Palavras para a Minha Mãe
mãe, tenho pena. esperei sempre que entendesses
as palavras que nunca disse e os gestos que nunca fiz.
sei hoje que apenas esperei, mãe, e esperar não é suficiente.
pelas palavras que nunca disse, pelos gestos que me pediste
tanto e eu nunca fui capaz de fazer, quero pedir-te
desculpa, mãe, e sei que pedir desculpa não é suficiente.
às vezes, quero dizer-te tantas coisas que não consigo,
a fotografia em que estou ao teu colo é a fotografia
mais bonita que tenho, gosto de quando estás feliz.
lê isto: mãe, amo-te.
eu sei e tu sabes que poderei sempre fingir que não
escrevi estas palavras, sim, mãe, hei-de fingir que
não escrevi estas palavras, e tu hás-de fingir que não
as leste, somos assim, mãe, mas eu sei e tu sabes.
José Luís Peixoto, in "A Casa, a Escuridão"
Este post vai ser enviada à "Fábrica de Letras", para o tema do mês de Maio, sobre a Mãe.
domingo, 1 de maio de 2011
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Não conhecia este poema e fiquei muito sensibilizada com a sua leitura. Há palavras não ditas que se entendem, que estão implícitas mas dizê-las é-me tão caro, tão gratificante que não temo que se esgotem.Não esgotam mesmo!
ResponderEliminarBem-hajas, João!
Beijinhos
Isabel
ResponderEliminaré tão lindo este escrito de JLPeixoto e exprime tão bem certos factos reais; nem toda a gente está habituada a mostrar a qualquer momento, a afectividade real que existe dentro de si.
Beijinho.
João, que lindas palavras estas de JLPeixoto. (vejo que começas a descobrir o rapaz) :-)
ResponderEliminarEmbora este poema seja dedicado à mãe do escritor, ele serve certamente para cada um de nós.
Abraço.
(embora não seja muito fã dos "dias de", presenteei a minha mãe com um beijo e uma orquídea):-)
A tua fez um maravilhoso trabalho ao educar-te como educou...e deve ter um orgulho enorme da pessoa fantástica que és...
ResponderEliminarNão há palavras nem gestos que suplantem o orgulho duma mãe no seu filho, e em si mesma por ter dado o melhor que tinha e o resultado ter sido tão bom...
Ontem, antes de ir para a monumental serenata, minha mãe assinou minha fita académica...e olha, desatamos os dois a chorar agarrados e foi algo assim tão quente...elas são tudo:-)
Gosto muito do JL Peixoto e já conhecia este poema. Boa escolha. Por vezes, esperamos ou adiamos dizer aos nossos pais aquilo que eles já sabem, provavelmente, mas que faz tanta falta verbalizar em tempo útil... aA minha filha hoje presenteou-me logo pela manhã com esta: mãe... não é preciso dizer-te o quanto gosto de ti, pois não? :) Ficou dito... embora não tenha... :) beijo
ResponderEliminarMike
ResponderEliminareste é especial e foge aos outros, aliás conjuga-se este ano com outro que também foge a essa foleirice dos "dias mundiais" que é o Dia do Trabalhador.
Quanto ao José Luís Peixoto, já me estreei, mas não fui muito feliz na estreia;um livro assaz complexo - "Livro", precisamente.
Abraço amigo.
Ima
ResponderEliminareu tenho um imenso orgulho na minha Mãe; é uma Mulher de uma coragem invulgar e apenas com o curso geral dos liceus, tem uma cultura de Vida imensa.
Está com 88 anos e eu continuo a ser, no dizer dos meus irmãos, o seu filho predilecto; acho que ela nos adora a todos, mas sinto que tem um brilhozinho especial quando fala de mim...
E está bem, de corpo e de espírito.
Abraço amigo.
Eva
ResponderEliminareu adoro a minha Mãe, mas ao contrário dos meus irmão não ando sempre a beijocá-la e a fazer-lhe festas.
Daí, a importância deste poema, para mim, num dia como o de hoje.
Beijinhos.
E parabéns, pois também tu és Mãe...
... interessante! Esta foi a minha primeira lembrança... cheguei a teclá-la!
ResponderEliminarLi José Luís Peixoto, desde o seu primeiro livro! E este, 'A Casa a Escuridão' (livro de poemas) é lindo!
Depois, relembrei o poema de Carlos Drummond! Adaptava-se mais ao meu sentir de hoje...
Um beijo para tua mãe!
Nota: Sem querer, li a tua impressão sobre 'Livro' de J.L. Peixoto. Complexo sim. Mas considero-o uma verdadeira homenagem a uma determinada geração de portugueses que partiu, sem referências, baixa instrução, e que mesmo assim teve a coragem de deixar tudo para trás...
Fragmentos
ResponderEliminarExactamente pela mesma razão que tu é que escolhi o poema do JLPeixoto - adaptava-se muito mais à minha situação.
Quanto a "Livro", eu não desgostei da obra, mas poderia ter começado a ler o autor com outra obra, o que farei, é óbvio.
Beijinho.
perfeito!!!
ResponderEliminarabraços do voy
Muitos filhos e mães se devem rever neste poema tímido em jeito de confissão que diz tanto!
ResponderEliminarAs mães e os filhos nunca dizem tudo o que sentem, gostei muito da escolha para o dia da mãe.
Voy
ResponderEliminareste poema é maravilhoso.
José Luís Peixoto é um jovem e promissor escritor português, que te aconselho veementemente.
Abraço amigo.
Mz
ResponderEliminarcomo já disse atrás, não foi uma escolha ao acaso de um poema sobre a Mãe; se assim fosse repetiria Eugénio de Andrade que escreveu o mais belo poema sobre a Mãe, em língua portuguesa; Foi pelo conteúdo das palavras de JLPeixoto, que a escolha ficou decidida.
Beijinho.
Lindo poema que escolheste.Gostei! um lindo dia,tudo de bom,chica
ResponderEliminarOlá Chica
ResponderEliminarobrigado pela tua visita.
Sim, é um poema muito belo e que tem muito a ver comigo.
Beijinho.
Muito belo! Pois é! Às vezes deixamos de fazer tantas coisas que deveríamos ter feito, quando decidimos por fazê-las já não há mais tempo...bjs
ResponderEliminarSoninha
ResponderEliminarobrigado pela tua visita.
É como dizes, quantas vezes desejamos mostrar carinho e a Mãe já não está presente?
Há que aproveitar em Vida!
Beijinho.
Excelente escolha do poema! José Luís Peixoto escreve muito bem. É um autor de que gosto muito e já muito premiado.
ResponderEliminar:)
Natália
ResponderEliminarcuriosamente é um autor que só agora ando a descobrir; mais vale tarde que nunca.
Beijinho.
Ao ler uma vez mais este poema, uma vez mais uma lágrima teimou em cair. Não porque me identifique, mas porque gostava de me identificar com o seu conteúdo.
ResponderEliminarNão digo que não ame a minha mãe, é minha mãe... E sim, tenho pena, mas porque não tenho palavras para lhe dizer, para além desse amo-te...
Enfim...
Muita saúde e felicidade para a tua mãe Pinguim e que possas disfrutar da sua companhia e do seu amor ainda por muito tempo.
Beijinho
Karen
ResponderEliminareu desconhecia esta poesia (é tão lindo dizer poesia em vez de poema, como se fazia quando éramos putos...), e quando a li pela primeira vez, escassos dias antes do dia da Mãe, logo pensei nela para ilustrar a minha homenagem à minha e a todas as Mães.
Eu tenho um imenso respeito pela Maternidade - é uma situação indescritível e inolvidável, penso eu, uma mulher trazer dentro de si e alimentar durante 9 meses o fruto do Amor; e posteriormente, não conheço laço mais forte do que aquele que une uma Mãe a um seu filho.
Pode custar muito perder um marido, mas uma Mãe perder um filho, é perder algo de si própria.
Beijinho.
Parabéns pelo tema e postagem.
ResponderEliminarÉ com muito carinho que compartilhamos este tema Mãe. Participar das coletiva nos aproxima e nos faz compartilhar emoções. Um forte abraço
http://sandrarandrade7.blogspot.com/2011/05/coletiva-mae.html
Carinhosamente,
Sandra
Ola Sandra
ResponderEliminarEste tema e universal e muito querido de todos.
E normal que num colectivo seja amplamente escolhido.
Desculpa a falta de acentos, mas estou num pais com teclado diferente do nosso.
Beijinho.
Um poema muito bonito e que deveríamos transformar em acções e nunca deixar de dizer às nossas mães o quanto as amamos, o quanto são importantes para nós, o quanto gostamos dos seus carinhos e do seu apoio sempre que precisamos.
ResponderEliminarUtópico
ResponderEliminarobrigado pela visita e pelas palavras muito justas.
Gostei do teu blog que passo a seguir.
Abraço.
Olá,
ResponderEliminarComo compreendo o que escreveu...
Muito sincero e é um sentimento que permeia muitos e muitos corações... esse jeito de tratar a mãe também... cada um ama ao seu modo...
Abraços fraternos
Orvalho do céu
ResponderEliminarobrigado pela visita.
É sempre gratificante falar da Mãe, entidade que nos é tão querida a todos.
Beijinho.