Foi um excelente fim de semana, marcado por dois
acontecimentos bastante diferenciados e qualquer deles muito gratificantes.
Em primeiro lugar, quero referir-me à visita a Lisboa do meu
amigo de há muito, o Edu, que há anos andava a “ameaçar” vir até cá, mas só
agora cumpriu a “ameaça”. Trouxe com ele excelente companhia: a sua Mãe,
D.Augusta, pessoa simpatiquíssima e com quem se pode falar de tudo com uma
amabilidade extrema, e também o seu namorado, o Reginaldo, com quem o Edu faz
um excelente par.
O Edu é exactamente aquilo que eu sempre julguei pelo que
lia no blog e nos contactos que íamos tendo – uma pessoa com um dom especial de
convivência, com um discurso muito particular e saborosíssimo, naquele
linguarar de Sampa, que é muito mais que o brasileiro a que estamos habituados;
tem um humor muito apurado, e é de uma grande ternura.
Passei com eles o dia de sexta feira, tendo-os levado de
carro naquele “velho percurso”: Lisboa, Sintra, com Pena incluída, Praia das
Maçãs, Azenhas do Mar, Cabo da Roca, Boca do Inferno, Cascais, Estoril, e
depois uma visita aos pastéis de Belém e ainda uma ida ao Cristo Rei, para ver
Lisboa de frente, sempre tão linda.
No sábado fomos jantar ao Parque das Nações, num grupo
alargado ao Miguel Nada, à Margarida Leitão e ao João Máximo e Luís Chainho, em
casa de quem acabámos a noite (moram mesmo pertinho da Expo)
a apreciar uma
torta de laranja deliciosa que a Margarida fez para a ocasião e numa tertúlia
muito interessada sobre música brasileira e música portuguesa, e seus
intérpretes
Foi uma bela noite.
Hoje domingo, fui à tarde, com o Miguel, ver a última produção
teatral dos Artistas Unidos, no TNDM, “Regresso a casa”, de Harold Pinter, numa
encenação de Jorge Silva Melo, que também é
intérprete.
O protagonista é o fantástico João Perry, no papel de Max, o pai,
que vive com dois dos seus filhos, interpretados por Elmano Sancho e João Pedro
Mamede e com o seu irmão (JSM), e a este núcleo familiar totalmente masculino,
muito marcado pela ausência de uma figura feminina ( a mãe, já tinha falecido???),
junta-se o terceiro filho, que vive nos EUA e traz com ele a sua mulher, que a
família ainda não conhece. Este casal é interpretado por Rúben Gomes e Maria João
Pinho.
Note-se que todos estes actores à excepção de João Perry,
fazem parte dos elencos habituais da companhia dirigida por J.Silva Melo e são
todos actores de excelência.
A peça, uma das mais conhecidas de Pinter é muito forte e a
única personagem feminina torna-se o centro não só da narrativa, como toma
mesmo o centro nevrálgico daquela família tão peculiar.
É uma peça que eu atrever-me-ia de qualificar de amoral,
mais do que imoral, pois aqui a moralidade não existe…Fortíssima pois, como é
hábito de Pinter.
Jorge Silva Melo
já muito experimentado na encenação do
dramaturgo inglês, não tem qualquer dificuldade em assinar uma encenação, a
todos os títulos brilhante.
É uma peça imperdível, do melhor que tenho visto nos últimos
tempos.
E, "the last, but not the least", o meu Benfica, sagrou-se hoje, praticamente campeão nacional da época 2013-14 (falta-lhe um ponto e três jogos para o conseguir).
Absolutamente justo este título do SLB.