Curiosamente, fiquei muito satisfeito ao ver no segundo número que foi considerada a carta da semana, aquela que foi enviada pelo amigo Luís Galego, que leio com enorme prazer, sempre que ele actualiza o seu “Infinito pessoal”.
Habituado como estou ao seu estilo inconfundível de nos mostrar uma vasta cultura sem contornos intelectuais, que toda a gente aprecia, quase não era preciso ler o seu nome para reconhecer o autor da carta.
Porque o Luís passou há poucos dias por momentos menos bons, não encontro melhor forma de lhe mostrar toda a minha solidariedade, e também um imenso agradecimento pelos textos que connosco compartilha no seu blog, do que trancrever, na íntegra a referida carta.
«De um minuto para o outro atravessei museus e colecções, deslumbrei-me com “As Tentações de Boch”, descobri arte arriscada na galeria Zé dos Bois, apurei ouvidos com as vozes mais atraentes, dancei até ser dia no Jamaica e até cortei o cabelo com uma taça de champanhe na mão. Espreitei antiquários e designers, fitei a cómoda onde nasceu Alberto Caeiro, encontrei velhas histórias num alfarrabista, entrei em livrarias para perceber melhor a morte de Theo Van Gogh, descasquei cebolas com a ajuda de Gunter Grass, enchi a dispensa com mimos da DeliDeluxe e mesmo em cima da hora estreei-me com o construtor de Ibsen, o príncipe Luís Miguel Cintra, a reinar ali na Cornucópia, onde o melhor teatro acontece. Espreguicei-me ao sol nos Meninos do Rio, sentei-me à sombra das oliveiras no jardim do CCB, contemplei o Sol descer sobre a cidade no Bairro Alto Hotel, experimentei fado vadio na Tasca do Chico e ainda tive tempo para rir com os melhores “sketches” dos Monty Python, em versão lusa. E não deixei de agendar um curso de cozinha, para o meu filho, com o mestre Sobral e de oferecer uma flor, não uma margarida ou uma gerbéria, mas uma rosa vinda de longe, onde a simplicidade faz a sofisticação. De um momento para o outro, apercebi-me que não estava em Londres, nem em nenhuma outra time out city, estava em Lisboa. A Time Out ali mesmo num quiosque perto de mim.»
Pela primeira vez, na minha vida , "voto" Santana Lopes.
É completamente inadmissível o sucedido na Sic Notícias, quer o entrevistado fosse este ou outro qualquer; é uma atitude editorial da estação televisiva de Carnaxide, ainda para mais, a não generalista, que vai contra os princípios da boa educação e mostra a subserviência à vontade popular, quando nem sequer Há motivo para aquela interrupção.
não se trata do futebol ser mais importante que a política, mas sim de dar uma importância desmesurada a uma figura endeusada pelos "media".
Se isto acontecesse na TVI, se fosse passível de acontecer, por absurdo, no "24 Horas", não era justificado, mas entendia-se um pouco melhor...Agora na SIC Notícias...
Santana Lopes mostrou, por uma vez, uma dignidade e sobriedade que só tenho que louvar.
O "desconforto" da apresentadora foi notório, embora sem culpas no caso.
Lamentável.
Este é o Portugal de hoje. Mourinho ao poder, já!!!