quarta-feira, 1 de abril de 2015

Jackson Pollock


Jackson Pollock, nasceu em Cody, no estado de Wyoming, no dia 28 de Janeiro de 1912.
Foi um importante pintor dos Estados Unidos da América e referência no movimento do expressionismo abstracto.
Começou os seus estudos em Los Angeles e depois mudou-se para Nova Iorque.
Desenvolveu uma técnica de pintura, criada por Max Ernst, o 'dripping' (gotejamento), na qual respingava a tinta sobre as suas imensas telas; os pingos escorriam formando traços harmoniosos e pareciam entrelaçar-se na superfície da tela.
O quadro “Um” é um exemplo dessa técnica.

Pintava com a tela colocada no chão para sentir-se dentro do quadro.
Pollock parte do zero, do pingo de tinta que deixa cair na tela elabora uma obra de arte.
Além de deixar de lado o cavalete, Pollock também não mais usa pincéis.
Polémico, irrequieto, perturbador, diferente... São apenas alguns qualificativos que se pode atribuir a Jackson Pollock, cuja vida tumultuada acabou marcando profundamente a história da arte moderna. Pollock é considerado um dos mais importantes personagens da pintura pós-guerra e sua morte trágica e imprevista tornou-o famoso em todo o mundo.
Já o era, antes de morrer, apesar de nunca ter saído dos Estados Unidos.
Adolescente com problemas escolares, desde cedo se envolveu com o álcool e jamais conseguiu libertar-se dele.
Fez tratamento psiquiátrico algumas vezes, mas sempre retornava ao vício.
Na década de 40 conheceu Lee Krasner, pintora abstravcta com quem se casou e que o apresentou a pessoas importantes no mundo da arte.
Lee abandonou praticamente a sua carreira para dedicar-se a Pollock, ajudando-o na luta contra o álcool.
Por causa dele foram morar para um local afastado, procurando criar melhores condições nessa luta. Apesar de todo o esforço, o artista sempre retornava à bebida.
A separação acabou acontecendo e foi mais um motivo depressivo para o artista.
 De uma família com vários artistas, Pollock diferenciou-se imediatamente pelos seus métodos.
As suas telas, imensas, eram pintadas antes de serem estiradas.
Isso permitia que o artista praticamente caminhasse sobre a tela, fazendo parte dela durante o processo de pintar.
Também essa pintura era diferente.
Deixava a tinta escorrer de latas furadas ou as espalhava-as de outra forma, usando pedaços de madeira, ferramentas, escovas de dente, espátulas e outros processos, abandonando definitivamente o pincel.
O resultado era marcante.
Ver é deliciar-se.
A arte de Pollock combinava a simplicidade com a pintura pura e suas obras de maiores dimensões possuem características monumentais.
Com Pollock, há o auge da pintura de acção (action painting).
A tensão ético-religiosa por ele vivida impele-o até aos pintores da Revolução mexicana.
A sua esfera da arte é o inconsciente: seus signos são um prolongamento do seu interior.
Apesar de ter seu trabalho reconhecido e com exposições por vários países do mundo, Pollock nunca saiu dos Estados Unidos.
Aos 44 anos, em Agosto de 1956, quando voltava dirigindo embriagado de uma festa, morreu  num acidente de carro.
Ele simplesmente chocou com uma árvore.
Há quem sugira que, propositadamente, provocou o acidente.
Nunca saberemos com certeza.



























Como adendas importantes deixo aqui os links de: um vídeo curto, mas muito interessante de algumas formas como Pollock usava o "gotejamento" - https://www.youtube.com/watch?v=sDXMRN2IZq4 e também os dois links das duas partes da longa metragem de Ed Harris - https://vimeo.com/13593363 e https://vimeo.com/13676209

18 comentários:

  1. acho a pintura do JP muito estimulante.

    aqui há uns anos o Ed Harris realizou e protagonizou um filme notável sobre o pintor. a Marcia Gay Harden tinha uma interpretação fabulosa como Lee KKrasner

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    1. Miguel
      eu vi o filme na altura, mas agora com a pesquisa que fiz sobre o pintor fiquei com vontade de o rever.
      Abraço amigo.

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  2. Já tinha conhecimento deste artista e costumo "apresentá-lo" aos meus alunos.

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    1. Rosa
      é bom saber que pedagogicamente se evoluiu bastante neste campo, já que no meu tempo, nada sabíamos sobre Arte e ainda menos de pintura chamada contemporânea. Pollock é um pintor importante sem dúvida, mas não tem a notoriedade de um Picasso ou de um Dali, pelo que mais realce merece essa "apresentação"...
      Beijinho.

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  3. Um dos meus pintores de referência. Já escrevi sobre ele há algum tempo. Era realmente uma mente muito atormentada, o que fez da sua vida um caos. Até a mulher que o amava, mesmo, ele conseguiu destruir e afastar.

    Houve um filme que vi há alguns anos, dirigido e interpretado por um actor fabuloso, deves conhecer, Ed Harris (olhos muito azuis). Se não viste, aconselho-te vivamente (num clube de video). Dá bastante bem a dimensão da grandiosidade da sua arte, e da sua vida tão tormentosa.

    Belíssimos actores, várias nomeações, um tema de Tm Waits lindo.

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    1. G- Souto
      já aí em cima referi esse filme que quero rever. É um pintor muito original e portanto tem um lugar importante na História da Arte pictórica contemporânea.
      O referido quadro "UM" está considerado entre os 10 mais caros de sempre, sabias?
      Quanto à música, maravilhosa é um dos temas musicais de um assombroso filme belga que vi outro dia e que te recomendo: "The Broken Circle Breackdown".
      Beijinho.

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  4. Bom dia João
    Estou tão longe da arte. Já tinha lido e visto mais obras dele,mas que hei-de eu fazer? Não entendo...

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    1. Olá Luís
      Pollock é para mim uma das grandes referências na pintura americana do século XX e merece um lugar de destaque pelo que inovou na arte de pintar.
      Adoro as suas telas e das que aqui apresento, embora a mais famosa seja o quadro em destaque "UM", para mim, a que mais gosto é a última, absolutamente maravilhosa.
      Abraço amigo.

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  5. Amigo João:
    Gosto de pintar e para mim o abstracto é a forma mais íntima, verdadeira e também a mais difícil de nos exprimirmos.
    Portanto também sou uma admiradora de Pollock.

    Obrigada e um beijinho

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    1. Olá Fê
      para já quero deixar aqui registada esta data pois é o dia do teu aniversário, desejando que ela se repita por muitos anos.
      E foi para mim uma agradável surpresa saber do teu gosto pela pintura.
      Tenho ao longo dos últimos tempos vindo a dedicar algum espaço aqui do blog aos pintores contemporâneos americanos, tendo já referido, Edward Hopper, John Singer Sargent, Thomas Eakins, Bernard Perlin, Grant Wood, Julie Heffernan, Marsden Hartley, Alfred Henry Maurer, James McNeil Whistler, Winslow Homer, Geoffrey Lawrence, George Bellows, Georgia O'Keefe, Edwin Austin Abbey, Dan Witz, Julian Schnabel, Josef Albers, Walter Stuempfig, James Childs e
      Jasper Johns. Poderás encontrar referências a todos eles aqui no blog, de há um ano a esta parte.
      Claro que o meu blog não é um blog de pintura e estas postagens surgem entre outras de espécie diferente. Ainda vou ter de dizer algo sobre Jean-Michel Basquiat, Roy Lichtenstein, Andy Wahrol e Keith Haring.
      Acho que fica assim bastante preenchido o espaço dedicado à pintura norte-americana.
      Concordo contigo no que respeita à pintura abstracta como sendo a mais difícil de fazer passar a mensagem do autor.
      Neste campo, Pollock é um dos maiores mestres, sem dúvida.
      Beijinho.

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  6. Desconhecia estes detalhes da vida de Pollock, sobretudo a morte prematura e o facto de nunca ter saído dos EUA. No MOMA vimos um dos quadros mais conhecidos, "One: Number 31, 1950", que inclusivamente tem uma mosca num dos cantos, que se acredita que tenha ficado aprisionada depois de pousar no quadro ainda com a tinta fresca.

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    1. Coelho
      és um felizardo de já teres visitado o MOMA e teres podido apreciar ao vivo este quadro de Pollock, um dos mais valiosos do mundo (desconhecia esse facto) e muitas outras obras primas que por lá estão expostas.
      É curioso o pormenor da mosca, hehehe...
      Abraço amigo.

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  7. já li a referência ao actor Ed Harris, :)
    conheces este vídeo? https://www.youtube.com/watch?v=sDXMRN2IZq4
    passou na tv há uns bons meses e eu vi-o duas vez. acho que foi num dos canais temáticos da cabo. adorei o facto de as suas pinturas transmitirem tanta matemática, tanto caos da natureza. não fazia ideia. eu gosto de Pollock, mas também não fazia ideia da sua vida atribulada.
    bjs.

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    1. Margarida
      um imenso obrigado pela inclusão do vídeo que é maravilhoso e o qual (se o conhecesse antes teria com certeza feito parte da postagem. Mais uma vez, não me canso de o repetir, a importância dos comentários na completa elaboração de um post; só depois dos comentários feitos, o post fica realmente completo.
      É um vídeo interessantíssimo!
      Se puderes ver o filme sobre a vida dele, não percas, pois ali se vê não só a sua arte, mas e principalmente a sua atribulada vida. Ed Harris, não podia ter sido melhor a escolha, e Marcia Gay Harden são espectaculares.
      Beijinho.

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  8. A técnica do "gotejamento" é extremamente interessante. O que à partida é meramente casual, pode gerar arte. E a arte é um conceito indeterminado, mas determinável.

    Conhecia os trabalhos de Pollock, mas não tinha conhecimento da sua vida tão atribulada e da sua morte precoce e trágica.

    um abraço.

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    1. Mark
      possivelmente ainda não tinhas visto o comentário da Margarida sobre o pequeno vídeo com algumas formas como Pollock usava o "gotejamento" - impressionante...
      A sua vida foi como a de tantos outros artistas, extremamente difícil; é curioso como tantas vezes o génio vem associado a vidas problemáticas.
      Abraço amigo.

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  9. Vi há muito tempo um filme sobre ele, com Ed Harris numa esplêndida interpretação. Gosto muito da sua pintura.

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    1. Justine
      nunca é demais falar sobre esse filme, do qual eu vou pôr no texto, juntamente com o link do vídeo que a Margarida fala no seu comentário, os dois links para se poder ver "free" o filme do e com o Ed Harris.
      Beijinho.

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