Que os rios, sim, que como touros mugem,
Transbordando atulhassem as regueiras!
(Publicado no meu desaparecido blog em 25 de Novembro de 2006)
Pessoal e transmissível
Que os rios, sim, que como touros mugem,
Transbordando atulhassem as regueiras!
(Publicado no meu desaparecido blog em 25 de Novembro de 2006)
Como toda a gente que nos lê, tem conhecimento, através da publicação simultânea de um post intitulado “Convite irrecusável”, o
Surgiram, entretanto alguns mal-entendidos que convém esclarecer devidamente; este jantar vem na sequência de um primeiro jantar, com apenas 9 blogs presentes, organizado apenas por mim, no bar Agito no Bairro Alto, em 2007, o qual foi muito agradável; tendo entretanto alargado o número de blogs amigos (linkados), para a organização do jantar de 2008, pedi a colaboração do
Este ano, abalançamo-nos de novo a organizar este evento, mas é preciso notar que é um jantar, como centenas de outros que se fazem na blogosfera, uns centrados nalgum fim específico, outros simples reuniões de amigos. Mas que fique bem ciente que não há jantares, nem poderia haver, abertos a todos os blogs, pois isso seria impossível, até logísticamente…Este é o NOSSO jantar, jantar de amigos meus e do “Felizes Juntos” e seus acompanhantes; por tal motivo não aceitamos sugestões, principalmente quando elas vêm eivadas de situações absurdas; como bem diz o
E devo dizê-lo com frontalidade: há alguém que está a fazer uma certa confusão com este jantar, talvez por ter muito empenho em estar presente, mas que não irá estar, pois ninguém gosta de receber “em sua casa” pessoas com quem tem um relacionamento, chamemos-lhe assim “menos bom”, por motivos antigos e que nada têm a ver com o jantar; para bom entendedor, meia palavra basta…e se for preciso, como diz o
Outra confusão lançada por essa mesma pessoa é o pseudo choque com outra iniciativa do mesmo género a realizar em 6 de Junho, um jantar de blogs defensores da causa GLBT, no qual já me inscrevi e que é um jantar diferente do nosso; só não percebe isso quem não quer ou pretende mesmo fazer confusão; aproveito para dizer que um ou mais organizadores desse jantar estarão no nosso evento, pois fazem parte de blogs amigos e lá divulgarão o seu empreendimento.
Vou começar, pessoalmente, a contactar todos os blogs que tenho linkados, incluindo os brasileiros (sabe-se lá se não virá uma excursão, eheheh) e peço que me vão informando da vossa presença certa ou possível e do número de pessoas acompanhantes (claro que cônjuges e namorad@s também estão convidados…)
E não esquecemos aqueles nossos comentadores, sem blog, mais ou menos assíduos, que claro, iremos tudo fazer para também estarem presentes. O
È com satisfação que aqui apresentamos o logótipo do nosso jantar, da autoria do
Aproveito para desejar a tod@s uma boa Páscoa.
Depois foi a enorme surpresa de o ter à minha espera e do Déjan, quando chegámos ao Porto, em Junho e convivemos num maravilhoso jantar no cais de Gaia; finalmente, quem diria encontrámo-nos no inesquecível pic-nic das Caldas, em Julho.
Pouco tempo depois, numa das nossas habituais conversas telefónicas foi curto e duro:
“João, tenho um tumor”. Fiz um post sobre o assunto sem revelar o assunto…
Comecei a contactar os seus amigos mais íntimos, o Tong, o Paulo e o Zé, a Keratina, o Lampejo, a Duxa, e fomos acompanhando a sua doença com telefonemas de apoio, sabe-se lá as vezes em que tivemos de ser fortes para não trair o nosso pessimismo.
Desde o seu último internamento, fiquei perfeitamente ciente que o João nos iria deixar em breve, mas nunca tão cedo; no entanto, liguei-lhe na véspera da minha recente viagem a despedir-me e tive que finalizar apressadamente a conversa, pois ele estava tão cansado após falar 2 minutos, que não conseguia dizer mais nada.
Desde o meu regresso, na terça feira que tinha andado a adiar o telefonema a comunicar que já cá estava; mas hoje(ontem), falando com o Paulo à hora do almoço, ele comunicou-me que tinha falado com ele na véspera e que ele quase não podia falar e estava a receber oxigénio; resolvi ligar-lhe de imediato e mal percebi o que me disse, apenas percebi “beijo, adeus”. Quando desliguei, segundos depois, não contive as lágrimas e procurei o conforto do Paulo, da Keratina e do Tong, e a todos comuniquei que me tinha soado a despedida esse telefonema; tentei, em vão contactar o seu companheiro, J., mas ele ligou-me perto das oito da noite, lavado em lágrimas a comunicar-me que tinha vindo do I.P.O. e que o João o não tinha reconhecido, e que o seu estado se agravara nas últimas horas, irremediavelmente; procurei incutir-lhe ânimo e pedi para me ir pondo ao corrente da situação; não demorou um quarto de hora quando me voltou a ligar dizendo apenas: “O João partiu!”
Liguei aos amigos de sempre a comunicar o que não queria ter comunicado…
Que mais posso dizer do Catatau? Apenas que era um Amigo, um Amigo muito querido; uma pessoa com uma cultura muito acima da média, eclético, que era sem sombra de dúvida o mais completo comentador que conheci na blogosfera; tinha um coração doce e uma energia contagiante, era também um Homem que acreditava na vida e tinha o condão de o saber mostrar.
Sofreu muito, mesmo muito, e apenas o fim desse martírio me alivia minimamente a dor que sinto.
Deixo aqui algumas passagens por ele deixadas nos comentários feitos neste blog e deixo esta foto, que hesitei em pôr aqui e foi tirada na última vez que o vi, no jantar do cais de Gaia; mas ele está tão bem, tão feliz, que é esta imagem que eu quero recordar dele.
Descansa
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“Sabes? Não tenho medo de envelhecer fisicamente (acho que estou melhor agora do que aos vinte), tenho é muito medo da velhice incapacitante, seja motora ou psicológica. Da velhice que me envergonhe, que dê trabalho aos outros, que faça de mim um imprestável.”
“Os amigos, tenham eles a cara e o corpo que tenham, são sempre o nosso tesouro privado. E principalmente são significantes!”
“ Vai, rapaz, vai nas asas do vento ter com o ar que respiras!”
“Faz sentido a tua análise da comunidade blogueira. Já cá ando há tempo suficiente para perceber de que são feitos os blogs. Acima de tudo são uma intenção aberta a um outro que é plural. E como de pluralidade se trata, é natural que se formem "públicos", que se estabeleçam afinidades, cumplicidades e (lá vou eu escrever uma palavra que cada vez gosto menos de usar pela desbragada parolice com que a usam) afectos.
Assim, para todos os que navegam, há os imprescindíveis, os imperdíveis, os habituais, os de corpo presente, os que despertam curiosidade, os pet hate (para masoquistas), enfim, dependendo do tempo e da paciência, há-os para todas as ocasiões, gostos, áreas, pró menino, prá menina e para tod@s.
Mas sabes o que sempre me seduziu na blogosfera? Imaginar uma pessoa do lado de lá que quer partilhar com quem desconhece um mundo real ou fictício. Saber que através dos comentários ela tem feed-back. Ela dá-me (o que quer que seja), mas eu também lhe dou (o que me vier aos dedos). Os dois desobrigados, num laço virtual que pode evoluir ou não. Que pode quebrar, fossilizar, seduzir ou tornar-se parte integrante do quotidiano dos dois. Um laço familiar, portanto.”
“Tenho amor, não tenho palavras (era só o que me apetecia agora dizer).
Mas digo mais: tenho um amor agarrado ao coração vai para 14 anos. Deus queira que me não falhem os batimentos por muito tempo. E se falharem, que ele possa ficar ali - abrigado - à espera de o viver mais um segundo. À espera de o viver mais um momento.”
Há dias o amigo Arsène Lupin desafiou-me para abrir um livro na página 161 e transcrever aqui a 5ª. frase inteira que lá encontrasse. Como já há tempos tinha respondido a um desafio semelhante, o qual foi escrupulosamente cumprido, e como o próprio desafiador, (e muito bem) fez alguma batota com esse desafio, eu resolvi aproveitar a sugestão batoteira e não transcrever nenhum parágrafo da página 161, até porque o livro que tinha em mãos não chega a ter 161 páginas; e sendo assim resolvi transcrever um pequeno texto intitulado “A fé e o império” e que começa por ter uma frase introdutória de Álvaro de Campos: “A plácida face anónima da morte”.
Este texto faz parte do livro “Memória” de Álvaro Guerra, que li agora nas férias e sobre o qual falarei num próximo post.
Não vou passar este desafio a ninguém, mas gostaria que alguém, com batota ou não, aceitasse este desafio.
“Que fé os levantava em sabor de sangue e de martírio contra os irmãos que não reconheciam? Meca e Jerusalém não são muito distantes, é verdade, e todos os mitos se assemelham; a mesma decadência levanta catedrais e mesquitas, a mesma violência reconhece e extermina os outros, os idólatras, os filhos das árvores, das águas ou do vento. Na face daquele morto coberto de golpes onde o sangue coagulava e cujo corpo, preso ao pau de sibe pelos pés e pelas mãos, pendia como uma peça de caça, reconheci a marca de todas as heresias, de todos os privilégios (mesmo os mais elementares) e nos rostos, negros também, dos caçadores vi o gosto das efémeras vitórias e a morte sacrossanta brilhando nos seus olhos. Ofereciam-me um morto anónimo e armado de uma velha pistola e de uma ideia profana. E eu não queria aquele cadáver – não queria morte nenhuma, muito menos uma morte injusta. Não queria nenhum escravo de si próprio nem nenhum escravo dos outros – não me queria. Não queria a fé nem o império – toda a epopeia é uma ilusão fugaz.”
Começa a ser recorrente um post como este, no regresso a casa e à vida normal após um período (sempre curto) de convivência diária com o Déjan.
Desde que nos conhecemos, no final de 2005, (e pese embora tenhamos protelado o nosso primeiro encontro, o qual só se veio a efectivar em Setembro de 2006, pois não queríamos apenas uma aventura nem dar passos no escuro, mas algo com bases sólidas), encontrámo-nos nove vezes: três em Belgrado, três aqui em Lisboa, uma
Esta viagem foi muito especial e importante, pois seguiu-se a um período particularmente difícil para mim, em que senti a falta do Déjan mais do que nunca. Foi a vez em que menos saímos ou melhor, a vez em que estivemos em menos sítios, pois frequentámos bastante um óptimo Irish Pub, na mesma rua onde mora o Déjan, sítio agradável a qualquer hora do dia ou da noite. A convivência com as amizades dele alargaram-se, o que muito me agradou, embora continue a haver o grande óbice de não podermos assumir publicamente a nossa relação, pois na Sérvia a homossexualidade ainda é vista de uma forma mais homofóbica do que aqui em Portugal.
Pergunto-me a mim mesmo o que pensarão os dois grandes amigos dele e que também já considero como tal, de visitar tanto o Déjan e vice-versa, ainda por cima com uma diferença de idades tão considerável; o que é um facto é que não noto a menor animosidade, antes pelo contrário, há uma crescente empatia entre mim e eles.
Também ali passei o meu aniversário, com uma pequena festa para 7 pessoas, e que correu particularmente bem; graças ao “
Agora é contar os dias que faltam para o regresso aqui do Déjan, onde não há inibições e podemos fazer a nossa vida comum normalmente, quer em relação à família, aos amigos e mesmo às pessoas com quem convivo no dia a dia, pelo que claro, prefiro tê-lo aqui, do que estar com ele em Belgrado. E vou aproveitar para continuar a mostrar-lhe este nosso belo cantinho, privilegiando desta vez os distritos da Beira Litoral, numa escapada de 2/3 dias.
Entretanto, algo de bastante importante se poderá passar em relação a cada um de nós, ainda antes do nosso reencontro;
Irei no final da próxima semana passar a Páscoa com a minha Mãe, à Covilhã, o que também me fará bem e está também no “programa”, algo de realmente surpreendente: é uma viagem, infelizmente sem o Déjan, a realizar na última semana de Maio; mas a isso voltarei…
O meu pensar está neste momento na Sérvia e no sorriso de alguém que amo muito e de quem já tenho saudades imensas!
Hoje comemoro mais um aniversário, e é pela primeira vez que o passo fora do país, por opção, já que, por obrigação e grande tristeza minha, durante três anos consecutivos o passei sem família ou amigos, bem longe em Africa, entre 1972 e 1974; desta vez estou aqui com alguém que me é muito querido e só agora, ao fim de quatro anos, passamos esta data juntos. Vou fazer uma pequena jantarada e seremos sete pessoas, pois além de nós dois estarão os seus três maiores amigos, a namorada de um deles e a esposa de outro...vamos ver como me safo...
Já tive o meu melhor presente, pois ficou definitivamente combinado que o Déjan vai passar as duas primeiras semanas de Julho a Portugal; falta apenas marcar os dias e comprar os bilhetes, e claro apanhará o concerto dos Metallica no dia 9... De resto ficaremos por Lisboa, com uma incursão de dois dias ao litoral centro, com base em Coimbra ou Leiria, pois há muito a ver por esses lados.
Mas recebi um cartão de parabéns enviado pelo meu gato Boris, penso que conluiado com a gata Teka e que mostra bem o desagrado pela minha ausência; prometo compensá-los com festas e mimos, quando regressar.
Tenho lido os blogs amigos, sem os comentar, está claro, à excepção de duas ou tres vezes por razões excepcionais; e um dos assuntos bastante referidos e é caso para isso e eu normalmente também o teria feito, é sobre as infelizes declarações do “Bentinho” na sua viagem africana acerca do uso do preservativo. A posição da Igreja no que se refere a certos assuntos actuais tem sido sistemáticamente retrógrada e parece que cada vez mais, o que tem como consequência um progressivo afastamento de fiéis, já que não reconhecem nesta cadeia hierárquica, a começar no Papa, os reais representantes da doutrina de Cristo, mas continua a ser, com o estado do Vaticano como melhor exemplo, um mundo de gente que vive “fora dos nossos tempos” e se já não há a ostentação de há uns tempos atras, ainda se nota muita opolência a contrastar com a pobreza de tanta gente; daí me ter impressionado rever, num vídeo descoberto aqui, uma fabulosa sequência de um memorável filme de F.Fellinni - “Roma”, e que apesar de tantos anos terem passado, continua a ter razão de ser, e a mostrar a ridicularização da Igreja; é um poderoso libelo contra as altas hierarquias da Igreja e ...não só! Aqui ficam as imagens com a marca felliniana bem marcada e todo o seu anti-clericismo.
P.S. – Um enorme abraço de Amizade ao Zé e ao Paulo pela entrevista na “Pública”; sinto-me orgulhoso de ser vosso amigo.
Vou quase com a mesma ansiedade da primeira vez, mas agora suavizada pela certeza do que vou encontrar; e quando os meus olhos vislumbrarem os teus no aeroporto de Belgrado verás neles não só a incontida alegria de um reencontro, mas também um resto de uma lágrima guardada para te oferecer…
“ Estes dois homens são o mesmo homem. O da esquerda tem um piercing no mamilo esquerdo, o outro no mamilo direito. É o pudico e o impudico. O impudico força o outro a reagir. Pus o impudico a puxar a argola com a mão direita, que é mão de acção, ao passo que a esquerda é a mão da reflexão, da interioridade. O atrevido sabe exactamente o que está a fazer e está a puxar pelo lado esquerdo do outro, o lado emocional que estaria bloqueado. O atrevido tem o piercing do lado direito, o que nos diz que a transgressão deste é uma coisa consciente. Pus os “Y” por detrás por ser uma letra que não é vogal nem consoante e é um símbolo andrógino. No fundo há um papel de parede roubado à renascença mas que parece uma parede de uma pensão barata. As pessoas que não possuem referências de história de arte vêem apenas um quadro gay. Quando dizem isso, eu aceito porque também pode ser.”
Este é um excerto da entrevista dada pelo pintor Barahona Possollo á revista “Time Out” do passado dia 10 do corrente, e a propósito da tela que aqui se reproduz. Esta tela faz parte de uma exposição deste pintor,
A exemplo do ano passado, numa iniciativa conjunta com o
No ano transacto, esta iniciativa foi um enorme êxito e pese embora a crise, tudo fará supor que esse êxito se repetirá e quem sabe até se possa superar a presença dos 40 participantes de então; principalmente no sector feminino, estou certo disso.
Ainda é cedo, e por ora apenas anunciamos a data, que será a 9 de Maio, em Lisboa, em local a ser divulgado mais tarde; a razão de tão grande antecedência, dois meses, serve apenas para que tod@s possam programar as vossas vidas com tempo, principalmente quem vive fora de Lisboa. Claro que o jantar está aberto a todos os bloguistas e acompanhantes e comentadores sem blogs; na devida altura serão dados os prazos para as inscrições bem como outros detalhes.