sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Ele "passou-se"...
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
"Rabioso Sol, Rabioso Cielo"
Em 2007 o Lisbon Quuer Festival apresentou com grande êxito uma curta de sua autoria "Bramadero".
"Rabioso Sol, Rabioso Cielo" conta a história de dois homens que se amam sem estarem presos a qualquer circunstância espacial ou temporal. Amam-se presos numa eternidade ditada pela essência da sua razão de ser, que os levará numa viagem que vai do mundo real à inevitável transcendência, encontrando-se com outras forças que transformarão e reforçarão esse acto vital. O filme confronta-nos com o amor enquanto atribulação épica, viajando da vida quotidiana para uma luta mítica em que perda e morte são apenas estádios da doce dor que nos ajuda a atingir a felicidade absoluta.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Uma noite linda
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Passado e presente 15 - "A tropa cá do João" (8) - Moçambique (5)
Ora, entre muitos acontecimentos vividos durante a minha estadia no aquartelamento da Ilha de Metarica (foto), situado no Niassa, perto do rio Lugenda, alguns tiveram como personagem importante, o dito Marua. Depois daquele “confronto inicial”, que relatei, houve um período de estudo mútuo, já que o Marua, era na sua pouca instrução um homem muito esperto.
Lá ia fazendo a sua vida normal, completamente fora dos esquemas tradicionais do regime militar, comandando a sua “tropa fandanga”, constituída pelos “mainatos” (rapazitos civis que estavam no aquartelamento, para, a troco de alguns tostôes, prestarem serviços aos graduados, tais como tratar da roupa, levar material durante as operações no mato, etc.); ele próprio se intitulava pomposamente Brigadeiro daquela meia dúzia de jovens, sobre quem tinha um verdadeiro ascendente.
Já relatei o poder dos olhos de Marua, incisivos e acutilantes; Marua era imponente, e senhor de uma força enorme. Sempre que havia algum problema a resolver na Companhia, pois lá requisitava eu os serviços de Marua e da sua tropa. O qual se sentia muito bem, ao saber-se necessário; e como trabalhavam...
Até que chegou o momento de ir mais além. Marua era útil em muita coisa, e até já o tinha chamado para tarefas de alguma responsabilidade, como fazer de intérprete num interrogatório a uns homens capturados, e foi com surpresa que vi a sua colaboração ir além do pretendido, quando após uma pergunta na sua língua, o vi sorrir e me disse em português: “Meu capitão, o tipo está a mentir, não acredito em nada do que ele conta...”
Assim, um dia fui conversar com Marua, saber da razão das suas fugas, quando ia à cidade, e dos consequentes agravamentos da sua pena; fiquei sabendo que a única razão disso era querer estar com a mulher e os filhos, dos quais me mostrou fotos.
Fiquei ciente de que aquele homem devia ir para casa, juntar-se aos seus, mas a disciplina militar não o permitiria.
Sem lhe dar conta disso, informei-me junto a hierarquias, da forma de resolver o problema daquele homem, e fui informado que ele teria de passar por um julgamento e por uma condenação, embora atenuada, pela sua vida familiar.
Como convencê-lo a ir a julgamento, sem fugir e que teria de passar um tempo na prisão? Depois de algumas longas conversas, lá o convenci, mas, devo confessar, sempre receoso que fugisse de novo.
Chegada a altura, lá foi para a então chamada Vila Cabral, capital do Niassa, para ser julgado; eu já tinha enviado um relatório, o mais detalhado possível, com a situação dele, ao Tribunal Militar, que o iria julgar.
Marua cumpriu o que prometera; não fugiu. Foi julgado e condenado a 6 meses de prisão, que era o mínimo possível para tantas deserções, após o que seria de novo, um homem livre. Aceitou bem o castigo, por duas vezes o visitei, e encontrei-o bem e agradecido, já que a mulher e os filhos o visitavam de vez em quando.
Quando finalizou a pena, regressou à família, e eu, na Companhia, no sítio onde um dia me atirara desrespeitosamente, um prato para cima da mesa, recebi uma carta dele, a agradecer-me tudo o que tinha feito por ele. E mandava-me uma nota de cinquenta escudos moçambicanos, que ainda conservo na minha posse, para me “pagar”.
Bom Marua, o que será feito deste homem, hoje?
Como gostaria de o reencontrar um dia e falar, falar muito dele, de mim, de nós, enfim...da vida.
A utlilização dos textos deste blogue, qualquer que seja o seu fim, em parte ou no seu todo, requer prévio consentimento do seu autor
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Da realidade ao "absurdo total"
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
"Memória Consentida"
Agora que os membros estão rígidos
e o sangue se faz pedra nas veias.
Agora que o encéfalo se esboroa
e destaca das secas meninges
esverdeadas.
Agora que a carne balofa
visita a dureza
do basalto
e os intestinos dilatam
ao inchaço azul de não expelidos
excrementos.
Agora que a necessária morte exacta
o invadiu
desde o cerne das unhas
pesa mais
em nossos ombros dobrados,
já cadáver.
Pesa
em nós sua elefantíase
de cadáver gordo
tornado inúteis pirâmedes
de Gizeh,
enquanto
ácidos ventos do deserto
anunciam
a chegada dos bichos da terra.
(Notícia 1, in “Memória Consentida”, de Rui Knopfli)
Depois de um ano de 2009 terrível, com o desaparecimento de pessoas, familiares e amigas, que me trouxeram dor e tristeza, esperaria com alguma legitimidade um ano mais calmo, nesses aspectos. Mas a realidade tem sido diferente, desde a calamidade que varreu quase um país do mapa, até à inesperada notícia desta manhã, crua e dura: o Alfredo, meu companheiro de infância na Covilhã, meu colega de estudos e divertimento na Lisboa universitária, meu Amigo de sempre, faleceu esta madrugada de súbita paragem cardíaca: tinha um ano mais que eu...
Pergunto a mim próprio se entrei já no ciclo dos anos consecutivamente maus e se não serei eu a partir um dia destes...
Para ti, Amigo Alfredo, onde quer que estejas um abraço já saudoso.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
A propósito dos noivos de Santo António
UM PONTO É TUDO
E noivos de fato-macaco?
por FERREIRA FERNANDES
Há uns anos, eu e outro jornalista resolvemos ir, de fato-macaco, comer ao Tavares, ao tempo o mais caro restaurante de Lisboa. A farpela ia limpa e marcámos reserva por telefone - não queríamos que motivos secundários impedissem o nosso objectivo. Esperávamos que surgisse aos olhos das massas a razão classista que nos barraria à porta: proletas não entram no templo gastronómico dos ricos. A nossa entrada, discreta nos gestos mas tão inusitada no valor simbólico, silenciou aquele salão de espelhos. Acorreu o chefe de mesa: "Estamos cheios." Estarão, respondemos, mas nós temos reserva. Surgiu o patrão da casa: "Estes senhores dizem que têm mesa marcada", disse-lhe o empregado. Que levou com a resposta: "Se estes senhores têm mesa marcada, leve-os para a mesa marcada." E ficámos, os repórteres provocadores, com a reportagem desarmada... Ah se a Câmara de Lisboa e o Patriarcado tivessem o bom senso do patrão do Tavares! A Igreja ficava na sua: não deixando os gays chegar ao altar. A Câmara, na sua: o que é legalmente noivo, noivo é. E ambas acordavam para os noivos, gays e não gays, aquilo que é comum a césar e aos céus: por exemplo, a bênção de Santo António. E o mundo ficaria na mesma, tal como os proletas continuam sem ir comer ao Tavares.
(no "Diário de Notícias" de hoje e lido no "Jugular")
A propósito, ou talvez não; fui ver ontem "A Gaiola das Malucas" do La Féria e adorei o final, quando eu e toda a gente que conhece a peça e os filmes, esperaria uma Zazá exuberante, nos aparece o actor José Raposo de mão dada com o actor Carlos Quintas; uma mensagem que foi mais convincente do que os casamentos forjados às portas de São Bento e para uma assistência muito popular.
Bingo, La Féria!!!!
domingo, 17 de janeiro de 2010
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Evolução
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Publicidade ...ou talvez não
Segundo li aqui, este spot vai começar a ser visto dentro de dias e parece que vem na altura própria.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Eric Rhomer
domingo, 10 de janeiro de 2010
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
8 de Janeiro de 2010
Seria completamente impossível deixar passar em claro esta data, e tudo o que se passou na Assembleia da República esta manhã.
Finalmente, em Portugal as pessoas do mesmo sexo podem, caso assim o desejem, casar!!! Esta aprovação na generalidade será agora apreciada e votada na especialidade e depois enviada ao Presidente da República para promulgação; só então será Lei. Claro que tudo indica e isso ficou bem demonstrado ao longo da sessão a que assisti no canal Parlamento, que há ainda um longo caminho a percorrer, e talvez o mais difícil. Mas, desde já, além da natural satisfação pelo que foi alcançado, há que reconhecer aqui duas derrotas: a não realização do referendo sobre o assunto, tendo sido hoje mais que provado o oportunismo do mesmo e a falácia do argumento invocado de falta de democracia ao não o aceitar, pelo simples facto que uma petição com maior número de assinaturas, sobre a IVG teve o voto contra de quem apresentou este – pela boca morre o peixe. E a rejeição do projecto de lei sobre uma nova figura jurídica (União Civil Registada), a qual foi também provada ser uma forma de descriminação dos homossexuais.
Foram rejeitados os projectos de lei do BE e dos Verdes, que além do casamento permitiam também a adopção; mas não a considero uma derrota, por várias razões: até que ponto se houvesse APENAS essa proposta, ela não dificultaria a aprovação do casamento, e também porque o Governo não fechou, nem poderia fechar, a porta a este assunto.
E possívelmente terá que tomar resoluções a curto prazo, pois ninguém espere que Cavaco Silva promulgue a lei de “mão beijada”, embora também não acredite que a venha a vetar: fará como Pilatos e possívelmente irá remetê-la ao Tribunal Constitucional, o qual quase de certeza a declarará inconstitucional pois não contempla a adopção. Assim sendo, a Lei voltará à AR para ser reformulada e aí se verá qual o posicionamento do PS; uma coisa é certa, nada a partir de hoje ficará igual no nosso país quanto aos direitos da população LGBT.
Uma nota final para salientar entre outras intervenções positivas, a serena e muito boa prestação de Miguel Vale de Almeida e a justa homenagem de um político, Francisco Assis à comunidade GLBT.
(imagem retirada do blog "Jugular")
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
"Dois em um"
Mas agora, e porque são desafios parecidos, vou abrir uma excepção (parcial, pois não irei nomear ninguém) e vou usar a fórmula do “dois em um”, juntando neste post a resposta aos dois desafios.
Assim, a Denise pede-me para fazer um auto-retrato escrito, para o qual parece não haver regras rígidas, podendo o mesmo ser elaborado à vontade do freguês; por outro lado, o Little John quer saber de cinco manias minhas que me distingam dos demais, e aqui é que a porca torce o rabo, pois manias todos temos, mas são quase todas semelhantes, com poucas variações; mas vamos ao trabalho:
AUTO-RETRATO – sou um homem bastante normal, com defeitos e qualidades, como toda a gente, mas há algumas coisas que me caracterizam especialmente: sou teimoso como as coisas teimosas; debaixo de um optimismo aparente esconde-se um pessimismo, por vezes mesmo mórbido; sou bom, na forma corrente de o ser, mas quando é necessário e principalmente se me tocam em coisas para mim sagradas, posso ser bastante “mauzinho”. A intolerância, a hipocrisia e a estupidez são palavras que não entram no dicionário da minha vida e são esses os defeitos que mais me afastam de certas pessoas; tenho na Amizade sincera e desinteressada um dos meus maiores apoios. Já vivi bastante, momentos bons e outros menos bons e de quase nada me arrependo do que tenho feito. No Amor sou acima de tudo honesto e respeitador e tenho colhido frutos dessa maneira de o viver. Fiz muitas coisas diferentes na vida, tive variadas profissões, e se nunca fui demasiado notado, engrandeci com todas essas vivências o curriculum vitae pessoal, intimo. Tenho uma boa capacidade de comunicação e sei como “chegar” junto de alguém, devido talvez a ter sido vendedor, parte da minha vida. Sinto-me realizado e de certa forma posso afirmar que tenho vivido bastantes momentos felizes, pois ninguém é feliz constantemente. Sou convicto das minhas ideias e vivo totalmente de acordo com o meu pensamento. Ahh, já me esquecia – sou do Benfica e tenho dois ódios de estimação nacionais (Alberto João Jardim e Pinto da Costa), e dois internacionais (Berlusconni e o Bentinho!!!!!!)
CINCO MANIAS
1. Detesto três coisas que a maioria das pessoasgostam: pássaros, queijo e azeitonas.
2. Não sendo praticante, no meu catolicismo (e sendo até bastante critico da Igreja), benzo-me a “cada pé de passada”, pelas razões mais pueris.
3. Entro sempre com o pé direito, tanto na escada como na “manga” que conduzem aos aviões, como dentro do próprio avião.
4. Sou algo desleixado com o que visto e estou sempre a repetir para justificar não comprar muita roupa nova, que já “não perco casamento”.
5. Adoro, quando estou só num determinado sítio, olhar atentamente para alguém e tentar adivinhar o que essa pessoa pensa ou sente nesse momento, só pela análise do seu comportamento – é um jogo fascinante!
E pronto. Botem faladura, digam da vossa justiça, já que eu não vou nomear ninguém; mas gostava de vos conhecer melhor; não tenham receio de se expor. É muito pior do que ser exposto…
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Um vídeo...um blog
Este vídeo foi "roubado" do blog "Tertúlias", da autoria do meu amigo Ricardo, um brasileiro que vive na Europa, mais propriamente em Viena, capital austríaca.
E este vídeo, divertidíssimo, com um Nureyev na sua melhor forma a ser o convidado do Muppet Show, onde dança com a "elegante" Miss Piggy um divertido extracto do "Lago dos Cisnes", não é senão um pretexto para falar do "Tertúlias", que considero um dos mais bem elaborados blogs dos que conheço, na área do espectáculo, com um assombroso relembrar de artistas dos mais variados géneros, que o Ricardo descobre e conhece e partilha com quem tem o prazer de o ler; tenho aprendido muito e recordado imenso coisas maravilhosas. Embora já seja conhecido de alguns bloguistas portugueses, merece uma maior divulgação e é com um imenso prazer que convido quem me lê a visitar o "Tertúlias".