sábado, 29 de setembro de 2007

A tropa cá do João 9 - Moçambique 4


De entre os diversos textos já publicados sobre a minha vida militar, tenho seguido uma certa cronologia; mas porque não há factos relevantes todos os dias durante a minha estadia em Moçambique, gostaria hoje de falar sobre um assunto mais geral, mas sobre o qual tenho uma opinião formada, filha da observação, e também de alguma experiência. Refiro-me à homossexualidade nas forças armadas portuguesas, principalmente no teatro da guerra colonial.

Recuando um pouco, e como nota introdutória, devo dizer que, quando iniciei a vida militar, já tinha plena consciência dos meus gostos sexuais, e já tinha tido experiências práticas; no entanto, estava ainda numa fase de não total aceitação intima, desse facto. Durante os tempos de Mafra e até durante os quatro meses de Guiné, não houve qualquer desejo acerca deste assunto, tendo eu passado ao lado.

Já o mesmo não sucedeu em Moçambique, onde permaneci tempo mais que suficiente para que o tema não viesse ao de cima; no entanto, e devido à minha posição de capitão a comandar 200 homens numa zona de guerra, havia um natural medo de me expor, pois achava que deveria ser um imperativo para mim, não permitir que um assunto tão intimo e dificil de compreender, pudesse vir, por qualquer motivo, a interferir, mais tarde e causar situações embaraçosas.

Assim, e hoje acho alguma piada ao caso, nunca tive tantas relações sexuais com o outro sexo, como nesses primeiros tempos, não porque tivesse necessidade de me afirmar como tal, mas normalmente, quando acompanhava alguns companheiros em noites de devaneio, e isso abrandava-me, de certo modo, os ímpetos, sempre presentes do desejo de ter sexo com homens.

Fui observando os homens da minha Companhia, e se por um lado, na sua grande maioria, eram de raça negra, a qual é habitualmente muito púdica, mesmo no simples facto de mostrarem os seus orgãos sexuais, por outro, nos poucos brancos que havia, sempre notei conversas e comportamentos, não óbvios, claro, mas que me deixavam adivinhar certas coisas...Pois, havia um soldado que, esse sim era demasiado óbvio e por tal facto era muito mais útil a servir à mesa na messe de oficiais e sargentos, do que no mato, onde decerto estragaria a pintura das unhas, sempre muito cuidadas no seu verniz pérola; curiosamente não era alvo de comentários de censuras jocosas.

Até que um dia, um furriel que há muito “marcava” surgiu na messe com um livro forrado por papel de embrulho, e que não permitia saber de que obra se tratava; tendo deixado ali o livro, por descuido (?), não resisti e fui ver o título: “As amizades particulares” do Roger Peyrefitte, e curiosamente com as partes mais significativas, sublinhadas...

O rapaz voltou, para buscar o livro e ficou naturalmente embaraçado ao ver-me a folheá-lo; perguntei-lhe se o livro era dele, e ele corando, disse que sim; retorqui-lhe muito calmamente que conhecia bem o livro, tinha gostado de o ler e particularmente das partes que ele sublinhara. Ele não sabia como reagir, estava simultâneamente feliz e assustado, e eu expliquei-lhe que deveria estar à vontade comigo, pois decerto teríamos gostos similares sobre esse tema. Ele mais à vontade, perguntou-me abertamente se eu era homossexual, e obteve como resposta, um convite para passar na minha “cabana”, durante a próxima noite que estivesse de ronda, num dos intervalos das suas visitas às sentinelas.

E assim começou um relacionamento, apenas e só, sexual, que muito me reconfortava; o rapaz, no dia a dia tinha comigo um relacionamento absolutamente normal, mas quando estava comigo, soltava a sua língua, que não era pequena e foi-me contando o que se passava na intimidade entre a quase totalidade daqueles 20/30 homens brancos da Companhia, encontros e relações, sempre no segredo, mas quase todos o faziam, mesmo aqueles com ar de machões e que eram casados e pais de filhos; não só experimentavam, como repetiam, segundo ele dizia...Havia um alferes que também tinha essas experiências, e que curiosamente, tempos mais tarde vim encontrar num seu espaço agradável no Bairro Alto, e com total abertura falámos no assunto e ele tudo confirmou; só desconhecia o meu caso (pelos vistos, o furriel não contou a outros, esta sua aventura).

Nas minhas visitas à Beira ou a Nampula, no aninomato de um traje civil, nunca foi difícil encontrar companheiro sexual, de enter os muitos militares, de várias patentes que circulavam por essas cidades; e curiosamente, eram paraquedistas, fuzileiros ou comandos os que mais abundavam, e eram donos de apetecíveis físicos.

Como conclusão, e sei que não é senão uma teoria minha, penso que uma grande, mas mesmo muito grande maioria do pessoal que esteve na guerra colonial, experimentou a homossexualidade, o que não é necessàriamente a mesma coisa de afirmar, que se tornou homossexual...

Há, no entanto, algo de muito positivo que devo, neste campo, à minha estadia em África; tive tempo mais do que suficiente para pensar nas minhas opções sexuais e decidir finalmente em aceitá-las em pleno.

Quando cheguei, cheguei outro Homem!

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Les Hommes Qui Passent

Les hommes qui passent Maman
M'envoient toujours des cartes postales
Des Bahamas Maman
Les hommes qui passent tout le temps
Sont musiciens artistes peintres
Ou comédiens
Souvent
Les hommes qui passent Maman
M'offrent toujours une jolie chambre
Avec terrasse Maman
Les hommes qui passent je sens
Qu'ils ont le cœur à marée basse des
Envies d'océan
Les hommes qui passent pourtant
Qu'est-ce que j'aimerai en voler un
Pour un mois pour un an
Les hommes qui passent Maman
Ne me donnent jamais rien que de l'argent
Les hommes qui passent Maman
Leurs nuits d'amour sont des étoiles
Qui laissent des traces Maman
Les hommes qui passent violents
Sont toujours ceux qui ont gardé
Un cœur d'enfant perdant
Les hommes qui passent pourtant
Qu'est-ce que j'aimerai en voler un
Pour un mois pour un an
Les hommes qui passent Maman
Ne me donnent jamais rien que de l'argent
Les hommes qui passent Maman
Ont des sourires qui sont un peu
Comme des grimaces Maman
Les hommes qui passent troublants
Me laissent toujours avec mes rêves
Et mes angoisses d'avant
Les hommes qui passent pourtant
Qu'est-ce que j'aimerai en voler un
Pour un, ois pour un an
Les hommes qui passent Maman
Ne me donnent jamais rien que de l'argent
Les hommes qui passent Maman
Les hommes qui passent Maman
Les hommes qui passent pourtant
Les hommes qui passent Maman

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Marcel Marceau


O mundo do espectáculo, após os desaparecimentos de Bergman, Antonioni, Pavarotti, ficou ainda mais pobre.
Marcel Marceau, o mimo francês mais famoso do mundo, morreu aos 84 anos. Falava sem palavras, chorava e ria sem sons. Era o mestre da pantomima e uma figura incontornável da arte.
Bip, a sua famosa criação, o mimo de cara branca, com uma expressividade trágica influenciada pelo vagabundo eternizado por Chaplin, deixou marca.
Marceau nasceu em Estrasburgo, em França, no ano de 1923. Estudou mímica com o mestre Etienne Decroux. Começou a sua carreira de mimo na Alemanha, actuando para as tropas francesas depois da Segunda Guerra Mundial.
Mais tarde, em 1978, fundou a Ecole de Mimodrame em Paris.
Marcel percorreu o mundo com os seus espectáculos de mímica ao longo de mais de 50 anos. Inspirou-se em grandes mestres da "arte silenciosa" como Charlie Chaplin, Buster Keaton, Harry Langdon, nos palhaços da Commedia dell'Arte e até nos gestos estilizados da ópera chinesa.
Em 2001 foi nomeado embaixador da Boa Vontade das Nações Unidas para os mais idosos.
Disse um dia que "a mímica, tal como a música, não conhece fronteiras nem nacionalidades" . Os gestos expressam a essência mais secreta da alma humana - "Para mimar o vento, temos de nos transformar em tempestade. Para mimar um peixe, temos de mergulhar no mar" .

domingo, 23 de setembro de 2007

Queer Lisboa Festival 11 (análise final)



Terminou o Festival Queer Lisboa 11, que durante uma semana decorreu no cinema S.Jorge.

Em termos de balanço, e claro está, com as lacunas normais de não ter visto muitos dos filmes, (e apesar de tudo, muitos consegui ver), devo concluir que o saldo é positivo, embora com alguns considerandos.

Este festival ganhou já uma importância real, não só no panorama cinematográfico nacional, pois há um aumento significativo de filmes apresentados, de público a assistir, e com júris equilibrados, que fazem com que o evento, passe a ser mais um acontecimento cultural da cidade do que uma simples mostra de filmes GLBT, exclusivamente para o público GLBT; mas também porque é um festival que começa a ter um nome importante nos muitos festivais do género que vai havendo em grandes cidades , pela presença de filmes a concurso absolutamente recentes, e pelo sempre crescente números de convidados estrangeiros aqui presentes.

Claro que não é fácil montar um festival destes e só a conjugação de muitas boas vontades entre os organizadores e diversas organizações públicas e privadas o permitem; não é de admirar algumas falhas na programação, pois não há coisas destas perfeitas 100%.

A programação, a meu ver, sem títulos muito fortes, apostou, no entanto numa diversidade grande, quer de temas, quer de origens dos filmes.

Talvez o conjunto das curtas metragens não tivesse estado ao nível das longas e dos documentários, embora sobre estes, não possa ter opinião concreta, pois não assisti a nenhum.

Assisti a uma quantidade razoável de curtas, das quais poucas destaco: “Chalk line”, de Dan Brophy – Austrália; “Kampisar”, de Magnus Mork – Suécia; “Private life”, de Abbe Robinson – UK; “A prayer in January”, de Ofir Rave Graizer – Israel e “Wrestling”, de Grímur Hákonarson – Islândia.

Destaque para uma iniciativa muito interessante, que foi a exibição de um ciclo de quatro filmes, denominada “Cinematografia gay portuguesa dos anos 70”, da autoria de Óscar Alves (1975/1978).

Houve debates, exibição de sessões com video-clips e a presença de vários realizadores nas sessões em que os seus filmes foram apresentados.

Dos filmes de longa metragem a concurso, vi vários: “The Bubble”, objecto do meu édito anterior; “Keiller Park”, interessante filme sueco de Susana Edwards, sobre o relacionamento amoroso entre um bem sucedido executivo e um imigrante; “Solange du hier bist”, do alemão Stefan Westerwelle, um belíssimo e tristíssimo filme sobre o amor e a solidão de um homem idoso, cuja única alegria é a visita habitual de um prostituto; “Comme des voleurs” , confirmando plenamente que o seu realizador, o suiço Lionel Baier, sabe fazer um cinema vivo, actual e interessante, como o seu “Garçon Stupide”, apresentado há dois anos, e os decepcionantes “Wild tigers I have known”, e “The picture of Dorian Gray” de Cam Archer e Duncan Roy respectivamente, ambos americanos.

O palmarés ditou como vencedor, por maioria, o filme alemão, e embora não fosse o meu preferido, considero-o um bom vencedor, pois não é costume retratar de uma forma tão atenta e digna o problema da homossexualidade na velhice, e a solidão imensa a que isso conduz. Houve ainda um prémio especial, por unanimidade para o desempenho da brasileira Carla Ribas, pela sua interpretação no filme de Chico Teixeira “A casa de Alice”.

Nos documentários venceu “Estrellas de la línea”, do espanhol Chema Rodriguez, que nem sequer é um filme GLBT, mas parece ser um filme muito bom sobre a vida das prostitutas da capital guatemalteca, que para chamarem a atenção para a sua vida miserável, formam uma equipa de futebol.

Finalmente o prémio da melhor curta metragem, atribuído pela votação do publico foi para o filma brasileiro “Singularidades” de Luciano Coelho.

Para o ano há mais...

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

"The bubble"


Vi esta semana no “Queer Festival Lisboa 11” o filme israelita “The bubble”, do realizador Eyton Fox, do qual já conhecia o seu primeiro filme, de 1990, que era uma curta metragem: “After”, e duas longas metragens, “Yossi & Jaguar” e “Walk in the water”, respectivamente de 2002 e de 2005; todas estas obras são de temática gay e são todas de muito bom nível.

Na generalidade, Fox, centra os argumentos dos seus filmes, em situações que têm a ver com a específica situação de Israel, nos dias de hoje, quer na realidade da guerra e do terrorismo, e também, no caso do “Walk in the water”, no passado, da problemática judeus/nazis.

“The bubble” não foge a esta regra, e embora quase sempre num tom leve e moderno, não deixa nunca de equacionar o actual antagonismo entre israelitas e palestinianos que habitam os territórios sob sua jurisdição, e fá-lo de uma forma muito forte e com cenas de grande crispação, quer na cena inicial, quer principalmente no dramático final.

O filme segue um grupo de três amigos – dois rapazes, ambos gays, e uma rapariga, que compartilham, não só um apartamento em Telavive, mas também muito das suas vidas, amores, desilusões, enfim o seu quotidiano, o qual se altera com o aparecimento na vida de um deles, Noam, de um palestiniano, Ashraf, que ele encontrara, quando, como militar, estava de serviço num “chek-point”, entre Israel e os territórios palestinianos, e que aparece na sua casa de Telavive, iniciando-se uma relação sentimental entre ambos.

As recordações do passado, em Jerusalém, onde ambos viveram quando crianças, e a realidade actual, estão sempre muito presentes, e acabam por conduzi-los a um fim dramático, bem representativo da realidade de hoje e que deixa o espectador, a pensar muito no que é o amor e no que são os terríveis tempos que se vivem na actualidade, em regiões como aquelas.

É um filme belíssimo, que me marcou muito; e, porque não vi muitos dos filmes em competição para o prémio do melhor filme do festival, não me desagradaria, nem admiraria que esse prémio lhe viesse a ser concedido, até porque as críticas dos especialistas, não do júri, são muito boas.

Se o filme for exibido comercialmente, será imperdível; caso não seja, é de estar atento ao mercado dos DVD, ou então recorrer, como eu fiz, à velha “mula”.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

O Ramadão

O Ramadão é o nono mês do calendário islâmico. É o mês durante o qual os muçulmanos praticam o seu jejum ritual, o quarto dos cinco pilares do Islão. A palavra Ramadão encontra-se relacionada com a palavra árabe ramida, “ser ardente”, possivelmente pelo facto do Islão ter celebrado este jejum pela primeira vez no período mais quente do ano. Uma vez que o calendário islâmico é lunar, o Ramadão não é celebrado todos os anos na mesma data, podendo passar por todas as estações do ano .O momento em que se inicia o Ramadão depende da lua: só começa oficialmente quando for avistado o primeiro traço da lua nova. Por isso, em todo o mundo os sábios e teólogos estão atentos ao céu nesta primeira noite (que este ano aconteceu na quarta feira passada, dia 12). É mês sagrado, período de renovação da fé, da prática mais intensa da caridade, e vivência profunda da fraternidade e dos valores da vida familiar. Neste período pede-se ao crente maior proximidade dos valores sagrados, leitura mais assídua do Alcorão, frequência à mesquita, correcção pessoal e autodomínio. Durante todo o dia os muçulmanos respeitam o jejum, não podendo ingerir nem alimentos nem água – alguns mais rigorosos, evitam mesmo acumular saliva na boca para aliviar a sede, considerando que isso representa já uma quebra do jejum. Este deve ser mantido do nascer ao pôr do sol, o que os obriga a levantar antes do dia começar para fazerem o “sehri”, a refeição que os vai aguentar até ao final da tarde. Quando o sol se põe – e há em todos os países muçulmanos calendários que indicam a hora exacta em que acontece – podem finalmente quebrar o jejum, e a partir daí iniciam-se as grandes refeições, “iftar” que juntam familiares e amigos nas casa e nas mesquitas. O jejum aplica-se também ao fumo e às relações sexuais. O crente deve não só abster-se destas coisas, mas também não pensar nelas .Durante o Ramadão, é comum a frequência mais assídua à mesquita. Além das cinco orações diárias (salat), durante este mês sagrado recita-se uma oração especial chamada Taraweeh (oração nocturna). O Ramadão é o período em que a vida social dos muçulmanos é mais activa. A 27ª. Noite, de “Lailatul Qadre”, é a mais importante por ter sido, provàvelmente, nela que o Corão foi revelado ao profeta Maomé. Por isso, nessa noite os muçulmanos permanecem em vigília nas mesquitas até o dia nascer. Actualmente, com a ampliação do diálogo interreligioso, algumas pessoas de outras religiões são convidadas a partilhar este momento de convívio e é cada vez mais freqüente que cristãos ofereçam e celebrem um iftar para os seus amigos muçulmanos.



Wikipedia e "Público"

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Rir, por vezes amargo e sujo...


A família comia tranquilamente quando, inesperadamente, a filha de 11 anos se sai com esta:

-Tenho uma má notícia...deixei de ser virgem!

E começa a chorar. Visìvelmente abatida, com as mãos no rosto e um ar de vergonha.

E os pais começam a trocar acusações mútuas.

-Tu, sua filha da p...(marido dirigindo-se para a esposa). Isto é por tu seres como és. Por te vestires como uma p... barata e te arreganhares toda para o primeiro imbecil que chega aqui em casa. Claro que com este exemplo que a menina vê todos os dias...

-E tu também (pai apontando para a filha de 25 anos). Sempre agarrada no sofá a lamber aquele filho da p... do teu namorado, que é mais gay que outra coisa. Tudo na frente da menina!

A mãe não aguenta mais e explode, virando-se para o marido:

-E tu, meu camelo? Gastas metade do salário com p... e despedes-te delas à porta. Pensas que eu e a menina somos cegas? E além disso, que exemplo é que lhe podes dar, se desde que assinaste a m... da TV Cabo, passas todos os fins de semana a assistir a filmes porno de quinta categoria, com p... e cavalos e depois acabas por bater dezenas de p...., com direito a todos os tipos de gemidos e grunhidos?

Desconsolada e à beira de um colapso, a mãe, com os olhos cheios de lágrimas e a voz trémula, pega na mão da filhinha e pergunta baixinho:

-Como foi que isso aconteceu, filhinha?

E entre soluços, a menina respondeu:

-A professora tirou-me do presépio! E a virgem agora é a Ana e eu vou fazer de vaquinha!

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Uma tia encontra uma amiga que não via há muito tempo e vai logo dizendo:

-Querida, você está tão diferente! Cortou o cabelo...Tá giraça...

-É...

-Tá mais magra...Bonita...

-É...

-Então conte-me, o que anda a fazer?

-Eu tou a fazer quimioterapia.

-Ah, é o máximo! E diga-me, está na Moderna ou na Independente?



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Um tipo entrou num bar e disse ao barman: " Eu queria que o senhor me pagasse uma bebida! "
O barman, muito admirado, respondeu que não, alegando que aquilo não era a Santa Casa da Misericórdia.

" Ah! Eu tenho aqui uma coisa impressionante e, se eu lha mostrar, você vai-me decerto pagar uma bebida! "

O barman, intrigado, pede-lhe que mostre. Então o cliente tira do casaco um baralho de cartas, com cerca de 30 cm de tamanho.

O barman fica perplexo e, como nunca tinha visto um jogo de cartas tão grande, resolve pagar uma bebida ao homem. Alguns jogos e copos depois, o barman esolve perguntar ao homem onde é que ele tinha arranjado tão estranho baralho.

" É que encontrei um génio que concede desejos!!"
O barman, todo empolgado, pede logo ao homem que lhe mostre o génio, para poder pedir alguma coisa.

O homem dá uma lâmpada ao barman, que a esfrega, e, realmente, aparece o tal génio, dizendo o seguinte: " Vou conceder-te um único desejo, mas rápido, que eu quero voltar a dormir!"

O barman então, sem pensar muito, pede a primeira coisa que lhe vem à cabeça:
- " Quero um milhão! Um milhão em notas!"

O génio estala os dedos e, de repente, o bar fica atulhado de botas.
- " Botas??? Eu pedi um milhão em notas e não em botas! Essa droga de génio é um bocado surdo, não acha??"

O homem responde:
- " Claro!! Ou você acredita que eu ia alguma vez pedir um "BARALHO" de 30 cm??"




sábado, 15 de setembro de 2007

Ponto final

Do alto do seu púlpito, num habitual estilo de grande eloquência, alguém procurou com algumas habilidades linguísticas, pintar com as cores que achou mais próprias, uma história que não soube conduzir de forma a que se tivesse evitado a situação de ruptura a que se chegou.
Lamento que tivesse utilizado termos a meu respeito, que lhe mereceriam um pouco mais de contenção, mas enfim, cada um é como cada qual.
Se alguém não aceita licões de outras pessoas, eu também não!!! E muito menos, dadas de cima para baixo...
Posso não ser uma enciclopédia ambulante, sou até ciente das minhas muitas limitações, mas não preciso que me as apontem, sei assumi-las. Como assumo a boa educação necessária para não cair na tentação de responder à letra a certas afirmações proferidas.
Sou acusado de pretender, a qualquer custo, ter uma legião de fãs, o que demonstra cabalmente que essa pessoa nunca me conheceu realmente. O que mais me entristece, é que, com exactamente os mesmos argumentos de que sou acusado, se procure descaradamente esse mesmo fim; isso nada me preocuparia, se não fosse por esse facto atingida uma outra pessoa, de quem sou muito amigo, e que estou em risco de perder, pois essa pessoa não soube ou não quis ficar equidistante.
Não, não são lamentos, nem lamechices, são tão sòmente realidades sentidas.
Mais uma vez, e pensava eu que isso não mais aconteceria, não soube escolher um amigo; a perda é pouca, porque os verdadeiros amigos, sei quem são e onde estão.

Nota: como fundo musical a grande diva, Maria Callas, honrando os trinta anos da sua morte.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Queer Lisboa 11


É já amanhã, sexta feira, que se inicia o "Queer Lisboa 11", que dá continuidade ao "Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa", o qual teve 10 edições.
Durante uma semana, poderão ser vistos no S. Jorge os melhores filmes de temática GLBT, realizados nos últimos tempos, em sessões de filmes a concurso, e não só, nas categorias de longa metragem, documentário e curta metragem.
Até este ano, o Festival, sempre realizado em Setembro, correu salas e mais salas, desde a videoteca de Lisboa, o British Council, o Goethe Institut, a Cinemateca, o Fórum Lisboa e o Quarteto.
O grande impulsionador deste festival, convém não esquecer, foi Celso Júnior, que só não foi responsável pelas últimas edições, pois reside actualmente na Suiça. Lutou contra tudo e contra todos e conseguiu transformar um sonho numa realidade, e teve um aliado, devemos referi-lo, no então presidente da autarquia, João Soares.
Quando Santana Lopes se tornou presidente, o festival esteve mesmo em risco de não se fazer; e os actuais organizadores, desde há muito trabalhavam com o Celso, pelo que houve uma certa continuidade, embora tenha havido uma evolução, pois passou a ser um festival com filmes a concurso, e claro está, com um júri, em que estão sempre representantes dos grandes festivais do género, que se realizam em diversos locais: Berlim, Turim, S. Francisco, etc.
Desde o primeiro festival que assisti a todos, à excepção do último, pois estava ausente do país. Vi grandes filmes e vi sobretudo filmes que, se não tivessem vindo até cá nos festivais, nunca teria visto; quase sempre vi a grande maioria dos filmes em exibição, e por esse motivo ganhei o gosto de pesquisar todos os sites que encontrei na net, e hoje, devido a processos que todos conhecemos, tenho na minha posse a maior parte dos filmes exibidos nos diferentes festivais.
É pois com uma sempre renovada expectativa e alguma ansiedade que elaboro a minha "agenda" de cada festival, o que fiz hoje, em relação ao agora chamado "Queer Lisboa 11", sempre conjugando o meu tempo disponível com o calendário do festival, que, numa boa medida, passa os filmes quase todos em repetição, em diferentes horários.
Não vou destacar, a priori, nenhum filme do festival deste ano, embora esteja curioso em relação a meia dúzia de títulos, mas por vezes há boas surpresas de onde menos se espera.
É uma boa ocasião para ir ver cinema, por vezes cinema alternativo, mas acima de tudo cinema focando problemáticas sobre a cena GLBT; e afinal, o circuito comercial português até já "arrisca" de vez em quando em obras deste teor (como exemplo, o "Mysterious Skin" agora em exibição).
Para documentar musicalmente este texto, escolhi aquela que é para mim, claro a mais bela canção, do mais belo filme baseado numa história gay, ou seja "He was a friend of mine", da banda sonora do "Brokeback Mountain", na voz de Willie Nelson.
Vão ao cinema, divirtam-se e comovam-se com as ficções e não só,agora exibidas.
Uma nota final para algumas actividades paralelas que decorrerão durante o festival, como debates, conferências com convidados, etc.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Silêncios

Há silêncios que são demasiado ruidosos, eu sei que é uma frase feita, tal o repetido uso do sentido da mesma.

Eu prefiro outra imagem, pese embora possa ferir os “pessoanos” puros: há silêncios que se estranham deveras quando nos acontecem, mas depois entranham-se e habituamo-nos a eles, embora sempre com um som (triste, embora belo) a acompanhá-los – “The sound of silence”!

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

De regresso

De regresso estou, da costa dálmata da Croácia, local que desde já recomendo sem reservas para quem queira passar umas férias sem luxos, sem grandes aldeamentos turísticos, mas muito mar, ilhas e mais ilhas, animação sadia, principalmente nas ruas, e uma certa pacatez que é raro encontrar num sítio tão turístico, onde não há a habitual chusma de japoneses e de espanhóis...

Zadar é a quarta cidade da Croácia, com cerca de 100.000 habitantes e muitos turistas no verão, essencialmente provenientes do centro da Europa.

É uma cidade bela que irei mostrar, e foi nela que nasceu o motivo que me lá me levou, o Déjan.

Aí viveu até aos seus 17 anos, ali tem as suas raízes, e embora as relações entre croatas e sérvios não sejam pròpriamente de um grande entendimento mútuo, ele sérvio de família, tem uma forma original de gostar daquele sítio de um país do qua não gosta, ele considera-se um dálmata!

As praias têm uma claridade e uma temperatura fabulosas, apenas com um senão, e bastante penoso, para mim, que é a falta de areia; é terível a entrada na água com aquelas pedras a sentirem-se por baixo dos pés; mas depois, é óptimo.

Fiz cruzeiros de barco a pequenas e lindíssimas ilhas e visitei Split, já uma grande cidade e já com um turismo em grande escala.

Mas acima de tudo, estive duas semanas com a pessoa com quem me sinto bem, a viver uma vida quase normal, ir às compras, cozinhar e comer em casa, ver televisão, conversar muito, ir beber um copo a um bar ou simplesmente passear, além de outras coisas que não valerá a pena falar, é claro...

Neste regresso gostaria de questionar duas coisas inquestionáveis: não seria possível abolir as despedidas? E a outra, mais passível de explicação lógica, talvez; porque razão as saudades nos parecem sempre maiores nos momentos imediatamente posteriores à separação do que quando o peso dos dias separados começa a ser demasiado pesados?

I miss you, Déjan!