E a história repete-se, mais uma vez...
É a altura de voltar a dizer adeus.
Apesar de eu estar certo que ainda este ano vou reencontrar o Déjan, custa sempre esta despedida.
Não sei quando e onde será, mas quase certo que não será em Portugal nem na Sérvia, talvez de novo aqui, ou quem sabe num outro ponto da Europa – Amsterdão, Paris, Berlim...quem sabe.
O Déjan tem um contrato de seis meses, até final de Junho, e até lá terá que fazer um novo exame e sendo aprovado, poderá fazer um contrato definitivo.
De qualquer forma, poderá sempre renovar este actual contrato por mais seis meses.
Esse exame, que antes parecia um bicho de sete cabeças, não será tanto assim, pois ao longo deste período ele vai aprendendo, na prática, cada vez mais.
Vamos ver...
Entretanto os seus planos para os próximos tempos – 5/6 anos – passam por continuar aqui em Olpe, já que tem aqui excelentes condições, não só no hospital, com uma forte valência de Psiquiatria, a área que ele, não direi escolheu, mas na qual acabou por ficar e da qual gosta muito, mas também porque ele tem um apartamento quase no hospital – até ligação interna tem, embora seja um edifício totalmente independente, com um preço muito bom, cerca de 200 euros por mês, numa cidade calma, mas que tem à sua volta, a uma distância de 70 kms, cidades como Colónia, Dusseldorf, Dortmund e outras, todas servidas por uma excelente rede de auto estradas sem portagens.
A partir do momento em que ele tem um carro tudo é mais fácil.
Mas a sua vida aqui é muito árdua, pois o trabalho é muito e exige muito dos médicos.
Está integrado numa boa equipa, tendo como colegas directas uma médica grega e outra romena.
É com elas que ele contacta mais e com uma outra médica, sérvia, que está noutro departamento, mas vive no mesmo prédio de apartamentos.
Além disso tem uma grande amiga croata, jornalista em Siegen, uma cidade já consideravelmente grande, a 30 kms daqui.
Até Junho não deverá ter férias e depois, quando as tiver é natural que vá até Belgrado, mas como já tem o apartamento arrendado, terá que ficar em casa do irmão e claro que não poderei ir ter com ele nessa altura.
Esta minha visita desenrolou-se de uma forma completamente diferente de todas as outras, já que pela primeira vez, ele não estava sempre disponível.
Antes, ele estudava ou ainda no final do curso ou já depois no Goethe Institut em Belgrado, ou estava de férias a meio do estágio (quando veio a Portugal, em Outubro de 2013).
Agora eu sabia dessa condicionante e vim só para poder estar com ele sempre que possível.
Claro que passei muito tempo só, mas não me queixei e vinha preparado para isso, com livros, filmes, etc.
A ele custava-lhe mais pois se martirizava por estar ali a dois passos e não poder estar comigo e ficava triste por eu ter vindo de propósito e não podermos partilhar todos os momentos – mas a vida é mesmo assim!
Houve uma vez que me custou muito, confesso, pois estivemos 26 horas seguidas separados, há dois dias atrás – entrou às 14,30 e só acabou o serviço pelas 16,30 do dia seguinte...
De resto, e como já referi, Olpe é uma pequenina cidade, muito pacata, muito católica e conservadora, com um centro muito interessante, mas que “morre” quando a noite cai; apesar disso, os restaurantes e os poucos bares estão com gente.
E claro o tempo não ajuda nada – muito frio e a nevar sempre de há uma semana até hoje.
Para se viver aqui tem mesmo que se trabalhar pois pouco há que fazer.
Tem um belíssimo lago
que quando o tempo está bom deve ser uma maravilha e tem uma excelente piscina, perto do lago, agora, aquecida como é óbvio.
Mas eu preferiria viver aqui do que em Siegen, que apesar de ser uma cidade grande, universitária, tem um centro banal e gente esquisita...
Fiquei com vontade de regressar talvez no Verão, ou no Outono, com outras condições atmosféricas.
E como afirmei no início, há uma certeza – não vamos estar de novo 15 meses sem nos encontrarmos.
Auf wiedersehen, mein lieber.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
Auf wiedersehen
Publicada por
João Roque
à(s)
16:15
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Etiquetas:
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A tua história de amor é uma prova e um testemunho que sim, que é possível viver o amor mesmo a longas distâncias. Acho memorável e um exemplo para todos uma relação como a vossa. Apesar de todas as dores e sofrimentos que passam pelo meio, tenho a certeza que cada reencontro compensa tudo o que vos mantém afastados o resto do tempo. O Déjan está muito feliz e realizado e isso deixa-me bastante feliz também. Lutou pelo sonho dele e conseguiu concretizá-lo, apesar das adversidades. Eu também tenho a certeza que vais revê-lo bem mais cedo do que imaginas. Quem sabe, não será ele a fazer-te uma visita surpresa? ;)
ResponderEliminarAbraço.
João
Eliminarsim a nossa história de amor é muito bonita e tem sido construída ao longo destes anos, num dia a dia de pequenas coisa e de algumas outras também muito fortes...
Mas por muitas vezes que nos encontremos, o momento da partida é sempre muito doloroso, particularmente para quem fica. E, pela primeira vez, o Déjan fica sozinho, já que das outras vezes ficava numa cidade que era a sua e junto de amigos de sempre. Agora vai sentir muito mais a falta, eu sei...
Mas tenho (ou antes, nós temos) a certeza de que afinal nós nunca partimos, só dizemos adeus...
Abraço amigo.
Melhor: a partir de agora, só dizem "até breve"! :-)
EliminarEdu
Eliminarera bom que assim fosse...
Beijo.
Olá
ResponderEliminarTenho acompanhado seu Blog e sua visita a Alemanha. Pra mim que estou no Brasil e tenho amigos na Alemanha, na verdade hoje estão na Inglaterra e outros na Malasia. Enfim, fico com compaixão em relação sua despedida. Vida que continua, não é mesmo/ Auf wiedersehen
Olá Paulo
Eliminarobrigado pela sua visita.
Já disse aí em cima como é difícil, mas ao mesmo tempo reconfortante este momento da despedida. Triste porque há uma vez mais, uma separação real, mas reconfortante,porque nós nunca partimos.
Abraço.
apesar da separação, sinto qe uma página foi virada. apesar de tudo vocês estão mais próximos, se não em termos reais pelo menos através de ligações mais rápidas e directas. além disso o D está a trabalhar e isso também é muito importante, representa um salto, pelo menos em termos de previsibilidade do futuro. e acho que sim, que deves começar a preparar o teu regresso, no verão, em que essa zona deve ser muito bonita. e se a paisagem for mais límpida e luminosa, as nossas perspectivas de vida também o são.
ResponderEliminartoma lá um abraço para ajudar a reconfortar-te da tristeza da despedida.
e, claro, bom regresso às lides
Miguel
Eliminarcuriosamente aguentámos até quase ao fim as emoções da despedida.
Mas elas fizeram a sua aparição, ontem à noite e hoje foi tão, mas tão difícil, caramba...
E quando ele me mandou uma mensagem a mostrar como ele se sentiu quando chegou hoje do serviço e viu o apartamento vazio, eu senti toda a imensa dor dele que afinal é a minha também.
Não é possível evitar estas coisas...é quase insuportável, e agora que eu vi como é o seu dia adia, sei o que agora está a passar. Se eu pudesse ai sim, voltava lá para o abraçar com uma imensa ternura, caramba, ai se voltava...
Abraço amigo.
agora que o D. tem a vida composta, um bom, embora árduo trabalho, numa cidadezinha calma, já com carro, :) acabará por entrar na rotina e tu também. estas despedidas custam sempre, mas, como dizes, não irão estar mais de 1 ano sem se verem. e no fim do verão, no outono, Olpe terá outro encanto :)
ResponderEliminarbjs.
Olá, Margarida.
EliminarSim tens alguma razão, mas isso só se vai notar daqui a uns dias; agora a separação ainda está muito quente, ainda sentimos a ferida, sabes...
Eu não o posso ver assim...
Beijinho.
E, daqui ao Natal será um salito de pardal :)
ResponderEliminarO tempo voa :)
Grande Abraço amigo
Francisco
Eliminareu não vou esperar pelo Natal. Irei de novo a Olpe. lá para o final do Verão.
Abraço amigo.
Até deu para aprender alemão :-)))) Férias proveitosas, sim senhor!!
ResponderEliminarUm abraço
Justine
ResponderEliminarnão deu, não. Não consigo "encaixar" naquela pronúncia.
Aprendi uma palavra, sim: "Tschüss", que eles repetem até à exaustão...
Então, tschüss, e um beijinho.
Amigo João, a despedida certamente não será fácil. Não querendo repetir o que já aqui foi dito, a vossa relação é a prova viva de que os sentimentos verdadeiros conseguem resistir ao tempo e à distância. E como também referiram, o facto de o D. trabalhar, estavelmente, possibilitará mais encontros e até férias. :)
ResponderEliminarum abraço.
Mark
ResponderEliminaros nossos futuros encontros, e falando num curto prazo (até final do ano), só poderão acontecer em Olpe, onde, em princípio irei no final do Verão. Depois disso tudo dependerá de um último exame que ele terá que fazer e de cuja aprovação dependerá um contrato não a prazo, mas sim sem termo fixo.
Abraço amigo.