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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

17º. Queer Lisboa Festival - Balanço final

E pronto, terminou mais um Queer Lisboa, o 17º, e que se tem vindo a afirmar de ano para ano, como um dos melhores festivais de cinema em Portugal e também um importante festival no panorama internacional dos festivais de temática LGBT.
Sou um assíduo frequentador deste festival e só falhei um, num ano em que estava na altura em Belgrado. Por isso, quando sai a programação é com alvoroço que durante umas horas consulto todos os filmes, tentando ver o maior número de filmes que me interessam.
 Este ano, assim foi e como é impossível ver tudo, por uma questão de critério, deixei de fora os filmes de temática lésbica, muitas das curtas que tinham um carácter demasiado experimentalista, e por opção deixei de fora as sessões tardias de forte componente pornográfico, pois cada vez me interessam menos.(e cada vez há mais sexo explícito em filmes não pornográficos).
 Já fiz três postagens sobre filmes exibidos neste festival, uma sobre o curioso filme de abertura “Continental”, outra sobre o melhor filme que vi em todo o Queer, “E agora, lembra-me” e finalmente sobre a sessão dupla de filmes do Travis Mathews, e que estranhamente não mereceu quase nenhum reparo de quem me segue…
 De uma forma global, e referindo-me apenas aos filmes que vi, foi um festival muito positivo, com alguns picos de alto nível e uma que outra decepção, que não ofusca em nada o brilho do mesmo.
 Na principal competição, das longas metragens, vi quase tudo, tendo pena de não ter visto um dos filmes que mais interesse teve, pelo que ouvi dizer e que até ganhou o prémio do público, “Facing Mirrors”, um filme iraniano de Negar Azarbayjani.

Houve para mim dois filmes muito bons: “Free Fall”, filme alemão de Stephen Lecant, vencedor do Teddy Bear, em Berlim, este ano e que pode ser uma espécie de “Brokeback Mountain”, mas passado numa instituição especial, a polícia e que nos mostra que a homofobia também existe em alto grau em países mais evoluídos, como é o caso da Alemanha.


O outro filme foi o polaco “ In the name of…”, com um conteúdo sempre muito polémico do confronto entre as regras religiosas e o intimo de um homem que é padre. É um filme realizado por uma mulher, Malgoska Szumowska (curiosamente já outra realizadora tinha mostrado um filme sobre o mesma tema – Antónia Bird, com “The Priest”), muito forte, muito belo e que faz pensar muito.

Os restantes filmes que vi nesta secção foram “Silent Youth”, de Malcolm Ingram, com demasiados “silêncios”; “Floating Skyscrapers”, interessante filme polaco, com um tema agora muito na berra – o dilema de um homem bissexual, entre a sua relação heterossexual e a descoberta do seu “outro lado” (que já tinha acontecido em “Free Fall”); um outro filme com o mesmo dilema, mas neste caso o relacionamento heterossexual era não sexual foi o excelente “The Comedian”, filme inglês de Tom Shkolnick (israelita), e que deu merecidamente o prémio do melhor actor a Edward Hogg.

Fraco foi o filme do português Tiago Leão, realizado numa co-produção com a Espanha, “Noches de espera”, sobre a vida de uma série de jovens, gays e lésbicas, na noite madrilena – muito sexo e drogas e pouco cinema.
Também não vi o filme chileno “Joven y Alcolada”, que deu a Alícia Rodriguez o prémio da interpretação feminina.
Deixei para o fim o filme que nos chegou da Geórgia, “A Fold in my Blanket”, de Zaza Rusadze, uma das maiores desilusões do festival, na minha opinião, que apenas tinha como interesse a beleza dos dois intérpretes e com um argumento bastante ambíguo, mesmo quanto ao interesse LGBT. Para surpresa minha, e parece que não só minha foi o vencedor do festival…

Quanto a documentários, em concurso, vi apenas três filmes: o já falado “Interiors. Leather Bar”.
Um filme português de Rui Mourão, com uma ideia muito original e interessante, mas desbaratada pela forma como foi filmada, mas mesmo assim interessante – “O Carnaval é um palco, a ilha é uma festa”, filmado na ilha Terceira nos Açores.
E um decepcionante “Uncle Bob” do americano Robert Oppel, talvez o pior filme que vi no festival.
O prémio acabou por ir para um filme que não vi – “Born Naked” de Andrea Esteban, da Espanha.

Como referi, vi poucas curtas a concurso; além de “In their room, London”, de que já falei, uns desinteressantes “Frisk”, “Open Letter”, “Gasp”, e “Sebastien’s Night Out” e dois filmes muito curiosos, o brasileiro “Vestido de Laerte” e principalmente “O nylon da minha aldeia”, baseado num conto do escritor português Possidónio Cachapa, que também realizou o filme.

Não vi o filme vencedor que foi uma animação sueca “Benjamim Flowers”.
Ainda em competição, um novo tipo de curtas, denominado “filmes de escola”, em que competiam alguns filmes portugueses, dos quais vi três; um muito mau, “As flores do mal” e os outros dois deveras interessantes, um deles ganhou o prémio nesta categoria para filmes portugueses, “Depois dos nossos ídolos”, de Ricardo Penedo
e o outro vai merecer-me um comentário mais alargado num próximo post.
Trata-se de “O segredo segundo António Botto”, da dupla Rita Filipe/Maria João Freitas,
 sobre o relacionamento entre António Botto e Fernando Pessoa; era um dos grandes interesses para mim, neste festival, e gostei muito (apenas lamento não ter assistido ao filme sobre Gore Vidal, projectado à mesma hora).
Outros filmes que vi, desta secção foram “Si j’étais un homme”, interessante, e “Atomes” que venceu o prémio desta categoria.

Uma outra secção muito interessante com filmes não a concurso é a secção “Panorama”.
Vi, além do já referido noutro post “E agora, lembra-me”, as curtas metragens portuguesas “O Corpo de Afonso” do João Pedro Rodrigues, uma encomenda da “Guimarães 2012” e revi o premiado (no Indie Lisboa deste ano e noutros festivais) “Gingers”, de António da Silva, o qual muito me agradou.
 E ainda nesta secção um dos grandes pontos altos deste festival, um filme maravilhosamente belo, que só vai estrear nos EUA agora em Outubro, mas que eu vou comprar o DVD quando ele existir; trata-se de “Five Dances”, passado no mundo do ballet, com uma pequena companhia de 5 elementos e uma maravilhosa história de amor. Excelentes bailarinos e uma banda sonora fantástica fazem deste filme algo imperdível.


Na secção “Queer Art” vi uma boa curta, “10 Men”, exibida como complemento do “Five Dances” e uma outra curta algo surrealista do brasileiro Gustavo Vinagre, sobre o poeta cego e sadomasoquista Glauco Mattoso e que se chama precisamente “Filme para poeta cego”.
Vi ainda uma longa metragem francesa, algo onírica, “Rencontres d’aprés minuit”.

No último dia, depois da proclamação dos vencedores, que foi para mim decepcionante, foi exibido como filme de encerramento um muito bom e forte filme israelita sobre o relacionamento entre um jovem estudante palestiniano e um também jovem advogado israelita, com um conteúdo muito político, foi um excelente final para um excelente festival.


Uma nota para um Workshop a que assisti, sobre duas diferentes situações: uma delas é realização de uma série, sobre “bears”, realizada pelo André Murraças e com a participação do meu amigo Luís Mota e mais dois bears e que se chama “Barba Rija”.

E a outra é a produção de dois novos filmes do António da Silva: “Artistas – objectos de desejo” e um outro sobre homens gays de S.Francisco acima dos 40 anos.
O que têm de comum estas obras é que se tratam de obras para as quais é necessário fundos monetários; se no caso dos filmes do António da Silva, ele cobre as despesas por meio de “donates” da visão “on line” desses filmes, já na produção do André é necessário angariar o montante necessário para realizar o primeiro episódio da série.

sábado, 21 de setembro de 2013

Steve Ostrow e a "Continental Baths"

Começou o Festival Queer e devo confessar que não me agradou muito a ideia de ter como filme de abertura um documentário.
Sala cheia, palavras de circunstância e finalmente o filme; “Continental”, de Malcolm Ingram
foi o filme escolhido e quando acabou tive de me render e aplaudir este documentário, que me deu a conhecer factos e pessoas que desconhecia e que foram influentes, na época (finais da década de sessenta até meados da década de setenta), dando início a uma era de libertação sexual e estilos de vida alternativos que, até hoje, nunca foi igualado.

Os Continental Baths eram uma sauna gay na cave do Hotel Ansonia em Nova Iorque
inaugurados em 1968 por Steve Ostrow. Eram publicitados como uma reminiscência da "glória da Roma Antiga". O documentário mostra o clube, desde o auge da sua popularidade até ao início da década de 1970
Os Continental Baths tinham uma pista de dança, um salão de cabaret, salas de sauna,  uma piscina e tinham capacidade para 1.000 homens, estando abertas 24 horas por dia.
Um guia gay da década de 1970 descreveu os Continental Baths como um lugar que "revolucionou a cena das saunas de Nova Iorque"
 Tinham um sistema de alerta que avisava os clientes para a chegada da polícia. Havia também uma clínica para doenças sexualmente transmissíveis, um dispensador de A200 (um shampoo contra piolhos) nos chuveiros e lubrificante KY à venda nas máquina automáticas.
Aliás houve várias rusgas da polícia, com prisões e que só terminaram (por sugestão da própria polícia), com o pagamento de avultadas quantias por parte do dono, mostrando como a polícia era corrupta. Steve Ostrow
Quem teve a ideia de abrir estes Continental Baths foi um homem extraordinário, chamado Steve Ostrow.

Ele e a sua mulher meteram mãos à obra e fizeram deste local um dos mais míticos locais gay de Nova Iorque, como o foram o Stonewall ou o Studio 54.
Ostrow é uma personagem fascinante: casado, pai de dois filhos, após o nascimento deles a mulher não satisfazia sexualmente e ela própria viveu uma crise que a levou a tornar-se freira.
Não se contentando em explorar as instalações  apenas como local para sexo, e se havia sexo naqueles banhos…ele criou principalmente aos fins de semana, espectaculos  com diversos artistas, já que ele próprio era um artista (cantava ópera muito bem). E assim passaram por lá grandes nomes, entre eles destacando-se uma cantora que ali iniciou a sua carreira – Bette Midler.
Pelas suas performances nos Baths, Bette Midler era conhecida por Bathouse Betty. Foi nos Continental Baths, acompanhada ao piano por Barry Manilow (que, como os clientes, por vezes, se vestia apenas com uma toalha branca à cintura), que Bette Midler criou a sua persona de palco, a Divine Miss M.
  (a qualidade deste vídeo é bastante deficiente) 

A frequência era variada, entre gays e heterossexuais, tornando-se o local um dos mais famosos, onde se podiam encontrar Andy Wharol, Nureyev, que o utilizava essencialmente para encontros sexuais, Mick Jargger e tantos outros.
Um dos grandes momentos dos Continental Baths aconteceu quando Ostrow, convenceu uma das grandes divas da ópera na altura, a soprano Eleanor Steber a actuar ali tendo sido editado um disco com essa actuação e que é hoje uma raridade.
Nesse famoso concerto as toalhas brancas dos clientes foram substituídas por toalhas negras.

.Os banhos Continental perderam muita da sua clientela gay em 1974. A razão para o declínio foi, como um gay nova iorquino disse: "Acabámos por nos fartar desses shows tontos e exagerados. Todos esses heterossexuais na nossa sauna faziam-nos sentir como se fôssemos parte da decoração e que estávamos lá em exposição, para os divertir."
No final de 1974, o número de clientes era tão baixo que Steve Ostrow decidiu fechar o salão de cabaré. Concentrou-se, em vez disso, em ressuscitar o negócio que estava na origem da sauna. Chegou a fazer publicidade na WBLS, mas sem sucesso. Finalmente, Ostrow teve que fechar os Continental Barhs de vez. As instalações, contudo, foram reabertos em 1977 como um clube de troca de casais heterossexual, chamado Plato's Retreat, que se mudou para a W. 34th St. em 1980 e foi encerrado por ordem da câmara de Nova Iorque, no auge da epidemia da Sida.
A Continental foi um fenómeno que saiu de um mundo pré Sida e que provavelmente nunca iremos experimentar de novo. Mais do que ser apenas uma sauna e uma “vitrine”, os Banhos eram um lugar onde as pessoas saíram dos seus armários e se descobriram quem eram. Foi o primeiro estabelecimento gay para tratar os homossexuais como iguais e não explorá-los e foi fundamental para rescindir as leis contra a homossexualidade.
Depois do fecho da Continental Baths, Steve Ostrow foi viver para a Austrália, para Sidney, em 1987 onde finalmente realizou o seu sonho de ser cantor lírico, tendo tido uma carreira de sucesso, cantando ópera com as principais companhias de ópera de todo o mundo, incluindo a New York City Ópera, a San Francisco Ópera, a Ópera de Stuttgart, a Lyric Ópera de Queensland e a Ópera australiana. 
Fundou em 1991 uma organização de reconhecido mérito. O MAG - Mature Age Gay Men’s Group.

Só por uma questão de curiosidade, em 1975 o realizador David Buckley realizou um filme sobre este local e denominado “Saturday Night at the Baths”.





quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Cinemas de Lisboa - 12 (final)

Neste post final, quero deixar aqui, em primeiro lugar, uma referência a vários blogs, dos quais me servi, mais frequentemente, embora haja outras fontes mais avuisas que fui encontrando na net.
Mais uma vez repito que este roteiro não pretende, nem é de todo, completo, como poderão constatar aqui, nesta fabulosa  listagem, que o blog "Restos de Colecção" nos proporciona.
Não fiz referência aos cinemas mais antigos e apenas referi àqueles que de uma forma original ou transformados, eu conheci.
Estes são os blogs mais usados e todos eles merecem a vossa demorada visita:
Citizen Grave, Cinema aos Copos, Restos de Colecção, Cinemas do Paraíso, O Rato Cinéfilo.

Finalmente e sabendo que possa haver algumas imagens repetidas, não fui capaz de rejeitar nenhum destes vídeos que encontrei no You Tube





 Obrigado a toda a gente que passou por este blog durante esta "odisseia", pelos vossos comentários e opiniões.

sábado, 31 de agosto de 2013

Cinemas de Lisboa - 10

Completa que está a referência a todas as salas de cinema que a Lisboa do meu tempo conheceu (não referi as muito antigas, por ser difícil falar delas), cabe agora a vez, e de uma forma quase só fotográfica, falar dos mais variados locais em que se projectou cinema em Lisboa.
Há que referir que certos locais funcionaram em tempos com sessõrs de cinema mas eram essencialmente destinados a outros fins, como o caso do Coliseu, do Teatro Ginásio, do Trindade, entre outros.
Passemos então a mostrá-los:
Coliseu dos Recreios
Teatro da Trindade
Antigo Teatro Ginásio
Voz do Operário
Cervejaria Portugália (terraço)
Fórum Picoas
Padrão dos Descobrimentos
Fundação Calouste Gulbenkian
Sala do Palácio Foz
Aula Magna
Auditório Carlos Paredes (Junta de Freguesia de Benfica)
Estádio do Inatel
British Council
Goethe Institut
Institut Franco-Portugais
Teatro do Bairro

E guardei para o fm um espaço muito especial - a Cinemateca, que actualmente vive momentos conturbados devido a problemas financeiros causados pelo quase nulo apoio que o actual governo tem dado à Cultura.
A Cinemateca, por tudo o que já foi feito, pela sua programação fabulosa, não pode morrer!
Depois de ter funcionado desde a sua criação no final dos anos 50, no Palácio Foz, sob a direcção do Dr. Félix Ribeiro
que tive o imenso prazer de contar como amigo, pois nessa altura frequentava não só o cinema mas também a Biblioteca, a Cinemateca mudou-se para a actual  localização, na Rua Barata Salgueiro, num belo edifício.

Teve depois mais dois directores, qualquer deles a valorizarem cada vez mais uma das jóias da exibição do cinema e do próprio cinema; primeiro, Luís de Pina
e depois, João Bénard da Costa
Actualmente, a Cinemateca continua em muito boas mãos, Maria João Seixas é a sua directora.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Cinemas de Lisboa - 9

E estamos a entrar na recta final desta saga sobre os cinemas de Lisboa. Hoje falo dos talvez menos conhecidos e é a última postagem especificamente sobre salas de cinema de Lisboa, já que no próximo post falarei de locais onde já se projectaram filmes, mas não são locais ou salas para esse fim.

O Cine Pátria
situava-se no Beato e foi um dos mais antigos de Lisboa tendo funcionado de 1917 até perto de 1980, tendo posteriormente este espaço servido para diversas actividades, sendo actualmente uma igreja e neste caso o edifício foi restaurado e manteve mais ou menos a traça original.

Mesmo ao lado do Éden, nos Restauradores, existiu outro cinema, o “Restauradores”, também conhecido como o “Galo”
Estas fotos são de 1966.Era um cinema muito popular especializado em filmes de cow-boys, com sessões contínuas das 14 à 24 horas a preços baratíssimos. Fechou em 1968 para dar lugar a uma loja de tapetes
Hoje é uma residencial.

O “Salão Portugal” estava situado na Ajuda
Abriu portas em 1928, tendo sofrido ao longo dos anos várias transformações e até aos anos 50 teve grande popularidade. Apesar disso e da sua fachada e de ter um balcão para as pessoas mais abastadas do bairro nunca deixou de ser um cinema piolho. Fechou em 1977 tendo entrado em ruínas, mas no ano 2000 foi recuperado e é hoje a sede do Comité Olímpico Português

O “Cine Estrela”
situava-se na Charneca do Lumiar, no extremo norte da cidade e é mais um exemplo de um cinema piolho. Teve uma curta duração, de 1968 a 1977 e durante a sua existência nunca viu o asfalto. Hoje lá continua a definhar, embora já em terreno asfaltado.

O “Éden Cinema” (não confundir com o Éden Teatro nos Restauradores)
situava-se em Alcântara.
 Existiu entre 1921 e 1971, tendo sido demolido. Agora no local funciona um restaurante.

O “Cine Texas”
ficava na Charneca e funcionava num barracão de zinco, com lotações esgotadas, fazendo as delícias dos habitantes das Galinheiras e da Ameixoeira. A divulgação das sessões era feita por uma carrinha com um megafone. Teve uma curta existência até encerrar portas no princípio dos anos 80, e havia pancadaria por vezes com intervenção policial e também interrupções das sessões, porque a lâmpada se fundia ou a fita se cortava.


O “Cinema Central” estava instalado no Palácio Foz, nos Restauradores, mesmo ao lado do Elevador da Glória
Foi inaugurado em 1908 e era na altura a sala de cinema mais luxuosa de Lisboa. Em 1958 foi reformado e passou a ser a Cinemateca de Lisboa, antes desta ser transferida para a Rua Barata Salgueiro, em 1980. Actualmente é a Cinemateca Júnior e também é denominada como “Salão Foz”.

O “Cinema Campolide”
existiu n bairro do mesmo nome e começou por chamar-se “Cine Tortoise”
Foi construído em 1925 e encerrou portas em 1977, tendo o edifício sido demolido.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Cinemas de Lisboa - 8

O “Salão Lisboa"
é talvez o mais conhecido dos cinemas chamados “piolhos” desta cidade. Construído e abrindo portas em 1916 teve várias transformações na sua fachada sendo a última datada de 1932.
Foi um cinema extremamente popular, pois estava situado no bairro da Mouraria,  em pleno Martim Moniz; com uma programação essencialmente constituída por filmes de acção, teve sempre um público muito jovem.
Fechou em 1972 e tive o prazer de ainda aí ver uma meia dúzia de filmes.*
Hoje é um armazém de revenda que mantem a fachada e inclusive, o nome.

O cinema Restelo, na Av.Vasco da Gama, abriu na década de 50 para servir a população da zona ocidental da cidade
era bastante vasto, com plateia e dois balcões e tinha uma entrada bastante original preenchida com bastantes plantas exóticas, principalmente cactos.
Teve obras de remodelação nos anos setenta e acabou por encerrar na década de oitenta.
No  seu lugar, está agora um moderno edifício, que alem de um Pingo Doce alberga também outros serviços como a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.

O Max Cine tinha uma particularidade muito curiosa: a cabine de projecção estava isolada e situava-se no exterior do cinema. Tentou ser um cinema de estreia mas não o conseguiu.
Situava-se na Rua Barão de Sabrosa e surgiu nos anos 30
Curiosamente foi vendido em 1968 à paróquia de S.João Evangelista, que ali erigiu num novo edifício a sua igreja.

O Cinema Promotora situado em Alcântara, no Largo do Calvário
 fazia parte de uma instituição com fins culturais chamada “Sociedade Promotora de Educação Popular”.
Curiosamente as exibições de cinema começaram logo no início do século XX, tendo passado por sucessivas melhorias até à construção em 1929 de um edifício próprio para a exibição de cinema e que funcionou até meados da época de oitenta. Actualmente continua a promover actividades culturais, estando ali instalados além da Videoteca de Lisboa, um pequeno auditório, onde se exibiu curiosamente o primeiro filme do 1º.Festival de cinema Gay e Lésbico de Lisboa (1996), uma ludoteca e uma biblioteca especializadas em meios audiovisuais.

O “Cine Oriente” abriu as suas portas em 1935, na Av.General Roçadas, em Penha de França
.Era um típico cinema de bairro histórico, um dos chamados cinemas piolho de Lisboa, com cadeiras de madeira e matinés muito concorridas, não tendo conseguido sobreviver à febre dos centros comerciais e encerrou em 1970, dando origem a uma estação de Correios (quem sabe se não será uma das que vai encerrar por este (des)governo…

O Cinema Arco-Íris era um pequeno cinema de reprise, situado no mesmo edifício do Coliseu dos Recreios, no lado direito da porta de entrada.

 Pensa-se que poderá existir desde a década de quarenta mas só há referências concretas acerca do cinema cerca de 1960. Por volta dos anos 80 passou a ser um bar de “Peep Show”, chamado Bar 25
tendo sido depois um café, uma livraria, uma loja de discos e hoje parece ser um dos muitos restaurantes daquela zona.

O cinema Palatino surgiu em 1931 na zona de Santo Amaro, concebido para receber espectáculos de teatro e de cinema, possuindo excelentes condições e era um espaço amplo
. Fechou as portas em 1974, tendo sido demolido e é hoje um prédio de habitação

* Depois do comentário da Margarida seria impossível numa postagem como esta não acrescentar este vídeo sobre o "Salão Lisboa". Aqui fica este magnífico vídeo que tem todo o cabimento aqui, com um beijinho agradecido à Margarida.