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Pessoal e transmissível
Revi hoje numa autêntica maratona os seis episódios da série “Angels in America”,realizada em 2003 pelo director Mike Nichols, num argumento adaptado da sua própria obra, do dramaturgo Tony Kushner.
A acção passa-se no ano de 1985, no auge da epidemia da SIDA, na América republicana de Reagan, e gira à volta de dois personagens infectados pelo vírus, um jovem homossexual (Justin Kirk), enamorado de um judeu progressista e de um conhecido advogado (Al Pacino), influente e perfeitamente obcecado por atingir os seus fins, nem sempre os mais lícitos.
À volta destas personagens gravitam inúmeras outras personagens,algumas delas representadas pelo mesmo actor ou actriz.
Entre elas, duas enormes actrizes, Emma Thompson e Meryl Streep ( esta interpretando entre outras o papel da espia comunista executada na cadeira eléctrica Ethel Rosenberg e até um velho rabi); também Emma Thompson se desdobra em três diferentes papéis.
Um outro actor que muito me surpreendeu, pela positiva foi Jeffrey Wright, interpretando um enfermeiro gay deveras esteriotipado. Também no elenco Patrick Wilson, então no início da sua carreira, Bem Shenkman e Mary-Louise Parker.
Se nas soberbas interpretações reside grande parte do êxito da série, também o argumento salienta os problemas que a SIDA levantou naqueles tempos na comunidade homossexual, e tem acma de tudo uma feroz critica ao conservadorismo político nos EUA, mormente entre os republicanos. A vertente religiosa também é bastante mencionada, principalmente no que respeita à religião mormon.
Embora não simpatizando muito com os americanos, devo reconhecer que nenhum povo tem a capacidade de se auto criticar, como eles o fazem .
É um filme com uma temática fortemente marcada pela homossexualidade, em que não reina a hipocrisia, nem a meia palavra. É suficientemente cru e duro para ser eficaz.
Fica um extracto de imagens, embora me apetecesse pôr aqui a série toda (mais de 5 horas…)
Nem sempre podemos expressar num português corrente, aquilo que nos apetece dizer, ou porque estamos na presença de pessoas que respeitamos muito, ou por estarmos em locais mais reservados.
Sendo assim, aqui estão alguns exemplos de como devemos dizer o mesmo com palavras nada ofensivas e que até podem provocar uma admiração pela forma elegante como as usamos:
"Deglutir o batráquio" (Engolir o sapo)
"Colocar o prolongamento caudal no meio dos membros inferiores" (Meter o rabo entre as pernas)
"Sequer considerar a possibilidade de fêmea bovina expirar forte contracções laringo-bucais" (Nem que a vaca tussa)
"Retirar o filhote de equino da perturbação pluviométrica" (Tirar o cavalinho da chuva)
a melhor de todas......aprendam
"Sugiro veementemente a Vossa Excelência que procure receber contribuições inusitadas na cavidade rectal"
(Vá levar no cú)
E porque de palavras falamos que tal deliciar-nos com o inesquecível Mário Viegas numa das suas mais célebres declamações…
Sou muito crítico a esta Igreja , pois sendo os seus membros , seres humanos, são naturalmente passíveis de errar, de serem pecadores…Que absurdo eu ir confessar os meus pecados (quem os não tem?) a um homem que pode ser mais pecador que eu; e que poderes tem ele para me “absolver”? Os meus pecados “confesso-os” pelo arrependimento, directamente a Cristo. E quantos pecados, ao longo dos séculos, tem tido esta Igreja!!! Basta históricamente pensar na “evangelização” do novo mundo, com o extermínio dos "ímpios" indigenas; na autêntica desgraça que foi a Inquisição, na devassidão dos papados renascentistas e para chegar aos tempos de hoje com os escândalos da pedofilia, da continuidade da não aceitação do uso do preservativo, de tanta coisa que é ocultada, e remetida para um canto de “coisas menores”, para uma ostentação escandalosa num mundo de miséria, eu sei lá…
E assim chegamos ao actual Papa, um cardeal alemão de seu nome Ratzinguer, com obscuras ligações passadas no tempo da guerra e que, com um ar profundamente hipócrita, na sua voz terrivelmente cínica, vai pedindo perdão disto e daquilo sem assumir os seus erros, de omissão de casos de pedofilia, de condenação, no próprio continente africano do uso do preservativo, sabendo que a SIDA dizima milhões de pessoas naqueles lugares e não prescindindo dos luxos do Vaticano. Já conheci vários Papas, desde o Cardeal Pacelli, depois Pio XII, que só a minha tenra idade não deu para perceber que foi um péssimo Papa (lembro-me de em criança, ter medo da sua cara), depois o bondoso Cardeal Roncalli, João XXIII, o único que recordo com sincera saudade, passando pelo astuto e político Cardeal Montini, que conquistou o Papado à custa de uma autêntica campanha eleitoral, tornando-se Paulo VI; depois , qual estrela cadente, pairou no Vaticano uma esperança que foi o Cardeal Luciani, João Paulo I e cuja morte ainda está encoberta em mistério até nos tempos mais modernos termos tido o polaco Woytilla, João Paulo II, que colmatou muito dos seus pragmatismos (preservativo, aborto, homossexualidade), com uma extrema bondade.
De Bento XVI, que agora nos visita, já se falou demais em tão pouco tempo, e por variadas e menos boas razões. Não vou “bater mais no ceguinho” e apenas reafirmo que é um homem que não honra o Papado e que só os católicos completamente dogmáticos aceitam com satisfação. A sua visita é para mim perfeitamente vazia de sentido. Apenas lamento que o Estado português, que é um estado (ou deveria ser) laico, tanto empenho mostre nesta visita, mormente pela parte do PR, que servilmente o acompanhará por onde ele passe.
Que passe muito bem, mas que passe depressa.
Houve uma certa renovação dos presentes, e houve, como o ano passado as desistências de última hora, que são sempre desagradáveis pois aparecem após terem sido comunicados o número de presenças às senhoras do restaurante, a quem assegurámos na quinta feira 39 presenças, e que apenas foram realmente 33 (mais duas, após o jantar); um agradecimento ao Restaurante Guilho, que não nos exigiu mais dinheiro por isso e nos apresentou um excelente jantar. Caso haja próximo jantar, o local será o mesmo,pelas condições oferecidas, e apenas se tentará modificar um pouco a forma de estar com mais alguma mesa, sem quebrar a alternância de lugares que permite um convívio mais abrangente.
Conheci mais gente, tive saudades de muita gente, mas é sempre difícil conciliar datas e principalmente distâncias; por isso uma palavra especial para quem veio de propósito de Portimão, de Portalegre e de Coimbra.
A parte final, passada na rua foi super divertida e eram quase duas e meia da manhã quando tudo acabou…
Além de alguns acompanhantes, estiveram presentes os seguintes blogs: Ângelo no País das Maravilhas, Secret Garden,Rabiscos e Garatujas, Percursos, Hydrargirum, Individualmente, Um Voo Cego a Nada, Beijinhos Embrulhados, Vícios e Realidades, United States of Whatever, Não Sei o que Vai Ser Isto…, Sinestesia, Sinfonia do Horizonte, Amor, Feminismo e Arte, O Melhor de Dois Mundos, Take.It. Isa, Detrás do Véu, Tong Zhi, Blog do Carametade, Comyxtura, e claro Felizes Juntos e Whynotnow; apareceram mais tarde HowThe Engine Trobs e Ophi-3.
A todos um imenso e muito amigo OBRIGADO!