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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

NOVE!


29 de Dezembro de 2005 – estava muito longe de travar conhecimento com alguém através daqueles sites que existem para esse efeito, em teoria, mas que na prática, funcionam mais em termos de meros encontros sexuais.
Naquele tempo, e não porque necessitasse realmente de encontrar alguém para um relacionamento – estava muito bem, sozinho – apetecia-me encontrar gente para conversar.
E encontrei um “puto”, então com 26 anos que também queria, e tão só isso, conversar.
Era da Sérvia e começámos a falar (teclar) em inglês.
Gostámos da conversa e repetimos nos dias seguintes; e depois começou uma troca de mails, mails grandes em que contávamos muita coisa um ao outro.
E começou a surgir algo que eu não imaginava que pudesse ainda acontecer-me – apaixonámos-nos! Mas havia um grande problema: a distância!
Equacionámos o problema, mas já não fomos a tempo de desistir – FELIZMENTE!
E passados 9 meses, em Setembro de 2006 dei um passo que tinha algum (não demasiado) risco: fui à Sérvia e conheci pessoalmente o “puto” - o Déjan, o meu Déjanito e tornámos-nos ambos um para o outro “CHAKO PAKO” (manias dele)...

E agora, a 29 de Dezembro de 2014, comemoramos NOVE anos de uma união que eu não acredito, apesar da distância, possa ser mais feliz.
Meu amor, muito obrigado por tudo o que me tens dado, por todos os momentos passados juntos, que até foram curtos para o tempo que levamos da nossa relação, mas é preciso não esquecer que ao longo destes anos, todos os dias falámos um com o outro, uma ou várias vezes ao dia.
Eu não posso passar sem ti, e sei, sem querer ser presunçoso, que o mesmo se passa contigo.

Estivemos (ainda estamos) o mais longo tempo sem nos encontrarmos – 14 meses – e isso devido essencialmente às grandes modificações de vida que  passaste ultimamente com o estágio, os estudos e exames da língua alemã, o processo de candidatura a um trabalho na Alemanha, enfim, tanta coisa que inviabilizou o nosso reencontro.
Mas a 19 de Janeiro, espero que estejas em Dusseldorf à minha espera e vamos passar 15 dias calmos, tu a trabalhar, e eu a ler e a entreter-me com a net, até tu chegares e depois há os teus dias de folga e há tanta coisa para partilhar de novo...

Desculpa-me este texto ir escrito em português, mas tu tens possibilidade de o traduzir facilmente; é que me era difícil dizer isto tudo em inglês...

Mas e agora só para ti: Puno havala, ljubaj moja. Volim te já tebe, moj predivni. Ti biti divan, Déjan! 

(Hope you like this music. Is not our song, as you know, but is for you, my love.)

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

LER!!!!!!!!!!!

De há uns tempos a esta data recomecei um hábito que desenvolvi na minha juventude e que interrompi estupidamente durante anos anos a fio – ler!
Em boa hora o fiz e os problemas que isto me acarreta neste momento são dois: conseguir ler tudo o que tenho em casa, antes de morrer, e onde colocar tanto livro.
Entretanto, tenho um perfil num site deveras interessante – o Goodreads, onde se fala, se escreve e actualizamos as nossas leituras.
 Um dos desafios a que acedi já no ano anterior e neste também é o chamado “"Your Challange Books”, para cada ano; o ano passado estabeleci um ambicioso patamar de ler uma média de um livro por semana (52 livros) e que cumpri com 2 ou 3 livros a mais.
Neste ano mantive o mesmo objectivo e faltando ainda mais de dois meses para o final do ano, ele já foi superado, pois já li este ano 55 livros ( https://www.goodreads.com/user_challenges/1126769). 

Quero destacar aqui alguns factos curiosos: destes 55 livros, 36 foram escritos em português, sendo 31 de autores portugueses (mais de 50% do total) e 5 de escritores brasileiros.
O autor mais lido foi Allan Massie (4 livros)
seguido de Fernando Caio Abreu (3 livros)
e três autores portugueses com dois títulos cada: Ana Cristina Silva, José Régio e Mário Cláudio.

Quase todos os livros lidos são de ficção, sendo os relacionados com a História, uma fatia importante. Li 5 livros de fotografia, vários sobre a guerra colonial, um deles da minha autoria
um de banda desenhada e infelizmente apenas um de poesia e um ensaio.

Destaque ainda para os livros editados pela Index, dos quais li três além do meu, sendo um dos dois editores (João Máximo e Luís Chainho) e outro da Margarida Leitão.

Quanto à qualidade, exceptuando um livro deplorável
a média foi excelente, tendo atribuído por 8 vezes a nota máxima – 5 ***** , e permito-me destacar um livro como o melhor do ano e talvez o melhor de há muitos anos, de um jovem e promissor escritor português, Norberto Morais - “O Pecado de Porto Negro”

São estes os restantes livros que obtiveram as 5 *****















quarta-feira, 13 de agosto de 2014

"Tension"

Bailarinos são vistos como seres sublimes e dotados de subtileza.
O que pouca gente vê é a força e a tenacidade por trás de cada passo feito por eles.
Focado nessa energia, o fotógrafo Nir Arieli criou "Tension", um ensaio para mostrar através da sobreposição de imagens os movimentos complexos e dinâmicos da dança.
A escolha dos modelos não podia ser mais correta: bailarinos contemporâneos.
Os movimentos, que não eram coreografados, foram executados de forma espontânea, à escolha do modelo e os resultados não poderiam ser previstos, já que a montagem das fotos veio depois, enquanto Nir procurava a combinação perfeita para o resultado esperado: um estudo sobre dança e tensão muscular.
As imagens são incríveis e passam a sensação de um deslocamento causado pelas escolhas intrigantes das justa posições.
A impressão que temos é que o corpo dança em torno de si mesmo, sendo objecto e palco da própria performance.
Elegância e estranhamento nunca foram conceitos tão próximos quanto neste trabalho.
O mais espantoso de tudo isso é pensar que tal projecto foi desenvolvido por Nir Arieli, uma pessoa sem qualquer afinidade com a dança, como ele mesmo diz: “Eu não posso dançar. Não posso no meu quarto, nem em uma boate, muito menos em qualquer tipo de palco. (…) No entanto, desta vez, pela primeira vez, eu me vi envolvido activamente na dança — mesmo usando o corpo de outra pessoa.”
Nir começou por ser um fotógrafo militar que trabalhava para um jornal.




























sexta-feira, 4 de julho de 2014

Poesia Matemática


Poesia Matemática

Às folhas tantas
do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base
uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo retangular, seios esferóides.
Fez de sua uma vida
paralela à dela
até que se encontraram
 no infinito.
"Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando
ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidianas
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar
constituir um lar,
mais que um lar,
um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial. 
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
freqüentador de círculos concêntricos,
viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade.
Era o triângulo,
tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração,
a mais ordinária. 
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade como aliás em qualquer
sociedade.

Millôr Fernandes

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Quando os diálogos se transformam em silêncios

 

Li esta frase há pouco, num blog que gosto muito e do qual sou, com muita pena minha, um dos raros comentadores.
Trata-se de "Fragmentos Culturais", um daqueles blogs em que se escreve sobre coisas interessantes e onde se continua a explanar as ideias e os acontecimentos em textos tão grandes quanto o necessário e onde se pretenderia um diálogo, quase inexistente, com o leitor/comentador.
Há muito que falo nisto e sou um saudoso do tempo em que a blogosfera era assim.
Hoje, e com raras excepções, a blogosfera é um sucedâneo das redes sociais, com notícias avulso que não passam de "fait divers" ou de "acontecimentos pessoais" com pouco relevo para os demais (isto porque há exemplos de acontecimentos pessoais que podem ser de interesse público).
E há um divórcio entre quem lê e quem comenta - uma abissal diferença de visitas e de comentadores.
E se há pessoas que comentam pouco todos os blogs que seguem, também há aqueles que preferem comentar os blogs de postagem rápida - não dá trabalho, e geralmente tem "lucros" , pois representam uma contrapartida na aceitação dos seus próprios blogs.
Há mesmo alguns bloguistas que até há pouco eram assíduos comentadores, que têm bons blogs, e que eu continuo a seguir e a comentar porque os assuntos são interessantes e que actualmente se colocam na cómoda e, para mim triste, coluna dos "silêncios"...Não é preciso referir nomes, pois eles sabem quem são.
Enfim, mais um desabafo e cada vez mais me assalta a questão - valerá a pena?

segunda-feira, 7 de abril de 2014

The Gay Men Project

A ideia por detrás do “Gay Men Project” é bastante simples.
Nos últimos dois anos Kevin Truong* viajou por diferentes cidades em todo o mundo e fotografou como pode, muitos homens gays.
Até agora foram cerca de 400, em 15 cidades distribuídas por 4 continentes.
Ele pede a cada uma das pessoas que fotografa, que descreva a sua história, publicando esses depoimentos junto com as respectivas fotos.
Tem um blog com esses depoimentos
O seu objectivo é criar uma plataforma para desfiar estereótipos e é também uma forma de criar uma espécie de comunidade para outras pessoas que podem não ser tão abertamente gays.
Pode ser uma pessoa conhecida (um actor, um atleta profissional), mas também uma pessoa perfeitamente desconhecida.

*Kevin Truong nasceu num campo de refugiados vietnamita, em Kuala Lumpur (Malásia), tendo a sua família emigrado para os EUA no ano seguinte ao seu nascimento.
Aí fez o Bacharelato em Economia numa Universidade e passou quatro anos a trabalhar, sem fins lucrativos, num programa de desenvolvimento para a juventude, em vários pontos dos EUA e também em Belize.

Podem ver aqui um vídeo com os primeiros 373 retratados.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Dois livros de fotografia

O meu amigo Félix, amante da fotografia e bom fotógrafo, esteve recentemente em minha casa e trouxe-me alguns belos livros de fotografia.
Claro que são livros especiais, em que o texto tem a sua importância, mas em que o essencial são as imagens.
Já li (vi) dois deles, ambos muito belos e bastante diferentes.
Um é “Gens du Barroso – Histoire de une belle humanité”
com fotos do fotógrafo francês Gérard Fourel e com textos do português Antero de Alda, em que se faz o registo de algumas das mais típicas aldeias da serra do Barroso (Trás-os-Montes). São fotos cruas, de uma vida dura, cinzenta e fria, mas muito belas.

O texto é bilingue (francês e português) e é um livro muito interessante. Podem e devem ver todas as fotos deste livro aqui.

O outro é da autoria da famosa fotógrafa americana Annie Leibovitz, de ascendência judia e à qual já dediquei há tempos um post neste blog com algumas das suas mais famosas fotos.
Chama-se o livro “A Photografer’s Life: 1990-2005"
e nele,Annie mais que mostrar as suas principais fotos, dedica a maior parte da obra a dois temas muito pessoais – a sua família, nomeadamente os seus pais e o seu relacionamento com Susan Sontag

 uma das mais importantes pessoas da sua vida.
Claro que estão no livro fotos célebres, mas essencialmente são registos muito íntimos, sem a preocupação de fazer uma bela foto, mas e por isso mesmo, muito reais. Pode ver-se o envelhecimento dos pais e pode ver-se a progressão da doença de Susan.
Curiosamente uma das fotos mais conhecidas deste livro foi tirada por Susan Sontag e é um retrato de Annie nua e em adiantado estado de gravidez.
É portanto um livro fundamental para quem se interessa por fotografia e principalmente pela vida e obra de Annie Leibovitz.

Em complemento um acompanhamento musical de canto popular transmontano – “A fonte do salguerinho”.