terça-feira, 5 de agosto de 2008

Claro ou escuro




“Para mim, não tenho qualquer dúvida: os heterossexuais aceitam a homossexualidade teórica, a «causa humanitária» dos gays, mas, se não forem gays, tanto melhor…
E se o forem apenas a «tempo parcial», porque não deixar a «parte obscura» escondida?
Aberto à sociedade apenas deve ser o «normal» e o maioritário, o dominante, aquilo que se pode expor sem medo; para o resto, é melhor o silêncio.”

Esta é uma citação de Vicente Molina Foix, conhecido escritor catalão, actor e realizador de um interessante filme - “Sagitário”, assumidamente homossexual e está inserido num excelente texto publicado na Zero, acerca do “Outing”, que difere da saída do armário, por ser feita por terceiros, normalmente acerca de pessoas conhecidas…
Se esta é a opinião de uma pessoa bem conhecedora da sociedade actual, e neste caso da sociedade espanhola, muito mais avançada que a nossa, questiono-me o que pensará a sociedade portuguesa, tão homofóbica como continua a ser, pese embora os pequenos passos que têm sido dados…
(foto de Paulo César)
Uma adenda par enviar um beijo e um imenso ao Déjan, que hoje festeja o seu 31º. aniversário.

sábado, 2 de agosto de 2008

For you, my love


The first time, ever I saw your face
I thought the sun rose in your eyes
And the moon and the stars
Were the gifts you gave
To the dark, and the endless skies
My Love.
And the first time, ever I kissed your mouth
I felt the earth move in my hands
Like the trembling heart
Of a captive bird
That was there, at my command
My Love.
And the first time, ever I lay with you
I felt your heart so close to mine
And I knew our joy
Would fill the earth
And last, til the end of time
My Love.
The first time, ever I saw
Your face


Every time I listen to this song, I remember one September morning when I arrived to Beograd airport and I see you for the firs time; it was an impossible description sensation and during a lot of time no words from our mouths, only a wonderful double smile and a real strong hug .
I have seen this “movie” so many times, my love and I become always touched when I remember it.
This song is for you and you can be sure that I keep having the same emotion, every time I see you again.
Next time it will be at Malpensa airport, in Milan, next 19 October, but it happens all days in my mind, and for ever.
Volim te, chako pako moe!!!

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Saber não ocupa lugar


O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER
Significado: Diz-se da pessoa que não quer ver o que está bem na sua frente. Nega-se a ver a verdade.
Histórico: Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D'Argenrt fez o primeiro transplante de córnea num aldeão chamado Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos para Angel, que assim que passou a ver ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que lhe arrancasse os olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou para a história como o cego que não quis ver.

ANDAR À TOA
Significado: Andar sem destino, despreocupado, passando o tempo.
Histórico: Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está "à toa" é o que não tem leme nem rumo, indo para onde o navio que o reboca determinar. Uma mulher à toa, por exemplo, é aquela que é comandada pelos outros. Jorge Ferreira de Vasconcelos já escrevia, em 1619: - Cuidou de levar à toa sua dama.

ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS
Significado: Lugar longe, distante, inacessível.
Histórico: Como todos sabem, depois de trair Jesus e receber 30 dinheiros, Judas caiu em depressão e culpa, vindo a suicidar-se enforcando-se numa árvore. Acontece que ele se matou sem as botas. E os 30 dinheiros não foram encontrados com ele. Logo os soldados partiram em busca das botas de Judas, onde, provavelmente, estaria o dinheiro. A história é omissa daí para afrente. Nunca saberemos se acharam ou não as botas e o dinheiro. Mas a expressão atravessou vinte séculos.

QUEM NÃO TEM CÃO CAÇA COM GATO
Significado: Ou seja, se você não pode fazer algo de uma maneira, faz de outra.
Histórico: Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, adulterou-se. Inicialmente dizia-se "quem não tem cão caça como gato", ou seja, esgueirando-se, astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos.

PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA
Significado: Estar distante, pensativo, alheio a tudo.
Histórico: Esta é bíblica. Como vocês sabem, o bezerro era adorado pelos hebreus quando se afastavam da sua religião e, noutras ocasiões, sacrificados a Deus num altar. Quando Absalão, por não ter mais bezerros, resolveu sacrificar uma bezerra, o seu filho menor, que tinha grande carinho pelo animal, opôs-se. Em vão. A bezerra foi oferecida aos céus e o garoto passou o resto da vida sentado do lado do altar "pensando na morte da bezerra". Consta que meses depois veio a falecer.

NÃO ENTENDER PATAVINA
Significado: Não saber nada sobre determinado assunto. Nada mesmo.
Histórico: Tito Lívio, natural de Patavium (hoje Pádua, na Itália), usava um latim horroroso, originário de sua região. Nem todos entendiam. Daí surgiu o Patavinismo, que originariamente significava não entender Tito Lívio, não entender patavina.

SEM EIRA NEM BEIRA
Significado: Pessoas sem bens, sem posses.
Histórico: Histórico: As casas do Brasil Colonial possuíam telhado formado por três linhas de telhas sobrepostas. Quando chovia, estes planos lançavam as águas para a rua e para o fundo do terreno. Abaixo do telhado, havia detalhes, chamados de eira, beira e entre beira, que serviam não só como adorno, mas também para distinguir as diferentes classes sociais dos proprietários. Quanto mais detalhes, mais rico o dono da casa. Assim, uma casa que não tivesse eira nem beira mostrava a condição humilde de seu dono!

VAI TOMAR BANHO
Significado: Quando alguém aborrece a nossa paciência, dizemos esta frase!
Histórico: Em "Casa Grande & Senzala", Gilberto Freire analisa os hábitos de higiene dos índios versus os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como corolário dos contactos comerciais, o europeu contagiou-se com sífilis e com outras doenças transmissíveis e desenvolveu o medo ao banho e horror à nudez, o que muito agradou à Igreja. Ora, o índio não conhecia a sífilis e lavava-se da cabeça aos pés nos rios, além de usar folhas de árvore para limpar os bebés e lavar no rio as redes nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses, abafado em roupas que não eram trocadas com frequência e raramente lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância aos índios. Então os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos portugueses, mandavam que fossem "tomar banho".

CALCANHAR DE AQUILES
Significado: O ponto fraco de uma pessoa.
Histórico: De acordo com a mitologia grega, Tétis, mãe de Aquiles, a fim de tornar o seu filho indestrutível, mergulhou-o num lago mágico, segurando-o pelo calcanhar. Na Guerra de Tróia, Aquiles foi atingido na única parte de seu corpo que não tinha protecção: o calcanhar.

CASA DA JOANA
Significado: Onde vale tudo, toda a gente pode entrar, mandar, prostíbulo e de lugares em que a bagunça, a farra e a promiscuidade predominavam.
Histórico: Essa frase teve origem no século 14, quando uma mulher abriu uma casa na qual se podia fazer de tudo. Essa mulher, obviamente, chamava-se Joana e era a condessa de Provença e rainha de Nápoles. Em 1347, aos 21 anos, Joana regulamentou os bordéis da cidade de Avignon, onde vivia refugiada. A jovem sempre teve uma vida cheia de confusões. Outra versão, esta brasileira, diz que na época do Brasil Império, mais especificamente durante a menoridade do Dom Pedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam encontrar-se num prostíbulo do Rio de Janeiro, cuja proprietária se chamava Joana. Como esses homens mandavam como queriam no país, ficou a frase .


CONTO DO VIGÁRIO
Significado: Sinónimo de falcatrua e malandragem.
Histórico: Duas igrejas de Ouro Preto receberam uma imagem de santa como presente. Para decidir qual das duas ficaria com a escultura, os vigários contariam com a ajuda de Deus, ou melhor, de um burro. O caso era o seguinte: colocaram o burro entre as duas paróquias e o animalzinho teria que caminhar até uma delas. A escolhida pelo quadrúpede ficaria com a santa. E foi isso que aconteceu, só que, mais tarde, descobriram que um dos vigários havia treinado o burro.


DOURAR A PÍLULA
Significado: Melhorar a aparência de algo.
Histórico: Antigamente as farmácias embrulhavam as pílulas em papel dourado, para melhorar o aspecto dos remédios amargos.

O CANTO DO CISNE
Significado: Representa as últimas realizações de alguém.
Histórico: Dizia-se que o cisne emitia um belíssimo canto pouco antes de morrer.

ESTÔMAGO DE AVESTRUZ
Significado: Quem come de tudo.
Histórico: O estômago do avestruz é dotado de um suco gástrico capaz de dissolver até metais.

LÁGRIMAS DE CROCODILO
Significado: É uma expressão usada para se referir ao choro fingido.
Histórico: O crocodilo, quando ingere um alimento, faz forte pressão contra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele chora enquanto devora a vítima.

MEMÓRIA DE ELEFANTE
Significado: Diz-se que as pessoas que se recordam de tudo têm memória de elefante.
Histórico: O elefante lembra-se de tudo aquilo que aprende, por isso é uma das principais atracções do circo.

OLHOS DE LINCE
Significado: Ver longe.
Histórico: Esses bichos têm a visão apuradíssima. Os antigos acreditavam que o lince podia ver através das paredes.

CUSTAR OS OLHOS DA CARA
Significado: Serve para designar preços exagerados em qualquer relação comercial.
Histórico: Um costume bárbaro de tempos muito antigos deu início ao uso dessa expressão. Consistia em arrancar os olhos de governantes depostos, de prisioneiros de guerra e de pessoas que, por serem influentes, ameaçavam a estabilidade dos novos ocupantes do poder. Pagar alguma coisa com a perda da visão tornou-se sinónimo de custo excessivo, que ninguém poderia pagar. Um dos primeiros a registar o dito foi o escritor romano Plauto (254- 184 a .C.), numa das 130 peças de teatro que escreveu.

TIRAR O PAI DA FORCA
Significado: Ter pressa.
Histórico: Essa frase é atribuída ao facto de Santo António, estando em Pádua, ter que ir apressadamente até Lisboa para livrar o seu pai da forca, lenda muito conhecida que nos legou essa frase que tem tanta actualidade hoje em dia, onde quase toda a gente corre "como quem vai tirar o pai da forca".


SAIR À FRANCESA
Significado: Sair de uma festa ou cerimónia sem se despedir.
Histórico: Pode ter origem num costume francês ou na expressão "saída franca", indicando mercadorias sem impostos, que não precisam ser conferidas. Como os franceses primam justamente pela etiqueta, não concordaram com a frase e mudaram-na para "sair à inglesa". Alguns pesquisadores situam o aparecimento da expressão na época das invasões napoleónicas na Península Ibérica (1810-1812), mas o escritor Nicolau Tolentino de Almeida (1740-1811), cuja poesia satírica visava os usos e costumes de Lisboa, registou-a muito antes nestes versos: "Sairemos de improviso/ despedidos à francesa".

FICAR A VER NAVIOS
Significado: Ficar sem nada.
Histórico: Dom Sebastião, tinha morrido na batalha de Alcácer-Quibir, mas o seu corpo nunca foi encontrado. Por esse motivo, o povo português recusavase a acreditar na morte do monarca. Era comum as pessoas visitarem o Alto de Santa Catarina, em Lisboa, para esperar pelo rei. Como ele não voltou, o povo ficava a ver navios.




terça-feira, 29 de julho de 2008

Passado e presente: 5 - ZERO



A revista "ZERO", é uma publicação mensal espanhola, dedicada especialmente aos leitores gays, a qual assino e vivamente recomendo. O seu conteúdo, de excelente apresentação gráfica, dá-nos a conhecer, sem qualquer tipo de pornografia os reais problemas da população GLBT, não só de Espanha, mas do mundo inteiro. Talvez por haver no país vizinho este tipo de publicações, sérias e acérrimas defensoras dos direitos destas minorias, esteja a Espanha na vanguarda dos direitos adquiridos neste campo. É uma publicação que soube angariar, pelo seu estilo uma multiplicidade de anunciantes de alto poder e representativos de marcas e companhias que sabem onde investem...Encontra-se disponível nalguns pontos de venda especializados em publicações internacionais, embora o seu custo seja algo elevado para o nosso nível de vida. Todavia, a sua assinatura, que tem inclusive um preço especial para Portugal, torna-se muito atractiva. Em números atrasados, foi nesta revista que "saíram do armário", pessoas de índole diversa, tais como um alto posto do exército, um padre, alguns nomes conhecidos dos "media" em diversos campos e tanta gente anónima, que encontra nela a forma de se encontrarem consigo próprios. Infelizmente, não tenho nos tempos mais próximos, a mínima esperança de poder encontrar no mercado nacional a oferta de uma publicação semelhante. É pena, pois com ela seria mais fácil abrir mentalidades retrógradas e esclarecer muita gente da normalidade de "ser diferente".


(Original publicado em 8 de Novembro de 2006)


Adenda actual: Encontra-se desde há dias à venda em Portugal uma revista destinada essencialmente à população LGBT (mas não só), que sem a categoria da Zero, não envergonha ninguém, que é a Com’Out; espero que o nível do segundo número se mantenha ou melhore ainda e que o número de leitores permita que a publicidade actualmente existente se fidelize e possa até aumentar.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Sete palmos de terra (o fim)

“Sete palmos de terra” (six feet under) foi, quanto a mim a mais bem conseguida série de sempre. Baseada num núcleo familiar formado por uma mãe e três filhos: dois rapazes e uma rapariga (já que o chefe de família morre no primeiro episódio), que tem como actividade profissional uma agência funerária à frente da qual estão os dois filhos, sendo o mais novo gay e envolvido sentimentalmente com um polícia negro.
Em cada episódio há, de início, uma morte, e é no meio do desenrolar das actividades fúnebres desse falecimento, que se vão expondo as alegrias, os dramas e os sentimentos de cada um dos personagens, não só dos componentes da família, mas dos outros que lhes estão próximos e dos que vão aparecendo e desaparecendo.
Sem nunca cair no drama profundo, e procurando encarar a morte de uma forma o mais natural possível, as personagens vão-se definindo cada vez melhor e vão-nos mostrando, apesar de todos os problemas, laços familiares profundos.
Retrato de uma América longe das grandes metrópoles, esta série teve cinco partes (seasons), e ao longo de alguns anos ganhou variados prémios, quer como série, quer nas primorosas interpretações.
Vi há pouco aqui o vídeo promocional da 4ª. parte, de longe o mais conseguido dos vídeos promocionais, e lembrei-me de mostrar o final da série, os últimos seis minutos do último episódio da 5ª. parte, em que Claire, a filha, numa viagem de automóvel, vai mostrando o que não podia ser mostrado, por ainda não ter acontecido, principalmente os falecimentos de todos os personagens principais, incluindo o dela própria (exceptuam-se os falecimentos do pai e do irmão mais velho, que aconteceram durante o desenrolar da série).
É um vídeo excelente, comovente e que jamais será esquecido por todos, e foram muitos, os que seguiram esta magnífica série.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Oiçam "isto"...



Este menino, de seu nome Élvio Santiago, consegue quase o impossível: cantar mal e com essa voz apresentar a canção mais estúpida que já ouvi, supostamente moderna no cérebro pequenino do autor, apenas porque tem termos informáticos.
Fui encontrar esta preciosidade no muito interessante blog do amigo Voyager, a quem peço desculpa do "roubo" descarado.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Ainda o caso Maddie


Concordo que o caso está mais que debatido e não deveria voltar a falar no assunto.
Concordo que é revoltante ver toda a amplitude mediática dada a este caso, em comparação a tantos outros dramas idênticos, só porque “aqui” há toda uma máquina monetária muito bem oleada por detrás.
Concordo que sou completamente leigo em matérias legais e não estou assim, à altura de emitir doutos pareceres.
Concordo que apesar de tudo o que critico no meu país, tenho muito orgulho em ser português e fico f*****, quando vejo as pessoas dizerem mal do meu país, sem razão.
Concordo que há um oportunismo imenso no lançamento do livro de Gonçalo Amaral, sobre este caso.
Concordo que, apesar de ser leigo, tenho opiniões, que se baseiam em leituras pessoais do caso e que tais conclusões não são de modo algum favoráveis ao casal, pais da criança.
Concordo, mesmo sem ter lido o tal livro oportunista, e pelos excertos já tornados públicos, que o mesmo põe o dedo em muitas feridas.
Por causa de tanta concordância, acho um tremendo erro da Procuradoria Geral da República, arquivar este processo.
Acho ainda mais, que as “ameaças” de processamento de entidades várias, com realce para o casal, só são formas de atirar areia para os olhos das pessoas.
E acho que há xenofobia institucional da parte de autoridades e media ingleses, nomeadamente no “recuo” estratégico dos laboratórios de Birmingham e na forma como a polícia portuguesa é enxovalhada dia a dia pela imprensa e povo ingleses.Concordo e acho, concluindo, que este é um caso verdadeiramente sórdido, de que a única e verdadeira vítima foi a pequena Maddie.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Passado e presente: 4 - CHAKO PAKO MOE!!!!!!

No passado sábado, durante o pic-nic, revi o velho amigo Lampejo, que na altura do desaparecimento da primeira parte do meu blog, conseguiu, devido às suas enormes capacidades informáticas, recuperar-me a quase totalidade desse blog desaparecido (apenas falta o mês de Maio de 2007), tendo eu comigo apenas meia dúzia de posts; agora, tenho todo o blog recuperado num CD, que ele me entregou.
Claro que faltam algumas fotos e vídeos; e que muitos posts perderam actualidade; mas há alguns que terei muito prazer em repor aqui, o que já comecei a fazer no passado dia 20 de Maio, numa rubrica intitulada “Passado e presente”. Assim aqui vai outro post desse velho blog, datado de 7 de Novembro de 2007.


Não é um grito guerreiro, tão pouco um pedido de ajuda. É tão somente, e numa língua pouco conhecida, o chamamento afectuoso de quem se gosta. Não é vontade minha pessoalizar este blog com posts visando particulares direcções. A excepção fica a dever-se ao desconhecimento da língua portuguesa de alguém que eu muito gostaria que percebesse o sentido destas palavras. Fica o título, esse sim bem perceptível , para esse alguém.

(Volim i ja tebe, Déjan)

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Foi nas Caldas...

Foi ontem, na mata das Caldas, num dia escolhido a dedo quanto à temperatura, em que o Sol fez como que uma pausa, para nos receber fresquinho naquela aprazível cidade.
Por iniciativa do Miguel, lá nos reunimos alguns bloguistas, sós ou acompanhados por quem lhes quer bem…
Foi um muito são convívio, em que a “ementa” preparada com esmero pelo chefe Miguel, inexcedível na forma de receber, aliás muito bem secundado pelo seu simpático “mais que tudo”, foi depois cozinhada por excelentes “chefes” com destaque para o Lampejo que parecia um experimentado maestro a dirigir os grelhados, enquanto o Tongzhi não deixava os seus créditos de bom preparador de sangria por mãos alheias…
E estávamos protegidos de intrusos pelo cão da Jasmim, que foi bom conhecer.
Falou-se, riu-se, “cuscou-se” num ambiente descontraído, amigo e divertido: mais alguns conhecimentos foram feitos, e eu, fiquei a conhecer pessoalmente, além do Miguel, o Mário e os respectivos namorados, todos excelentes pessoas; e conheci o meu homónimo João Galego, que acompanhou os pais e esteve sempre atento, bem disposto e participativo.
O resto do pessoal já eram “velhos” amigos , entre eles a Teresa (uma simpatia), o Catatau sem blog, mas pertencente já a todos ou quase todos os blogs, acompanhado do cada vez mais simpático e comunicativo J.
Uma palavra para a Lídia, que é quase meio blog, do Luís, e que corroborou a excelente ideia que dela já tinha.
Um obrigado ao Paulo e Zé pela boleia e uma palavra final para um velho amigo que reencontrei – o Lampejo! Precisas de aparecer mais, rapaz.; deitar para trás das costas, coisas recentes, que só te trouxeram problemas e vamos lá a reanimar o blog…um enorme obrigado por “aquilo” que me levaste e do qual falarei em próximo texto.
Parabéns, Miguel, mais uma vez, pela iniciativa, pelo trabalho e pela excelente pessoa que mostras ser.

Blogs presentes: Minha Luz, Infinito Pessoal, Felizes Juntos, Antitesesetransparencias,
ilustração : "In the garden" de Pierre-August Renoir(1875)

sábado, 19 de julho de 2008

Penugem

Fiquei "apaixonado" por esta foto.
E fez-me lembrar momentos muito belos, com alguém, que apesar de ausente, está sempre presente...
I miss you, my love, all the ways!!!

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Três "rapidinhas"


Um homem para o carro no semáforo, a caminho de casa, no final de mais um dia de trabalho.
De imediato aparece um pedinte de mão estendida e voz tremula:
- Dá-me dinheiro para eu comer uma sandes..!
- Não!... Já são sete da tarde e depois não jantas!
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Um velhote de 90 anos casa com uma jovem de 20...
Em plena noite de núpcias, o homem vê a jovem muito nervosa e pergunta-lhe o que se passa.
- É que sou virgem e não sei fazer amor!
- Agora é que estamos lixados - diz o velhote, tu não sabes e eu não me lembro!
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Uma Freira velha pediu para escreverem na campa
Nasci virgem, Vivi virgem, Morri Virgem...

O cangalheiro achou que eram muitas palavras e escreveu:

"Devolvida sem ser fodida"
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quarta-feira, 16 de julho de 2008

O Obama já era...


Conto com o vosso voto, não vou desapontar-vos. O teu voto é precioso.

(Falta imperdoável, foi não referir que este vídeo me foi amàvelmente enviado por mail pelo amigo Rui Alexandre)

terça-feira, 15 de julho de 2008

Charlotte Wolff - "Bissexualidade"

Em 1982 comprei um livro que me despertou a curiosidade pelo seu tema e que não me defraudou de maneira alguma. Tratava-se do livro “Bissexualidade” da autoria de Charlotte Wolff, da editora “Perspectivas & Realidades”.
Esta autora nasceu na Alemanha e doutorou-se em Medicina, em 1928, na Universidade de Berlim, onde exerceu até 1933, dedicando-se também à poesia e filosofia. Obrigada a abandonar a Alemanha quando os nazis subiram ao poder, viveu em Paris, onde desenvolveu um interessante método de interpretação morfopsicológica da mão, e frequentou os meios surrealistas, entre os quais os seus trabalhos suscitaram vivo interesse, e tornou-se amiga de André Breton, Paul Eluard e Antoine de Saint-Exupéry.
Em 1936, convidada por Aldous e Maria Huxley, fixou-se em Londres, onde conheceu numerosos escritores da época, nomeadamente Virgínia Woolf, T.S.Eliot e Thomas Mann; gozou de uma grande reputação enquanto psiquiatra e foi uma pioneira em matéria de sexologia. Além do seu famoso estudo sobre a homossexualidade feminina, “Love between Women”(1971), publicou outras obras relacionadas com a sua investigação da mão, um romance – “An older love” (1976) e uma autobiografia – “Hindsight”. Charlotte Wolff faleceu em 1986.

Sobre este livro, ela própria afirma. “Este estudo pode ser considerado como a continuação dos meus estudos sobre o lesbianismo. A homossexualidade tem com efeito as suas raízes na bissexualidade, cuja existência é reconhecida há mais de um século por psiquiatras e psicólogos. Estes últimos, no entanto, não a invocam senão para explicar outras variantes sexuais e sem propor uma definição precisa. Até agora não existia nenhum estudo aprofundado sobre a bissexualidade. Tentei preencher a lacuna. “
É assim, a primeira vez que se estuda de forma metódica e sistemática a bissexualidade. A grande maioria dos homens e das mulheres ditos “normais” divertir-se-iam se alguém exprimisse a ideia de que poderiam ter relações homossexuais, se bem que, no fundo de si mesmos, estejam vagamente conscientes de possuir as características mentais e afectivas do sexo oposto. Uma das riquezas deste estudo são os documentos auto-biográficos publicados no final. É aí que os bissexuais contam as suas sensações, experiências e aventuras com uma total liberdade de linguagem, sem quaisquer falsos pudores.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

O "meu" outro blog


Fui honrado com um convite para começar a postar no blog Código Secreto, que conheci há pouco tempo, devido a ter sido feito e aceite, idêntico pedido ao Paulo.

É um blog diferente, em que se podem expressar situações que saíam um bocado da esfera de limites deste blog, não porque sejam obscenas, apenas porque se destinam não a toda a gente.

Iniciei a minha colaboração aí, com uma piada que até poderia ter aparecido aqui, mas sem uma foto tão "sugestiva", como a que lá está...

Claro que a minha postagem ali será mais espaçada, mas convido todos os eventualmente interessados a irem por lá passando.

Abraço a tod@s.

domingo, 13 de julho de 2008

Camané...e amigos

Quase de surpresa, fui esta noite ao CCB, assistir ao concerto de Camané, integrado no Festival Música Portuguesa Hoje, e em que o conhecido fadista juntou três amigos: os pianistas Bernardo Sassetti e Mário Laginha e o contrabaixo Carlos Bica.
Foi a primeira vez que assisti a um concerto de Camané ao vivo e devo dizer que fiquei maravilhado; não sou um conhecedor profundo do fado, mas gosto de o ouvir, e é curioso que sendo femininas as vozes mais conhecidas deste tipo de canção, com Amália e Mariza, cada uma no seu tempo a monopolizá-lo, eu sempre preferi a voz masculina a cantar o fado: Camané é um excelente exemplo dessa minha preferência que tem a sua expressão máxima em Manuel de Almeida, tão depressa esquecido, em Carlos Ramos (“Não venhas tarde” é um marco na canção nacional), Fernando Maurício e chegando aos mais comerciais e não menos interessantes Carlos do Carmo, João Braga e até João Ferreira Rosa; claro que não posso esquecer o velho Marceneiro…
Camané, sem nunca deixar de interpretar fados populares, sempre recusou o “popularucho”, e os fados do seu repertório estão cheios de mensagens, não digo elitistas, que é coisa que ele nunca foi, mas de uma forma mais “elevada” de ver o fado; mas Camané canta tão naturalmente que isso quase passa desapercebido: a mensagem que ele deseja transmitir e que vem apurando de disco para disco.
Além disso, a sua presença é de uma simpatia contagiante e isso pôde-se ver esta noite onde a cumplicidade com Laginha e Sassetti foi total; sim, faltou a guitarra portuguesa, mas sobrou piano e do bom; como prenda especial, mais um amigo nos trouxe Camané: Carlos Bica, e que bem soa o fado com os dolorosos gemidos do contrabaixo.
Sala cheia e entusiasmada para uma noite inesquecível

Sei de um rio
sei de um rio
em que as únicas estrelas
nele sempre debruçadas
são as luzes da cidade
Sei de um rio
sei de um rio
rio onde a própria mentira
tem o sabor da verdade
sei de um rio
Meu amor dá-me os teus lábios
dá-me os lábios desse rio
que nasceu na minha sede
mas o sonho continua
E a minha boca até quando
ao separar-se da tua
vai repetindo e lembrando
sei de um rio
sei de um rio
E a minha boca até quando
ao separar-se da tua
vai repetindo e lembrando
sei de um rio
sei de um rio
Sei de um rio
até quando.

Outro amigo houve também neste concerto: o Mike, que teve a amabilidade de me convidar e que foi um prazer muito grande ter conhecido; ainda deu para uma boa troca de impressões, musicais e não só, mas soube a pouco…como é bom ganhar um novo Amigo!!!!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Olá, mana...


Após cinco anos de separação revi hoje a minha irmã mais velha; veio hoje jantar a minha casa e foi comovido o nosso reencontro. Veio do Brasil, onde residia há muitos anos e onde residem as filhas e netos; veio ao encontro da felicidade, após uns últimos tempos muito conturbados, com dois factos relevantes: um divórcio após 40 anos de casamento e uma luta feroz contra a morte, em que esteve mais para lá do que para cá e que soube vencer porque sempre quis viver…
De todos os meus irmãos, é a mais velha, mas pouco mais que eu; com ela brinquei e de todos é o irmão mais parecido comigo: determinada, teimosa e impaciente. A cumplicidade entre nós mantém-se intacta e hoje tantas coisas vieram à memória e tanto segredo prescrito foi revelado.
Fui o primeiro a ser informado das suas decisões, as quais apoiei, apesar do risco corrido, mas que parece terem sido as mais acertadas; fui também a pessoa que “fez a ponte” entre ela e o seu novo companheiro, com o resto da família e fico feliz por ter dado atempadamente as garantias que alguns duvidavam.
A minha experiência com o Déjan foi nisso um dado muito importante; é agora no seu caso que o meu coração se apoia para ter, a médio prazo. o mesmo desfecho feliz com o homem com quero compartilhar o resto da minha vida.
Que sejas muito feliz, mana!

quarta-feira, 9 de julho de 2008

For once in my life



FOR ONCE IN MY LIFE

I HAVE SOMEONE WHO NEEDS ME
SOMEONE I’VE NEEDED SO LONG
FOR ONCE UNAFRAID
I CAN GO WERE LIFE LEADS ME
AND SOMEHOW I KNOW I’LL BE STRONG
OH ! ONCE I CAN TOUCH
WHAT MY HEART USE TO DREAM OF
LONG BEFORE I KNEW, SOMEONE LIKE YOU
WOULD NEVER DREAM, OF MAKING MY DREAMS COME TRUE
OH ! ONCE IN MY LIFE
I WON’T LET SORRY HURT ME
NOT LIKE IT’S HURT ME BEFORE
OH ! FOR ONCE I HAVE SOMETHING
I KNOW WON’T DESERT ME
CAUSE I’M NOT ALONE ANYMORE
OH ! ONCE I CAN SAY
“THIS IS MINE YOU CAN’T TAKE IT”
AS LONG AS I KNOW I’VE GOT LOVE
I CAN’T MAKE IT
FOR ONCE IN MY LIFE
I’VE GOT THAT SOMEONE WHO NEEDS ME


That’s for you, my love: this song, this poem, this post.
Thanks’ for all your support to me in the last days; you knows how much difficult was this last separation, the most difficult till now, perhaps because you have been in my house and now everything reminds me you…
After all, the pain to be so far and such a long time without you, I am really very happy, because our love; no, we must not think October is just coming, we must wait day by day, but we know, both of us, that it will be wonderful in Italy, my love.
I like this song very much and the poem is really what I wanted tell you, just now, but I NEVER can forget our song – “You raise me up”, because you do it, each moment…


(Este vídeo descobriu-o no excelente blog "Gritosmudos", a quem agradeço.)

terça-feira, 8 de julho de 2008

Prioridades



“No mundo actual investe-se cinco vezes mais em medicamentos para a virilidade masculina e em silicone para mulheres, do que em investigação para a cura da “Doença de Alzheimer”.
Daqui a alguns anos, teremos velhas com enormes tetas e velhos com o pénis duro; mas nenhum deles se recordará para que servem” !!!!!!!!

segunda-feira, 7 de julho de 2008

SAGA - Ópera extravagante


Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho.
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim.

(Sophia de Mello Breyner Andresen)


Ao longo dos quase 34 anos da sua existência, o Teatro «o bando» tem procurado intervir activa e civicamente na sociedade, destacando-se no panorama teatral português, pela singularidade e criatividade dos seus espectáculos. As máquinas de cena e os espaços cénicos insólitos (vi uma peça passada em duas viagens de um comboio em andamento, e outra representada numa pocilga), constituem o apanágio de um grupo cuja contemporaneidade se produz, também, no respeito pelas raízes históricas e culturais nacionais e no seu questionamento através da dimensão estética. Os espectáculos criados surgem como pretextos escultóricos, musicais, de actualidade política, capazes de estimular a criação teatral, a qual se pretende seja sempre surpreendente e incómoda, sempre estranha e reconfortante quando se grava enigmaticamente na memória.*
O seu director artístico, João Brites, encenou esta peça operática – “SAGA – ópera extravagante”, a partir de dois textos de Sophia ( “Silêncio” e “Saga”), em co-produção com a Marinha, através da excelente Banda da Armada, dirigida pelo maestro Carlos Ribeiro, e com uma muito conseguida composição musical de Jorge Salgueiro. Uma só actriz, Ana Brandão, vários cantores líricos, quase todos bastante jovens, dois cantores populares, sendo um deles o “eterno” Francisco Fanhais e ainda o vocalista do grupo de Heavy metal “Moonspel”, são os participantes deste espectáculo, muito bem construído, encenado, musicado e cantado. O local (claustro do Museu da Marinha) não poderia estar mais adequado a um espectáculo que tem como tema o mar e a paixão da protagonista por ele…
O frio (muito) que se fazia sentir, ia desaparecendo com o “crescendo” da peça e a imagem da inesquecível Sophia esteve sempre presente naquelas suas palavras que tendo o mar como base, não poderiam ser mais adequadas.
Uma palavra para a excelência dos músicos que constituem a Banda da Armada.

*)- esta parte do texto é essencialmente tirada do programa do espectáculo.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

"An Unusual Affair"


Jochen é um trintão, professor numa pequena cidade bávara, casado com Ina, professora na mesma escola, tem dois filhos e é feliz. A sua vida sofre no entanto uma súbita e enorme alteração, com a chegada a escola de um novo professor, Tom, jovem, atraente e que não tem problemas em assumir a sua homossexualidade; de início, Jochen sente-se confuso, mas pouco tempo depois é atraído por Tom, principalmente depois de uma concretização sexual durante uma excursão escolar e inicia aí um relacionamento afectivo com o colega. Ina não tem conhecimento de que no passado Jochen teve uma breve experiência homossexual, que se efectivou durante uns meses e que lhe deixou “marcas”, mas nota algumas modificações no comportamento do marido, nomeadamente a nível sexual. Jochen acaba por a pôr ao corrente da situação, e de repente encontra-se numa situação de escolha entre a sua vida familiar e o seu amor por Tom; e quando um aluno os observa beijando-se, é forçado a tomar opções…
É notável um diálogo, quase no final, quando Ina argumenta a favor da manutenção do casamento com a frase “só tenho uma vida” e Jochen lhe responde com a mesma frase.

No original, “Eine aussergewohnliche affare”, é uma série que foi transmitida por um canal germânico, em 2002, e cujo realizador é Maris Pffeiffer, e tem fabulosas interpretações de Hans-Werner Meyer (Jochen) e de Tatjana Blacher ( Ina).
Quem estiver interessado, há uma versão legendada em espanhol no LimeWire (Una relación poco cómun) e no no “You Tube” encontra-se o filme completo, dividido em 9 vídeos numa versão original e sem legendas, e sob o título original, em cima designado.

Apenas uma palavra para dedicar com muita compreensão e carinho este post a dois amigos muito especiais, que não necessitarei de nomear, e faço-o, não com a ideia de lhes sugerir soluções idênticas, totalmente longe disso, mas porque sentirão decerto, mais que ninguém, este drama.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Não sou suspeito...

Não sou suspeito, pois sou benfiquista de alma e coração...

Mas não sou "doente" a ponto de não achar graça a certas coisas que se façam à custa do "nosso" (seis milhões!!!) Benfica.

Divirtam-se.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Postmortem



Este vídeo, cujo título é este mesmo, não tem qualquer relação com o meu post anterior.É uma curta metragem muito bela, sensível e que tem a ver com as relações sentimentais de cada um, e as suas sequelas, postivas e negativas; dá para pensar, mas também para usufruir...

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Prova de morte


Foi um mail lacónico, escrito em português, francês e inglês.
E rezava assim:

“ Lamentamos informar todos os familiares, amigos e conhecidos que o Sr. ………. faleceu hoje, às 5h30 vítima de paragem cardíaca. A partir das 18h00 estará na Igreja da Parede.”

Apenas isto, mandado para muitos endereços, possivelmente todos os que alguém amigo do Manuel, encontrou no seu computador; endereços de amigos, entre os quais o meu…
E assim se perde um Amigo.

Não consigo compreender como estas coisas acontecem…

Ontem, eu dizia que tinha ido ao arraial fazer uma espécie de “prova de vida”, hoje alguém me enviou uma “prova de morte”!!!!

Até sempre, Manuel.

domingo, 29 de junho de 2008

Prova de vida


Ontem, Dia do Orgulho Gay, resolvi, sair do meu habitual “estado de hibernação” no que respeita à frequência de locais e manifestações gay e fui assistir à Marcha LGBT de Lisboa, a qual não via há já uns anos, e pela noite dei uma saltada ao Terreiro do Paço e participei no Arraial do Pride 2008 de Lisboa.
Quanto à Marcha surpreendeu-me positivamente nalguns aspectos e negativamente noutros; nos primeiros destaco o razoável aumento de pessoas que desfilaram, bastante mais do que eu já tinha visto, e segundo informações, terá sido mesmo a mais participada Marcha até hoje; e destaco o elevado e muito agradável (como postura) número de participações femininas (parece que as lésbicas estão finalmente a ganhar um rosto na sociedade portuguesa); ainda a registar alguma organização no desfile. Os aspectos negativos vão uma vez mais para o eterno problema da representação masculina: eu não me sentiria bem naquele desfile, pois não me integro em 90% dos participantes da marcha; à excepção de poucos, muito poucos homens, que não poderiam nunca ser catalogados como gays, a representação masculina na marcha era composta por activistas do Bloco de Esquerda e pessoas que à distância se poderiam marcar como gays. Não posso nem quero dizer com isto que a Marcha não os integre, antes pelo contrário; mas e onde estavam os homens comuns que são homossexuais e que são muitos, deste país? Já sei, que eu próprio deveria dar o exemplo, mas sentir-me-ia ridículo, ali sozinho a desfilar, só porque sou gay…
Se visse, como vejo lá fora, grupos maciços de homens comuns a participarem descomplexadamente nas marchas, eu não me sentiria complexado e teria desfilado normalmente, até porque não tenho o menor receio de mostrar como sou – este blog é disso exemplo! E é curioso, que eu não vi um, um só, dos meus amigos, dos que conheço da blogosfera e dos outros, bastantes, que conheço e são gays, a desfilar; qual a razão? Possivelmente a mesma que eu invoco. E depois o folclore habitual dos travestis e drag queens; sim, lá fora também os há, mas são naturais, têm uma postura de gozo com o que estão a fazer ao contrário daqui, em que o mais importante é a “postura” para as fotos dos curiosos e principalmente dos media.
Uma palavra final para uma das frases mais gritadas e que, com toda a carga irónica que lhe quiseram dar, resultou, para mim num dito pouco feliz: “homem verdadeiro é o que leva no pandeiro”; é dar trunfos à homofobia, quer-me parecer…

O Arraial foi diferente, aí encontrei o tal ambiente que faltou na Marcha; senti-me perfeitamente integrado no meio de tanta gente de uma heterogeneidade de posturas enorme e em que nada parecia ficar mal, desde pessoas a beijar-se sem problemas, a conversas de grupos animadas, a “bichices” divertidas, etc.
Encontrei imensa gente da blogosfera e encontrei muitos amigos a amigas, desde os mais chegados aos menos íntimos e é curioso que, devido à minha ausência do “meio” nos últimos tempos, este foi um dia, melhor dizendo, uma noite que funcionou para mim, quase como uma “prova de vida”!

Que falta fizeste ali, meu querido e nunca esquecido Déjan!!!!!!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Bandeira arco-íris



Foi a 25 de Junho de 1978, durante a Marcha Gay de S.Francisco, que a bandeira arco-íris, foi desfraldada pela primeira vez. Foi Gilbert Baker, um jovem artista militante que inventou este símbolo de reconhecimento da comunidade homossexual. Numa entrevista recente dada ao jornal inglês “The Independent”, Gilbert Baker declarou: «Em 1978 quando pensei em criar uma bandeira para o movimento gay, só existia um outro símbolo internacional para nós, que era o triângulo rosa, que os nazis tinham utilizado para identificar os homossexuais nos campos de concentração. E embora o triângulo rosa continue a ser um símbolo poderoso, ele foi-nos imposto.»
Gilbert Baker evoca depois o momento em que ele viu pela primeira vez a bandeira, nas ruas de S.Francisco: «Lembrar-me hei sempre de Harvey Milk(*) debaixo da bandeira arco-íris gigante que flutuava por cima da multidão. Foi um momento incrível de alegria, e todos nós sentimos que iríamos mudar o mundo.»

(*)- Harvey Milk foi "supervisor" do Mayor de S.Francisco, mais tarde assassinado; está a ser feito um filme sobre a sua vida.


Para comemorar os 30 anos da bandeira arco-íris, a célebre marca de vodka Absolut, pediu a Gilbert Baker para criar uma uma garrafa com as cores da bandeira.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Poesia e prosa "new look"


Ah Camões

"Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer"
Ah Camões
Se vivesses hoje em dia
Tomavas uns
Anti-piréticos
Uns quantos analgésicos
E Xanax ou Prozac para a depressão
Compravas um computador
Consultavas a página do Murcon
E descobririas
Que essas dores que sentias
Esses calores que te abrasavam
Essas mudanças de humor
repentinas
Esses desatinos sem nexo
Não eram feridas de amor
Mas somente falta de sexo.

Análise do poema de uma aluna de 16 anos da Escola C+S da Rinchoa


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Eu quero viver a minha próxima vida ao contrário: Começo morto e livro-me disso. Depois acordo num lar para a terceira idade, sentindo-me melhor cada dia que passa. A seguir sou expulso, por estar demasiadamente saudável. Gozo a minha reforma e recebo a minha pensão de velhice. Então, quando começo a trabalhar, recebo um relógio em ouro como presente logo no primeiro dia. Trabalho 40 anos, até ser demasiadamente novo para trabalhar. Vou para o liceu e bebo álcool, vou a festas e sou promíscuo. Depois vou para a escola primária, brinco e não tenho responsabilidades. Transformo-me então num bebé e passo os últimos 9 meses a flutuar pacifica e luxuosamente, em condições equivalentes a um spa, com ar condicionado, serviço de quartos entregue por cabo, e depois...

Acabo num grande orgasmo.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

O Pinguim por si próprio


Respondendo ao desafio do Ypslon, aqui apresento seis das características que julgo serem mais evidentes na minha pessoa, apesar de achar que deveriam ser os outros a opinar sobre o assunto:
TEIMOSO – Quando se me mete algo na “tola”, não descanso enquanto não resolvo o
assunto.
LAMECHAS – Deve ser defeito de família, sou de lágrima fácil e comovo-me com uma
facilidade extrema.
EXTROVERTIDO – Não consigo guardar as opiniões, os sentimentos, as ideias e até as
emoções; sou tudo menos um actor de teatro e serei sempre um
péssimo jogador de póker .
AMIGO – é uma característica fundamental da minha pessoa; para mim, um Amigo é
tudo e por ele faço o impossível ; mas sou muito exigente também com os
meus Amigos .
PESSIMISTA – Por incrível que pareça sou-o; ao princípio penso sempre o pior, talvez
como defesa própria ; depois vou ganhando confiança e até consigo por
vezes parecer optimista.
CALMO vs NERVOSO – Sou extremamente nervoso nos pequenos acontecimentos do
. dia a dia; e consigo ser de uma calma incrível, nos chamados
grandes momentos.

Passo este desafio ao Paulo (Felizes juntos), Sócrates da Silva (Castelo de areia), Sitio Peludo, Miguel (Um voo cego a nada) e Keratina (Vícios e Realidades)

sábado, 21 de junho de 2008

Passado e presente: 3 - Recordações da minha terra (1)


Esta foto representa, hoje, uma moderna residência universitária, situada numa zona da Covilhã, denominada Sineiro, onde havia bastantes unidades fabris, hoje quase todas encerradas, e as quais grande parte foram adquiridas pela UBI (Universidade da Beira Interior), que naquela zona da cidade estabeleceu um outro polo dos seus serviços. Naquele edifício, gastei eu 13 anos da minha vida profissional, desde o início de 1980 até ao final de 1993, pois era aqui que funcionava a empresa têxtil da minha família. Foi fundada, noutro local, e com menores dimensões, pelo meu Avô, nos anos 30 do século passado e o qual com a ajuda dos seus dois filhos varões, meu Pai e meu tio, a fizeram crescer, e que se desenvolveu muito durante o período da guerra. Era uma unidade fabril de média dimensão, na óptica do nosso país, com mais de uma centena de trabalhadores, distribuídos pelas diferentes secções de cardação, tecelagem e fiação, sendo esta, à altura uma das melhores do país, e permitindo mesmo prestar serviços a outras unidades; para ser uma fábrica vertical, faltavam as secções de ultimação e tinturaria, serviços que eram prestados a todas as empresas da cidade por meia dúzia de fábricas especializadas nesses serviços. Os serviços de armazém e administrativos funcionavam no edifício principal, no piso superior. Perante a insistência de meu Pai, acabei por abandonar o ensino, e juntar-me ao núcleo familiar que ali trabalhava, entretanto alargado a uma irmã e a um irmão meus. Apenas acedi nessa altura, pois já não trabalhava lá o meu Avô, pessoa que admirei, pela sua determinação e iniciativa, mas com o qual nunca seria capaz de trabalhar, pelo seu feitio de mando, sem diálogo, à boa (má) maneira do seu tempo. Foi uma luta grande a que travei ali, principalmente nos últimos tempos, após o falecimento de meu Pai, pois tive que ocupar funções de gerência, acumuladas ás de director comercial e responsável pois de todo o escoamento da produção, sendo estas funções do meu agrado, pois se adaptavam ao meu espirito de trabalho.Só então, e já numa altura de grande crise no sector, vivi por dentro os inúmeros problemas da empresa, quase inventando o dinheiro para tudo pagar, quer ao pessoal, quer ás compras de matéria prima, quer ás obrigações fiscais e ainda os serviços prestados de acabamento e tinturaria. Além do mais, começou a haver uma forte clivagem entre o bloco constituído por mim e meus irmãos, com o meu tio, que comigo compartilhava a gerência, mas parecia alheado a todos estes problemas, pelo que perante um confronto absolutamente imprescindível, tipo “ou ele ou nós”, resolvemos ceder as nossas partes e deixámos a empresa, tendo eu regressado ao ensino. A empresa durou apenas mais 2/3 anos, mas poupou-me a uma sempre muito dolorosa decisão de encerrar a empresa. Numa recente visita à Covilhã, e num encontro casual com o Reitor da Universidade, tive a oportunidade de lhe falar no meu gosto de visitar a agora belíssima e enorme residência universitária, uma das várias que a Covilhã possui, ao que ele simpaticamente acedeu, de imediato, mas ficou tal visita adiada, por se estar em período de férias natalícias. Apenas uma explicação, necessariamente breve, para tentar explicar a transformação da Covilhã, de um importante polo da indústria de lanifícios, sendo mesmo conhecida pela “Manchester portuguesa”, para uma cidade essencialmente universitária e de turismo. É que, com os aumentos salariais, após o 25 de Abril, mais que justos, pois era uma indústria extremamente mal remunerada, tornou-se impossível continuar a praticar preços concorrenciais, quer no mercado nacional, quer essencialmente no internacional, que estava em franca expansão, principalmente depois das adesões à EFTA e depois ao então Mercado Comum. Assim, como exemplo, se num ano, a flanela fabricada na nossa empresa ganhou um concurso e foi eleita para fornecer o Catálogo Redoute, o que proporcionou consideráveis aumentos de produção, no ano seguinte, esse contrato não foi renovado, pela impossibilidade de acompanhar o preço oferecido por uma empresa marroquina; isto mostra, de um modo assaz simplista que a indústria têxtil é quase sempre corolário de um país do terceiro mundo, com mão de obra muito mal paga. Aliás, Portugal e a região covilhanense, em particular, viveu um “boom”, quando da falência das empresas francesas, primeiro e das espanholas a seguir, nas décadas de 70 e 80. E perdeu toda a sua força, e continua a perder, agora mais no sector da confecção, quando a deslocalização se começou a fazer sentir, com o peso da concorrência de empresas do norte de África e especialmente do extremo oriente, que pagavam e pagam salários de miséria, apresentando preços incomportáveis para as nossas empresas. O problema agudizou-se ultimamente com o diferendo entre a Comunidade Europeia e a China, pois a indústria têxtil chinesa, hoje em dia, ameaça seriamente toda a produção ainda restante das grandes empresas europeias comunitárias, e estas sim, têm peso para fazer valer os seus direitos, nãio esquecendo as preocupações americanas neste caso, também. Enfim, mais uma página de nostalgia, desta vez alargada a alguns problemas genéricos da indústria têxtil actual.