Faz hoje 23 anos que partiste, assim de repente...
Alguns anos antes, quando numa conversa a sós, após te ter dito que era homossexual, deste-me um abraço e disseste-me que se tu não me compreendesses, por seres meu Pai e daí o meu maior Amigo,ninguém me compreenderia, fiquei a saber que além de Pai, ganhara um Amigo, o meu maior Amigo.
E depois, não me deste muito tempo para usufruir dessa Amizade.
Fizeste-me tanta falta, Pai...Fazes-me tanta falta...
Recordo-te como um Homem vertical que sempre pôs a Família à frente de tudo, e por isso, porque eu era da tua Família, não hesitaste em aceitar-me tal como sou, embora isso contrariasse os teus conceitos de vida.
Obrigado, Pai, por tudo o que me deste.
O Pai
Terra de semente inculta e bravia,
terra onde não há esteiros ou caminhos,
sob o sol minha vida se alonga e estremece.
Pai, nada podem teus olhos doces,
como nada puderam as estrelas
que me abrasam os olhos e as faces.
Escureceu-me a vista o mal de amor
e na doce fonte do meu sonho
outra fonte tremida se reflecte.
Depois... Pergunta a Deus porque me deram
o que me deram e porque depois
conheci a solidão do céu e da terra.
Olha, minha juventude foi um puro
botão que ficou por rebentar e perde
a sua doçura de seiva e de sangue.
O sol que cai e cai eternamente
cansou-se de a beijar... E o Outono.
Pai, nada podem teus olhos doces.
Escutarei de noite as tuas palavras:
... menino, meu menino...
E na noite imensa
com as feridas de ambos seguirei.
Pablo Neruda, in "Crepusculário"
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segunda-feira, 5 de março de 2012
sábado, 3 de março de 2012
"Earth Song"
Há quem seja de opinião de que o melhor clip de Michael Jackson é o "Thriller"; mesmo há quem o eleja o melhor clip musical de sempre.
Não pondo em causa o valor e mérito do referido clip, peço perdão mas prefiro este, por tudo o que mostra e principalmente pelo que nos faz pensar: um assombro.
quinta-feira, 1 de março de 2012
Antevisão do Benfica - Porto
Benfica, vamos a eles. O maior e melhor clube de Portugal.
Amanhã, seremos seis milhões a "puxar" por ti.
Força, campeões!!!
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Hasta quando????
O julgamento, pelo Tribunal Supremo da Espanha, do juiz Baltasar Garzón, é um exemplo de nossos tempos, nos quais a subversão da lógica e da ética é a mais pavorosa forma de terrorismo. Como no século passado, estamos assistindo aos recados do fascismo, que se reergue, dos subterrâneos da História.
O cineasta Pedro Almodovar realizou um vídeo de homenagem a este juiz espanhol, que por denunciar os crimes do franquismo, foi julgado e condenado a abandonar a sua vida profissional.
Garzón sempre foi um defensor dos valores da liberdade e a ele se ficou a dever a prisão de Pinochet.
Condenam-se os milhões de mortos que monstros como Hitler ou Estaline causaram. E o mais de milhão de mortos que se podem assacar a Franco?
Garzón tentou denunciá-los, mas calaram-no.
Até quando?
O cineasta Pedro Almodovar realizou um vídeo de homenagem a este juiz espanhol, que por denunciar os crimes do franquismo, foi julgado e condenado a abandonar a sua vida profissional.
Garzón sempre foi um defensor dos valores da liberdade e a ele se ficou a dever a prisão de Pinochet.
Condenam-se os milhões de mortos que monstros como Hitler ou Estaline causaram. E o mais de milhão de mortos que se podem assacar a Franco?
Garzón tentou denunciá-los, mas calaram-no.
Até quando?
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Partilha
Impossível não partilhar este texto que a Isabel colocou no seu blog "Catavento".
Que melhor homenagem se pode fazer a Zeca Afonso, no 25º. aniversário da sua morte?
Barreiro, 4 de Outubro de 1967
(Quarta-feira)
Segundo dia de aulas.
Continua o desassossego, com o pessoal a trocar beijos, abraços e confidências, depois desta longa separação que foram 3 meses e meio de férias. Estávamos todos fartos do verão, com saudades uns dos outros. A sala é a mesma do ano passado, no 1º andar e cheirava a nova, tudo encerado e polido, apesar do material já ser mais do que velho.
Somos o 7.º A e como não chumbou nem veio ninguém de novo, a pauta é exactamente igual à do ano passado. Eu sou o n.º 34, e fico sentada na segunda fila, do lado da janela, cá atrás, que é o lugar dos mais altos.
Hoje tivemos, pela primeira vez, Organização Política e apareceu-nos um professor novo, acho que é a primeira vez que dá aulas em Setúbal, dizem que veio corrido de um liceu de Coimbra, por causa da política.
Já ontem se falava à boca cheia dele, havia malta muito excitada e contente porque dizem que ele é um fadista afamado. Tenho realmente uma vaga ideia de ouvir o meu tio Diamantino falar dele, mas já não sei se foi por causa da cantoria se por causa da política.
A Inês contou que ouviu o pai comentar, em casa, que o homem é todo revolucionário, arranja sarilhos por todo o lado onde passa. Ela diz que ele já esteve preso por causa da política, é capaz de ser comunista. Diferente dos outros professores, é de certeza.
Quando entrou na sala, já tinha dado o segundo toque, estava quase no limite da falta. Entrou por ali a dentro, todo despenteado, com uma gabardine na mão e enquanto a atirava para cima da secretária, perguntou-nos:
- Vocês são o 7.º A, não são? Desculpem o atraso mas enganei-me e fui parar a outra sala. Não faz mal. Se vocês chegarem atrasados também não vos vou chatear
Tinha um ar simpático, ligeiro, um visual que não se enquadrava nada com a imagem de todos os outros professores. Deu para perceber que as primeiras palavras, aliadas à postura solta e descontraída, começavam a cativar toda a gente. A Carolina virou-se para trás e disse-me que já o tinha visto na televisão, a cantar Fado de Coimbra.
Realmente o rosto não me era estranho. É alto, feições correctas, embora os dentes não sejam um modelo de perfeição e é bem parecido, digamos que um homem interessante para se olhar. O Artur soprou-me que ele deve ter uns 36 anos e acho que sim, nota-se que já é velho. Depois das primeiras palavras, sentou-se na secretária, abriu o livro de ponto, rabiscou o que tinha a escrever e ficou uns cinco minutos, em silêncio, a olhar o pátio vazio, através das janelas da sala, impecavelmente limpas.
Enquanto ele estava nesta espécie de marasmo nós começámos a bichanar uns com os outros, cada um emitindo a sua opinião, fazendo conjecturas. Às tantas, o bichanar foi subindo de tom e já era uma algazarra tão grande que parece tê-lo acordado. Outro qualquer professor já nos teria pregado um raspanete, coberto de ameaças, mas ele não disse nada, como se não tivesse ouvido ou, melhor, não se importasse. Aliás, aposto que nem nos ouviu. O ar dele, enquanto esteve ausente, era tão distante que mais parecia ter-se, efectivamente, evadido da sala. Quando recomeçou a falar connosco, em pé, em cima do estrado, já tinha ganho o primeiro round de simpatia.
Depois, veio o mais surpreendente:
- Bem, eu sou o vosso novo professor de Organização Política, mas devo dizer-vos que não percebo nada disto. Vocês já deram isto o ano passado, não foi? Então sabem, de certeza, mais que eu.
Gargalhada geral.
- Podem rir porque é verdade. Eu não percebo nada disto, as minhas disciplinas, aquelas em que me formei, são História e Filosofia, não tenho culpa que me tivessem posto aqui, tipo castigo, para dar uma matéria que não conheço, nem me interessa. Podia estudar para vir aqui desbobinar, tipo papagaio, mas não estou para isso. Não entro em palhaçadas.
Voltámos a rir, numa sonora gargalhada, tipo coro afinado, mas ele ficou impávido e sereno. Continuava a mostrar um semblante discreto, calmo, simpático.
- Pois é, não vou sobrecarregar a minha massa cinzenta com coisas absolutamente inúteis e falsas. Tudo isto é uma fantochada sem interesse. Não vou perder um minuto do meu estudo com esta porcaria.
Começámos a olhar uns para outros, espantados; nunca na vida nos tinha passado pela frente um professor com tamanha ousadia.
- Eu estudaria, isso sim, uma Organização Política que funcionasse, como noutros países acontece, não é esta fantochada que não passa de pura teoria. Na prática não existe, é uma Constituição carregada de falsidade. Portugal vive numa democracia de fachada, este regime que nos governa é uma ditadura desumana e cruel.
Não se ouvia uma mosca na sala. Os rostos tinham deixado cair o sorriso e estavam agora absolutamente atónitos, vidrados no rosto e nas palavras daquele homem ímpar. O que ele nos estava a dizer é o que ouvimos comentar, todos os dias, aos nossos pais, mas sempre com as devidas recomendações para não o repetirmos na rua porque nunca se sabe quem ouve. A Pide persegue toda a gente como uma nuvem de fumo branco, que se sente mas não se apalpa.
- Repito: eu não percebo nada desta disciplina que vos venho leccionar, nem quero perceber. Estou-me nas tintas para esta porcaria. Mas, atenção, vocês é outra coisa. Vocês vão ter que estudar porque, no final do ano, vão ter que fazer exame para concluírem o vosso 7.º ano e poderem entrar na Faculdade. Isso, vocês têm que fazer. Estudar. Para serem homens e mulheres cultos para poderem combater, cada um onde estiver, esta ditadura infame que está a destruir a vossa pátria e a dos vossos filhos. Vocês são o amanhã e são vocês que têm que lutar por um novo país.
Não vão precisar de mim para estudar esta materiazinha de chacha, basta estudarem umas horas e empinam isto num instante. Isto não vale nada. Eu venho dar aulas, preciso de vir, preciso de ganhar a vida, mas as minhas aulas vão ser aulas de cultura e política geral. Vão ficar a saber que há países onde existem regimes diferentes deste, que nos oprime, países onde há liberdade de pensamento e de expressão, educação para todos, cuidados de saúde que não são apenas para os privilegiados, enfim, outras coisas que a seu tempo vos ensinarei.
Percebem? Nós temos que aprender a não ser autómatos, a pensar pela nossa cabeça. O Salazar quer fazer de vocês, a juventude deste país, carneiros, mas eu não vou deixar que os meus alunos o sejam. Vou abrir-lhes a porta do conhecimento, da cultura e da verdade. Vou ensinar-lhes que, além fronteiras, há outros mundos e outras hipóteses de vida, que não se configuram a esta ditadura de miséria social e cultural.
Outra coisa: vou ter que vos dar um ponto por período porque vocês têm que ter notas para ir a exame. O ponto que farei será com perguntas do vosso livro que terão que ter a paciência de estudar. A matéria é uma falsidade do princípio ao fim, mas não há volta a dar, para atingirem os vossos mais altos objectivos. Têm que estudar. Se quiserem copiar é com vocês, não vou andar, feito toupeira, a fiscalizá-los, se quiserem trazer o livro e copiar, é uma decisão vossa, no entanto acho que devem começar a endireitar este país no sentido da honestidade, sim porque o nosso país é um país de bufos, de corruptos e de vigaristas.
Não falo de vocês, jovens, falo dos homens da minha idade e mais velhos, em qualquer quadrante da sociedade. Nós temos sempre que mostrar o que somos, temos que ser dignos connosco para sermos dignos com os outros. Por isso, acho que não devem copiar. Há que criar princípios de honestidade e isso começa em vocês, os futuros homens e mulheres de Portugal. Não concordam?
Bem, por hoje é tudo, podem sair. Vemo-nos na próxima aula.
Espantoso. Quando ele terminou estava tudo lívido, sem palavras. Que fenómeno é este que aterrou em Setúbal?
Já me esquecia de escrever. Esta ave rara, o nosso professor de Organização Política, chamava-se
José Afonso.
( encontrado na net )
Viagens - 4
Aproveitando os “trocados” ganhos com o estágio na Bélgica, e que seriam na altura, cerca de 6000 escudos (uma fortuna), resolvi dar um salto à Holanda, ali mesmo pertinho.
Eu era um ingénuo, sem experiência quase nenhuma no campo sexual e Amsterdão, naquela altura era talvez a cidade europeia mais fantástica, não só no campo homossexual, mas sim no espírito de vida livre; não se pode esquecer a época (princípios dos anos 60), com o começo da vida hippie, o início do consumo das drogas leves e o conceito de amor livre.
Tudo isso fui encontrar em Amsterdão e fiquei deslumbrado. Alojei-me numa Pousada da Juventude, baratíssima e com um intercâmbio de pessoas extremamente interessante e comecei a conhecer a bela cidade. Claro que visitei as coisas importantes – Riskjmuseum, a Casa de Anne Frank e os magníficos canais. Uma cidade pequena, sem necessidade de transportes e com comida acessível, uma maravilha.
Recordo dois acontecimentos que me marcaram: a minha primeira visita a uma “sex shop”, que era muito diferente das de agora, sendo uma loja onde se vendiam livros e fotos variadas, entre as quais alguns artigos homossexuais. O meu embaraço era notório, mas a normal simpatia dos holandeses fez-se notar, pois o dono, disse-me para estar à vontade e visse o que quisesse; não comprei nada, mas vi coisas que nunca tinha visto.
O outro foi mais engraçado; naquela havia poucos bares ou discotecas especificamente gays, mas havia organizações homossexuais, entre as quais destaco uma – o C.O.C
que tinha a particularidade de ao sábado à noite funcionar como bar e discoteca (com música variada, entre a qual, slows).
Numa sala relativamente pequena, as pessoas, quase todas jovens como eu, aguardavam o início do “baile” e depois começaram a dançar umas com as outras; é quando o rapaz mais giro que ali estava me veio chamar para dançar com ele um slow; muito envergonhado, acedi (nunca tinha dançado com um homem) e vim a saber que era italiano e não falava inglês nem francês, pelo que a nossa conversa era em italiano e português com umas espanholices pelo meio, e lá nos íamos entendendo. Aquilo começou a “aquecer” e cada vez estávamos mais pegados. Já me tinha dito que estava num hotel com a mãe e assim era impossível irmos ficar juntos. Mas cada vez se enrolava mais e ia-me dizendo ao ouvido “que peccato” e eu a pensar que ele devia ser louco, pois quanto mais me punha louco de desejo, mais dizia que aquilo era pecado… Bem, a realidade foi mais forte e tivemos que nos separar, apenas com uns beijos, como resultados práticos. Mais tarde vim a saber que “que peccato” significava em italiano “que pena” e foi realmente uma pena…
Após três dias em Amsterdão fui até Haia,
onde fiquei também numa Pousada da Juventude e Haia ainda era mais pequena que Amsterdão. Aproveitando o bom tempo fui a uma praia muito perto de nome Scheveningen.
Aí encontrei talvez o mais belo homem que já vi: um pouco mais velho que eu, lindo de morrer e com um corpo sensacional. Não sendo uma praia gay, nunca imaginei que ele o fosse, mas fiquei por perto; tinha um calção de banho muito pequeno, branco e quando passei por ele para ir ao mar olhei para ele e ele sorriu. Passado uns minutos estávamos ambos a tomar banho juntos e juntos continuámos depois na praia. Era um alemão de leste, de nome Kurt e que era dançarino numa companhia de patinagem no gelo, que estava a actuar na cidade. A conversa foi fácil e directa e disse-me que queria estar comigo, sugerindo que fossemos ao quarto que ele tinha alugado na casa de uma senhora; perante a minha surpresa, ele disse-me que não havia problema, só tinha de avisar primeiro a senhora que ia levar lá um amigo. E lá fomos a meio da tarde, e não vou entrar em pormenores, mas só parecia estar no Olimpo com o deus Apolo.
Claro que depois fomos jantar e aí havia um bar gay e fomos lá beber um copo; como eu, na altura também não era de deitar fora, fazíamos um sucesso no bar e estavam sempre a enviar-nos bebidas oferecidas. Já um pouco bebidos fomos a um outro bar, onde só estávamos os dois e o barman, que era gay também; estávamos sentados ao balcão e começámos umas brincadeiras que nos levaram a desejar estar outra vez “juntos”; mas à noite não podíamos ir ao quarto dele e assim não havia sítio. Ele falou com o barman, perguntando-lhe mesmo se ele queria vir connosco, só por causa de termos um lugar, mas ele disse que não, mas que estivéssemos à vontade…Perante isto, fomos ao WC e lá fechados, estávamos outra vez no Olimpo. Só que, em pleno acto, a porta é escancarada ao pontapé e aparecem uns 4 brutamontes a chamar-nos todos os nomes e a expulsar-nos dali; eu vesti-me à pressa, mas o outro permanecia nu, impávido e sereno…Puseram-me fora, esperei lá fora hora e meia, bati à porta, mas não apareceu viv’alma. Ainda hoje gostaria de saber o que aconteceu ao Kurt, já que acabei por ir dormir para a Pousada e no dia seguinte, pela manhã, tinha avião para Lisboa.
Esta foi a minha primeira, e melhor estadia na Holanda. Depois disso já lá estive mais cinco vezes, uma vez muito boa, outra razoável e na última, achei Amsterdão bela como sempre, mas a vida gay completamente sórdida. Uma sombra do que já foi.
Hoje a melhor cidade gay da Europa, é indiscutivelmente, Berlim.
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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Imagens
Estas são imagens diferentes; imagens delirantes, atrevidas, absurdas e inteligentes, todas elas com origens publicitárias de produtos ou de conceitos, mas concebidas de uma forma provocatória, que sem chocar, ou chocando pouco, acabam por nos relacionar com o produto ou conceito que querem publicitar.
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
"uncertain"
"uncertain" relates the drowsy-dream of a teenage boy who has taken an overdose of pills to end his life. Driven on an open-field road, Anson slowly wakes up to realize he does not know where he is or where is being taken. Only when he meets a man in the middle of a prairie does he recall his suicide attempt caused by the social aggression he’s suffered at school.
“uncertain” is a video response to the deaths of Carl Joseph Walker-Hoover, Eric Mohat and Jaheem Herrera in April 2009. All three teenagers and numerous more across the country are choosing to end their lives unable to enduring the physical attacks and gay slurs they face on a daily basis at their respective schools and communities.
This short video project does not intend to answer any specific questions, instead it is inviting viewers to participate in a constructive conversation by asking questions regarding teen suicide, school bullying and GLBTQ issues. This online forum also encourages parents, educators and young people to share their experiences, whether it’s the loss of a loved one or the bodily and verbal abuse they are suffering.
3 nationally renowned non-profit organizations focusing specifically on suicide prevention, youth outreach, and education to ensure safe schools are lending their support and resources to help us better understand and positively affect the lives of those individuals who need our support.
In collaboration with The Trevor Project, Teen Line, and Hope Line.
“uncertain” is a student-made project at the University of Texas at Dallas. Written, edited and directed by Luis Fernando Midence.
Winner Best Movie at 2010 UTD Cosmic Film Festival. Official selection 2010 Dallas International Film Festival and Awareness Fest: Heal One World in California.
sábado, 18 de fevereiro de 2012
Ansiedade
Ando a passar um mau bocado, psicologicamente.
A idade não ajuda e as constantes “mazelas” provocam-me algum desconforto, mais emocional do que propriamente físico. Sinto-me amolecido e algo amedrontado com as leis da vida que se vão fazendo sentir; sei que grande parte da culpa é minha, pois devia ter a força de vontade suficiente para reagir e começar a mudar de vida. Estava a começar a habituar-me a um ritmo novo, com a inscrição num curso de educação física para pessoas como eu, e embora custoso, estava entusiasmado; ao mesmo tempo comecei a caminhar todos os dias e assim andava, quando me apareceu a tendinite que me impossibilita a frequência da ginástica, e por arrasto me levou de novo a esta deprimente letargia.
Por outro lado esta já tão prolongada separação do Déjan (já vai em três meses e meio) e pior que isso, a impossibilidade de ter uma data assente para o novo encontro, tem-me levado a um estado de ansiedade que se reflecte no nosso relacionamento nos últimos tempos. Não está em causa, e nunca estará, o futuro dos nossos sentimentos de um para com o outro; antes pelo contrário, mas por vezes vemo-nos como que num beco sem saída em que cada um pensa que está a ser causador de alguma infelicidade ao outro.
Amo o Déjan, com toda a minha alma e sei que da mesma forma sou amado; mas falta-nos a aproximação mais frequente, o carinho de um afago, enfim aquelas coisas que quem ama conhece bem.
Espero que em breve tudo se resolva pelo melhor, pois eu e ele precisamos disso, como de pão para boca.
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
World Press Photo 2012
Com esta foto, o espanhol Samuel Aranda, venceu este importante prémio do foto jornalismo. Nesta foto o júri quis homenagear a "Primavera Árabe", que também já tinha obtido o direito à capa anual da revista "Time". É uma foto magnífica registada em Sana, capital do Iémen, numa mesquita transformada em hospital, e é imediata a comparação à famosa escultura de Miguel Ângelo, que está na Catedral de S.Pedro, em Roma, a "Pietá".
Mas outras excelentes fotos foram premiadas nas diferentes secções, e eu escolhi algumas daquelas que mais gostei.
"Child Brides"de Stephanie Sinclair
"Maria - uma drogada ucraniana" de Brent Stirton
"Scrum Half" de Ray McManus
"Never let you go" de Alejandro Kirchuk
"Danish and Iranian Culture" de Laerke Posselt
"North Korea" de Damir Sagolj
"Dakar Fashion Week" de Vincent Boisot
"Arrest of protesters in Harlem" de Tomasz Lazar
Mas outras excelentes fotos foram premiadas nas diferentes secções, e eu escolhi algumas daquelas que mais gostei.
"Child Brides"de Stephanie Sinclair
"Maria - uma drogada ucraniana" de Brent Stirton
"Scrum Half" de Ray McManus
"Never let you go" de Alejandro Kirchuk
"Danish and Iranian Culture" de Laerke Posselt
"North Korea" de Damir Sagolj
"Dakar Fashion Week" de Vincent Boisot
"Arrest of protesters in Harlem" de Tomasz Lazar
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
A actualidade de Botto
Ainda há pouco tempo,na semana passada, referi este mesmo livro, como um dos melhores que já li, no que concerne à literatura gay.
Mas António Botto, foi acima de tudo um grande poeta, que pela sua condição de homossexual foi perseguido e amaldiçoado, tendo por isso partido para o Brasil, onde morreu atropelado.
Este magnífico poeta e também ficcionista (não esquecer um belo livro para crianças "Os Contos"), tem a sua poesia essencialmente contida neste livro "As Canções", de que nunca me canso de ir de vez em quando...
Dele se retira este poema, intitulado "Poema da Cinza" e que ele dedica à memória de outro grande poeta, Fernando Pessoa.
Se o lerem atentamente, poderão nele encontrar muita actualidade, embora escrito há tanto tempo...
"Se eu pudesse fazer com que viesses
Todos os dias, como antigamente,
Falar-me nessa lúcida visão -
Estranha, sensualíssima, mordente;
Se eu pudesse contar-te e tu me ouvisses,
Meu pobre e grande e genial artista,
O que tem sido a vida - esta boémia
Coberta de farrapos e de estrelas,
Tristíssima, pedante, e contrafeita,
Desde que estes meus olhos numa névoa
De lágrimas te viram num caixão;
Se eu pudesse, Fernando, e tu me ouvisses,
Voltávamos à mesma: Tu, lá onde
Os astros e as divinas madrugadas
Noivam na luz eterna de um sorriso;
E eu, por aqui, vadio de descrença
Tirando o meu chapéu aos homens de juízo...
Isto por cá vai indo como dantes;
O mesmo arremelgado idiotismo
Nuns senhores que tu já conhecias
- Autênticos patifes bem falantes...
E a mesma intriga: as horas, os minutos,
As noites sempre iguais, os mesmos dias,
Tudo igual! Acordando e adormecendo
Na mesma cor, do mesmo lado, sempre
O mesmo ar e em tudo a mesma posição
De condenados, hirtos, a viver -
Sem estímulo, sem fé, sem convicção...
Poetas, escutai-me. Transformemos
A nossa natural angústia de pensar -
Num cântico de sonho! e junto dele,
Do camarada raro que lembramos,
Fiquemos uns momentos a cantar!"
Adenda: sobre o exemplar que possuo deste livro, ler o meu comentário ao André, na caixa de comentários. E é a que está agora na foto.
Mas António Botto, foi acima de tudo um grande poeta, que pela sua condição de homossexual foi perseguido e amaldiçoado, tendo por isso partido para o Brasil, onde morreu atropelado.
Este magnífico poeta e também ficcionista (não esquecer um belo livro para crianças "Os Contos"), tem a sua poesia essencialmente contida neste livro "As Canções", de que nunca me canso de ir de vez em quando...
Dele se retira este poema, intitulado "Poema da Cinza" e que ele dedica à memória de outro grande poeta, Fernando Pessoa.
Se o lerem atentamente, poderão nele encontrar muita actualidade, embora escrito há tanto tempo...
"Se eu pudesse fazer com que viesses
Todos os dias, como antigamente,
Falar-me nessa lúcida visão -
Estranha, sensualíssima, mordente;
Se eu pudesse contar-te e tu me ouvisses,
Meu pobre e grande e genial artista,
O que tem sido a vida - esta boémia
Coberta de farrapos e de estrelas,
Tristíssima, pedante, e contrafeita,
Desde que estes meus olhos numa névoa
De lágrimas te viram num caixão;
Se eu pudesse, Fernando, e tu me ouvisses,
Voltávamos à mesma: Tu, lá onde
Os astros e as divinas madrugadas
Noivam na luz eterna de um sorriso;
E eu, por aqui, vadio de descrença
Tirando o meu chapéu aos homens de juízo...
Isto por cá vai indo como dantes;
O mesmo arremelgado idiotismo
Nuns senhores que tu já conhecias
- Autênticos patifes bem falantes...
E a mesma intriga: as horas, os minutos,
As noites sempre iguais, os mesmos dias,
Tudo igual! Acordando e adormecendo
Na mesma cor, do mesmo lado, sempre
O mesmo ar e em tudo a mesma posição
De condenados, hirtos, a viver -
Sem estímulo, sem fé, sem convicção...
Poetas, escutai-me. Transformemos
A nossa natural angústia de pensar -
Num cântico de sonho! e junto dele,
Do camarada raro que lembramos,
Fiquemos uns momentos a cantar!"
Adenda: sobre o exemplar que possuo deste livro, ler o meu comentário ao André, na caixa de comentários. E é a que está agora na foto.
domingo, 12 de fevereiro de 2012
Uma outra visão dos filmes infantis
Há dias, recebi este mail, de um amigo. E além de me ter levado de novo à infância, achei alguma piada à actualização do seu conteúdo.
"Como querem que me porte bem depois dos 40 ???
Se em criança via que o Tarzan andava nu,
A Gata Borralheira chegava a casa à meia noite,
O Pinóquio mentia,
O Batman conduzia a 320 km,
A Bela Adormecida era uma preguiçosa,
A Branca de Neve vivia com 7 anões,
A Capuchinho Vermelho não ligava ao que lhe dizia a mãe,
A Betty Boop andava vestida como uma prostituta,
O Polegarzinho espalhava migalhas por todos os lados,
E o Popeye fumava erva !!!!!!
Vamos não me lixem..........!!!!! Muito bons saímos nós... "
Sucede que mais ou menos na mesma altura tive conhecimento das fotos de Thomas Czarnecki, que num dos seus temas, a que chamou de uma forma genérica “Do encantamento até ao abismo”, recreou à sua maneira as “princesas de Disney”, de uma forma que até pode ser chocante, mas que a mim não me choca nada.
Por haver alguns pontos comuns na forma como olhamos, como adultos, para esses contos infantis, aqui ficam as fotos, com os nomes por ele escolhidos para cada uma.
"O Capuchinho Vermelho" - happy end
"Branca de Neve" - my sweet prince"Alice no país das maravilhas" - just a trap
"A Bela Adormecida"- naughty girl
"A Gata Borralheira" - too fast
" A Pequena Sereia" - on the other shore
" A Lâmpada de Aladino" - one last wish
" A Bela e o Monstro" - not so romantic
"Pocahontas" - one more trophy
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Letras gay
É com letras, que se escrevem frases, e é com frases que se escrevem livros. Pegando neste abecedário tão belo, muitos autores escreveram magníficas obras sobre temas homossexuais.
Um deles foi Edmund White,
autor de vários livros que já li e de que gostei (O Homem Casado, Um Belo Quarto Vazio, Esfolado Vivo, Sinfonia a Despedida), escolheu os cinco livros gay de que mais gostou e que são os seguintes:
1. Jean Genet, Notre Dame des Fleurs
2. Christopher Isherwood, Um homem singular
3. Alan Hollinghurst, La stella di Espero
4. Edward Morgan Forster, Maurice
5. Andrew Holleran, Dancer from the dance
Destes, li e gostei muito de três: os de Jean Genet, Christopher Isherwood e E.M.Forster.
Um deles foi Edmund White,
autor de vários livros que já li e de que gostei (O Homem Casado, Um Belo Quarto Vazio, Esfolado Vivo, Sinfonia a Despedida), escolheu os cinco livros gay de que mais gostou e que são os seguintes:
1. Jean Genet, Notre Dame des Fleurs
2. Christopher Isherwood, Um homem singular
3. Alan Hollinghurst, La stella di Espero
4. Edward Morgan Forster, Maurice
5. Andrew Holleran, Dancer from the dance
Destes, li e gostei muito de três: os de Jean Genet, Christopher Isherwood e E.M.Forster.
Achei interessante estas escolhas e aqui deixo as minhas, sem qualquer ordem de referência, e que não foram fáceis de escolher, até porque foram muitas e de grande valor, as minhas leituras deste tipo.
“As Canções”, de António Botto
“Memórias de Adriano” , de Margarite Yourcenar
“As Amizades Particulares”, de Roger Peyrefitte
“A Sombra dos Dias” , de Guilherme de Melo
“De Profundis” , de Óscar Wilde
Talvez surpreenda a inclusão de dois autores portugueses neste lote de cinco livres, mas considero o livro de Guilherme de Melo, uma pedrada no charco, na altura em que foi publicado e em que o autor conta com o mesmo desassombro com que assumiu a sua homossexualidade, na Lourenço Marques de então, onde era uma referência cultural e jornalística, a sua vida, sem omissões ou medos. Uma belíssima auto-biografia.
Quanto a “As Canções” é um livro de poesia, e penso que devia haver aqui um livro de poesia; sendo Botto, esse poeta maldito, quem, em Portugal melhor soube pôr em verso a homossexualidade sem medo, não hesitei.
Gostaria de vos convidar a deixar aqui, as vossas referências, dos livros que já leram, dentro deste contexto, e de que gostaram mais.
É um desafio, que alguns de vós, penso, não irão recusar.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
P.D.I.
Pois é...saio de uma e logo entro noutra...
É mais incomodativo que doloroso, e como sou um utilizador quase a 100% do meu braço direito, qualquer pequeno esforço do dia a dia, custa-me.
A minha médica receitou-me uma pomada analgésica e anti inflamatória, já a pus sem resultados, já experimentei uns pensos largos que também são anti inflamatórios e agora estou no Voltaren Gel, mas sempre sem grandes progressos.
Já me disseram tanta coisa que estou assustado: ter que fazer uma infiltração (já fiz uma num calcanhar e vi estrelas ao meio dia), andar com o braço ao peito, etc e tal.
Mas algo tenho que fazer, pois tem consequências negativas nesta doença - usar menos ou mesmo deixar de utilizar o computador e isso para mim é terrível.
Tenho diminuído o tempo aqui passado, mas mesmo assim continuo a ser computo-dependente.
Portanto,não estranhem alguma menor intensidade nos comentários aos vossos blogs, mas que continuarei a seguir e a comentar quando me pareça interessante...
Agora é daquelas chatas, que mais que doer, incomoda e não é fácil de passar rapidamente.
Estou com uma tendinite no cotovelo direito, isto é uma inflamação naquelas "coisas" que existem junto aos dois ossos do braço e do antebraço: o radio e o cúbito.
A minha médica receitou-me uma pomada analgésica e anti inflamatória, já a pus sem resultados, já experimentei uns pensos largos que também são anti inflamatórios e agora estou no Voltaren Gel, mas sempre sem grandes progressos.
Já me disseram tanta coisa que estou assustado: ter que fazer uma infiltração (já fiz uma num calcanhar e vi estrelas ao meio dia), andar com o braço ao peito, etc e tal.
Mas algo tenho que fazer, pois tem consequências negativas nesta doença - usar menos ou mesmo deixar de utilizar o computador e isso para mim é terrível.
Tenho diminuído o tempo aqui passado, mas mesmo assim continuo a ser computo-dependente.
Portanto,não estranhem alguma menor intensidade nos comentários aos vossos blogs, mas que continuarei a seguir e a comentar quando me pareça interessante...
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Para desopilar...
Dedicada a tod@s as pessoas amigas que tenho no Alentejo (vivi quatro maravilhosos anos em Serpa), uma daquelas histórias velhinhas que nos fazem rir e que têm por protagonistas um simpático casal de alentejanos.
Devido à crise, o Aníbal e a sua Maria não tinham sítio recatado para os seus devaneios amorosos e assim num momento de arrebatadora paixão e intenso desejo, apeteceu-lhes algo que apetece tantas vezes a qualquer casal: dar uma "queca"!
O problema de não haver lugar mais privado foi facilmente resolvido pelo casal: uma via férrea ali ao lado, e ali mesmo, "aí vai disto"...
Estavam o Aníbal e a Maria no momento " crítico", quando aparece ao longe, numa curva uma velha automotora, cujo condutor ao ver o que se passava lá adiante, começa a apitar o mais possível. Pois sim, o casal continuava a sua "brincadeira" e até parecia não ouvir qualquer som, senão os seus próprios sons, que não deixo aqui reproduzidos, porque isto não é um filme pornográfico...
A automotora abrandou, abrandou e o condutor teve que meter travões a fundo, tendo parado exactamente uns poucos metros antes daqueles dois loucos.
Louco estava o Zé, o condutor do comboio, que saltou para a linha a berrar e com toda a razão com o Aníbal e com a Maria: que o iam desgraçando, pois se os tivesse atropelado ele é que ficaria com as culpas; que havia outras maneiras de se matarem; que estas coisas só acontecem em Portugal, etc. e tal...
Só então, o Aníbal levantou a cabeça (só a cabeça) e lhe disse com aquele ar que só os alentejanos têm nestes momentos "apertados": "Compadre, eu estava-me a vir, a minha Maria estava-se a vir, o comboio estava-se a vir...parou quem teve travões, compadre!".
(Claro que os nomes do casal são mera coincidência, eheheh...)
Devido à crise, o Aníbal e a sua Maria não tinham sítio recatado para os seus devaneios amorosos e assim num momento de arrebatadora paixão e intenso desejo, apeteceu-lhes algo que apetece tantas vezes a qualquer casal: dar uma "queca"!
O problema de não haver lugar mais privado foi facilmente resolvido pelo casal: uma via férrea ali ao lado, e ali mesmo, "aí vai disto"...
Estavam o Aníbal e a Maria no momento " crítico", quando aparece ao longe, numa curva uma velha automotora, cujo condutor ao ver o que se passava lá adiante, começa a apitar o mais possível. Pois sim, o casal continuava a sua "brincadeira" e até parecia não ouvir qualquer som, senão os seus próprios sons, que não deixo aqui reproduzidos, porque isto não é um filme pornográfico...
A automotora abrandou, abrandou e o condutor teve que meter travões a fundo, tendo parado exactamente uns poucos metros antes daqueles dois loucos.
Louco estava o Zé, o condutor do comboio, que saltou para a linha a berrar e com toda a razão com o Aníbal e com a Maria: que o iam desgraçando, pois se os tivesse atropelado ele é que ficaria com as culpas; que havia outras maneiras de se matarem; que estas coisas só acontecem em Portugal, etc. e tal...
Só então, o Aníbal levantou a cabeça (só a cabeça) e lhe disse com aquele ar que só os alentejanos têm nestes momentos "apertados": "Compadre, eu estava-me a vir, a minha Maria estava-se a vir, o comboio estava-se a vir...parou quem teve travões, compadre!".
(Claro que os nomes do casal são mera coincidência, eheheh...)
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