quinta-feira, 4 de junho de 2015
Just a break?
Apenas uma paragem?
Quero acreditar que sim, como outras houve...
Aliás, eu tenho vindo, progressivamente a espaçar cada vez mais as minhas postagens, por uma falta de motivação sobretudo, mas também por já não me rever nesta blogosfera, que tirando um caso ou outro está cheia de lugares comuns e na qual noto, aqui e ali, pelo menos nos blogs que vou seguindo, também algum cada vez maior abrandamento.
As minhas prioridades agora são outras e embora continue a ler os blogs que me interessam, deixo de ter a preocupação de estar atrasado nos comentários.
Também aí farei uma pausa.
Quando for oportuno pôr aqui alguma coisa assim o farei, bem como o facto de não comentar outros blogs, não signifique que o não possa fazer pontualmente.
Continuo muito interessado no Pinterest, cada vez mais e a leitura e o visionamento de filmes ocupam cada vez mais o meu tempo.
Curiosamente é nalguns blogs informativos que centro parte da minha atenção neste momento.
Até um dia, até breve, até sempre...
quinta-feira, 21 de maio de 2015
Roy Lichtenstein
Roy Lichtenstein nasceu em 27 de Outubro de 1923 na cidade de Nova Iorque, numa família de classe média, e o seu pai trabalhava como corretor de imóveis.
Frequenta uma escola secundária privada em Nova Iorque, onde a arte não fazia parte das matérias educacionais.
Começa a pintar em casa e desenha por livre vontade.
Na sua adolescência desperta o interesse pelo jazz e assiste a concertos no Apollo Theater, no Harlem e em vários clubes de jazz na Rua 52, o que o leva a pintar retratos de músicos, muitas vezes tocando os seus instrumentos.
Observa Picasso em busca de inspiração.
No
verão de 1939, frequenta aulas de arte no Art Students League,
dirigido por Reginald Marsh, e desenha a partir de modelos ou de cenas
e vistas de Nova Iorque: Coney lsland, Carnaval, Lutas de Boxe...
Conclui
os estudos na escola superior, em 1940, com o sério propósito de
continuar a estudar para se tornar artista.
Devido à ênfase
regional colocada pela Art Students League, Lichtenstein não sente
qualquer necessidade de permanecer em Nova Iorque e ingressa na
School of Fine Arts, da Ohio State University (Universidade do Estado
de Ohio) uma das poucas, instituições que dá cursos e
licenciaturas em belas artes.
Na
Ohio State é fortemente influenciado pelo Professor Hoyt L. Sherman:
"Arte trata da percepção organizada. Com ele aprendi a ver com
olhos de ver". Os seus trabalhos são baseados em modelos e
naturezas mortas.
.Em
1943 ingressa no Exército. Presta serviço na Inglaterra, França,
Bélgica e Alemanha. Desenha a natureza utilizando aguarela, lápis e
carvão.
No final da guerra muda-se da Alemanha para a França. Faz
breves estudos da língua e civilização francesa na Cité
Universitaire.
Volta
a Ohio State University para continuar os estudos de arte dirigidos
por G. I. Bill e licencia-se em Junho de 1946.
Frequenta o programa
de graduação e é contratado como instrutor.
Os seus quadros são
essencialmente abstracções geométricas seguindo-se depois pinturas
semi-abstractas de inspiração cubista.
Em
1949 conclui a graduação na Ohio State University, onde permanece
como instrutor até 1951.
Em 1949, casa com Isabel Wilson, mas
divorcia-se em 1965.
Participa em várias exposições colectivas na
Chinese Gallery, em Nova Iorque.
Faz a primeira exposição
individual na Carlebach Gallery, em Nova Iorque.
Nos seus trabalhos,
faz referências a Frederic Remington e Charles W. Peale num estilo
cubista. A sua obra torna-se gradualmente mais solta, mais
expressionista.
Faz
montagens de objectos fundidos e gravados em madeira, representando
cavalos, cavaleiros com armaduras e índios. Os mesmos temas são
utilizados na pintura que flutua entre o expressionismo e o cubismo.
Muda-se
para Cleveland em 1951, onde trabalha como gráfico, projectista,
decorador de montras e desenhador em folha metálica.
Faz três
exposições individuais na John Heller Gallery, Nova Iorque.
Nascem
os seus dois filhos, David Hoyt Lichtenstein e Mitchell Wilson
Lichtenstein.
Lichtenstein
concentra-se na pintura de temas americanos, empregando de forma
exploratória o expressionismo e a abstração e pinta construções
em madeira.
Em 1956, faz uma litografia humorística de uma nota de dez dólares, numa forma rectilínea, uma espécie de nota falsa: proto-Pop.
Em 1956, faz uma litografia humorística de uma nota de dez dólares, numa forma rectilínea, uma espécie de nota falsa: proto-Pop.
Pinta
num estilo expressionista abstracto não figurativo. Ocasionalmente
faz desenhos de imagens de personagens já desenhados ( Mickey, Pato
Donald e outras figuras Disney).
Faz
uma exposição individual em 1958 na Condon Riley Gallery, Nova
Iorque. Pinturas em expressionismo abstracto.
É
nomeado professor assistente, em 1960, do Douglass College, Rutgers
University, Nova Jersey.
Muda-se para Highland Park, Nova Jersey.
Conhece Robert Watts, Claes Oldenburg, Jim Dine, Robert Whitman,
Lucas Samaras e George Segal. O ambiente e os acontecimentos
artísticos voltam a despertar-lhe o interesse pelas imagens
proto-Pop.
Em
1961, começa as primeiras pinturas Pop: imagens e técnicas
inspiradas na aparência de impressão comercial.
Lentamente passa a
desenhar de lápis para a pintura a óleo directamente sobre a tela.
Começa a usar as imagens da publicidade que sugerem consumismo e
trabalhos domésticos.
No Outono do mesmo ano, coloca várias
pinturas novas na Leo Castelli Gallery, em Nova Iorque. Algumas
semanas mais tarde, vê na mesma galeria trabalhos de Andy Warhol
usando também imagens da banda desenhada. (Castelli reconhece
Lichtenstein como artista e rejeita Warhol.)
Em
1962, faz uma exposição individual na Leo Castelli Gallery.
Fez parte do "The New Paintings of Common Objects" (Novas
Pinturas de Objetos Comuns), no Pasadena Art Museum, a primeira
exposição num museu centrada na arte Pop. Esteve também presente
nos "New Realists" (Novos Realistas) exposição que teve
lugar na Sidney Janis Gallery, Nova Iorque.
No
ano de 1962 seus trabalhos são inspirados nos de Picasso e de Piet
Mondrian.
Em
1963 participa na "Six Painteirs and the Object" (Seis
pintores e o objeto) no Solomou R. Guggenheim Mascam, Nova Iorque.
Exposições individuais na Leo Castelli Gallery; na Ileana Sonnabend
Gallery, Paris, na Ferus Gallery, Los Angeles e na II Punto Galeria,
em Turim.
É concedida a Lichtenstein, a licença de um ano na
Universidade de Rutgers. Muda-se de Nova Jersey para Nova Iorque.
Demite-se
da Universidade de Rutgers para se dedicar exclusivamente à pintura.
Faz numerosas exposições, entre as quais uma retrospectiva
(1961-67) na Pasadena Art Museum. A exposição retrospectiva viaja
por Minneapolis, Amestrerdão, Londres, Berna e Hanover.
Casa-se com
Dorothy Herzka.
Faz
pinturas e esculturas em cerâmica de cabeças femininas, inspiradas
na banda desenhada da adolescência. Paisagens. Pinta monumentos ou
clichés de arquitectura.
Em
1966 faz pinturas modernas usando imagens dos anos trinta.
Em 1969,
passa duas semanas nos estúdios da Universal Films, em Los Angeles,
como artista-residente, para fazer um filme sobre o mar para a
exposição "Art and Technology" (Arte e Tecnologia) no Los
Angeles County Museum of Art.
Trabalha em Nova Iorque com Joel
Freedman da Cinnamon Productions, fazendo experiências com filmes.
|
Faz
nova exposição retrospectiva dos trabalhos (1961-1969) no Solomon E.Guggenheim Museum, a qual viaja depois para Kansas City, Seattle,
Columbus e Chicago.
Expõe
a "New York Painting and Sculpture: 1945-l970" (Pintura e
escultura de Nova Iorque: 1945-1970) no Metropolitan Museum of Art,
Nova Iorque.
Em
1970, muda-se para Southampton, Long Island.
Pinta quatro grandes
murais com pinceladas para a Faculdade de Medicina da Universidade de
Dusseldorf.
Foi eleito para a Academia Americana de Arte e Ciência.
Dois dos seus filmes sobre o mar são exibidos na "Expo'70"
de Osaka, Japão.
Numerosas
exposições individuais em galerias (Espelhos, Entablamentos e Tromp
l'oeil) e outras obras de arte (Surrealismo, Futurismo,
Expressionismo, Estúdios do Artista).
Em 1979 executa para a
escultura pública do National Eudowment for the Arts: "Mermaid",
uma escultura de dez pés de altura feita em aço e betão para o
Theater of the Perfoming Arts, Miami Beach, Florida.
No
mesmo ano, é eleito membro da Academia Americana e Instituto das
Artes e Letras.
Em
1981 faz outra exposição retrospectiva, desta vez das obras da
década de 1970, organizada pelo Saint Louis Museum, que viaja pelos
Estados Unidos, Europa e Japão.
Adquire
em 1982 um atelier num sótão em Manhattan, além do estúdio em
Southampton.
Pinta
o Green Street Mural (Mural da Rua Verde) em 1983, na Leo Castelli
Gallery, 142 Greene Street, Nova Iorque.
Expõe
o Mural with Blue Brushstroke (Mural com Pincelada Azul) em 1986 no
edifício da Equitable Life Assurance Society, em Nova Iorque.
Em
1987 exibe uma retrospectiva de desenhos no Museum of Modern Art,
Nova Iorque. (Também exposta em Francfurt, em 1988.)
Participa
em 1990 do "High and Low: Modern Art and Popular Culture",
no Museum of Modern Art, em Nova Iorque. "One-man show" nas
galerias Ernst Beyeler, em Basileia, Daniel Templon, em Paris, e Hans
Strelow, em Düsseldorf.
Em
1993 faz grande exposição de retrospectiva no Solomon R. Guggenheim
Museum, em Nova Iorque, tendo sido depois exibida em Los Angeles,
Montreal, Munique, Hamburgo, Bruxelas e Columbus, em Ohio (terminando
em 1996).
Roy
Lichtensten morre a 29 de Setembro de 1997, em Nova Iorque.
segunda-feira, 11 de maio de 2015
Maya Plisetskaya
A bailarina e coreógrafa russa , considerada uma das referências da dança do século XX,faleceu a semana passada em Munique, aos 89 anos, em consequência de um ataque cardíaco.
Maya Plisetskaya nasceu em Moscovo em 1925 no seio de uma família com ligações às artes, em particular à dança, que começou a praticar aos três anos.
Aos nove anos ingressou no Bolshoi Ballet School e aos 18 anos foi eleita primeira bailarina daquele teatro.
Considerada a criadora de algumas das inovações coreográficas e interpretativas mais importantes das últimas décadas, Maya Plisetskaya dançou durante meio século, sendo “A morte do cisne”, “Bela Adormecida” e uma versão moderna para “Bolero”, de Ravel, algumas das interpretações mais memoráveis.
Yury Grigorovich, Roland Petit e Alberto Alonso foram alguns dos coreógrafos que criaram coreografias para Maya Plisetskaya.
No dia do 70º. aniversário, em 1995, a bailarina estreou a coreografia “Ave Maya”, que Maurice Béjart criou para ela.
Oriunda de uma família judia, o pai foi morto pelo regime de Estaline em 1938 e a mãe foi enviada para trabalhos forçados no Cazaquistão, acusada de traição à União Soviética.
Nos anos 1990, Maya Plisetskaya obteve nacionalidade espanhola depois de ter dirigido o Ballet Clássico Nacional de Espanha.
Em 2005 foi distinguida com o Prémio Príncipe das Astúrias das Artes de Espanha. O júri deste prémio sublinhava a importância do trabalho de Maya Plisetskaya: “Transformou a dança numa forma de poesia em movimento”.
Antes, a bailarina tinha sido directora artística do Ballet Ópera de Roma.
Em 1994 fundou o Ballet Imperial Russo.
Maya Plisetskaya vivia na Alemanha desde a década de 1990 e era casada com o compositor Rodion Shchedrin.
"A Morte do Cisne" é um curto bailado a solo, baseado no 13º andamento, "O Cisne", da suite O Carnaval dos Animais, que o compositor francês Camille Saint-Saëns compôs em 1886. O bailado foi criado pelo coreógrafo e bailarino russo Mikhail Fokine, a pedido da bailarina, também russa, Anna Pavlova, e foi estreado em 1905.
Escolhi este vídeo, não só por ser uma das peças em que Maya mais se distinguiu, como por nele ser muito evidente um pormenor que muitas vezes é esquecido - a importância dos braços na dança, mas principalmente na dança clássica.
Claro que na dança é com os pés que é mostrado o virtuosismo dos seus intérpretes; mas a forma como os braços acompanham o movimento do corpo é fundamental.
E aqui, neste vídeo é magistral a forma como Maya Plisetskaya o faz.
Simplesmente soberbo.
Publicada por
João Roque
à(s)
22:03
16 comentários:
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dança,
espectáculo,
música,
personalidades,
vídeo
domingo, 3 de maio de 2015
Cruise Patrol
E que tal uma curta de animação, muito, mesmo muito original?
Cruise Patrol from House of Secrets on Vimeo.
On a long and dusty road a routine cruise patrol takes an unexpected turn and spirals totally out of control...
Direction and edit
Bobby de Groot
Arjan van Meerten
Cruise Patrol from House of Secrets on Vimeo.
On a long and dusty road a routine cruise patrol takes an unexpected turn and spirals totally out of control...
Direction and edit
Bobby de Groot
Arjan van Meerten
Publicada por
João Roque
à(s)
14:43
10 comentários:
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Etiquetas:
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curiosidades,
GLBT,
vídeo
segunda-feira, 27 de abril de 2015
Prémio Blog Carreira
Vamos começar pelo princípio...
Em finais de Março um blog que eu não sigo - e mais adiante explicarei a razão porque não sigo muitos dos blogs que existem na blogosfera e que nada tem de pessoal, é óbvio - o blog "Namoro com um Pop Star", da autoria do Namorado, resolveu promover um concurso a que deu o nome de CIGNO - LGBT Blog awards 2015
em diversas categorias e que durante certo tempo foram sendo votados pelos seguidores desse blog, ao fim do qual foram seleccionados os cinco blogs mais votados em cada uma delas, para uma votação final que atribuía os prémios.
Embora não seguisse o blog, o Namorado teve a amabilidade de me informar por mail que o meu blog tinha sido nomeado em três categorias: Melhor Blog Informativo, Melhor Blog de Viagens, Cultura ou Lifestyle e Blog Carreira.
Um parêntesis para afirmar que eu, e em concordância com o que li no blog Dezanove, não concordo muito em chamar praticamente todos os blogs que foram votados, como blogs LGBT, pois apenas a maior parte deles foca por vezes, uns mais, outros menos, assuntos relacionados com o mundo LGBT.
Por exemplo não considero o meu blog um blog LGBT, e considero sim o Dezanove, um blog LGBT.
São sim blogs, que na sua quase totalidade pertencem a autores homossexuais, alguns mais expostos que outros, mas que têm muitas postagens que nada têm a ver com esses assuntos.
É um ponto de vista que não pretendo, note-se, seja aceite por toda a gente.
Mas não fui de forma alguma, inviabilizar, a iniciativa, aceitando de bom grado as nomeações.
E agora outro parêntesis para explicar não seguir muitos dos blogs que foram aparecendo ultimamente na blogosfera: eu estou há quase 10 anos por aqui e já assisti ao auge da blogo, antes das redes sociais fazerem uma autêntica razia entre os muitos e muito interessantes blogs que havia. Claro que alguns resistiram, mudando de estratégia para se aguentarem, como eu fiz.
Mas sigo muitos blogs ainda, portugueses e doutros países, e de variadas configurações, e quando digo sigo, é mesmo lê-los ou vê-los, e se na grande maioria dos casos, porque são blogs informativos, não os comento, também há ainda muitos que vou comentando, se vejo interesse nisso.
Ora isto toma-me muito tempo, principalmente três ou quatro blogs que me trazem muita informação que aproveito num dos meus hobbies favoritos na net e que é o Pinterest, no qual tenho uma página composta por 351 álbuns (o máximo permitido) e que é seguido por quase 8000 pessoas de todo o mundo.
Assim sendo não acrescento mais blogs ao meu Feedly, a não ser quando alguém visita o meu canto e o começa a seguir e eu não posso ser descortês, e com um mínimo de qualidade, sigo também esse blog.
E, apesar de, como disse acima, não conhecer muitos dos blogs envolvidos nesta iniciativa, conheço e sigo uma série deles:"Um Deus caído do Olimpo", "Rapaz a limpo", "No limite do oceano", "As aventuras de Mark", "Dezanove", "Vírgulas do Destino", "Time Out", "Blog do Silvestre", "Dois Coelhos", "Mas tu és tudo e tivesse eu casa tu passarias à minha porta", "Good blog, bad blog", "Um voo cego a nada", e os agora parados "Good friends are hard to find" e "Mélange".
Parece que o Namorado teve uma ideia bastante original e interessante para anunciar os premiados na noite de ontem e que consistiu em fazer uma "Gala" on line, e assim assegurou a presença de vários convidados e outros participantes de diferentes locais.
Não assisti, mas parece ter corrido muito bem.
Em finais de Março um blog que eu não sigo - e mais adiante explicarei a razão porque não sigo muitos dos blogs que existem na blogosfera e que nada tem de pessoal, é óbvio - o blog "Namoro com um Pop Star", da autoria do Namorado, resolveu promover um concurso a que deu o nome de CIGNO - LGBT Blog awards 2015
em diversas categorias e que durante certo tempo foram sendo votados pelos seguidores desse blog, ao fim do qual foram seleccionados os cinco blogs mais votados em cada uma delas, para uma votação final que atribuía os prémios.
Embora não seguisse o blog, o Namorado teve a amabilidade de me informar por mail que o meu blog tinha sido nomeado em três categorias: Melhor Blog Informativo, Melhor Blog de Viagens, Cultura ou Lifestyle e Blog Carreira.
Um parêntesis para afirmar que eu, e em concordância com o que li no blog Dezanove, não concordo muito em chamar praticamente todos os blogs que foram votados, como blogs LGBT, pois apenas a maior parte deles foca por vezes, uns mais, outros menos, assuntos relacionados com o mundo LGBT.
Por exemplo não considero o meu blog um blog LGBT, e considero sim o Dezanove, um blog LGBT.
São sim blogs, que na sua quase totalidade pertencem a autores homossexuais, alguns mais expostos que outros, mas que têm muitas postagens que nada têm a ver com esses assuntos.
É um ponto de vista que não pretendo, note-se, seja aceite por toda a gente.
Mas não fui de forma alguma, inviabilizar, a iniciativa, aceitando de bom grado as nomeações.
E agora outro parêntesis para explicar não seguir muitos dos blogs que foram aparecendo ultimamente na blogosfera: eu estou há quase 10 anos por aqui e já assisti ao auge da blogo, antes das redes sociais fazerem uma autêntica razia entre os muitos e muito interessantes blogs que havia. Claro que alguns resistiram, mudando de estratégia para se aguentarem, como eu fiz.
Mas sigo muitos blogs ainda, portugueses e doutros países, e de variadas configurações, e quando digo sigo, é mesmo lê-los ou vê-los, e se na grande maioria dos casos, porque são blogs informativos, não os comento, também há ainda muitos que vou comentando, se vejo interesse nisso.
Ora isto toma-me muito tempo, principalmente três ou quatro blogs que me trazem muita informação que aproveito num dos meus hobbies favoritos na net e que é o Pinterest, no qual tenho uma página composta por 351 álbuns (o máximo permitido) e que é seguido por quase 8000 pessoas de todo o mundo.
Assim sendo não acrescento mais blogs ao meu Feedly, a não ser quando alguém visita o meu canto e o começa a seguir e eu não posso ser descortês, e com um mínimo de qualidade, sigo também esse blog.
E, apesar de, como disse acima, não conhecer muitos dos blogs envolvidos nesta iniciativa, conheço e sigo uma série deles:"Um Deus caído do Olimpo", "Rapaz a limpo", "No limite do oceano", "As aventuras de Mark", "Dezanove", "Vírgulas do Destino", "Time Out", "Blog do Silvestre", "Dois Coelhos", "Mas tu és tudo e tivesse eu casa tu passarias à minha porta", "Good blog, bad blog", "Um voo cego a nada", e os agora parados "Good friends are hard to find" e "Mélange".
Parece que o Namorado teve uma ideia bastante original e interessante para anunciar os premiados na noite de ontem e que consistiu em fazer uma "Gala" on line, e assim assegurou a presença de vários convidados e outros participantes de diferentes locais.
Não assisti, mas parece ter corrido muito bem.
Na apresentação do último prémio, o
Blog Carreira, a cargo do anfitrião, o Namorado, este deixou as
seguintes palavras: "Este prémio tende a distinguir aquele que mesmo
contra todas as adversidades existentes, conseguiu continuar presente
na blogosfera de uma forma sistemática e sem interrupçao de maior.
A verdade é que a blogosfera é imensa. Ao contrário do que era
desejável, nascem muitos blogs, que cedo são abandonados. Um blog é
uma relação. É exigente. Tem que ser alimentado frequentemente
para não ficar estagnado no tempo. Os nomeados nesta categoria, mais
do que resistentes da blogosfera tendem a ser um exemplo para muitos
de nós, demonstrando-nos que é possível ter um projecto duradouro.
Exibem uma longevidade que muitos pensam não ser possível. Estes
blogs já se confundem com as pessoas que os escrevem, porque são
parte integrante do ADN destes autores. São uma extensão da sua
materialidade e alma. Vivem por si guardando no seu arquivo,
momentos. E estando reconhecido, pessoalmente pelo trabalho que estes
bloggers desenvolvem e desenvolveram ao longo destes anos é com o
maior orgulho que entrego este prémio nesta categoria".
E foi nesta categoria que o meu blog venceu
o "Whynotnow", é realmente um blog com alguma história, mas tenho pena que pelo menos dois outros blogs tão antigos ou mesmo mais não tivessem sido seleccionados: "Um voo cego a nada" e "André Benjamim".
Não vou negar, seria hipocrisia da minha parte fazê-lo, que me deu satisfação este prémio e devo agradecer penhoradamente a todos aqueles que votaram no meu blog e está claro ao autor da iniciativa - o Namorado.
Uma palavra para o autor do design dos prémios, muito bonitos e elegantes e que de agora em diante figurará no meu blog, com justificado orgulho.
quarta-feira, 22 de abril de 2015
Jean-Michel Basquiat
Jean-Michel Basquiat foi um artista americano, nascido em Nova Iorque em 1960.
Ganhou popularidade primeiro como um pintor de graffitis na cidade onde nasceu e depois como neo-expressionista.
As pinturas de Basquiat ainda são influência para vários artistas e costumam atingir preços altos em leilões de arte.
Basquiat tinha ascendência porto-riquenha por parte de mãe e haitiana por parte de pai.
Desde cedo mostrou uma aptidão incomum para a arte e foi influenciado pela mãe, Matilde, a desenhar, pintar e a participar em actividades relacionadas com o mundo artístico.
Em 1977, aos 17 anos, Basquiat e um amigo, Al Diaz, começaram a fazer graffitis em prédios abandonados em Mannhantan.
A assinatura era sempre a mesma: "SAMO" ou "SAMO shit" ("same old shit"), ou, traduzindo, "sempre a mesma merda").
Isso gerou curiosidade nas pessoas, principalmente pelo conteúdo das mensagens graffitadas.
Em Dezembro de 1978, o jornal The Village Voice publicou um artigo sobre os seus graffitis.
O projeto "SAMO" acabou com o epitáfio "SAMO IS DEAD" (SAMO está morto) escrito nas paredes de construções do Soho nova-iorquino.
Em 1978, Basquiat abandonou a escola e saiu de casa, apenas um ano antes de se formar. Mudou-se para a cidade e passou a viver com amigos, sobrevivendo através da venda de camisetas e postais na rua.
Um ano depois, em 1979, contudo, Basquiat ganhou um estatuto de celebridade dentro da cena de arte de East Village em Manhattan pelas suas aparições regulares num programa televisivo.
No fim da década de 1970, Basquiat formou uma banda chamada Gray, com o então desconhecido músico e actor Vincen Gallo. Com o conjunto, tocaram em clubes como Max's Kansas City, CBGB, Hurrahs e o Mudd Club.
Basquiat e Gallo viriam a trabalhar em um filme chamado Downtown 81 (também conhecido por "New York Beat Movie"). A trilha sonora deste tinha algumas gravações raras da Gray.
A carreira cinematográfica de Basquiat também incluiu uma aparição no vídeo "Rapture" da banda Blondie.
Basquiat começou a ser mais amplamente reconhecido em Junho de 1980 quando participou no The Times Square Show, uma exposição de vários artistas patrocinada por uma instituição de nome "Colab".
Em 1981, o poeta, crítico de arte e "provocador cultural" Rene Ricard publicou um artigo em que comentava a sua obra e isso ajudou a catapultar de vez a carreira de Basquiat internacionalmente.
Nos anos consecutivos, Basquiat continuou a exibir sua obra em Nova York ao lado de artistas como Keith Haring e Barbara Cooper.
Também realizou exposições internacionais com a ajuda de galeristas famosos.
Já em 1982, Basquiat era visto freqüentemente na companhia de Julian Shnabel, David Salle e outros curadores, coleccionadores e especialistas em arte que seriam conhecidos depois como os "neo-expressionistas".
Ele começou a namorar, também, uma cantora desconhecida na época, Madonna.
Neste mesmo ano, conheceu Andy Wharol, com quem colaborou ostensivamente e cultivou amizade. Dois anos depois, em 1984, muitos de seus amigos estavam preocupados com o seu uso excessivo de drogas e o seu comportamento paranóico.
Basquiat, então, já estava viciado em heroína.
No dia 10 de fevereiro de 1985, Basquiat foi capa da revista do The New York Times, numa reportagem dedicada inteiramente a ele.
Com o sucesso, foram realizadas diversas exposições internacionais em todas as maiores capitais europeias.
Basquiat morreu de um cocktail de drogas (uma combinação de cocaína e heroína conhecida popularmente como "speedball") no seu estúdio, em 1988.
Após a sua morte, um filme que tinha o seu nome contando a sua biografia, foi dirigido por Julian Schnabel e com o actor Jeffrey Wright no papel de Basquiat.
quinta-feira, 16 de abril de 2015
Doce Pássaro da Juventude
Vou dizer por palavras minhas muito pouco sobre esta peça produzida pelos Artistas Unidos e em exibição no S.Luiz, aqui em Lisboa.
Apenas referir que achei a peça soberba em todos os aspectos, que considero Maria João Luiz uma das melhores acrizes da actualidade, que vejo Rúben Gomes a melhorar de papel para papel, que é admirável ver um actor como Américo Silva.
E dizer que acima de tudo e num resumo demasiado simplista e talvez demasiado redutor, que é uma peça sobre essa tenebrosa palavra: o TEMPO.
De resto deixo um apontamento que
transcrevo do programa:
"Uma actriz (Alexandra Del Lago) que
envelhece e enfrenta o desastre de uma vida, longe dos doces anos da
sua juventude. Um rapaz( Chance Wayne) que a conduz de volta à sua
terra natal. É domingo de Páscoa, mas nada vai ressurgir, não
haverá ressurreição. Mas todos procuram voltar a um passado feliz
que um dia teve lugar. Enquanto decorre uma sórdida manobra
política. Uma das peças mais secretas (e problemáticas*) de
Tennesse Williams – e como tantas vezes a derrota perante o tempo,
o derradeiro voo do pássaro da juventude?"
Mas deixo sobretudo um texto absolutamente genial de Jorge Silva Melo, que a propósito desta peça vai além dela e presta uma maravilhosa homenagem aos seus artistas.
Mas deixo sobretudo um texto absolutamente genial de Jorge Silva Melo, que a propósito desta peça vai além dela e presta uma maravilhosa homenagem aos seus artistas.
Mas convém não esquecer aquilo que a modéstia de Jorge Silva Melo
não lhe permite escrever: sem ele não teríamos esta magnífica
companhia de teatro tão bem denominada Artistas Unidos, sem ele, o
teatro português estaria incomensuravelmente mais pobre.
Por isso
mesmo, muito obrigado Jorge Silva Melo.
São tão extraordinários, tão dotados, tão únicos os actores com quem há anos venho trabalhando uma, duas, só três ou quatro vezes, é tão extraordinária a liberdade e a integridade conseguidas nestes já quase 20 anos dos Artistas Unidos. E estava a ver as rugas começarem a surgir, os cabelos brancos a aparecer e pensei: não quero que estes actores a quem tudo devo, a vida, a arte, o amor, tudo, a vida de todos os dias, não quero que percam aqueles papéis que foram escritos para eles, não quero deixar passar o tempo, quero ver a Maria João Luís, quero ver a Catarina Wallenstein, sim, quero ver o Rúben Gomes, quero ver o Américo Silva, quero ver a Isabel Muñoz Cardoso, quero ver a Vânia Rodrigues e o Nuno Pardal e o Tiago Matias e o João Vaz, estes que se têm juntado a nós, sim, quero vê-los decifrarem comigo as tortuosas peças de Tennesse Williams, aqueles papéis que só podem fazer agora, agora que o doce pássaro da juventude lançou voo.
Comovi-me quando li o meu adorado Peter Stein dizer ao jornal Público “nunca quis ser encenador quando era novo, quero só ajudar uns actores”. É tal qual: ajudar uns actores que admiro, encontrar teatros, dinheiro, tempo, colegas, roupas para eles nos darem o que só os actores sabem, lágrimas, risos, suores, no fundo, abraços estreitos durante a noite.
E assim nasceu esta ideia de revisitar Tennesse Williams, fazer “Gata em Telhada de Zinco Quente” em 2014, “Doce Pássaro da Juventude” agora, “A Noite da Iguana” lá mais para a frente, peças de outros tempos, de outros palcos, peças que saberei ajudar a fazer, peças que, garanto, foram escritas aguardando os seus corpos, estas vozes.
Pois só isso agora desejo: ajudar a fazer.
E que cada espectador possa guardar dentro de si a ousadia destes artistas cuja disponibilidade não sei se merecemos.
Assim, voltamos a ver aqui no “Doce Pássaro da Juventude” quase todos os actores com quem trabalhei “Gata em Telhado de Zinco Quente” que estreámos em Setembro de 2014 em Viseu e andou pelo país. E mais alguns que a nós se juntam. Como se fôssemos uma companhia fixa, tivéssemos salas de ensaio, programássemos horas e dias, temporadas e trabalhos. Porque os actores têm dentro de si inesperadas personagens, máscaras, poesias.
Estreada em Nova Iorque em 1959 com encenação de Elia Kazan* e interpretação de Geraldine Page, Paul Newman e Rip Torn, “Doce Pássaro da Juventude” que Richard Brooks filmou em 1962 com quase todo o elenco original
é uma peça desequilibrada, poderosa, desarrumada, insólita em que Williams se debate com as convenções da sua Broadway e avança para campos apenas entrevistos*. Joga técnicas consideradas impossíveis, escreve um primeiro acto que é em si mesmo uma longa peça de duas personagens, desenvolve no segundo personagens e temas imprevistos, abandona personagens, são duas horas de vertigens várias, dolorosas.
E mais uma vez pede ao espectador que partilhe um segredo. “Eu não vos peço piedade, só peço a vossa compreensão – não, nem isso – não. Apenas que me reconheçam a mim dentro de vós próprios, e ao inimigo, o tempo, em todos nós.”, diz Chance Wayne e podia acrescentar com o imenso Baudelaire “hypocrite lecteur, mon semblable, mon frère”.
Talvez seja esse o seu apelo, tratar-nos como irmãos.
Mas será possível devolver ao teatro aquilo que aparentemente o cinema fixou? Será possível voltar a estas peças sem as cores esplendorosas de Hollywood? Será possível a St,Cloud (cidade onde a peça se desenrola) sem Kazan nem Richard Brooks? Será possível ver outra vez Alexandra Del Lago e Chance Wayne e ver como eles falam mesmo de nós, da nossa cobardia, dos nossos medos, do tal “tempo que passa por cima de nós”? Será possível voltar a pôr no palco estes dilemas, esta ansiedade, esta sofreguidão?
Olha, é uma aposta. E aqui estamos”.
* - não percam a leitura deste
magnífico texto da autoria de Carlos Marques da Silva
Publicada por
João Roque
à(s)
16:26
12 comentários:
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sábado, 11 de abril de 2015
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