terça-feira, 29 de abril de 2014

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Óscares femininos de 2014

Este ano, vi a grande maioria dos filmes candidatos aos Óscares antes da sua atribuição, mas claro que houve sempre alguns que ficaram para trás, e curiosamente foram essencialmente filmes candidatos às interpretações femininas, quer principal, quer secundária.
Ainda me faltam ver dois deles: “Philomena” e “Nebraska”, em que estão duas candidatas – Judy Dench, no primeiro e na categoria de actriz principal; e June Squibb, no segundo, mas no escalão secundário.
No entanto vi recentemente dois dos mais importantes filmes das categorias referidas, pois qualquer deles tinha candidaturas a ambos os Óscares.
Trata-se dos filmes “ Blue Jasmin”, de Woody Allen e “August: Osage Cunty”, de Jonh Wells, e curiosamente há alguns pontos comuns a ambos, embora sejam bastante diferenciados.
Ambos giram à volta de personagens femininas muito marcantes (os homens são quase secundários) e ambos se passam no interior familiar; e ambos são bons e muito fortes.
Em “Blue Jasmine”
vamos encontrar uma personagem fascinante daquela galeria de mulheres que Woody Allen tão bem sabe definir e que dá a Cate Blanchett a oportunidade de demonstrar que é uma das grandes actrizes da actualidade pelo que o seu Óscar foi por assim dizer consensual.

Mas também aqui aparece uma actriz fabulosa e muito apta a vencer o galardão secundário, Sally Hawkins, a irmã “pobre” de CB.

Já quanto a “August:Osage County”
 traz-nos pela enésima vez a candidatura de Meryl Streep, a maior actriz viva, e que se “arrisca” sempre a ser candidata com qualquer filme que interpreta, e que, por contraproducente que pareça até a pode prejudicar, pois a Academia poderá preteri-la por uma actriz que não tenha o estatuto de MS (eu até admito que ela não se chateia nada de não ganhar)
.
E traz-nos uma surpreendente Julia Roberts, naquele que é para mim o seu melhor desempenho de sempre; ela é fabulosa numa cambiante de situações definidoras de uma mulher complexa mas de uma personalidade forte e rebelde.

Mas quem ganhou o prémio da melhor actriz secundária acabou por ser Lupita Nyong’o, pelo seu trabalho em “12 Anos Escravo"

Sem pretender menosprezar o belo trabalho da jovem actriz, eu teria escolhido sem hesitação Julia Roberts e teria mesmo preferido Sally Hawins a Lupita…são opiniões.

domingo, 20 de abril de 2014

Bernard Perlin

Bernard Perlin poderá não ser um dos mais conhecidos pintores americanos do século XX, mas será decerto um dos mais interessantes, pois a sua obra foi bastante eclética e reflectiu diversas épocas e também diferentes acontecimentos que viveu ao longo da sua vida, desde as reportagens e propaganda dos tempos de guerra, à sua longa estadia em Itália, ao seu período de aproximação a um movimento cultural denominado “Realismo Mágico”, e que na pintura tem vários nomes de referência como Chirico ou Paul Cadmus; e tem as suas pinturas de nus masculinos, os seus retratos de várias personalidades e a influência do seu longo período de vida em Nova Inglaterra.
Nasceu a 21 de Novembro de 1918 em Richmond (Virgínia), de uma família de judeus russos emigrados. Viveu uma longa relação afectiva com Edward Newell, com quem veio a casar.
Faleceu no início deste ano, com 94 anos.









































terça-feira, 15 de abril de 2014

"Io Che Amo Solo Te"

Ontem, ao rever algumas cenas, principalmente as últimas, do filme “Haway” que o João Eduardo pôs no blog dele, e como é hábito quando vejo cenas semelhantes, vieram-me as lágrimas aos olhos e o meu pensamento voou para Belgrado e para a intensa saudade e a imensa necessidade de abraçar e ter o Déjan comigo.
Claro que passado poucos minutos estávamos a falar no Skype e não consegui ocultar os meus sentimentos do momento, aos quais ele juntou os dele.
Há muito não estamos juntos e não podemos saber quando poderemos fazê-lo de novo, mas embora isso seja uma enorme necessidade para ambos, não estamos a colocar qualquer pressão sobre o assunto pois sabemos ambos que o processo de mudança de vida que o Déjan está a passar, com o final do estágio, o aproximar do final dos estudos de alemão e toda a complicada burocracia da sua candidatura ao trabalho num hospital ou clínica alemã, é demorada e árdua.
Além disso, o Pai dele resolveu viver com ele estes últimos tempos antes de ele rumar para a Alemanha o que inviabiliza uma deslocação minha a Belgrado.
Qual a minha surpresa quando hoje recebi uma encomenda  remetida de Belgrado (claro que enviada há dias), e pelo apalpar da mesma logo vi que vinha aí mais um daqueles coraçõezinhos vermelhos com a frase “VOLIM TE” (amo-te), para a minha já considerável colecção. 
Mas vinha acompanhado, o coração; trazia uma foto dele
linda, linda (claro que eu sou suspeito), e que já está devidamente encaixilhada e no sítio certo, na minha sala, com uma daquelas frases típicas do Déjan no verso da foto: “amo-te bubuska moa bubana” – tirando o “amo-te” o resto são palavras inventadas das muitas que ele tem para me mimar, e só eu sei a sua “tradução”, pois não vêm em qualquer dicionário.
Vinha também um postal de Belgrado, que dizia mais ou menos isto: “esta cidade precisa de ti, mas eu espero que nos encontremos, algures na Alemanha, na próxima vez. É um período muito difícil e stressante para mim, mas tu estás sempre no meu coração”.
Acreditem, é difícil, mas é maravilhoso e muito compensador, apesar de tudo, para ambos, viver um amor assim, vai para 9 anos...
E, pronto, porque sou Carneiro, porque nos amamos muito, aqui estou a partilhar a minha imensa felicidade.

VOLIM TE, chako pako!!!

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Um excelente fim de semana

Foi um excelente fim de semana, marcado por dois acontecimentos bastante diferenciados e qualquer deles muito gratificantes.
Em primeiro lugar, quero referir-me à visita a Lisboa do meu amigo de há muito, o Edu, que há anos andava a “ameaçar” vir até cá, mas só agora cumpriu a “ameaça”. Trouxe com ele excelente companhia: a sua Mãe, D.Augusta, pessoa simpatiquíssima e com quem se pode falar de tudo com uma amabilidade extrema, e também o seu namorado, o Reginaldo, com quem o Edu faz um excelente par.
O Edu é exactamente aquilo que eu sempre julguei pelo que lia no blog e nos contactos que íamos tendo – uma pessoa com um dom especial de convivência, com um discurso muito particular e saborosíssimo, naquele linguarar de Sampa, que é muito mais que o brasileiro a que estamos habituados; tem um humor muito apurado, e é de uma grande ternura.
Passei com eles o dia de sexta feira, tendo-os levado de carro naquele “velho percurso”: Lisboa, Sintra, com Pena incluída, Praia das Maçãs, Azenhas do Mar, Cabo da Roca, Boca do Inferno, Cascais, Estoril, e depois uma visita aos pastéis de Belém e ainda uma ida ao Cristo Rei, para ver Lisboa de frente, sempre tão linda.

No sábado fomos jantar ao Parque das Nações, num grupo alargado ao Miguel Nada, à Margarida Leitão e ao João Máximo e Luís Chainho, em casa de quem acabámos a noite (moram mesmo pertinho da Expo)
a apreciar uma torta de laranja deliciosa que a Margarida fez para a ocasião e numa tertúlia muito interessada sobre música brasileira e música portuguesa, e seus intérpretes
 Foi uma bela noite.

Hoje domingo, fui à tarde, com o Miguel, ver a última produção teatral dos Artistas Unidos, no TNDM, “Regresso a casa”, de Harold Pinter, numa encenação de Jorge Silva Melo, que também é intérprete.
O protagonista é o fantástico João Perry, no papel de Max, o pai, que vive com dois dos seus filhos, interpretados por Elmano Sancho e João Pedro Mamede e com o seu irmão (JSM), e a este núcleo familiar totalmente masculino, muito marcado pela ausência de uma figura feminina ( a mãe, já tinha falecido???), junta-se o terceiro filho, que vive nos EUA e traz com ele a sua mulher, que a família ainda não conhece. Este casal é interpretado por Rúben Gomes e Maria João Pinho.
Note-se que todos estes actores à excepção de João Perry, fazem parte dos elencos habituais da companhia dirigida por J.Silva Melo e são todos actores de excelência.
A peça, uma das mais conhecidas de Pinter é muito forte e a única personagem feminina torna-se o centro não só da narrativa, como toma mesmo o centro nevrálgico daquela família tão peculiar.
É uma peça que eu atrever-me-ia de qualificar de amoral, mais do que imoral, pois aqui a moralidade não existe…Fortíssima pois, como é hábito de Pinter.
Jorge Silva Melo
já muito experimentado na encenação do dramaturgo inglês, não tem qualquer dificuldade em assinar uma encenação, a todos os títulos brilhante.
É uma peça imperdível, do melhor que tenho visto nos últimos tempos.

E, "the last, but not the least", o meu Benfica, sagrou-se hoje, praticamente campeão nacional da época 2013-14 (falta-lhe um ponto e três jogos para o conseguir). 
Absolutamente justo este título do SLB.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

The Gay Men Project

A ideia por detrás do “Gay Men Project” é bastante simples.
Nos últimos dois anos Kevin Truong* viajou por diferentes cidades em todo o mundo e fotografou como pode, muitos homens gays.
Até agora foram cerca de 400, em 15 cidades distribuídas por 4 continentes.
Ele pede a cada uma das pessoas que fotografa, que descreva a sua história, publicando esses depoimentos junto com as respectivas fotos.
Tem um blog com esses depoimentos
O seu objectivo é criar uma plataforma para desfiar estereótipos e é também uma forma de criar uma espécie de comunidade para outras pessoas que podem não ser tão abertamente gays.
Pode ser uma pessoa conhecida (um actor, um atleta profissional), mas também uma pessoa perfeitamente desconhecida.

*Kevin Truong nasceu num campo de refugiados vietnamita, em Kuala Lumpur (Malásia), tendo a sua família emigrado para os EUA no ano seguinte ao seu nascimento.
Aí fez o Bacharelato em Economia numa Universidade e passou quatro anos a trabalhar, sem fins lucrativos, num programa de desenvolvimento para a juventude, em vários pontos dos EUA e também em Belize.

Podem ver aqui um vídeo com os primeiros 373 retratados.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Dois livros de fotografia

O meu amigo Félix, amante da fotografia e bom fotógrafo, esteve recentemente em minha casa e trouxe-me alguns belos livros de fotografia.
Claro que são livros especiais, em que o texto tem a sua importância, mas em que o essencial são as imagens.
Já li (vi) dois deles, ambos muito belos e bastante diferentes.
Um é “Gens du Barroso – Histoire de une belle humanité”
com fotos do fotógrafo francês Gérard Fourel e com textos do português Antero de Alda, em que se faz o registo de algumas das mais típicas aldeias da serra do Barroso (Trás-os-Montes). São fotos cruas, de uma vida dura, cinzenta e fria, mas muito belas.

O texto é bilingue (francês e português) e é um livro muito interessante. Podem e devem ver todas as fotos deste livro aqui.

O outro é da autoria da famosa fotógrafa americana Annie Leibovitz, de ascendência judia e à qual já dediquei há tempos um post neste blog com algumas das suas mais famosas fotos.
Chama-se o livro “A Photografer’s Life: 1990-2005"
e nele,Annie mais que mostrar as suas principais fotos, dedica a maior parte da obra a dois temas muito pessoais – a sua família, nomeadamente os seus pais e o seu relacionamento com Susan Sontag

 uma das mais importantes pessoas da sua vida.
Claro que estão no livro fotos célebres, mas essencialmente são registos muito íntimos, sem a preocupação de fazer uma bela foto, mas e por isso mesmo, muito reais. Pode ver-se o envelhecimento dos pais e pode ver-se a progressão da doença de Susan.
Curiosamente uma das fotos mais conhecidas deste livro foi tirada por Susan Sontag e é um retrato de Annie nua e em adiantado estado de gravidez.
É portanto um livro fundamental para quem se interessa por fotografia e principalmente pela vida e obra de Annie Leibovitz.

Em complemento um acompanhamento musical de canto popular transmontano – “A fonte do salguerinho”.