domingo, 30 de agosto de 2009

Berlim pela Primavera


Costumo encontrar-me com o Déjan três vezes por ano, durante 15 dias de cada vez; é mês e meio no conjunto de 12 meses e só nós dois sabemos como isso nos custa e dói…

Mas, por ora, não pode ser de outra forma; tirando duas excepções; Londres e Milão, os nossos encontros ou são aqui em Portugal ou na Sérvia (uma vez estivemos na casa do seu Pai, em Zadar, na Croácia).

E tudo isto porque nos é impossível pagar alojamento noutras cidades que muito gostaríamos de visitar, a começar por irmos a Paris; Londres e Milão foram possíveis, porque aí temos amigos que nos receberam amavelmente em suas casas e agora para visitar outras cidades, temos que encontrar quem nos acolha…

Pois hoje, estou muito feliz, pois o meu amigo Fernando que há muitos anos vive em Berlim, mas é um homem que não pára quieto devido à sua vida profissional, me confirmou que podemos ficar no seu apartamento naquele que será o nosso primeiro encontro de 2010, possivelmente lá para Março, altura do meu aniversário. Ele não estará lá, pois irá passar o primeiro semestre em Espanha (presidência espanhola da EU), mas o apartamento estará por nossa conta!!!!

Assim, quando me despedir no Outono do Déjan, em Belgrado, será com um “Auf wiedersen” até Berlim!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Precaução sim, alarmismo não


Eu não sou um conhecedor aprofundado de doenças, não pertenço aos quadros da saúde pública ou privada, e considero-me um perfeito leigo nesta matéria.
Por outro lado, sei perfeitamente que o vírus H1N1 se propaga por contágio com uma grande facilidade e rapidez, pelo que devemos todos actuar em conformidade com as normas de segurança amplamente divulgadas.
No entanto também não sou estúpido e no meu pensar, sempre me fez alguma confusão o demasiado alarmismo com que este vírus da gripe está a ser propagandeado; não são as previsões do número de pessoas que podem vir a ser infectadas que eu contesto; mas alguém já deu uma previsão do número de mortes causadas “directamente” por esta gripe? Alguém já me explicou o porquê das imensas mortes causadas todos os anos pela chamada gripe sazonal, e que não é alvo de qualquer notícia a não ser quando as urgências dos hospitais e os centros de saúde entopem?
É esta discrepância que me confunde; em Portugal já contraíram o vírus cerca de 2500 pessoas, mas nunca estiveram internados mais do que 10 pessoas simultaneamente; dos casos mais graves, todos, com maior ou menor dificuldade se foram resolvendo. Claro que é natural que haja mortes, mas nunca em quantidades proporcionais (nem de longe nem de perto) com o número de casos que contraíram o vírus.
As autoridades portuguesas têm procedido bem, principalmente na contenção do alarmismo, com a Ministra da Saúde a dizer ontem que dos eventuais doentes com a gripe H1N1 em Portugal, cerca de 90 a 95% dos casos serão de pouca gravidade.
A única coisa que não tem funcionado bem tem sido a linha de Saúde 24, mas espera-se que também aí as coisas melhorem.
Mas estes números e esta situação portuguesa, tem que ser enquadrada numa perspectiva mais alargada, do mundo em geral. E é aí que entra o assunto do vídeo, que a Ana (mais uma vez) fez o favor de me enviar.
Vejam-no e pensem, não em ficar despreocupados, mas em ficar menos alarmados.
Eu concluo que há gente, e gente com grandes responsabilidades, que não olha a meios para obter os seus fins…

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

NOJO!!!!!!!!!

Alberto João Jardim é o presidente do Governo Autónomo da Madeira, região que faz parte do território nacional e que se rege pela lei portuguesa. Pode legitimar-se a si próprio como líder incontestado da população madeirense, nas suas intenções de voto, mas nada mais que isso; é um cidadão como qualquer outro com direitos e deveres. Simplesmente para este homem os direitos são um feudo de que não abdica e aos deveres volta as costas. Não é inimputável, e por isso custa a acreditar que ao longo da sua longa carreira política, continue impune à enorme quantidade de insultos que tem dirigido aos detentores dos mais altos cargos constitucionais portugueses, nomeadamente Presidentes da República e Primeiro Ministros.

A mais recente foi ter chamado “bandido” a José Sócrates, o que institucionalmente é absolutamente reprovável, e mostrado, uma vez mais, no seu estilo, apalhaçado e perfeitamente alucinado a sua homofobia, conforme se pôde constatar nos media:

"Eu pergunto àqueles que um dia acreditaram num partido que foi de Mário Soares, que foi de Almeida Santos, que foi de António Guterres, que foi de Manuel Alegre, se este partido agora tem alguma ideologia. Eu pergunto aos portugueses se estão dispostos a votar num homem que não tem ideologia e cujo único princípio é o poder custe o que custar".

Num comício realizado na ilha do Porto Santo, o líder do PSD da Madeira disse ainda que nada tem contra as opções sexuais de cada um, mas advertiu que também mais respeito pelos "valores de quase nove séculos da pátria portuguesa". Tudo para atacar Sócrates: "Este partido [PS], a única coisa programática que apresentou até agora foi o casamento dos homossexuais". Este "não é o meu Portugal", acrescentou.

É devido a políticos portugueses como este, como Manuela Ferreira Leite e a sua prosaica declaração sobre “procriação”, de políticos do CDS, que mais valia estarem caladinhos sobre este assunto, para não se “queimarem”, que se tem aberto caminho para situações como a que este vídeo relata: um NOJO!

E ainda dizem que não deve haver orgulho por se ser gay em Portugal… pois eu tenho muito orgulho em sê-lo, e desmascarar estes homofóbicos de ópera bufa!!!


(este post foi-me "sugerido" pelo post publicado pelo amigo Maldonado).

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Conto - 1

P tinha 27 anos e apenas perdera a sua virgindade aos 23 e com um homem; estava ainda em luta consigo próprio para aceitar a sua condição de homossexual, pelo que não frequentava bares, saunas ou outros locais de fáceis encontros e a internet, com todas as suas possibilidades virtuais, não existia ainda. No entanto, era um rapaz perspicaz e “farejava” os seus iguais muito facilmente, com um simples olhar…e não perdia uma oportunidade, desde que isso lhe parecesse seguro e apetecível.

Claro que fora do seu habitat normal, as coisas fluíam de outra forma e assim quando viajava, surgiam por vezes, situações curiosas.

Certa noite estival, algures numa capital europeia, P dirigia-se calmamente para o seu hotel, em busca de um descanso para as muitas visitas do dia; era cerca da meia-noite e na zona mais próxima do hotel, não havia grande movimento. Não foi difícil, pois, e devido ao tal instinto para “adivinhar” o não óbvio, que ao cruzar-se com G, um jovem bonito, um pouco mais jovem que ele se tivesse dado o tal curto-circuito visual que era infalível. E assim começa o "jogo" do andar e parar, repetidas vezes, e quando tudo indicaria que um contacto oral seria o lógico passo a ser dado, P decidiu continuar o “jogo”, arriscando-se a perdê-lo, mas afinal era um jogo…

Continuou o seu caminho até ao hotel, sempre seguido a pouca distância por G; entrou e dirigiu-se à recepção a pedir a chave do quarto; não precisou de olhar para trás para saber que G esperava no átrio; dirigiu-se ao elevador, agora já com a presença de G a seu lado, mas sem uma troca de palavra, apenas o esboço de um sorriso mútuo. À porta do quarto, um compasso de espera e P quebra o silêncio: “do you want come in?”, a idiota pergunta que só teve como resposta a efectiva entrada de G no quarto.

P inquiriu o que já suspeitava: G não falava inglês e o entendimento oral iria ser nulo.

Pois o que sucedeu depois, não será difícil de ser adivinhado e apenas se poderá dizer que foi bom, muito bom mesmo, para ambos; há coisas que não precisam de palavras, nem para serem descritas nem para explicar o prazer que dão.

Estranhamente, G após p prazer saciado, começou a vestir-se, sem sequer tomar um duche e P, nu, na cama, assistia com alguma estranheza a isso; qual o espanto quando viu G, já completamente vestido dirigir-se à mesa do quarto, já perto da porta, tirar uma nota do bolso e colocá-la na mesa; perante isso, levantou-se repentinamente, mas só teve tempo de reparar que G havia saído a correr da habitação. Não iria correr nu atrás do rapaz…

A nota permaneceu, intocada na mesa e P foi tomar um duche; nem queria acreditar no que se tinha passado; vestiu umas boxers e deitou-se à espera do sono.

Passado cerca de uma hora, P foi despertado por umas leves pancadas na porta; foi abrir e deparou-se com um jovem, belíssimo, de sorriso aberto e com uma nota na mão…Estaria a sonhar? Mas não, pois desta vez ouviu num inglês aceitável: “o meu amigo gostou muito e eu também queria…”

Inacreditável!!!!! Sem perder a compostura que costuma ter nos “grandes momentos”, P disse ao rapaz para entrar, para guardar a sua nota, a do seu amigo G para lhe devolver, e para se despir…

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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

"Little ashes"

Gosto muito de filmes que se debruçam não sobre personagens de ficção, mas sobre pessoas reais que de alguma forma se distinguiram durante a sua vida; se um filme desse tipo fala não da vida de uma, mas de três pessoas, diferentes no seu contributo para serem conhecidas, mas que se relacionaram em vida, tanto melhor. É o caso de “Little Ashes”, ainda não estreado entre nós e que relata o encontro e a amizade de três grandes vultos da cultura espanhola do século XX: o poeta Frederico Garcia Lorca, o pintor Salvador Dali e o cineasta Luis Buñuel, desde que se encontram, como jovens universitários, na Madrid dos anos 20 e que vai até ao assassinato de Lorca, no início da Guerra Civil Espanhola. A extravagância do jovem Dali, encontra receptividade no espírito aberto e boémio dos dois outros vultos, ambos originários das elites espanholas de então; é uma Madrid de noites de farra e de excessos, com o despontar do surrealismo, misturado na euforia do jazz, mas com imensas restrições e que anunciam à distância um confronto brutal, que acabou por ser uma espécie de ensaio para a II G.G. A homossexualidade de Lorca encontra algum acolhimento no espírito libertário de Dali, embora Buñuel não aprove essas formas de expressão sexual; aliás, é Buñuel o primeiro a achar que a Espanha dessa época nunca lhe poderia abrir caminho à necessidade de expressar a sua anti-religiosidade, através do cinema, partindo para Paris (foi em França e no México, onde faleceu, que realizou toda a sua obra). A ele se junta depois Dali, deixando Lorca só, com os seus viveres e a sua noção de cidadão de esquerda, que levaria Franco a prendê-lo e assassiná-lo, na sua Córdoba natal. Antes disso visita Dali em Paris onde este lhe apresenta a mulher que iria preencher toda a sua vida futura e lhe servirá de musa e inspiração até à morte – Gala!


Filme realizado no ano passado por Paul Morrison, terá nas interpretações as maiores críticas, tendo o realizador optado por um actor espanhol pouco conhecido para representar Lorca (Javier Beltrán) , tendo Dali a defender a sua personagem, um dos actores de “Harry Potter” e de "Crepúsculo" (Robert Pattinson) e sendo Matthew McNulty escolhido para o papel de Luís Buñuel.
Sendo eu um admirador confesso do cinema de Buñuel, a quem ficam a dever-se momentos únicos da história do cinema, como a cena do olho da curta “Un chien andalou”(1929) e a da composição da “última ceia” com mendigos, bêbados e prostitutas no fabuloso “Viridiana"(1961).

Sendo eu um admirador confesso de toda uma vasta e extraordinária obra que revolucionou a pintura , de Salvador Dali.

Sendo eu um admirador confesso dos poemas inolvidáveis de Lorca e do seu posicionamento como cidadão

"Meu entranhado amor, morte que é vida,
tua palavra escrita em vão espero
e penso, com a flor que se emurchece
que se vivo sem mim quero perder-te.

O ar é imortal. A pedra inerte
nem a sombra conhece nem a evita.
Coração interior não necessita
do mel gelado que a lua derrama.

Porém eu te suportei. Rasguei-me as veias,
sobre a tua cintura, tigre e pomba,
em duelo de mordidas e açucenas.

Enche minha loucura de palavras
ou deixa-me viver na minha calma
e para sempre escura noite d'alma. "

este filme é verdadeiramente importante; poderá não ser uma obra prima, mas é um filme a não perder.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Two Men - Zumanity


Vi este vídeo no blog “Ovelha Tresmalhada” e não resisti a “roubá-lo".
Aproveito para falar neste blog recente e que merece uma visita; precisamos sempre de sentir que não estamos a “falar para o boneco”…

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Just to think...


"Never wrestle with a pig. You get dirty and besides the pig likes it".

(George Bernard Shaw)



Esta frase serve, como poucas, para certas situações e determinadas pessoas...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

"Une robe d'été"

O Verão aconselha coisas leves, frescas e assim hoje proponho uma curta metragem muito bem disposta, realizada por François Ozon, em 1996, que se chama “Une robe d’été”. Ozon, hoje um dos nomes mais conceituados do novo cinema francês, começou na década de 90 a realizar uma longa série de curtas metragens, algumas bastante ousadas e outras algo experimentais.

È homossexual assumido e assim não é de estranhar que se encontrem situações e personagens homossexuais nos seus filmes; aliás ele disse numa entrevista que não era um realizador de filmes homossexuais, mas sim um realizador homossexual que faz filmes.

Foi esta curta metragem que aqui mostro, que lhe deu bastante celebridade e lhe permitiu no final da década de 90 abalizar-se para as longas metragens. Destas, destas, eu destaco, pessoalmente o filme “Le temp qui reste”, um dos mais tristemente belos filmes que já vi.

Divirtam-se com o filme e atenção que é daqueles com bolinha vermelha no canto. Assim, os demasiado puritanos, abstenham-se…

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Fotos de desporto

O desporto sempre foi um dos temas que os adeptos da fotografia mais apreciam; conseguem captar momentos únicos, alguns espectaculares, outros de rara emoção, e ainda outros onde num instantâneo momento se consegue dizer tudo sobre um acontecimento.
Estas fotos que aqui se apresentam são um exemplo de tudo isso, e foram consideradas, dentro do tema em destaque, das melhores do passado ano.










segunda-feira, 10 de agosto de 2009

"Bonecos"


Qualquer semelhança entre este cartoon e um recente caso muito (demasiado) badalado nos media portugueses, NÃO é pura coincidência.
Até podem chamar à bonequinha JAD e ao boneco FL...

(clique para aumentar)

sábado, 8 de agosto de 2009

Estou triste


Estou triste, hoje. Aliás todos nós, portugueses, estamos tristes, hoje.

Nós, considerados um povo triste, ficámos muito mais tristes hoje.

Porque hoje nos deixou quem, apesar de sermos tristes, nos fez sorrir, ao longo de tantos anos.

Morreu o Raul Solnado!

Por muito mérito que tenham tido ou tenham outros grandes humoristas do nosso país, desde os tempos de Vasco Santana, Salvador ou António Silva, passando pelo Herman, e chegando à nova geração dos “Gatos” e “Contemporâneos”, Solnado foi único!!!

Desde as suas rábulas revisteiras que o deram a conhecer (quem não conhece “A minha ida à guerra”?), passando pelo primeiro grande programa que a TV teve em Portugal, antes do 25 de Abril – o nunca esquecido “Zip Zip” e o seu impagável “Fritz”, aos momentos de puro gozo no concurso “A visita da Cornélia", muito mais fez Raul Solnado, no cinema, no teatro, na televisão, mas sobretudo na Vida!

Foi empresário, com a criação do seu teatro, ali perto do Saldanha, que era o “seu mundo”, foi comunicador e foi um grande vulto da Cultura portuguesa.

E foi acima de tudo um grande Homem, naquela corpo franzino; a tudo o que se dedicou, o fez com uma dádiva imensa, e sempre abraçou causas solidárias, defendeu ideais políticos com convicção e nunca se esquecia de sorrir…

Quando uma pessoa com estas tão grandes referências, nos deixa, é costume dizer que o país ficou mais pobre; hoje prefiro dizer que ficou mais triste, muito mais triste…

Obrigado, Raul Solnado.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Ana e os "gatos"

Foi por mail que a Ana me mandou este vídeo, que não conhecia, e que achei delicioso.

"A Duetto di due gatti cómico" (Humurous dueto para dois gatos), é uma popular peça musical para dois sopranos; é muitas vezes apresentada como um "encore" de um concerto.



Apesar desta peça ser normalmente atribuída a Rossini, não foi realmente escrita por ele, sendo uma compilação escrita em 1825, a partir de trechos da sua ópera "Otello", de 1816. O compilador foi provavelmente o compositor inglês Robert Lucas de Pearsall, que para este efeito utilizou o pseudónimo de G. Berthold.

Por ter falado da Ana, gostaria de referir a excelência do seu blog "A Paixão dos Sentidos", em que ela com uma escrita descritiva muito apurada nos vai dando conta de tanta coisa bonita que acontece na vida rural, longe do bulício da cidade; é impressionante o que já aprendi ali, e a minúcia da explicação das causas de coisas simples que acontecem na natureza é fabulosa.
Devo confessar que um dia que vá por aquelas terras da Beira Alta, irei visitá-la e conhecê-la, se tal não acontecer antes, por aqui por Lisboa…
Fica a chamada de atenção para este blog, que vale bem a pena conhecer e onde o verbo partilhar é constantemente conjugado.
Obrigado, Ana!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

5 de Agosto



When I fall in love it will be forever
Or I’ll never fall in love
In a restless world like this is
Love is ended before it’s begun
And too many moonlight kisses
Seem to cool in the warmth of the sun

When I give my heart it will be completely
Or I’ll never give my heart
And the moment I can feel
that you feel that way too
Is when I fall in love with you

And the moment I can feel
that you feel that way too
Is when I fall in love with you

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Fim de semana "vermelhão" e uma boa semana...


Não é novidade para ninguém que sou benfiquista; e como bom benfiquista que sou, tenho uma enorme capacidade de sofrimento, principalmente nos últimos anos.

Outra característica de um bom benfiquista é o grande anseio, em cada início de época, de que “este ano é que vai ser”! Infelizmente, não tem sido…

Mas, e sem querer mostrar falsas expectativas, este ano, tenho verificado que o Benfica, nesta pré-época tem jogado sistematicamente bem, mesmo no único jogo que perdeu…

Os valores individuais, o Benfica sempre os foi tendo, o que há muito não tem é uma equipa e este ano tem…duas; uma a jogar e outra também excelente, no banco.

Comprou bons reforços? Sem dúvida que sim, mas “comprou” acima de tudo um bom técnico, pois Jorge de Jesus pode não ter um currículo ou não ser tão conhecido internacionalmente como outros treinadores recentes do Benfica; mas percebe muito de futebol, tem uma grande experiência que foi acumulando ao longo de muitos anos em muitos clubes e sabe fazer uma equipa.

Este fim de semana, em Guimarães, o Benfica foi um regalo; venceu e convenceu!

Foi um fim de semana “vermelhão”!!!

E agora começa a semana; muita gente de férias, está claro, a blogosfera a meio gás, mas há quem trabalhe…

E que tal inovar e começar a ir para o trabalho assim



domingo, 2 de agosto de 2009

Casamento musical


Vi este vídeo aqui e fiquei absolutamente conquistado; se eu tivesse casado, o meu casamento teria começado assim...

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Para o Félix...


Porque conheço a felicidade que estás a viver nestes dias, porque sei os sentimentos que partilhas com o Arthur, porque me fazem recordar dias intensamentos vividos com o Déjan e que sei que se repetirão, porque sei dos teus anseios futuros acerca do teu relacionamento e espero que se concretizem, aqui vai uma canção para ti, para vós e para tantos e magníficos exemplos de amor que tenho encontrado aqui na blogosfera; não os vou nomear, pois seria deselegante, a omissão de algum, mas vocês sabem que são para vocês também..
E, claro, porque tenho umas saudades imensas do meu amor...

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Madalena Azeredo Perdigão

Merce Cunningham morreu a semana passada. Entre vários blogs (não muitos), que se referiram a este assunto, li e comentei uma análise comparativa muito curiosa entre este velho coreógrafo e a também recente falecida Pina Bausch, da autoria do amigo Miguel.

No comentário que ali lhe deixei, referi que tinha tido o prazer de assistir ao vivo a um espectáculo de Merce Cunninhgam aqui em Lisboa, no Coliseu dos Recreios, quando aqui estudava, salvo erro na década de 70.

Já há pouco tempo, em conversa com alguém, referi também a oportunidade que me foi dada em ver na mesma sala Stravinsky. E se quiser, posso ir buscar outros grandes nomes da música clássica, e do bailado que tive a possibilidade de aplaudir, sempre no velhinho Coliseu, após horas de espera nas filas para apanhar bons lugares naquelas terríveis e incómodas bancadas, pois dinheiro não havia para plateias e camarotes (nunca fui a S. Carlos!!!!).

E assim delirei com Karajan e Rubinstein, com Fonteyn e Nureyev, Marta Graham e Alicia Alonso.

E recordo de novo aquela noite com Béjart após o seu “Romeu e Julieta”, a pôr o Coliseu a cantar a Internacional e a ser expulso do país, está claro…

Tudo isso, integrado num acontecimento anual cujo programa, era sempre ansiosamente aguardado, para ver que óperas, grandes orquestras, fabulosos solistas e magníficos bailarinos poderíamos ver cada ano, e que era o Festival Gulbenkian de Música, que era supervisionado por uma Senhora a quem o nosso país muito ficou a dever no campo da cultura e que era a esposa do Presidente da Fundação, Maria Madalena Azeredo Perdigão, e a quem a Fundação numa homenagem mais que merecida, resolveu dar o seu nome ao Centro de Arte Moderna (CAM), que está integrado nas instalações da Fundação em Palhavã.

Queria aqui deixar algumas notas sobre esta Senhora espantosa, mas nas minhas buscas no Google ou na Wikipédia, nada encontrei de relevo (apenas inúmeras referências aos grandes nomes que já ganharam o meritório prémio que tem o seu nome).

Devido a Madalena Perdigão, aprendi a gostar de coisas belas e mais importante que isso, foi devido a ela que o nosso país, nesses anos de isolacionamento internacional, foi apesar de tudo ficando com alguns dos maiores vultos mundiais nesse campo cultural

terça-feira, 28 de julho de 2009

"A homofobia não existe"


Este é um texto tirado da revista espanhola Zero, e embora o ache eivado de uma filosofia muito subjectiva e talvez utópica, pois a realidade da homofobia não pode ser tratada assim, com tanta benevolência e superficialidade, não quero deixar de o transcrever aqui, dado a sua originalidade.

“Desde já há que afirmá-lo, claramente: a homofobia não existe!

Homofobia é o nome que damos à actuação de algumas pessoas no nosso contexto social. É um nome muito útil para fazer análises sociais - eu mesmo a uso, por vezes – mas não existe como entidade própria.

A homofobia não existe, o que existe são pessoas com actuações homofóbicas; algumas pessoas pensarão que esta distinção é pouco importante, mas estão equivocadas. Se algo não existe, devemos questionar-nos o que é que realmente existe, para saber para onde devemos dirigir a nossa acção.

A homofobia não existe. O que existem são pessoas com comportamentos homofóbicos; portanto devemos dirigir as nossas forças para modificar as pessoas homofóbicas: é a única maneira de transcender a homofobia; e os homofóbicos, como as serpentes, também são perfeitos. As serpentes são perigosas: por isso são serpentes perfeitas; não serve de nada censurá-las por porem em perigo a nossa vida: faz parte da sua natureza, são uma expressão perfeita da natureza. Também os homofóbicos são perfeitos: não podem ser de outra forma dado o seu nível evolutivo. A homofobia é uma conduta que algumas pessoas se vêem obrigadas a exercer porque não podem aceitar um amor diferente do maioritário; encontram-se tolhidas perante uma visão rígida da realidade; são pessoas com um subdesenvolvimento importante, na sua capacidade de amar; dessa pequenez emocional só podem morder para tentarem defender-se, visto que vivem a diferença como algo que os agride. Desta sua visão do mundo, não podem actuar de forma diferente: a sua acção é perfeita segundo o seu nível de evolução.

Os homofóbicos são a oportunidade que as pessoas GLBT têm de transformar a realidade e actualizar o seu potencial; as pessoas homofóbicas são o ginásio quotidiano que nos chama a actuar e assim, actuando, incrementar a nossa musculatura espiritual, o nosso amor, a nossa inteligência e a nossa energia.

Não se trata de negar a existência das pessoas homofóbicas, mas sim de actualizar a nossa inteligência para compreender o seu nível evolutivo, para entender de que maneira vêem o mundo e desenhar inteligentemente uma forma para as ajudar a evoluir.

Tão pouco se trata de aceitar que nos amachuquem; da mesma forma como nos mantemos precavidos aos lacraus e às serpentes, devemos usar a energia que temos para que essas pessoas nos causem o menor dano possível.

Finalmente também devemos usar o amor que possuímos para os transformar; trata-se de actuar inteligente e energicamente, mas de coração aberto para acolher a evolução, a transformação destas pessoas; precisamente porque somos amor, queremos incorporar nele aqueles que nos odeiam – a homofobia é um ódio social muito claro – com a intenção de que consigam transcender o seu actual inferno; quando o conseguirem, serão mais livres, mais conscientes e mais felizes.

Quando este desejo de vê-los libertos do seu inferno, for o nosso motor, a mudança para uma sociedade não homofóbica será possível.”

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Surpresa e Satisfação


Foi com alguma surpresa e muita satisfação que li aqui o desafio que Miguel Vale de Almeida resolveu aceitar, ao estar incluído, e num lugar de destaque, nas listas do PS ao Parlamento, por Lisboa, como independente.

Este facto tem várias leituras: pela primeira vez estará na AR um deputado assumidamente homossexual, e mais que isso, defensor desde sempre das causas LGBT; o facto de MVA estar na lista do PS é um sinal inequívoco das intenções de legislar sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, pois caso contrário, nunca MVA teria aceite este desafio; é uma inteligente manobra política para retirar votos ao BE, até aqui o único partido com assento na AR que defendeu convictamente esses casamentos.

Fico agora a aguardar os argumentos da população LGBT deste país que se negava a votar PS por não acreditar que essas propostas fossem mesmo para a frente.

Ao Miguel um enorme abraço de parabéns e mais uma vez demonstra que não é só com palavras, mas com acções, que as coisas se mudam.

Todo o meu apoio.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Tunísia 3

Para finalizar a reportagem da minha viagem à Tunísia, e já com algum atraso, venho hoje falar das restantes visitas efectuadas; fizemos uma excursão de um dia a Tunis, capital, tendo sido dada preferência (quanto a mim mal) à Medina, em detrimento de outras partes da cidade, que apenas avistámos do autocarro, e num dos extremos da Medina lá visitámos uma praça da cidade, a qual tem as chamadas “portas de França”;

fomos também a uma pequena e encantadora cidade , bem perto de Tunis, muito procurada pelos turistas, e em que o branco e o azul dominam – Sidi Bou Said;

e ainda nesse dia visitámos as ruínas de Cartago, mas apenas do período romano, já que os romanos arrasaram todo e qualquer vestígio da civilização cartaginesa; ali eram as grandes termas romanas.
Numa outra visita, fomos a Sousse, situada em pleno centro da principal região costeira turística; é uma cidade interessante, talvez a segunda do país e perto tem uma enorme marina, muito bem “apoiada” por um bonito conjunto de residências e hotéis – um luxo! O seu nome é Port El Kantaoui.


É natural desta região, o actual presidente, que está omnipresente em toda a Tunísia; não há local, grande ou pequeno, onde não haja retratos do senhor, curiosamente todos retratando-o ainda na idade em que foi eleito, há quase 20 anos (uma espécie de “Retrato de Dorian Gray”).

Finalmente, e no dia anterior ao regresso fui visitar Monastir, a cidade perto da qual estava situado o meu hotel, apenas a 7 Kms . É uma cidade pequena e bonita, que tem como principal atracão, além da parte turística, a mesquita onde está sepultado Habib Bourguiba, o primeiro presidente e que é chamado o pai da Pátria, já que a ele se deve a independência do país, um dos primeiros países de África a serem descolonizados pelos franceses, e sem complicações como sucedeu mais tarde com a Argélia.

sábado, 18 de julho de 2009

Yes, its for you, Déjan


I can wait another day until I call you
You've only got my heart on a string and everything a-flutter
But another lonely night might take forever
We've only got each other to blame
It's all the same to me love
'Cause I know what I feel to be right

No more lonely nights
No more lonely nights
You're my guiding light
Day or night I'm always there

May I never miss the thrill of being near you
And if it takes a couple of years
To turn your tears to laughter
I will do what I feel to be right

No more lonely nights
Never be another
No more lonely nights
You're my guiding light
Day or night I'm always there
And I won't go away until you tell me so
No I'll never go away

Yes, I know what I feel to be right
No more lonely nights
Never be another
No more lonely nights
You're my guiding light
Day or night I'm always there

And I won't go away until you tell me so
No I'll never go away

And I won't go away until you tell me so
No I'll never go away

no more lonely nights... no more...


(Postagem sugerida pela amizade do Paulo Vasco, a quem envio um abraço.)

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Sexo e música

Talvez não saibam mas os grandes compositores clássicos também tinham , como qualquer humano, uma natural necessidade sexual; só que nem todos conseguiam nesse campo o mesmo desempenho que os levou a compor as grandes obras que os celebrizaram.
Sendo assim, e conforme a sua “pujança” sexual houve quem os dividisse em quatro grandes categorias; à primeira, ficaram ligados aqueles que não “davam conta do recado” e dessa categoria a que chamaremos os IMPOTENTES, o exemplo máximo será Bach com a sua famosa “Toccata e fuga”



Numa segunda categoria, estariam aqueles que “cumpriam os mínimos” ou quase…serão os SEMI-POTENTES e tomemos como exemplo Schubert com a sua obra máxima “A Sinfonia Incompleta”



Já com um desempenho bastante meritório vem a terceira categoria, a dos chamados POTENTES, e aqui um bom exemplo será Stravinsky, com o seu conhecido “Pássaro de Fogo”




Finalmente, aqueles cujas façanhas sexuais só têm comparação à obra que nos deixaram; serão para sempre lembrados como os POTENTISSIMOS, e aqui não há opção para exemplo; terá que ser obrigatoriamente Beethoven, pois após a primeira, a segunda, a terceira, a quarta, a quinta…a sexta… a sétima (uffff…), e a oitava, ainda conseguiu ter forças para a “Nona Sinfonia”…e com coros!!!!





Podem entretanto deliciar-se com as fantasias… musicais destes quatro grandes compositores.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Transcrição


Aqui transcrevo na integra o texto que Miguel Vale de Almeida publicou há dois dias no seu blog “Os tempos que correm”, sob o título Talvez não sejamos muitos e muitas…

Porque, nas suas premissas reflecte o pensar de “muitos e muitas”, apesar de eventualmente não concluírem como MVA, porque concordo quase em decalque das premissas anunciadas e porque até sou dos que adiro á sua conclusão, tem todo o cabimento a transcrição desta reflexão no meu blog.

O momento político português é grave e tem que ser equacionado na base do que “não se quer”, e tão mais importante do que ser esta reflexão válida para as próximas eleições legislativas, ela é também extremamente válida para a eleição autárquica em Lisboa, pois mais Santana Lopes, NÃO, por favor!

“TALVEZ NÃO SEJAMOS MUITOS E MUITAS…… mas existimos. Somos as pessoas que, no espectro político-partidário, tal como ele se apresenta (e não o que idealizaríamos), se colocam entre o PS e o Bloco. Não gostamos do PS-centrão, com políticas neo-liberais no trabalho e na economia, e com um séquito de pessoas predispostas ao tráfico de influências. Gostamos do PS quando se apresenta do lado da igualdade, da liberdade, da modernidade. Não gostamos do Bloco quando descai para a demagogia, quando arrebanha as pulsões populistas, ou quando aposta no “correr por fora” desresponsabilizando-se do governo da coisa pública. Gostamos do Bloco quando se apresenta … do lado da igualdade, da liberdade, da modernidade. Alguns e algumas de nós circulam em espaços criados para suprir esse ponto intermédio: em torno de Alegre, em torno de Roseta. Não é o meu caso. Porque acho que sem máquina e sem diversidade de composição social não há transformação política. Mas estejamos lá ou não, estejamos no PS ou não, estejamos no Bloco ou não, partilhamos uma série de preocupações: sentimos que o sistema político português está prisioneiro de uma lógica de grande centro que cedeu demasiado ao neo-liberalismo e que um sintoma disso são as ligações ao poder económico e o tráfico de influências; cortámos há muito com a esquerda revolucionária, mas recusámos a terceira via, acreditando que é possível uma social-democracia que aposte no papel do estado e dos serviços públicos na garantia de igualdade de oportunidades no quadro de uma economia de mercado regulada e com espaço e incentivo para formas de economia solidária e cooperativa; defendemos acima de tudo a liberdade, e esta mede-se na capacidade de garantir opções e escolhas, diversidade, reconhecimento e direitos. Somos pela escolha na interrupção voluntária da gravidez, somos pela diversidade cultural no país e pelo acolhimento dos imigrantes, somos pela plena igualdade no acesso ao casamento civil por parte de casais do mesmo sexo, somos pela despenalização do consumo de drogas, pela laicidade o estado e pela liberdade religiosa, pela efectiva igualdade de género; somos reformistas, no sentido em que queremos transformações concretas na segurança social, na saúde, na justiça, na educação que, com base na valorização dos serviços públicos e na dignificação dos profissionais, melhorem as chances de boa vida para o maior número possível de pessoas, no tempo da sua vida, sem fazer a mudança depender do agudizar de contradições que possam levar, num futuro distante, a uma sociedade perfeita – em que não acreditamos. Não desejamos que as coisas estejam mal para podermos justificar as lutas, desejamos que elas melhorem mesmo e quanto mais cedo melhor; somos pela inovação, pelo conhecimento, pela capacidade inventiva e criadora, pela sustentabilidade energética, pela ecologia – e achamos que estas áreas oferecem o melhor potencial para o futuro económico do país, ao mesmo tempo promovendo o conhecimento, gerador de liberdade; somos por um país que mede o seu valor pelo que faz agora pelos seus cidadãos e pelas suas cidadãs, nascidos ou não aqui, falantes ou não de português, e não pelos mitos do passado, recusando o medo, o atavismo e a violência simbólica das nostalgias do salazarismo ou das utopias revolucionárias. Somos por uma União Europeia assente numa verdadeira representação democrática dos seus cidadãos, com uma verdadeira Constituição e com políticas que ajudem os países mais pobres a aproximarem-se da média comunitária. Somos pela dignificação do sistema político, trazendo para ele novas pessoas, abrindo espaços e diversidades de opiniões, exigindo accountability, e não somos pelo corte definitivo entre a cidadania e a representação ou por alternativas caudilhistas, presidencialistas ou que se deixem seduzir por suspensões da democracia. Em finais de Setembro vamos ter de decidir em quem votamos. Sabemos que não votamos num PSD cuja líder simboliza praticamente tudo o que de negativo foi aqui elencado – uma política que aposta na negatividade e apela aos piores instintos de receio, fechamento, e honrada pobreza. E muitos e muitas de nós estamos tentad@s a votar à esquerda do PS para punir políticas concretas – laborais ou educativas, nomeadamente. Mas mais do que esses argumentos, racionais, espanta-me a onda emotiva que se instalou, para lá das queixas justas, através da repugnância em relação à figura de Sócrates, pintada com as cores da arrogância e do autoritarismo. Ela assenta, a meu ver, num equívoco de percepção: a ideia de que um líder de esquerda deveria ser ou uma figura de bonomia (Alegre?) ou de inflamação revolucionária (Louçã?) – mas nunca uma figura que governa no seu estilo próprio e sem obedecer a um guião estético ou a um folclore de referências específico. Nesse sentido, Sócrates não “bate certo” com o guião cultural português (daí as acusações, como as de autoritarismo e arrogância, que não conseguem, a meu ver, acertar no alvo). Neste momento de crise (que obriga o PS a pensar os erros da deriva neo-liberal da terceira via e do centrão), de desgaste do governo, de acumulação de asneiras por muitos ministros; neste momento de criação de um clima de “derrota” (estabelecida pelos mecanismos retóricos e publicitários de uma comunicação social que em Portugal, ao contrário do resto da Europa, é estruturalmente conservadora); neste momento em que o PS pode (e deve) ver-se obrigado a pensar à esquerda e a pensar em diálogos com muitos cidadãos e cidadãs das várias esquerdas, é o momento de escolher por onde passa a linha divisória entre esquerda e direita. Pessoalmente não acredito que ela passe entre o PS e o Bloco. Acredito que ela passa entre o PSD e o PS. Não quero o regresso do PSD, muito menos do PSD personificado por Manuela Ferreira Leite ou Santana Lopes. Não concordo com várias das políticas deste governo PS que agora termina. Não vi, ainda, o Bloco sair da lógica do “quanto mais dificuldades e tensões sociais melhor”, que o leva a apostar mais no “correr por fora” do que a valorizar as ideias e modos de uma das suas correntes fundadores (a que pertenci), a Política XXI. Mas vejo pela primeira vez, no PS e sobretudo em Sócrates, sinais de um projecto de modernização para o país que se diferencia quer da tentação miserabilista da maior parte da direita, quer da tentação revolucionária da maior parte da esquerda. Justamente num dos piores momentos por que aquele partido passa, e sem qualquer intenção de aderir de novo, enquanto filiado, a um partido, votarei pela primeira vez na vida no PS.”

sábado, 11 de julho de 2009

A hora da partida


“A hora da partida soa quando

Escurece o jardim e o vento passa,

Estala o chão e as portas batem, quando

A noite cada nó em si deslaça.

A hora da partida soa quando

As árvores parecem inspiradas

Como se tudo nelas germinasse.

Soa quando no fundo dos espelhos

Me é estranha e longínqua a minha face

E de mim se desprende a minha vida.”

(Sophia de Mello Breyner Andresen)


Para ti, meu amor, as palavras de Sophia, pois eu não tenho palavras para te dizer o vazio que sinto dentro de mim, embora me sinta feliz por saber quanto nos amamos.

Até Novembro, em Belgrado…até logo!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

A Beira Litoral e não só...

Tínhamos um programa bastante agradável para o fim de semana e conseguimos cumpri-lo razoavelmente; fazendo base em Leiria, apenas por haver alojamento acessível e estar central em relação onde queríamos ir, partimos na manhã de sexta feira com o tempo bom para viajar, sem grande calor, mas sem chuva e com céu azul ou pouco nublado; a primeira paragem foi Alcobaça para visitar o famoso Mosteiro, tendo o Déjan apreciado sobretudo os túmulos de Pedro e Inês, cuja história lhe contei.

Daí seguimos para a Nazaré, tendo ido primeiro ao “Sítio” para as fotos da praxe,
e depois almoçámos maravilhosamente numa transversal da marginal.

Após um passeio para digerir a feijoada de marisco, rumámos à Batalha e por lá vimos o esplendor do gótico manuelino;

depois de alguns enganos devidos à já habitual má sinalização das estradas portuguesas, lá chegámos ao nosso hotel, e descansámos um pouco antes de partir para Pombal, onde nos esperava o amigo Leman, que nos levou por uma curiosa estrada pela montanha até à sua encantadora casa familiar (o Déjan gostou de ver o Portugal rural, menos turístico)…

O jantar, muito cuidadosamente preparado pelo nosso anfitrião foi no jardim, pois o tempo estava agradável; muita conversa e mais um bom amigo que conheci; aliás o Leman é senhor de uma vasta cultura e tem histórias muito interessantes; deixou-nos em Pombal, de onde rumámos a Leiria para um merecido descanso, não antes de darmos uma volta pela noite leiriense, deveras animada.

Na manhã de sábado rumámos à minha saudosa praia da meninice e juventude, a Figueira da Foz e devo confessar que me entristeceu ver tão pouca gente num sábado de Julho; a Figueira está um pouco decadente e apenas a zona de Buarcos parece ter verdadeira animação; subimos à serra da Boa Viagem e almoçámos no centro; depois rumámos à cidade dos doutores, onde eu não ia há para aí uns 15 anos; e que bonita está Coimbra! Era o feriado municipal, a 4 de Julho e a animação cultural nas ruas era grande.

Visitámos detalhadamente a Universidade (a Biblioteca Joanina é um espanto!)
e depois baixámos à Sé Velha, subimos à Sé Nova e passeámos no Jardim da Sereia; descemos depois até à baixa, onde nos encontrámos com o amigo Félix e com ele passeámos por toda aquela zona; depois foi esperar na esplanada junto à Igreja de Santa Cruz que aparecesse o amigo que faltava, o Miguel (Innersmile), que vinha cansado depois de um dia difícil para ele, mas depressa recuperou e tivemos os 4 um animado jantar nas margens do Mondego. Depois foram as despedidas de ambos e o regresso a Leiria para dormir.

Domingo de manhã, saímos cedo pois teríamos que vir a buscar o Duarte a casa para rumarmos à terra onde “o mar é mais azul”, e aí tivemos juntamente com outros amigos o prazer de ser recebidos lindamente pelo Tong e pelo Cara metade, que nos proporcionaram um magnífico churrasco no agradável terraço

com uma vista maravilhosa; ainda parámos no regresso, em Mafra para tirar fotos lindas ao Convento, num inesquecível pôr do Sol.