segunda-feira, 30 de junho de 2014

Cet Amour

O poema maravilhoso de Jaques Prévert (do seu livro "Paroles"), na voz rouca e inconfundível de Jeanne Moreau só pode ter um destinatário - o Déjan!

THIS LOVE
This love
So violent
So fragile
So tender
So desperate
This love
Beautiful like the day
And bad like the weather
When the weather is bad
This love so true
This love so beautiful
So happy
So joyous
And so pathetic
Trembling with fear like a child in the dark
And so sure of itself
Like a calm man in the middle of the night
The love that freaks everyone else out
That makes them talk
That makes them turn pale
This scrutinized love
Because we were scrutinizing it
Hunted hurt impeded finished denied forgotten
Because we hunted hurt impeded finished denied forgot it
This love in its entirety
So vibrant still
And completely radiant
It’s yours
It’s mine
That which had been
This thing always new
And that hasn’t changed
As real as a plant
As shaky as a bird
As hot as lively as summer
We can both of us
Leave and come back
We can forget
And then go back to sleep
We reawaken suffer grow old
We fall asleep again
Dreaming of death
We awake smiling and laughing
And grow young again
Our love remains there
Stubborn as a mule
Lively as desire
Cruel as memory
Stupid as regret
Tender as remembrance
Cold as marble
Beautiful as the day
Fragile as a child
It watches us as it smiles
And it speaks to us without saying anything
And me
I listen to it and shake
And I scream
I scream for you

Nota: Esta foto é o "comentário" do Déjan

terça-feira, 24 de junho de 2014

"A Metariclândia - As Aventuras em África"

Há tempos fui contactado por uma pessoa, de seu nome Carlos Alves, mais ou menos da mesma idade que eu e que me descobrira por meio da net (já nunca poderemos permanecer desconhecidos), como tendo estado a cumprir o serviço militar em Moçambique, mais propriamente na Ilha de Metarica.
E a razão do seu contacto é que ele havia também estado no mesmo local a cumprir o seu serviço militar.
São sempre muito interessantes estas trocas de informação, trocámos fotos, já que o local estava muito diferente, pois a Companhia em que ele estava integrado foi a primeira a ser instalada ali e se já no meu tempo as condições eram péssimas, imagine-se como seriam antes.
Mostro aqui um ou outro caso.






Nunca nos encontrámos pessoalmente, mas fizemos amizade no FB, onde temos trocado impressões e entre elas, o Carlos informou-me que tinha escrito “umas coisas” sobre a sua comissão, tendo eu mostrado natural interesse em conhecer esses "escritos".
Ora ele pediu-me o meu endereço e tive a grata surpresa de ter recebido ontem por correio o seu “livro”.
É uma publicação do autor feita para as comemorações do XLIII aniversário da sua Companhia (CCAÇ 2469 – 1968/1971), que decorreram em Arouca em Março passado.
Está muitíssimo completa, com todos os elementos (documentos, fotos, depoimentos, narrações, listagens), que mostram a vida daquela Companhia desde a sua formação até à sua desmobilização.
Se tem para mim, só por isso, bastante interesse, muito mais tem porque grande parte do livro se refere à Ilha de Metarica.
O livro chama-se “A Metariclândia – As Aventuras em África”
 e só de folheá-lo fiquei deliciado.
Não estou com pressa de o ler, pois “prazer adiado é prazer aumentado”, mas tenho a certeza que vou gostar mesmo muito.
Uma palavra de grande agradecimento ao Carlos Alves, que sei vou conhecer pessoalmente em breve e a quem já dei a certeza da minha presença na confraternização que irá decorrer em Julho do ano que vem, em Fátima e onde estarei com mais três elementos da minha Companhia, com quem mantenho contacto.

sábado, 21 de junho de 2014

Delmas Howe

Delmas Howe é um pintor e muralista americano, nascido em 1935, cujo trabalho é essencialmente figurativo e retrata figuras míticas e arquetípicas, num estilo neoclássico e realista, quase sempre de uma forma fortemente homoerótica.
Após a formatura no ensino médio fez um trabalho de graduação na Universidade Estadual de Wichita e um trabalho de pós-graduação na Universidade de Yale e durante vários anos deu aulas na Students League de Nova York, enquanto trabalhava como músico profissional.  O seu trabalho está nas coleções de vários museus, incluindo o Museu Albuquerque de Arte e História, onde a sua pintura "As Três Graças"
de 1978 está em exibição permanente  e no Museu de Arte do Novo México.

De entre os seus inúmeros trabalhos foi difícil fazer uma selecção criteriosa...



































quarta-feira, 18 de junho de 2014

Les Ballets Trockadero de Monte Carlo

Les Ballets Trockadero de Monte Carlo é uma companhia de bailado americana constituída por dançarinos “drag” que parodia as convenções e clichés do romântico bailado clássico.
Foi fundada por Peter Anastos, Natch Taylor e Anthony Bassae em Nova York em 1974, produzindo pequenos shows nocturnos em locais muito especiais da Broadway.
O seu primeiro show foi em 9 de setembro de 1974, num sótão da Rua 14, no coração da Broadway. O atual diretor artístico é Tory Dobrin.
 Depois de receber críticas favoráveis na “The New Yorker”, foi descoberto por um público mais vasto.
Os "Trocks" começaram a percorrer o mundo, com compromissos prolongados em muitas grandes cidades. Em 2008, eles tocaram no “Royal Variety Perfomance”, na presença do príncipe Carlos.
 Os bailarinos retratam ambos os papéis: masculino e feminino num estilo bem-humorado, que combina paródias de ballet, com peças clássicas destinadas a mostrar as habilidades técnicas dos artistas.
Muito do humor resulta de ver bailarinos travestidos interpretando papéis normalmente reservados para as mulheres, vestindo tutus e dançando em pontas.
Assisti há poucos anos a um espectáculo memorável desta Companhia no CCB.
Deixo aqui dois vídeos, um com aspectos da própria Companhia e outro com um extracto célebre do bailado “O Lago dos Cisnes”


sexta-feira, 13 de junho de 2014

Feira do Livro

Na passada segunda feira, eram três horas quando cheguei ao Marquês de Pombal para a minha visita anual à Feira do Livro.
Este ano iniciei a visita pelos alfarrabistas, onde gasto sempre muito tempo, a "farejar" tudo e a não encontrar nada do que procurava; depois é a habitual pergunta se tem este, aquele ou aqueloutro e sempre debalde.
Aliá, haver, havia; havia "O Medo" do Al Berto, ao qual tiveram a ousadia de me pedir em duas bancas seguidas 110 e 120 euros e havia os "Textos Malditos" do Luís Pacheco a um preço também proíbitivo.
Apenas comprei numa babca que há logo no início da Feira e que não é de alfarrabistas mais um livro que jamais lerei (compro um por ano) e faltam-me apenas dois...
Trata-se do vol.XV da "História de Portugal" do Veríssimo Serrão
que eu tive a má sorte de começar a adquirir há largos anos, e que se até ao Estado Novo, é razoável, se torna intragável a partir daí, com uma ideologia do autoe perfeitamente fascizante, que me recuso a ler e mesmo a possuir. A obra tem 18 volumes e destes, pelo menos um terço é gasto neste período. Já comprei o último e com este que adquiri agora, faltam-me o XVI e o XVII, pelo que daqui a dois anos, tenho a obra completa e já a poderei vender - não faltarão compradores, presumo...
Depois lá fui subindo e entrei no "universo Leya"; comprei 7 livros, mas ao pagar informaram-me que em cada quatro, o mais barato era grátis, pelo que fui buscar um outro livro.
Tive a sorte de apanhar como "Livro do Dia" num dos seus pavilhões, um livro fabuloso, os "Contos" de Miguel Torga
que inclui todos os seus livros de contos publicados: "Os Bichos", "Contos da Montanha", "Novos Contos da Montanha", "Rua" e "Pesras Lavradas", por uma pechincha. Maravilha!!!
Também aqui comprei vários livros de Mário Cláudio




todos a um bom preço, aliás como um romance de Armando Silva Carvalho


e ainda um clássico de Jack Kérouac que há muito desejava possuir


O livro que fui buscar para completar os oito foi um que pode ser eventualmente interessante



Quando cheguei ao cimo, isto é, com meia feira ainda para ler, já não podia "com uma gata pelo rabo" e eram sete e meia.
Comi uma bucha e tomei um café e ataquei a descida pelo outro lado.
Comprei aqui e ali, mais um Kérouac

uma longa entrevista de Jean Genet, em forma de livro


um interessante Mishima que ainda não tinha

e num pavilhão onde tenho encontrado algumas boas surpresas de temática LGBT, um livro um pouco "às escuras"

Depois e antes de entrar no outro gigante da feira, a "Porto Editora", descobri uma série de livrinhos que terão tanto de obscuros como de interessantes, dum autor curiosamente meu conterrâneo, Manuel da Silva Ramos, e que os escreveu em parceria com o já conhecido Alface, e que foram uma pechincha



Havia por lá outros títulos deste autor, que se gostar destes, procurarei mais tarde.
Confesso que não tinha qualquer vontade de comprar mais nada e a visita à "Porto Editora" foi a correr, pois eram quase 10 horas e eu estava "quase a falecer", como diz o Ricardo Araújo Pereira...
Mas ainda tive uma grata surpresa, pois encontrei uma nova edição...de " O Medo" do Al Berto...a 32 euros, quase um achado!

 Mas, ainda melhor, o empregado, muito atencioso, disse-me que este livro será "livro do dia" no domingo, dia de encerramento da feira, ao preço de 20 euros.............
Assim , depois de amanhã, cedinho vou dar lá um pulo e trazer o livro.
Ufaaaaaaaaaaaaaaaa!!!

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Quando os diálogos se transformam em silêncios

 

Li esta frase há pouco, num blog que gosto muito e do qual sou, com muita pena minha, um dos raros comentadores.
Trata-se de "Fragmentos Culturais", um daqueles blogs em que se escreve sobre coisas interessantes e onde se continua a explanar as ideias e os acontecimentos em textos tão grandes quanto o necessário e onde se pretenderia um diálogo, quase inexistente, com o leitor/comentador.
Há muito que falo nisto e sou um saudoso do tempo em que a blogosfera era assim.
Hoje, e com raras excepções, a blogosfera é um sucedâneo das redes sociais, com notícias avulso que não passam de "fait divers" ou de "acontecimentos pessoais" com pouco relevo para os demais (isto porque há exemplos de acontecimentos pessoais que podem ser de interesse público).
E há um divórcio entre quem lê e quem comenta - uma abissal diferença de visitas e de comentadores.
E se há pessoas que comentam pouco todos os blogs que seguem, também há aqueles que preferem comentar os blogs de postagem rápida - não dá trabalho, e geralmente tem "lucros" , pois representam uma contrapartida na aceitação dos seus próprios blogs.
Há mesmo alguns bloguistas que até há pouco eram assíduos comentadores, que têm bons blogs, e que eu continuo a seguir e a comentar porque os assuntos são interessantes e que actualmente se colocam na cómoda e, para mim triste, coluna dos "silêncios"...Não é preciso referir nomes, pois eles sabem quem são.
Enfim, mais um desabafo e cada vez mais me assalta a questão - valerá a pena?

domingo, 8 de junho de 2014

"La Vie d'Adèle"

Vi recentemente o filme “La Vie d’Adèle” realizado pelo tunisino Abdellatif Kechiche, em 2013 e que entre outros prémios venceu a Palma de Ouro do Festival de Cannes do ano passado. 
Tem duas interpretações portentosas, da já conhecida Léa Seydoux, mas principalmente da muito jovem Adèle Exarchopoulos e algumas cenas verdadeiramente fortes, embora perfeitamente integradas na acção do filme. 
A vida de Adèle muda quando ela encontra Emma, uma rapariga de cabelo azul, que lhe permite descobrir o desejo e afirmar-se como mulher e como adulta. Perante os outros ela procura-se a si própria, perde-se, mas acaba por se encontrar através do amor e da perda.
É um filme excelente e que me fez recordar entre outros o melhor filme lésbico que já vi – “Aimée & Jaguar”, um filme alemão datado de 1999, realizado por Max Färberböck e interpretado por Maria Shrader e Juliane Köhler e cuja acção se passa em Berlim durante a II G.G.
Mostra-nos uma intensa e perigosa relação amorosa entre uma mulher casada com um oficial nazi e uma jovem judia integrada num movimento activista anti-nazi.
Foi um filme que vi num Festival de Cinema LGBT, de Lisboa, no velho cinema Roma e que muito me marcou.

Como não é muito comum, deixo aqui uma referência a vários filmes com temática lésbica que tiveram assinalável êxito, sem qualquer encadeamento cronológico.













E também assinalar uma série sobre o mesmo tema e que continua a ser a série de referência sobre o lesbianismo – “The L World” (2004-2009).


Para quem esteja interessado nos dois filmes referidos, podem visioná-los completos no "You Tube"
"A Vida d'Adèle" ...........https://www.youtube.com/watch?v=FAAXfReT4pQ
"Aimée & Jaguar"...........https://www.youtube.com/watch?v=AYSUE2YY-yU