Desde sempre, o homo-erotismo esteve presente na Arte, exceptuando talvez o período obscuro da Idade Média.
Deixo aqui alguns exemplos (muitos mais haveria e de diversa procedências) e procuro fazer um percurso desde a Antiguidade aos nossos dias
No que respeita aos tempos mais remotos escolhi esta
que representa uma imagem de Aquiles cuidando dos ferimentos de Patrócolo (séc. V A.C.)
e também uma pintura oriental que desconheço a sua época, mas que é extremamente explícita
Passando ao Renascimento duas representações de grandes mestres
Uma obra de Caravaggio - "Os músicos"
E a estátua de David, de Miguel Ângelo, a sua obra prima no campo da escultura.
Já no século XIX, podemos encontrar
de William Adolphe Bouguerau - "Dante e Virgílio no Inferno"
e de Édouard Henri Avril - "Ancient Times Plate XVIII from "De Figuris Veneris"
Já no século XX, a escolha recaiu em
Salvador Dali
Frida Kahlo - "Dois nus num bosque"
Francis Bacon - "Study from the human body"
e Andy Wharol - "Auto retrato"
Finalmente num tipo de arte mais modernista, dois exemplos
Um trabalho fotográfico de Aymeric Giraudel - "The Profecy"
e uma tela de Steve Walker
Não podia deixar de referir um caso muito especial de homo erotismo, já no campo da desproporção das formas, de modo a aumentar a carga erótica
Trata-se como é óbvio de um desenho de Tom of Finland (contive-me e não escolhi um dos mais ousados).
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Moscovo e S.Petersburgo
Dois vídeos sobre as duas maiores cidades russas.
Se por um lado, Moscovo, a capital, com a famosa Praça Vermelha -com o Kremlin, sempre esteve nos meus planos de viagem, por outro é S.Petersburgo uma das cidades do mundo que mais ambiciono conhecer. Cidade imperial, cheia de História, repleta de palácios deslumbrantes, a presença forte do Rio Neva e um dos melhores museus do planeta, o Ermitage, faz-me sonhar...
Estes dois vídeos ajudam.
Vamos então visitar a Rússia monumental...
domingo, 1 de janeiro de 2012
That's all Folks!!!
Que melhor postagem poderia eu escolher para celebrar o início de um novo ano?
Nada mais que uma curta metragem de animação (sim eu também gosto de "cartoons"), datada de 1946, e que nesse ano ganhou o Óscar dessa categoria.
Trata-se como não poderia deixar de ser uma produção de Walt Disney, da famosa parelha "Tom & Jerry".
Que me perdoem os amantes dos grandes filmes de animação de agora, com todos os seus aprimores técnicos, dobragens com as vozes de actores famosos, orçamentos brutais e toda uma imensa panóplia de efeitos visuais, sonoros e de toda a espécie, que naquele tempo, nem sequer eram sonhados, mas eu prefiro mil vezes estes maravilhosos "cartoons", de que a longa metragem "Fantasia" é o expoente máximo.
E se agora há belas canções nos filmes de animação, boa música não falta nesta curta, onde entre outras se pode ouvir a "Rapsódia Húngara nº.2, de Liszt".
That's all Folks!!!
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
2011 - Balanço
Este ano, que não deixa saudades está a finar-se.
E em jeito de balanço, aqui deixo as minhas escolhas, quer a nível de personalidades, quer a nível de acontecimentos, tanto em Portugal, como no Mundo.
Se tivesse que escolher a personalidade do ano, assim estilo "capa da Time", escolheria não uma pessoa, mas algo mais abrangente: o Euro!
Já no aspecto mais restrito, de personalidades, vou distinguir duas personagens nacionais e duas internacionais, uma negativa e outra positiva, em cada caso.
Para personalidade negativa portuguesa, não tive hesitação, só podia ser uma: Vítor Gaspar.
No campo positivo,não havia e infelizmente muitas hipóteses, mas acabei por me decidir por Eunice Munoz, uma grande actriz e que este ano comemorou 70 anos de carreira - é obra!
Internacionalmente, tocam-se os opostos - imensos no campo negativo e muito poucos, no campo positivo.
De qualquer forma não hesitei muito na escolha da chanceler alemã Angela Merckl, para a personalidade negativa
Já no campo positivo, a minha escolha recai numa homenagem póstuma a um homem que revolucionou o mundo das comunicações e da informática nos últimos anos, Steve Jobs
Passando depois aos acontecimentos, procedi da mesma forma: um positivo e outro negativo, quer nacional, quer internacional.
O acontecimento negativo nacional escolhido não podia ser outro senão as severas medidas de austeridade, que ultrapassam o exigido pelos acordos estabelecidos e nos arrastam para uma recessão que não sei quando terminará
Positivamente, e para não fugir à regra, não houve grandes acontecimentos que nos pusessem a sorrir; apesar de tudo penso ser a eleição do Fado, como Património Imaterial da Humanidade, uma boa escolha
Internacionalmente, o acontecimento mais marcante nos seus aspectos negativos, foi, sem dúvida, a crise dos mercados
No aspecto positivo, pela influência que poderá ter, não só na região, mas em todo o mundo islâmico, as revoltas chamadas como "Primaveras árabes"
E agora as minhas escolhas pessoais dos desportistas do ano.
A nível nacional, decerto só poderia ser Cristiano Ronaldo
e a nível internacional o sérvio que alcançou as mais brilhantes vitórias nos principais torneios do ténis mundial e actual e destacado nº.1 do ranking ATP: Novack Djokovic
Finalmente, e muito pessoalmente, o melhor livro que li:
O melhor filme que vi:
A melhor peça de teatro que assisti:
e a música de que mais gostei:
Resta-me desejar a tod@s, apesar de tudo, um Novo Ano, o melhor possível
E em jeito de balanço, aqui deixo as minhas escolhas, quer a nível de personalidades, quer a nível de acontecimentos, tanto em Portugal, como no Mundo.
Se tivesse que escolher a personalidade do ano, assim estilo "capa da Time", escolheria não uma pessoa, mas algo mais abrangente: o Euro!
Já no aspecto mais restrito, de personalidades, vou distinguir duas personagens nacionais e duas internacionais, uma negativa e outra positiva, em cada caso.
Para personalidade negativa portuguesa, não tive hesitação, só podia ser uma: Vítor Gaspar.
No campo positivo,não havia e infelizmente muitas hipóteses, mas acabei por me decidir por Eunice Munoz, uma grande actriz e que este ano comemorou 70 anos de carreira - é obra!
Internacionalmente, tocam-se os opostos - imensos no campo negativo e muito poucos, no campo positivo.
De qualquer forma não hesitei muito na escolha da chanceler alemã Angela Merckl, para a personalidade negativa
Já no campo positivo, a minha escolha recai numa homenagem póstuma a um homem que revolucionou o mundo das comunicações e da informática nos últimos anos, Steve Jobs
Passando depois aos acontecimentos, procedi da mesma forma: um positivo e outro negativo, quer nacional, quer internacional.
O acontecimento negativo nacional escolhido não podia ser outro senão as severas medidas de austeridade, que ultrapassam o exigido pelos acordos estabelecidos e nos arrastam para uma recessão que não sei quando terminará
Positivamente, e para não fugir à regra, não houve grandes acontecimentos que nos pusessem a sorrir; apesar de tudo penso ser a eleição do Fado, como Património Imaterial da Humanidade, uma boa escolha
Internacionalmente, o acontecimento mais marcante nos seus aspectos negativos, foi, sem dúvida, a crise dos mercados
No aspecto positivo, pela influência que poderá ter, não só na região, mas em todo o mundo islâmico, as revoltas chamadas como "Primaveras árabes"
E agora as minhas escolhas pessoais dos desportistas do ano.
A nível nacional, decerto só poderia ser Cristiano Ronaldo
e a nível internacional o sérvio que alcançou as mais brilhantes vitórias nos principais torneios do ténis mundial e actual e destacado nº.1 do ranking ATP: Novack Djokovic
Finalmente, e muito pessoalmente, o melhor livro que li:
O melhor filme que vi:
A melhor peça de teatro que assisti:
e a música de que mais gostei:
Resta-me desejar a tod@s, apesar de tudo, um Novo Ano, o melhor possível
Publicada por
João Roque
à(s)
08:24
58 comentários:
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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Seis anos de Felicidade
Hoje, meu amor, sinto-me feliz!
Paradoxalmente , uma imensa tristeza me invade. Não sei como te sentes hoje, mas conhecendo-te como conheço, penso serem semelhantes os teus sentimentos nesta data.
Faz hoje seis anos que nos contactámos pela primeira vez e eu estaria muito longe de pensar, nesse dia do final de 2005 que passados seis anos estivesse aqui a deixar-te o testemunho daquilo que tu bem sabes: o meu intenso amor por ti!
Neste vídeo que reproduz a “nossa canção”, as palavras escutadas são o exemplo total do que ambos fazemos ao longo de todo este tempo – damo-nos força um ao outro, puxamos para cima aquele que por alguma razão, está mais carenciado.
O nosso amor é extremamente difícil, e de alguma forma quase poderia ser considerado impossível, devido a circunstâncias várias, que são mais do que apenas a distância que nos separa fisicamente, como o facto de tu não poderes no teu país, no teu dia a dia afirmar perante a família e os amigos que amas e és amado (sei quão custoso isso é para ti), como a nossa diferença de idades, que dificulta planos a médio prazo, já que a curto prazo é impossível qualquer vivência em comum, enfim, um somatório de factos que já teriam levado a uma separação a maior parte das pessoas nas nossas circunstâncias.
Só que no nosso caso, essas dificuldades têm um reflexo inverso: tornam o nosso amor cada vez mais forte e impossível de se quebrar. Todos os dias vivemos intensamente o outro, nos contactamos variadas vezes e por vezes, um sorriso chega para afugentar uma lágrima, filha da saudade imensa, do desejo de um abraço, de um beijo ou de uma intimidade mais recatada.
Déjan, eu amo-te muito, preciso muito de ti e fazes-me uma falta por vezes insuportável.
Sei que da tua parte sucede exactamente o mesmo e só te peço que não desanimes, pois em breve, estou certo, nos vamos encontrar de novo.
Em princípio estaríamos aqui a passar juntos este dia, como fizemos o ano passado em Madrid; tal não foi possível, devido ao teu próximo exame e ao facto de estares a passar estes dias junto ao teu Pai, na tua terra natal, Zadar, cuidando dele na convalescença de uma pneumonia e estando presente quando na próxima semana for operado à vista. Tenho muito orgulho em ti, por seres um filho assim e neste momento o teu Pai precisa mais de ti do que eu.
Queria ter escrito tudo isto em inglês, para evitar usares a tradução, mas iria demorar tempo e haveria, muito provavelmente incorrecções.
But I must tell you, repeat to you what you knows better then anybody: I LOVE YOU! I MISS YOU! I NEED YOU!
VOLIM TE, CHAKO PAKO!!!
©Todos os direitos reservados. A utilização dos textos deste blogue, qualquer que seja o seu fim, em parte ou no seu todo, requer prévio consentimento do seu autor.
Paradoxalmente , uma imensa tristeza me invade. Não sei como te sentes hoje, mas conhecendo-te como conheço, penso serem semelhantes os teus sentimentos nesta data.
Faz hoje seis anos que nos contactámos pela primeira vez e eu estaria muito longe de pensar, nesse dia do final de 2005 que passados seis anos estivesse aqui a deixar-te o testemunho daquilo que tu bem sabes: o meu intenso amor por ti!
Neste vídeo que reproduz a “nossa canção”, as palavras escutadas são o exemplo total do que ambos fazemos ao longo de todo este tempo – damo-nos força um ao outro, puxamos para cima aquele que por alguma razão, está mais carenciado.
O nosso amor é extremamente difícil, e de alguma forma quase poderia ser considerado impossível, devido a circunstâncias várias, que são mais do que apenas a distância que nos separa fisicamente, como o facto de tu não poderes no teu país, no teu dia a dia afirmar perante a família e os amigos que amas e és amado (sei quão custoso isso é para ti), como a nossa diferença de idades, que dificulta planos a médio prazo, já que a curto prazo é impossível qualquer vivência em comum, enfim, um somatório de factos que já teriam levado a uma separação a maior parte das pessoas nas nossas circunstâncias.
Só que no nosso caso, essas dificuldades têm um reflexo inverso: tornam o nosso amor cada vez mais forte e impossível de se quebrar. Todos os dias vivemos intensamente o outro, nos contactamos variadas vezes e por vezes, um sorriso chega para afugentar uma lágrima, filha da saudade imensa, do desejo de um abraço, de um beijo ou de uma intimidade mais recatada.
Déjan, eu amo-te muito, preciso muito de ti e fazes-me uma falta por vezes insuportável.
Sei que da tua parte sucede exactamente o mesmo e só te peço que não desanimes, pois em breve, estou certo, nos vamos encontrar de novo.
Em princípio estaríamos aqui a passar juntos este dia, como fizemos o ano passado em Madrid; tal não foi possível, devido ao teu próximo exame e ao facto de estares a passar estes dias junto ao teu Pai, na tua terra natal, Zadar, cuidando dele na convalescença de uma pneumonia e estando presente quando na próxima semana for operado à vista. Tenho muito orgulho em ti, por seres um filho assim e neste momento o teu Pai precisa mais de ti do que eu.
Queria ter escrito tudo isto em inglês, para evitar usares a tradução, mas iria demorar tempo e haveria, muito provavelmente incorrecções.
But I must tell you, repeat to you what you knows better then anybody: I LOVE YOU! I MISS YOU! I NEED YOU!
VOLIM TE, CHAKO PAKO!!!
©Todos os direitos reservados. A utilização dos textos deste blogue, qualquer que seja o seu fim, em parte ou no seu todo, requer prévio consentimento do seu autor.
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
E quem são eles/elas?
Ponha a sua cabeça a trabalhar, tente imaginar rostos mais recentes destes retratos de há uns anos atrás e arrisque dizer que são, estas pessoas.
Prometo, que quer estejam errada ou certas, só no final dos comentários direi quem foi o vencedor.
O Luís Veríssimo está proibido de enviar prognósticos, pois já sabe quem são, pois estivemos a ver isto em conjunto: nem sequer mandar pistas.
O vencedor vai ter uma prenda deliciosa. um almoço aqui em Massamá, mas não comigo. Com quem será?
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Boas Festas
Sim, eu sei que este vídeo não tem qualquer relação com este período natalício. Mas se é hábito oferecer algo no Natal, porque não poderei eu oferecer a quem me acompanha, algo que na minha maneira de ver é precioso, principalmente para quem gosta de cinema.
Este vídeo é uma pequena obra -prima, que mistura variados filmes, de dois dos maiores realizadores de cinema que conheço: o já falecido Stanley Kubrick e o felizmente ainda vivo Martin Scorsese.
Não vou dizer qual é melhor, porque é impossível fazê-lo, assim como é impossível indicar um só filme destes dois realizadores que não seja bom.
Vi este filme no blog Mélange, que sigo há pouco tempo, mas com crescente agrado e cujo autor, Arrakis, foi o justo vencedor de um prémio de um concurso organizado em boa hora pelo Sad eyes. E gostei tanto desta sua postagem e não a podia comentar, pois este blog, como vários outros que sigo, têm como opção na definição dos comentários uma que não é a mais vulgar e que não traz qualquer problema a quem quer comentar (e não prejudica minimamente o blog) e que é a opção "pop up". Peço a que seja da Blogger e não tenha esta opção, o faça; já pedi particularmente a quase dez bloguistas que mudassem, todos acederam e eu feliz por poder comentar.
Bom Natal para tod@s!!!!
Não vou dizer qual é melhor, porque é impossível fazê-lo, assim como é impossível indicar um só filme destes dois realizadores que não seja bom.
Vi este filme no blog Mélange, que sigo há pouco tempo, mas com crescente agrado e cujo autor, Arrakis, foi o justo vencedor de um prémio de um concurso organizado em boa hora pelo Sad eyes. E gostei tanto desta sua postagem e não a podia comentar, pois este blog, como vários outros que sigo, têm como opção na definição dos comentários uma que não é a mais vulgar e que não traz qualquer problema a quem quer comentar (e não prejudica minimamente o blog) e que é a opção "pop up". Peço a que seja da Blogger e não tenha esta opção, o faça; já pedi particularmente a quase dez bloguistas que mudassem, todos acederam e eu feliz por poder comentar.
Bom Natal para tod@s!!!!
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Os "Mercados" e os seus "agentes...
Talvez que com a leitura deste excelente artigo, se perceba melhor a chamada “Crise dos Mercados”:
«Agora está claro: não existe, no interior da União Europeia, nenhuma vontade política de enfrentar os mercados e resolver a crise. Até há pouco, atribuiu-se a lamentável actuação dos dirigentes europeus à sua desmedida incompetência. Mas esta explicação, ainda que correcta, não basta, sobretudo depois dos recentes “golpes de Estado financeiros” que puseram fim, na Grécia e na Itália, a certa concepção de democracia. É óbvio que não se trata só de mediocridade e incompetência, mas de cumplicidade activa com os mercados.
A que chamamos “mercados”? A este conjunto de bancos de investimento, companhias de seguros, fundos de pensões e fundos especulativos (hedge funds) que compram e vendem essencialmente quatro tipos de activos: moedas, acções, papéis da dívida dos Estados e produtos derivados dos três primeiros.
Para ter ideia da sua força colossal, basta comparar duas cifras: em cada ano, as empresas de bens e serviços criam, em todo o mundo, uma riqueza estimada (se medida pelo PIB) em cerca de 45 biliões (milhões de milhões) de euros. Ao mesmo tempo, em escala planetária, os “mercados” movem capitais avaliados em 3.450 biliões de euros. Ou seja, setenta e cinco vezes o que produz a economia.
Consequência: nenhuma economia nacional, por poderosa que seja (a da Itália é a oitava do mundo), pode resistir aos assaltos dos mercados quando estes decidem atacá-la de forma coordenada, como estão a fazer há mais de um ano contra os países europeus depreciativamente qualificados como PIIGS [porcos, em inglês]: (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha).
O pior é que, ao contrário do que se poderia pensar, estes “mercados” não são unicamente forças exóticas, vindas de algum horizonte distante para agredir as nossas gentis economias locais. Não. Na sua maioria, os “atacantes” são os nossos próprios bancos europeus (estes mesmos que foram salvos, com o nosso dinheiro, pelos Estados, na crise de 2008). Para dizer de outra maneira, não são apenas fundos norte-americanos, chineses, japoneses ou árabes os que estão a atacar maciçamente alguns países da zona euro.
Trata-se essencialmente de uma agressão de dentro, dirigida pelos próprios bancos europeus, as companhias europeias de seguros, os fundos especulativos europeus, os fundos europeus de pensões, as instituições financeiras europeias que administram as poupanças dos europeus. São eles que possuem a parte principal da dívida dos Estados. E que, para defender em teoria os interesses dos seus clientes, especulam e obrigam os Estados a elevar as taxas de juros que pagam, a ponto de levar vários (Irlanda, Portugal, Grécia) à beira da falência. Com o consequente castigo para os cidadãos, que devem suportar medidas “de austeridade” e brutais ajustamentos decididos pelos governos europeus para “acalmar” os mercados-abutres – ou seja, os seus próprios bancos.
Estas instituições, além de tudo, conseguem facilmente dinheiro do Banco Central Europeu a 1,25% de juros, e emprestam-no a países como Espanha ou Itália a… 6,5%. Daí a importância escandalosa das três grandes agências de avaliação de riscos (Fitch Ratings, Moody’s e Standard & Poor’s): da nota que atribuem a um país, depende o nível dos juros que este pagará para obter um crédito dos mercados. Quanto mais baixa a nota, mais altos os juros.
Estas agências não apenas costumam equivocar-se – em particular na sua opinião sobre as hipotecas subprime [de segunda linha] norte-americanas, que deram origem à crise actual – mas desempenham, num contexto como o de hoje, um papel perverso e execrável. Como é óbvio que todos os planos “de austeridade” de cortes de direitos e ataque aos serviços públicos irão traduzir-se em queda do índice de crescimento, as agências baseiam-se nisso para rebaixar a nota do país. Consequência: este deverá reservar mais dinheiro para o pagamento da sua dívida. Dinheiro que precisará obter cortando ainda mais o orçamento. Provocando queda inevitável da actividade económica e das próprias perspectivas de crescimento. E então, de novo, as agências rebaixarão a sua nota.
Este ciclo infernal de “economia de guerra” explica porque a situação da Grécia se foi degradando tão drasticamente, à medida que o seu governo multiplicava os cortes e impunha uma férrea “austeridade”. De nada serviu o sacrifício dos cidadãos. A dívida da Grécia baixou ao nível dos “títulos lixo”.
Deste modo, os mercados obtiveram o que queriam: que os seus próprios representantes cheguem ao poder, sem precisar submeter-se a eleições. Tanto Lucas Papademos, primeiro-ministro da Grécia, quanto Mario Monti, presidente do Conselho de Ministros da Itália, são banqueiros. Os dois, de uma maneira ou de outra, trabalharam para o banco norte-americano Goldman Sachs, especializado em colocar os seus homens nos postos de poder. Ambos são, também, membros da Comissão Trilateral.
Estes tecnocratas planeiam impor — custe o que custar socialmente e nos marcos de uma “democracia limitada” — as medidas que os mercados exigem (mais privatizações, mais cortes, mais sacrifícios) e que alguns dirigentes políticos não se atreveram a tomar, por temerem a impopularidade que tudo isso provoca.
A União Europeia é o último território no mundo em que a brutalidade do capitalismo é mitigada por políticas de protecção social. Isso que chamamos “estado de bem-estar”, os mercados já não toleram e querem demolir. Esta é a missão estratégica dos tecnocratas que chegam ao centro do governo graças a uma nova forma de tomada de poder: o golpe de Estado financeiro. Apresentado, é claro, como compatível com a democracia…
É pouco provável que os tecnocratas desta “era pós-política” consigam resolver a crise. Se a sua solução fosse técnica, já teria sido adoptada. Que se passará quando os cidadãos europeus constatarem que os seus sacrifícios são em vão e que a recessão se prolonga? Que níveis de violência os protestos alcançarão? Como se manterá a ordem na economia, nas mentes e nas ruas? Haverá uma tripla aliança entre o poder económico, o mediático e o militar? As democracias europeias converter-se-ão em “democracias autoritárias”?»
- Artigo publicado em Le Monde Diplomatique em espanhol, traduzido por António Martins para Outras Palavras, revisto por Carlos Santos para esquerda.net
Esqueceram-se que aqui já temos o "agente" a trabalhar, o Gasparzinho...
Este texto foi enviado, como a minha participação para o tema mensal da "Fábrica de Letras" - a crise!
«Agora está claro: não existe, no interior da União Europeia, nenhuma vontade política de enfrentar os mercados e resolver a crise. Até há pouco, atribuiu-se a lamentável actuação dos dirigentes europeus à sua desmedida incompetência. Mas esta explicação, ainda que correcta, não basta, sobretudo depois dos recentes “golpes de Estado financeiros” que puseram fim, na Grécia e na Itália, a certa concepção de democracia. É óbvio que não se trata só de mediocridade e incompetência, mas de cumplicidade activa com os mercados.
A que chamamos “mercados”? A este conjunto de bancos de investimento, companhias de seguros, fundos de pensões e fundos especulativos (hedge funds) que compram e vendem essencialmente quatro tipos de activos: moedas, acções, papéis da dívida dos Estados e produtos derivados dos três primeiros.
Para ter ideia da sua força colossal, basta comparar duas cifras: em cada ano, as empresas de bens e serviços criam, em todo o mundo, uma riqueza estimada (se medida pelo PIB) em cerca de 45 biliões (milhões de milhões) de euros. Ao mesmo tempo, em escala planetária, os “mercados” movem capitais avaliados em 3.450 biliões de euros. Ou seja, setenta e cinco vezes o que produz a economia.
Consequência: nenhuma economia nacional, por poderosa que seja (a da Itália é a oitava do mundo), pode resistir aos assaltos dos mercados quando estes decidem atacá-la de forma coordenada, como estão a fazer há mais de um ano contra os países europeus depreciativamente qualificados como PIIGS [porcos, em inglês]: (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha).
O pior é que, ao contrário do que se poderia pensar, estes “mercados” não são unicamente forças exóticas, vindas de algum horizonte distante para agredir as nossas gentis economias locais. Não. Na sua maioria, os “atacantes” são os nossos próprios bancos europeus (estes mesmos que foram salvos, com o nosso dinheiro, pelos Estados, na crise de 2008). Para dizer de outra maneira, não são apenas fundos norte-americanos, chineses, japoneses ou árabes os que estão a atacar maciçamente alguns países da zona euro.
Trata-se essencialmente de uma agressão de dentro, dirigida pelos próprios bancos europeus, as companhias europeias de seguros, os fundos especulativos europeus, os fundos europeus de pensões, as instituições financeiras europeias que administram as poupanças dos europeus. São eles que possuem a parte principal da dívida dos Estados. E que, para defender em teoria os interesses dos seus clientes, especulam e obrigam os Estados a elevar as taxas de juros que pagam, a ponto de levar vários (Irlanda, Portugal, Grécia) à beira da falência. Com o consequente castigo para os cidadãos, que devem suportar medidas “de austeridade” e brutais ajustamentos decididos pelos governos europeus para “acalmar” os mercados-abutres – ou seja, os seus próprios bancos.
Estas instituições, além de tudo, conseguem facilmente dinheiro do Banco Central Europeu a 1,25% de juros, e emprestam-no a países como Espanha ou Itália a… 6,5%. Daí a importância escandalosa das três grandes agências de avaliação de riscos (Fitch Ratings, Moody’s e Standard & Poor’s): da nota que atribuem a um país, depende o nível dos juros que este pagará para obter um crédito dos mercados. Quanto mais baixa a nota, mais altos os juros.
Estas agências não apenas costumam equivocar-se – em particular na sua opinião sobre as hipotecas subprime [de segunda linha] norte-americanas, que deram origem à crise actual – mas desempenham, num contexto como o de hoje, um papel perverso e execrável. Como é óbvio que todos os planos “de austeridade” de cortes de direitos e ataque aos serviços públicos irão traduzir-se em queda do índice de crescimento, as agências baseiam-se nisso para rebaixar a nota do país. Consequência: este deverá reservar mais dinheiro para o pagamento da sua dívida. Dinheiro que precisará obter cortando ainda mais o orçamento. Provocando queda inevitável da actividade económica e das próprias perspectivas de crescimento. E então, de novo, as agências rebaixarão a sua nota.
Este ciclo infernal de “economia de guerra” explica porque a situação da Grécia se foi degradando tão drasticamente, à medida que o seu governo multiplicava os cortes e impunha uma férrea “austeridade”. De nada serviu o sacrifício dos cidadãos. A dívida da Grécia baixou ao nível dos “títulos lixo”.
Deste modo, os mercados obtiveram o que queriam: que os seus próprios representantes cheguem ao poder, sem precisar submeter-se a eleições. Tanto Lucas Papademos, primeiro-ministro da Grécia, quanto Mario Monti, presidente do Conselho de Ministros da Itália, são banqueiros. Os dois, de uma maneira ou de outra, trabalharam para o banco norte-americano Goldman Sachs, especializado em colocar os seus homens nos postos de poder. Ambos são, também, membros da Comissão Trilateral.
Estes tecnocratas planeiam impor — custe o que custar socialmente e nos marcos de uma “democracia limitada” — as medidas que os mercados exigem (mais privatizações, mais cortes, mais sacrifícios) e que alguns dirigentes políticos não se atreveram a tomar, por temerem a impopularidade que tudo isso provoca.
A União Europeia é o último território no mundo em que a brutalidade do capitalismo é mitigada por políticas de protecção social. Isso que chamamos “estado de bem-estar”, os mercados já não toleram e querem demolir. Esta é a missão estratégica dos tecnocratas que chegam ao centro do governo graças a uma nova forma de tomada de poder: o golpe de Estado financeiro. Apresentado, é claro, como compatível com a democracia…
É pouco provável que os tecnocratas desta “era pós-política” consigam resolver a crise. Se a sua solução fosse técnica, já teria sido adoptada. Que se passará quando os cidadãos europeus constatarem que os seus sacrifícios são em vão e que a recessão se prolonga? Que níveis de violência os protestos alcançarão? Como se manterá a ordem na economia, nas mentes e nas ruas? Haverá uma tripla aliança entre o poder económico, o mediático e o militar? As democracias europeias converter-se-ão em “democracias autoritárias”?»
- Artigo publicado em Le Monde Diplomatique em espanhol, traduzido por António Martins para Outras Palavras, revisto por Carlos Santos para esquerda.net
Esqueceram-se que aqui já temos o "agente" a trabalhar, o Gasparzinho...
Este texto foi enviado, como a minha participação para o tema mensal da "Fábrica de Letras" - a crise!
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
"Quem tem medo de ir ao Teatro???"
Obra-prima da dramaturgia contemporânea (Edward Albee, 1962),
o texto de "Quem tem medo de Virgínia Woolf "é considerado a quinta-essência do teatro "realista" - celebrizado num filme de Mike Nichols (com Elizabeth Taylor e Richard Burton), que alcançou um feito único na história de Hollywood, sendo nomeado para todas as categorias dos Óscares, e que ganhou quatro entre os quais os das melhores interpretações femininas - principal (Liz Taylor) e secundária (Sandy Dennis).
É esta a peça em exibição no Teatro Nacional D. Maria II, com Maria João Luís e Virgílio Castelo na pele de um dos casais mais memoráveis da dramaturgia do século XX, numa encenação de Ana Luísa Guimarães.
Sucedeu comigo algo incrível, durante quase toda a representação: ao ver representar Maria João Luís e Virgílio Castelo, parecia que estava a ver a Elizabeth Taylor e o Richard Burton, e claro que isto é um enorme elogio.
Eu já tinha visto a peça, em 1972, no Monumental, numa encenação de João Vieira e interpretações de Glória de Matos, Jacinto Ramos, Elisa Lisboa e Mário Pereira, e tinha gostado muito. Mas este versão supera-a em muitos aspectos, a começar na interpretação. Se já esperava um bom desempenho de Maria João Luís, uma das melhores actrizes portuguesas, a surpresa maior foi Virgílio Castelo, simplesmente fabuloso. O casal novo também esteve à altura, principalmente Sandra Faleiro.
A encenação cumpre, o cenário, de F.Ribeiro é muito interessante e o jogo de luzes, de Nuno Meira, muito conseguido.
Ao intervalo dei comigo a pensar como é possível numa peça tão densa, violenta no diálogo, e dramática, haver lugar a risos, mas eles são completamente normais, pois o texto está repleto de tiradas de autêntico humor negro, que curiosamente vão diminuindo, quanto mais se vai avançando no desenrolar da acção que vai num crescendo de violência.
Apenas no final, se consegue vislumbrar que no meio de tanto ódio, também há amor naquele casal…
Em dois domingos seguidos fui ver teatro, bom teatro e senti que devo ir mais, que tenho perdido excelentes peças, por inércia e algumas vezes por desconhecimento, pois há peças que estão em cartaz meia dúzia de dias e nada mais.
Faço um apelo: vão ao teatro! Vale a pena ver aquelas actrizes e actores a darem o seu melhor ali, em cena, tão perto de nós, a dar-nos a nós, espectadores, a sua Arte.
Afinal, quem tem medo de ir ao teatro???
o texto de "Quem tem medo de Virgínia Woolf "é considerado a quinta-essência do teatro "realista" - celebrizado num filme de Mike Nichols (com Elizabeth Taylor e Richard Burton), que alcançou um feito único na história de Hollywood, sendo nomeado para todas as categorias dos Óscares, e que ganhou quatro entre os quais os das melhores interpretações femininas - principal (Liz Taylor) e secundária (Sandy Dennis).
Em "Quem Tem Medo de Virginia Woolf?", o público é convidado para a sala de estar de George e Martha,onde, numa proximidade perturbante, assiste a um intenso ritual de mortificação mútua e de desagregação progressiva das convenções matrimoniais - "O inferno pode ser uma sala de estar confortável e um casal insatisfeito", disse Albee sobre este texto aterrador e comovente, onde as personagens vão "descascando", impiedosamente e até à medula, as múltiplas camadas de mentira e ilusão que envolvem as suas vidas conjugais.
Apresenta-nos a relação de amor-ódio de um casal de meia idade, numa noite de agressões, jogos perigosos e revelações.É esta a peça em exibição no Teatro Nacional D. Maria II, com Maria João Luís e Virgílio Castelo na pele de um dos casais mais memoráveis da dramaturgia do século XX, numa encenação de Ana Luísa Guimarães.
A açção desenrola-se na sala de estar de George, e Martha - ele, professor do departamento de História de uma universidade, e ela, a filha do reitor - que, regressados de uma festa, esperam visitas: um casal mais novo, Nick (Romeu Costa), professor de Biologia recém-chegado à mesma universidade, e Honey (Sandra Faleiro), a sua mulher.
Ana Luísa Guimarães disse que "Quem tem medo de Virginia Woolf?" é uma peça "sobre os medos, sobre acabar com os medos, exorcizar os medos", sendo essa uma das razões porque decidiu encená-la, apesar da responsabilidade que é trabalhar um texto que integra o património dramático internacional.Sucedeu comigo algo incrível, durante quase toda a representação: ao ver representar Maria João Luís e Virgílio Castelo, parecia que estava a ver a Elizabeth Taylor e o Richard Burton, e claro que isto é um enorme elogio.
Eu já tinha visto a peça, em 1972, no Monumental, numa encenação de João Vieira e interpretações de Glória de Matos, Jacinto Ramos, Elisa Lisboa e Mário Pereira, e tinha gostado muito. Mas este versão supera-a em muitos aspectos, a começar na interpretação. Se já esperava um bom desempenho de Maria João Luís, uma das melhores actrizes portuguesas, a surpresa maior foi Virgílio Castelo, simplesmente fabuloso. O casal novo também esteve à altura, principalmente Sandra Faleiro.
A encenação cumpre, o cenário, de F.Ribeiro é muito interessante e o jogo de luzes, de Nuno Meira, muito conseguido.
Ao intervalo dei comigo a pensar como é possível numa peça tão densa, violenta no diálogo, e dramática, haver lugar a risos, mas eles são completamente normais, pois o texto está repleto de tiradas de autêntico humor negro, que curiosamente vão diminuindo, quanto mais se vai avançando no desenrolar da acção que vai num crescendo de violência.
Apenas no final, se consegue vislumbrar que no meio de tanto ódio, também há amor naquele casal…
Em dois domingos seguidos fui ver teatro, bom teatro e senti que devo ir mais, que tenho perdido excelentes peças, por inércia e algumas vezes por desconhecimento, pois há peças que estão em cartaz meia dúzia de dias e nada mais.
Faço um apelo: vão ao teatro! Vale a pena ver aquelas actrizes e actores a darem o seu melhor ali, em cena, tão perto de nós, a dar-nos a nós, espectadores, a sua Arte.
Afinal, quem tem medo de ir ao teatro???
sábado, 17 de dezembro de 2011
Aqui D'El Rei...
A mediocridade dos políticos portugueses vai sendo, dia a dia, progressiva.
Na actualidade, temos como primeiro ministro, um individuo que nunca fez nada na vida, a não ser uns "pescados" nos negócios do seu padrinho Ângelo Correia, tarde e às más horas, e que se viu catapultado a chefiar o seu partido, o seu verdadeiro e único fim, que conseguiu contra a vontade da maioria dos barões que por lá pululam; arranjou um governo de medíocres tecnocratas essencialmente teóricos, cujas principais figuras se encarregam das pastas mais sensíveis de um governo qualquer e principalmente de um governo em tempo de crise: Finanças e Economia.
Este governante, Passos Coelho, está a pôr em prática, e no superlativo, tudo o que condenou no anterior governo e de cuja queda foi o principal responsável.
Completamente rendido ao regime autoritário que comanda a UE - essa execrável figura que tem por nome Ângela Merckl e o seu fantoche Sarkozy (curioso e anacrónico, como a economia capitalista da UE está nas mãos de uma pessoa formada nos fundamentos económicos comunistas da extinta RDA), este "nosso" PM está internamente nas mãos do Gasparzinho, que com aquela cara de meter medo, parece ele próprio antecipar a morte.
O Portas, no intervalo de umas passeatas, vai dizendo umas patacoadas e esquece completamente todas as suas campanhas contra a violência, a falta de justiça e outras coisas muito próprias do seu populismo de feira, e lá vamos nós a caminho apressado do abismo, com todos os indicadores económico-financeiros cada vez mais negativos e francamente já chega de invocar a herança de Sócrates, pois já lá vão meses suficientes deste (des)governo, para começar a arcar com as responsabilidades próprias da ineficácia das suas medidas.
Para piorar a situação, o maior partido da oposição escolheu um líder que só me faz lembrar o Passos Coelho, quando estava na oposição; o Seguro é uma péssima escolha para liderar o PS, num período já de si, difícil de gerir, pelo facto de estar comprometido pelo acordo com a troika, e de ao mesmo tempo, combater o governo.
Sim, eu sei que sou suspeito, mas sou coerente: embora reconhecendo bastantes erros na governação de Sócrates, também fez coisas válidas e que agora a pretexto apenas de serem políticas suas, são completamente ignoradas - o exemplo do recente cancelamento do investimento da Nissan é disso exemplo, pois este governo se esteve sempre marimbando para as energias alternativas...
A contestação social vai subir de tom em 2012 e a repressão da mesma, também aumentará com formas ignóbeis como recentemente a infiltração de agentes policiais provocadores junto a S.Bento.
As pessoas estão a ficar mais que cansadas, estão a ficar assustadas com o que se passa nos seus agregados familiares e mais ainda com o que mais aí virá.
Sei que é uma hipotética situação completamente absurda, mas serve como exemplo: se hoje (amanhã com maior razão), houvesse eleições legislativas, com os mesmos líderes das últimas eleições, Sócrates ganharia com bastante facilidade essas mesmas eleições.
O título deste post foi-me sugerido por um post do blog "Troubled Water".
Adenda: ler, por favor, este texto
http://pegada.blogs.sapo.pt/1078940.html
©Todos os direitos reservados. A utilização dos textos deste blogue, qualquer que seja o seu fim, em parte ou no seu todo, requer prévio consentimento do seu autor.
Na actualidade, temos como primeiro ministro, um individuo que nunca fez nada na vida, a não ser uns "pescados" nos negócios do seu padrinho Ângelo Correia, tarde e às más horas, e que se viu catapultado a chefiar o seu partido, o seu verdadeiro e único fim, que conseguiu contra a vontade da maioria dos barões que por lá pululam; arranjou um governo de medíocres tecnocratas essencialmente teóricos, cujas principais figuras se encarregam das pastas mais sensíveis de um governo qualquer e principalmente de um governo em tempo de crise: Finanças e Economia.
Este governante, Passos Coelho, está a pôr em prática, e no superlativo, tudo o que condenou no anterior governo e de cuja queda foi o principal responsável.
Completamente rendido ao regime autoritário que comanda a UE - essa execrável figura que tem por nome Ângela Merckl e o seu fantoche Sarkozy (curioso e anacrónico, como a economia capitalista da UE está nas mãos de uma pessoa formada nos fundamentos económicos comunistas da extinta RDA), este "nosso" PM está internamente nas mãos do Gasparzinho, que com aquela cara de meter medo, parece ele próprio antecipar a morte.
O Portas, no intervalo de umas passeatas, vai dizendo umas patacoadas e esquece completamente todas as suas campanhas contra a violência, a falta de justiça e outras coisas muito próprias do seu populismo de feira, e lá vamos nós a caminho apressado do abismo, com todos os indicadores económico-financeiros cada vez mais negativos e francamente já chega de invocar a herança de Sócrates, pois já lá vão meses suficientes deste (des)governo, para começar a arcar com as responsabilidades próprias da ineficácia das suas medidas.
Para piorar a situação, o maior partido da oposição escolheu um líder que só me faz lembrar o Passos Coelho, quando estava na oposição; o Seguro é uma péssima escolha para liderar o PS, num período já de si, difícil de gerir, pelo facto de estar comprometido pelo acordo com a troika, e de ao mesmo tempo, combater o governo.
Sim, eu sei que sou suspeito, mas sou coerente: embora reconhecendo bastantes erros na governação de Sócrates, também fez coisas válidas e que agora a pretexto apenas de serem políticas suas, são completamente ignoradas - o exemplo do recente cancelamento do investimento da Nissan é disso exemplo, pois este governo se esteve sempre marimbando para as energias alternativas...
A contestação social vai subir de tom em 2012 e a repressão da mesma, também aumentará com formas ignóbeis como recentemente a infiltração de agentes policiais provocadores junto a S.Bento.
As pessoas estão a ficar mais que cansadas, estão a ficar assustadas com o que se passa nos seus agregados familiares e mais ainda com o que mais aí virá.
Sei que é uma hipotética situação completamente absurda, mas serve como exemplo: se hoje (amanhã com maior razão), houvesse eleições legislativas, com os mesmos líderes das últimas eleições, Sócrates ganharia com bastante facilidade essas mesmas eleições.
O título deste post foi-me sugerido por um post do blog "Troubled Water".
Adenda: ler, por favor, este texto
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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Dois vídeos...
Depois de duas entradas culturais, depois de várias postagens sérias, porque não mostrar aqui, fazendo jus ao meu lema deste blog, que é a diversidade, algo de mais leve (???), mais musical(???), mais calmo(???) ou simplesmente um nadinha mais ousado!!!
Faz bem, nestes tempos de crise, e não só aos ouvidos, mas, e sobretudo aos olhos...
Espero que se divirtam, gulosos...
Faz bem, nestes tempos de crise, e não só aos ouvidos, mas, e sobretudo aos olhos...
Espero que se divirtam, gulosos...
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Livros...
Comecei a ler muito cedo, primeiro os habituais na altura, livros próprios para crianças, como os da Condessa de Ségur (adorava o cão Médor); depois os de aventuras, tipo Emílio Salgari, Júlio Verne e quando entrei na idade adolescente comecei verdadeiramente a interessar-me pela leitura; nos dois últimos anos do então Liceu, li avidamente e procurava ler alternadamente ficção, poesia e algum que outro ensaio. Foi a altura em que descobri a literatura francesa: Camus, Sartre, Gide, Peyrefitte, Prévert e outros; lia muito em francês, graças aos "Livres de Poche" e aos da colecção "J'ai Lu"...
Mas não foi só literatura francesa que me interessou, pois li grandes romances de célebres escritores e de uma forma avassaladora.
Curiosamente, quando entrei na Universidade, o meu interesse pelos livros decresceu, na directa relação com a oferta cultural que vim encontrar em Lisboa: cinema, teatro, concertos, bailado e ópera substituíram a leitura.
Curiosamente,sempre fui comprando livros, que eu dizia, por brincadeira que seriam para ler na minha reforma...
É claro que não deixei de ler, mas a queda foi abissal e também por culpa de começar a ler muitos jornais e revistas, que me levavam quase todo o tempo disponível para a leitura.
E passaram-se anos e anos sem voltar à leitura de livros com interesse real.
Só muito recentemente, se reacendeu a chama e tenho vindo a ler muito ultimamente: muitos dos tais livros para ler na reforma têm sido lidos, mas muitos outros também relidos.
Não sei se vou ter tempo para ler tanta coisa que tenho para ler, pois além do que cá tenho desde há anos, tenho comprado mais e mais.
Só para dar um exemplo, este mês comprei já sete livros: "Nova Iorque, cidade fantasma" de Patrick McGrath, de uma interessante colecção da ASA subordinada ao tema "O escritor e a cidade" (tenho os volumes de Paris, Florença, Rio, Praga e só me falta encontrar o de Sidney); finalmente comprei "O Mestre" do Colm Toíbin, "Como me afoguei" do Jim Grimsley, três livros do David Leavitt ("Dança de Família", "O Escruturário Indiano" e "Colcha de Mármore") e finalmente o último do José Luís Peixoto - "Abraço".
Portanto, muito que ler e literatura que sei vou apreciar.
Ainda falando em livros, o André Benjamim iniciou há uns tempos num dos seus blogs uma rubrica a que deu o nome de "Livros que nunca devia(m) ter lido" em que fala dos seus livros preferidos; ora eu prometi-lhe num comentário que numa postagem minha, falaria dos meus livros preferidos. É difícil a escolha, pois já li autênticas obras-primas, mas há livros, que até podem não ser obras-primas, mas que me marcaram muito.
Se eu tivesse que eleger o livro da minha vida, escolheria sem hesitação "Le Petit Prince" do Antoine de Saint-Exupéry,
pelas imensas vezes que já o reli, pelas imensas vezes que já o ofereci e porque conheço bastantes passagens quase de cor - é um livro para ter sempre à mão.
Se for ver qual o livro que mais vezes li, depois do "Petit Prince", vou encontrar o livrinho mais "estragado" das minhas estantes, pelas muitas vezes que foi manuseado. Li esse livro, pela primeira vez, muito novo, e porque o seu autor, Kenneth Martin, o escreveu também muito novo (16 anos), ele teve uma importância enorme na descoberta da minha orientação sexual; trata-se de "Alvorecer", da Portugália Editora, que comprei em 1964, e nunca mais encontrei em português; é a tradução do romance "Aubade".
Um tipo de literatura que sempre me entusiasmou foi o romance histórico, quer em biografia, que em ficção. Dos muitos que li, um deles me entusiasmou sobremaneira, não só pelas suas personagens, mas principalmente pela forma como está escrito. Trata-se, quanto a mim, da obra-prima de Marguerite Yourcenar "Memórias de Adriano".
E finalmente não podia deixar de escolher um livro de poesia; que me perdoem Camões, Pessoa, Florbela, Sophia ou Eugénio de Andrade, mas o livro escolhido é da autoria de um dos maiores poetas portugueses de sempre, o poeta maldito - António Botto - e o livro, claro, só poderia ser "As Canções".
E agora, vou ler um bocado, até adormecer...
pelas imensas vezes que já o reli, pelas imensas vezes que já o ofereci e porque conheço bastantes passagens quase de cor - é um livro para ter sempre à mão.
Se for ver qual o livro que mais vezes li, depois do "Petit Prince", vou encontrar o livrinho mais "estragado" das minhas estantes, pelas muitas vezes que foi manuseado. Li esse livro, pela primeira vez, muito novo, e porque o seu autor, Kenneth Martin, o escreveu também muito novo (16 anos), ele teve uma importância enorme na descoberta da minha orientação sexual; trata-se de "Alvorecer", da Portugália Editora, que comprei em 1964, e nunca mais encontrei em português; é a tradução do romance "Aubade".
Um tipo de literatura que sempre me entusiasmou foi o romance histórico, quer em biografia, que em ficção. Dos muitos que li, um deles me entusiasmou sobremaneira, não só pelas suas personagens, mas principalmente pela forma como está escrito. Trata-se, quanto a mim, da obra-prima de Marguerite Yourcenar "Memórias de Adriano".
E finalmente não podia deixar de escolher um livro de poesia; que me perdoem Camões, Pessoa, Florbela, Sophia ou Eugénio de Andrade, mas o livro escolhido é da autoria de um dos maiores poetas portugueses de sempre, o poeta maldito - António Botto - e o livro, claro, só poderia ser "As Canções".
E agora, vou ler um bocado, até adormecer...
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
"Design For Living"
Fui ver à Comuna a peça que estreou no dia 8 e que me chamava particularmente a atenção.
Eu penalizo-me muito, por, apesar de ser um privilegiado na possibilidade de acesso à melhor produção teatral do nosso país, pois habito na região de Lisboa, ficar a dever à minha inércia a perda de produções teatrais importantes, algumas por descuido e outras por desconhecimento; e se eu gosto de teatro!
Mas esta não falhei, e ainda bem, pois gostei imenso. O tema era apelativo, o dramaturgo, excepcional, e na Comuna, não se costumam “enfiar barretes”.
A peça mantém o seu nome original “Design for living” e ainda bem , pois poderia vir a ser escolhido um título em português que fosse menos próprio, como sucedeu ao filme que Ernst Lubitsch, dirigiu em 1933 sobre esta peça e que se chamou entre nós “Uma Mulher para Dois”, e que reuniu , à época um elenco de luxo: Gary Cooper, Frederic March e Miriam Hopkins.
Ao contrário do cinema, de que apenas se realizou esta versão, as produções teatrais foram várias, ao longo dos anos, quer na Broadway, quer em Londres. No entanto, Noel Coward, esse fabuloso dramaturgo inglês, que escreveu a peça em 1932, só teve autorização de a ver exibida em Londres em 1939, proibida até então oficialmente, devido ao tema delicado e complicado.
Devido à 2ª.Grande Guerra, foi cancelada a sua exibição e só voltou a ser reposta em Londres após a morte de Coward, em 1973 e a sua última representação na capital inglesa foi no Old Vic, em 2010. Na Broadway estreou logo em 1933 , mas teve menos reposições que a maior parte das outras peças de Noel Coward.
Se falo tanto de Noel Coward, é porque o êxito da peça está fundamentalmente no texto, fabuloso, escrito como disse em 1932, há 80 anos e de uma actualidade incrível, e passível de uma encenação muito conseguida de Álvaro Correia, que transfere a sua acção perfeitamente para os nossos dias.
Noel Coward foi decerto o mais brilhante dramaturgo inglês do século passado, homossexual assumido e escritor de fino trato, de um humor muito saudável e de uma critica muito acutilante, sempre.
Esta peça fala-nos de um triângulo amoroso formado por três jovens amigos, um dramaturgo, Léo,um artista plástico, Otto e uma designer de interiores, Gilda. Todos se amam uns aos outros, todos lidam melhor ou pior com o sucesso e todos não conseguem passar demasiado tempo sem se amarem “à vez”, mas o outro está sempre “presente” nesses relacionamentos a dois. O espaço está dividido em três cidades: primeiro, Paris, depois Londres e finalmente Nova York. A bissexualidade dos dois intérpretes masculinos está muito bem apresentada, e há ainda um quarto personagem, importante, um amigo de todos, mas que nunca desde o início, deixou de mostrar interesse por Gilda, Ernest.
A encenação é simples, com mudanças de adereços apenas a marcar os três apartamentos, sempre na área social da casa, pois não há cenas intimas,a não ser uma cena muito afectuosa, progressivamente intima entre Otto e Leo.
Na interpretação, eu apenas conhecia Carlos Paulo, claro, como sempre, muito bem, aqui no papel de Ernest, e já tinha visto na televisão o Carlos Vieira, que me agradou (em todos os sentidos), no papel de Otto. João Tempera é uma revelação como Léo,mas os louros vão para a interpretação nervosa, mas conseguida de Rita Calçada Bastos, no papel nevrálgico de Gilda.
Embora não sejam importantes e até funcionem mais como “adereços”, não gostei dos três actores que fazem um pequeno papel na última parte da peça: demasiado artificiais e completamente desfasados do resto do elenco, embora os seus papéis também sejam muito artificiais, valha a verdade.
Enfim, um espectáculo imperdível (está em exibição até 5 de Fevereiro) e que me foi publicitado pelo portal “Dezanove”, que quero aqui felicitar pela actualidade permanente que nos vai fazendo chegar sobre o mundo e as actividades LGBT – muito obrigada!
Eu penalizo-me muito, por, apesar de ser um privilegiado na possibilidade de acesso à melhor produção teatral do nosso país, pois habito na região de Lisboa, ficar a dever à minha inércia a perda de produções teatrais importantes, algumas por descuido e outras por desconhecimento; e se eu gosto de teatro!
Mas esta não falhei, e ainda bem, pois gostei imenso. O tema era apelativo, o dramaturgo, excepcional, e na Comuna, não se costumam “enfiar barretes”.
A peça mantém o seu nome original “Design for living” e ainda bem , pois poderia vir a ser escolhido um título em português que fosse menos próprio, como sucedeu ao filme que Ernst Lubitsch, dirigiu em 1933 sobre esta peça e que se chamou entre nós “Uma Mulher para Dois”, e que reuniu , à época um elenco de luxo: Gary Cooper, Frederic March e Miriam Hopkins.
Ao contrário do cinema, de que apenas se realizou esta versão, as produções teatrais foram várias, ao longo dos anos, quer na Broadway, quer em Londres. No entanto, Noel Coward, esse fabuloso dramaturgo inglês, que escreveu a peça em 1932, só teve autorização de a ver exibida em Londres em 1939, proibida até então oficialmente, devido ao tema delicado e complicado.
Devido à 2ª.Grande Guerra, foi cancelada a sua exibição e só voltou a ser reposta em Londres após a morte de Coward, em 1973 e a sua última representação na capital inglesa foi no Old Vic, em 2010. Na Broadway estreou logo em 1933 , mas teve menos reposições que a maior parte das outras peças de Noel Coward.
Se falo tanto de Noel Coward, é porque o êxito da peça está fundamentalmente no texto, fabuloso, escrito como disse em 1932, há 80 anos e de uma actualidade incrível, e passível de uma encenação muito conseguida de Álvaro Correia, que transfere a sua acção perfeitamente para os nossos dias.
Noel Coward foi decerto o mais brilhante dramaturgo inglês do século passado, homossexual assumido e escritor de fino trato, de um humor muito saudável e de uma critica muito acutilante, sempre.
Esta peça fala-nos de um triângulo amoroso formado por três jovens amigos, um dramaturgo, Léo,um artista plástico, Otto e uma designer de interiores, Gilda. Todos se amam uns aos outros, todos lidam melhor ou pior com o sucesso e todos não conseguem passar demasiado tempo sem se amarem “à vez”, mas o outro está sempre “presente” nesses relacionamentos a dois. O espaço está dividido em três cidades: primeiro, Paris, depois Londres e finalmente Nova York. A bissexualidade dos dois intérpretes masculinos está muito bem apresentada, e há ainda um quarto personagem, importante, um amigo de todos, mas que nunca desde o início, deixou de mostrar interesse por Gilda, Ernest.
A encenação é simples, com mudanças de adereços apenas a marcar os três apartamentos, sempre na área social da casa, pois não há cenas intimas,a não ser uma cena muito afectuosa, progressivamente intima entre Otto e Leo.
Na interpretação, eu apenas conhecia Carlos Paulo, claro, como sempre, muito bem, aqui no papel de Ernest, e já tinha visto na televisão o Carlos Vieira, que me agradou (em todos os sentidos), no papel de Otto. João Tempera é uma revelação como Léo,mas os louros vão para a interpretação nervosa, mas conseguida de Rita Calçada Bastos, no papel nevrálgico de Gilda.
Embora não sejam importantes e até funcionem mais como “adereços”, não gostei dos três actores que fazem um pequeno papel na última parte da peça: demasiado artificiais e completamente desfasados do resto do elenco, embora os seus papéis também sejam muito artificiais, valha a verdade.
Enfim, um espectáculo imperdível (está em exibição até 5 de Fevereiro) e que me foi publicitado pelo portal “Dezanove”, que quero aqui felicitar pela actualidade permanente que nos vai fazendo chegar sobre o mundo e as actividades LGBT – muito obrigada!
©Todos os direitos reservados A utilização dos textos deste blogue, qualquer que seja o seu fim, em parte ou no seu todo, requer prévio consentimento do seu autor.
sábado, 10 de dezembro de 2011
Quem se lembra de...
Inicio hoje mais uma rubrica neste blog. Uma rubrica musical, onde apresento grandes êxitos do passado.
Alguns recordar-se-hão ou das músicas ou dos intérpretes; outros haverá para quem estes temas musicais nada lhes disse,mas pode ser que gostem.
Uma coisa podem ter a certeza: no seu tempo foram enormes êxitos e estiveram nos tops de vendas.
Pat Boone foi dos mais populares cantores e actores norte-americanos, e se interpretou essencialmente musica romântica, talvez o seu maior êxito seja esta música, um popularíssimo rock'n roll.
Brenda Lee não teve, talvez a popularidade dos restantes intérpretes de hoje, mas este seu tema era dos mais tocados naqueles bailes da malta nova de então.
"Diana" foi sem dúvida o tema mais conhecido de Paul Anka; mas eu prefiro este, que também teve um enorme êxito.
Françoise Hardy tornou-se conhecida por esta famosa canção, e foi um pouco por acaso; estava prestes a começar um importante discurso do então PR francês, General de Gaulle, na televisão, mas houve um imprevisto e teve que se esperar uns minutos; então surgiu nos ecrãs televisivos, para "encher" esse tempo, a até então FH a cantar esta canção que pouco tempo depois era cantada não só em França, mas em toda a Europa.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Girafas
Na série de fotos que tenho publicado,chega hoje a vez de um animal singular, pelo seu porte, pela sua elegância e pela sua simpatia - a girafa!
A música de fundo é uma homenagem a África, na voz de um duo que há anos foi imensamente popular no nosso país, o saudoso Duo Ouro Negro.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
José Luís Peixoto
Ando a descobrir José Luís Peixoto. Depois de ter lido a sua última obra de prosa - "Livro" - que não é um livro fácil, principalmente para um iniciante da sua leitura, acabei de ler o seu, suponho, último livro de poemas "Gaveta de papéis", uma poesia muito diferente do habitual, aqui e ali, "prosa em verso", mas que, no cômputo geral, me agradou.
Deste livro de poesia, seleccionei um poema, que afinal, dá o nome ao livro.
Deste livro de poesia, seleccionei um poema, que afinal, dá o nome ao livro.
"Agora, já não preciso que gostem de mim.
Agora, tenho mil peças de um puzzle, tenho
uma caixa cheia de molas soltas, duas mãos,
tenho a planta de uma casa, tenho ramos
guardados para o Inverno, e tanto silêncio,
tenho tanto silêncio, bolsos vazios e cheios,
pão, fé, céu, chão, mar, sol, cá e lá,
tenho sobretudo lá, uma distância imensa
feita de planícies estendidas e eternidade
porque eu caminho com vagar ao longo das
estradas, o horizonte é demasiado quando
planeio toda a sua distância sem medo de
nada, destemido apenas, a coragem é um
exército ao meu lado, tenho a coragem
necessária, tenho um lago que reflecte a
noite e a lua quando há lua, uma orquestra
inteira tenho, o som e o silêncio, já disse o
silêncio, repito-o saber quem sou e o que
tenho, tenho uma gaveta de papéis, tenho
montanhas de montanhas, tenho o ar, tenho
tempo e tenho uma palavra que corre à
minha frente, mas que consigo apanhar
e que ainda utilizo no poema."
Um autor a seguir atentamente.
domingo, 4 de dezembro de 2011
Testemunho
Eis um vídeo do depoimento de um jovem de 19 anos, Zack Wahls, filho biológico de uma mulher e da sua companheira de vida, que defendeu abertamente o casamento entre pessoas do mesmo sexo, no estado americano do Iowa.
Zack, que tem uma irmã, mais nova, da mesma mãe biológica e curiosamente do mesmo dador de esperma, portanto do mesmo pai, é heterossexual, mas defende veementemente e com um imenso sentimento de vivência familiar a sua condição de "filho de duas mães", lésbicas, naturalmente.
Neste outro vídeo, assistimos à sua ida ao programa de "Ellen Degeneres" (em que se volta a ver um pequeno extracto do seu depoimento do primeiro vídeo), programa esse onde está na assistência, a mãe biológica do jovem.
Lindo, corajoso e ao mesmo tempo uma comovente lição de amor filial.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
"Beogradski fadisti"
Na Sérvia, a saudade traduz-se por “seta”, que também é um lamento, e por isso o fado é um estilo musical urbano, aceite quase de forma natural pelos sérvios, sobretudo em Belgrado.
Maja Volk, 52 anos, fundou há dois anos o "Beogradski fadisti", Fadistas de Belgrado, um grupo musical que interpreta vários géneros de fado e inclui três vozes de fadistas, masculinas e feminina.
Assim, o lamento da "canção nacional" portuguesa acaba por penetrar no âmago mais profundo dos sérvios, povo do outro extremo da Europa, dos Balcãs, região com vincados registos de história e memórias afinal tão diferentes desta nossa.
"Um amigo psicólogo descreveu-me o fado como um lamento sobre problemas psicológicos não resolvidos. É por isso que sérvios e portugueses têm algo em comum, porque na Sérvia temos muitos problemas psicológicos não resolvidos,", arrisca esta professora de arte dramática na Universidade de Belgrado, e ainda música, crítica de cinema, de teatro, escritora e apresentadora de um programa cultural na televisão.
"Tal como os sérvios, os portugueses gostam de se lamentar sobre o destino, o amor ou problemas psicológicos não resolvidos", insiste Maja, que diz ter sido "a primeira intérprete de guitarra clássica", em Belgrado.
No entanto, o "Beogradski fadisti" também propõe temas mais ligeiros, como os clássicos "Uma Casa portuguesa"
ou "Maria Lisboa", que podem ser visualizados no You Tube.
"Somos a única orquestra não portuguesa conhecida na Sérvia. Não somos portugueses mas interpretamos o fado", afirma em tom divertido.
Há dez anos começou a tocar e a cantar o fado e, em 2009, fundou o "Beogradski fadisti", nove músicos e cantores.
"Interpretamos diversos estilos, desde o fado tradicional até Cristina Branco, Marisa, Amália ou Ana Moura. Cada concerto é diferente".
O grupo registou ainda um enorme sucesso quando levou à cena, na capital sérvia, a "História do Fado", um "fado-ballet" com a participação de bailarinos e bailarinas do Teatro Nacional, e que lhes garantiu projecção internacional.
"Fomos convidados para o próximo festival de dança de Miami e a Embaixada de Portugal em Belgrado contratou-nos porque disse que isto é algo que não existe em Portugal. Que eu conheça, só em Belgrado!", assegura a mentora do "Beogradski fadisti".
O primeiro contacto de Maja Volk com o fado ocorreu no início de Junho de 1999, quando foi convidada para o júri do festival de cinema de Tróia, "exactamente na última semana dos bombardeamentos da NATO à Sérvia", como recorda.
Informou-se, escutou fados de Amália, comprou vários CD`s, e começou de imediato a cantar. "Foi o meu primeiro encontro com o fado, mas foi amor à primeira vista", confessa.
Um "amor" sempre relacionado com a saudade, ou a "seta", a forma como o povo sérvio exprime a sua saudade, através das canções de lamento urbanas que começaram a surgir em Belgrado nos inícios do século XIX, no período final da ocupação turca/otomana.
"Na nossa música urbana do século XIX, os poetas escreviam canções muito parecidas com as dos fadistas, incluindo no ritmo e na melodia. São ambas músicas urbanas e foi isso que me atraiu".
Nemanya Sekiz é um dos vocalistas deste grupo, tendo já actuado em Portugal, em várias casas de fado, graças à sua amizade com um dos músicos de Marisa, Luís Guerreiro, ele próprio convidado do grupo no seu maior concerto dado em Belgrado e que foi um enorme sucesso.
Se outras razões não houvesse, e há-as e muito fortes, felizmente, para eu gostar da Sérvia e do povo sérvio, esta seria suficiente.
Volim te, Déjan!
Maja Volk, 52 anos, fundou há dois anos o "Beogradski fadisti", Fadistas de Belgrado, um grupo musical que interpreta vários géneros de fado e inclui três vozes de fadistas, masculinas e feminina.
Assim, o lamento da "canção nacional" portuguesa acaba por penetrar no âmago mais profundo dos sérvios, povo do outro extremo da Europa, dos Balcãs, região com vincados registos de história e memórias afinal tão diferentes desta nossa.
"Um amigo psicólogo descreveu-me o fado como um lamento sobre problemas psicológicos não resolvidos. É por isso que sérvios e portugueses têm algo em comum, porque na Sérvia temos muitos problemas psicológicos não resolvidos,", arrisca esta professora de arte dramática na Universidade de Belgrado, e ainda música, crítica de cinema, de teatro, escritora e apresentadora de um programa cultural na televisão.
"Tal como os sérvios, os portugueses gostam de se lamentar sobre o destino, o amor ou problemas psicológicos não resolvidos", insiste Maja, que diz ter sido "a primeira intérprete de guitarra clássica", em Belgrado.
No entanto, o "Beogradski fadisti" também propõe temas mais ligeiros, como os clássicos "Uma Casa portuguesa"
ou "Maria Lisboa", que podem ser visualizados no You Tube.
"Somos a única orquestra não portuguesa conhecida na Sérvia. Não somos portugueses mas interpretamos o fado", afirma em tom divertido.
Há dez anos começou a tocar e a cantar o fado e, em 2009, fundou o "Beogradski fadisti", nove músicos e cantores.
"Interpretamos diversos estilos, desde o fado tradicional até Cristina Branco, Marisa, Amália ou Ana Moura. Cada concerto é diferente".
O grupo registou ainda um enorme sucesso quando levou à cena, na capital sérvia, a "História do Fado", um "fado-ballet" com a participação de bailarinos e bailarinas do Teatro Nacional, e que lhes garantiu projecção internacional.
"Fomos convidados para o próximo festival de dança de Miami e a Embaixada de Portugal em Belgrado contratou-nos porque disse que isto é algo que não existe em Portugal. Que eu conheça, só em Belgrado!", assegura a mentora do "Beogradski fadisti".
O primeiro contacto de Maja Volk com o fado ocorreu no início de Junho de 1999, quando foi convidada para o júri do festival de cinema de Tróia, "exactamente na última semana dos bombardeamentos da NATO à Sérvia", como recorda.
Informou-se, escutou fados de Amália, comprou vários CD`s, e começou de imediato a cantar. "Foi o meu primeiro encontro com o fado, mas foi amor à primeira vista", confessa.
Um "amor" sempre relacionado com a saudade, ou a "seta", a forma como o povo sérvio exprime a sua saudade, através das canções de lamento urbanas que começaram a surgir em Belgrado nos inícios do século XIX, no período final da ocupação turca/otomana.
"Na nossa música urbana do século XIX, os poetas escreviam canções muito parecidas com as dos fadistas, incluindo no ritmo e na melodia. São ambas músicas urbanas e foi isso que me atraiu".
Nemanya Sekiz é um dos vocalistas deste grupo, tendo já actuado em Portugal, em várias casas de fado, graças à sua amizade com um dos músicos de Marisa, Luís Guerreiro, ele próprio convidado do grupo no seu maior concerto dado em Belgrado e que foi um enorme sucesso.
Se outras razões não houvesse, e há-as e muito fortes, felizmente, para eu gostar da Sérvia e do povo sérvio, esta seria suficiente.
Volim te, Déjan!
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
O dia em que nos lembramos...
A Sida, nos países desenvolvidos, e de há uns anos a esta parte, devido aos fármacos que têm vindo a ser produzidos, deixou de ser uma doença letal, para ser uma doença crónica. Apesar da diminuição bastante elevada de falecimentos nestas zonas do mundo, o número de infectados não tem diminuído e os fármacos acima citados não curam a doença e têm graves efeitos secundários, levando a extremos cuidados aos contaminados.
Mas o problema da Sida tem vindo a alargar-se de uma forma alarmante no continente africano e também na Ásia, zonas do mundo com condições de vida muito deficientes e onde só agora se começa a campanha de informação.
Neste dia 1 de Dezembro, todos nos lembramos deste flagelo, por ser o dia que foi escolhido mundialmente para esse efeito; e os restantes dias?
Para, de qualquer forma, assinalar este dia, eis um vídeo com imagens recolhidas em diversas partes do mundo.
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Ken Russel
Faleceu aos 84 anos o realizador britânico Ken Russel.
Durante a sua vida dirigiu filmes polémicos, alguns dos quais não agradaram ao público e à critica, caso de "Liztomania", "Tommy" e "Valentino".
Mas há dois filmes que marcaram a sua carreira: "Tchaikovsky - Delírio de amor" e sobretudo "Mulheres Apaixonadas", adaptando o famoso romance de D.H.Lawrence.
É deste filme uma das cenas mais belas que eu já vi em cinema, e que é a luta, apenas com a luz da lareira, entre os dois protagonistas masculinos, Alan Bates e Oliver Reed (dois excelentes actores), e em que ambos estão completamente nus, o que para a época era bastante ousado.
É uma luta viril, mas ao mesmo tempo, carregada de homo-erotismo, que não resisto em deixar aqui em vídeo.
Durante a sua vida dirigiu filmes polémicos, alguns dos quais não agradaram ao público e à critica, caso de "Liztomania", "Tommy" e "Valentino".
Mas há dois filmes que marcaram a sua carreira: "Tchaikovsky - Delírio de amor" e sobretudo "Mulheres Apaixonadas", adaptando o famoso romance de D.H.Lawrence.
É deste filme uma das cenas mais belas que eu já vi em cinema, e que é a luta, apenas com a luz da lareira, entre os dois protagonistas masculinos, Alan Bates e Oliver Reed (dois excelentes actores), e em que ambos estão completamente nus, o que para a época era bastante ousado.
É uma luta viril, mas ao mesmo tempo, carregada de homo-erotismo, que não resisto em deixar aqui em vídeo.
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