Há tantos livros que tenho na prateleira e tanta inércia para os ler, que para quebrar essa inércia, resolvi pegar num livro pequeno, que não me demorasse muito a ler; quis o acaso que esse livro fosse um dos que há mais tempo repousam na prateleira, e é um dos muitos que tenho comprado sobre a Guerra Colonial, pois é um tema que muito me interessa pessoalmente.O livro em causa chama-se “Soldadó” (não, não é erro, é mesmo este o nome), e é de autoria de Carlos Vale Ferraz (pseudónimo de Carlos Matos Gomes), que nasceu em 1946 em Vila Nova da Barquinha, fez os estudos secundários no Colégio Nun’Álvares em Tomar e frequentou a Academia Militar. Entre 1967 e 1974 cumpriu missões militares em África. O seu primeiro romance e o mais célebre foi “Nó Cego” (1983). A ele se seguiram “De Passo Trocado”(1985) e a novela “Soldadó” (1988). O tema destes livros foi sempre o mesmo: a Guerra Colonial; dentre outros livros publicados posteriormente, alguns dedicados a vivências africanas, mas não exclusivamente sobre a guerra, avulta “Os Lobos não usam Coleira” (1991), que foi adaptado ao cinema – “Os Imortais” de António Pedro Vasconcelos.
- Temos a esperteza suficiente para saber que um dia podemos vir a precisar de um favor dos nossos inimigos… - apoiou o Majorué.
- Sim, se não falássemos àqueles que nos ofenderam a quem iríamos meter cunhas?”
Soldadó é um militar deslocado para África, em plena Guerra Colonial. Pouco dotado de inteligência e obediente que nem um cão, Soldadó sente-se às mil maravilhas nas suas funções militares. Acata todas as ordens que os sargentos lhe dão com um «sim, senhor» entusiasta, só se sentindo em segurança ao cumpri-las.
De um combate misterioso que ninguém sabe ao certo como começou, Soldadó foi o único ferido. Abre-se um inquérito para tentar esclarecer os factos ocorridos.
É neste inquérito que os sargentos vão contando ao comandante encarregado do relatório a história incrível de Soldadó – o seu nascimento em Cabeça Seca, a sua incursão na vida militar, a viagem para África a bordo do Niassa, as suas funções militares em África.
Com muito humor, são também relatados pitorescos e caricatos acontecimentos militares, pondo em causa toda a instituição militar e, muito particularmente a Guerra Colonial.
Apetecia-me falar de dois factos da política nacional, que tiveram algum relevo nos últimos dias: o descarado apoio do Governo a um banco, que não o mereceria, pois os únicos prejudicados com a sua eventual queda, são pessoas possuidoras de enormes fortunas e cuja “infelicidade” em nada me preocupa; foi mau de mais…
E o descalabro total no seio do PSD, que tinha uma soberana ocasião para, no Parlamento, contribuir juntamente com o resto das oposições, derrotar a maioria absoluta do partido do Governo, já que se sabia antecipadamente da ausência de vários deputados do PS e o voto contrário de outros, na questão da suspensão do modelo de avaliação dos professores, mas que, inconsciente ou conscientemente, contabilizou na altura da votação, a falta de 30 deputados; assim, Sócrates continua a sorrir e apesar de toda a contestação, a subir nas sondagens...
Um outro aspecto que gostaria de focar, é pessoal, e tem a ver com a crise, mais propriamente com a crise da Justiça, a qual me afecta bastante no momento actual, pondo inclusive em risco a minha deslocação a Belgrado, no início de Fevereiro; mas, a este respeito, quero e devo voltar, mais tarde, com o relevo que merece, e espero que o possa fazer o mais breve possível. Para mostrar como em Portugal também há processos kafkianos…




Daí e sempre a pé, que as distâncias são curtas, chegámos á praça onde está o imponente e magnífico Duomo, enorme em tamanho e beleza,
