Sim, noite de sonho no Palácio, e comecemos precisamente por aí, pelo Palácio; estou-me a referir a um dos mais belos palácios portugueses, aqui bem pertinho de mim, a cinco minutos de carro – o Palácio Nacional de Queluz, que emprestou uma das suas mais belas salas, a maravilhosa Sala do Trono, para nela se apresentar uma noite de sonho.
E esse sonho teve a forma de música, uma música sublime, que naquele local, apenas com a luz a incidir sobre o piano, provocava imagens de luz e sombra, com todos aqueles espelhos e os dois magníficos lustres que lhe pendem do tecto.
A música, como já referi o instrumento, foi música para piano, tão intimista como abrangente e teve como executante, talvez o melhor pianista português da actualidade, Artur Pizarro.
Um parêntese para umas breves notas sobre a vida artística deste pianista.
Artur Pizarro nasceu em Lisboa em 1968, e tocou pela primeira vez piano na televisão portuguesa aos 3 anos, tendo-lhe este instrumento musical sido apresentado pela sua avó materna, a pianista Berta da Nóbrega, e pelo seu duo, o pianista Campos Coelho que era aluno de, entre outros, Vianna da Motta. De 1974 a 1990, Pizarro estudou com Sequeira Costa que fora também aluno de Vianna da Motta, Mark Hamburg, Edwin Fischer e Jaques Février. Esta distinta herança faz Artur conhecer a tradição da Idade de Ouro do pianismo e oferece-lhe uma vasta preparação na escola de piano e repertórios franceses e alemães. Após os estudos iniciais em Lisboa, Artur muda-se para Lawrence, Kansas nos EUA e continua a trabalhar com Sequeira Costa que é Professor de Piano na Universidade de Kansas. Artur começou a tocar em público novamente aos 13 anos com um recital no Teatro São Luiz em Lisboa e estreou-se em concerto com a Orquestra da Gulbenkian, mais tarde nesse mesmo ano. Ainda sobre a orientação de Sequeira Costa, Artur Pizarro fica em primeiro lugar no Concurso Vianna da Motta em 1987, no Concurso de Greater Palm Beach Symphony em 1988 e foi também galardoado com o primeiro prémio no Concurso de Leeds International Pianoforte em 1990 e viu assim o início da sua carreira internacional de concertos. Artur Pizarro toca internacionalmente em recitais, música de câmara, e com as orquestras e os maestros mais aclamados.
Em 2005 fundou o “Artur Pizarro Piano Trio” com o violista Raphael Oleg e a violoncelista Josephine Knight. Também tem um duo de piano com Vita Panomariovaite.
Artur Pizarro viveu 21 anos nos EUA e vive há sete na Inglaterra, em Brighton (mas conservando sempre o BI e o passaporte portugueses), um local cuja escolha justifica por “ter encontrado ali a casa de que precisava, o meu ‘cantinho’…e fica perto de Londres e do aeroporto!”. Já a Inglaterra foi uma opção consciente “Londres é o ponto mais central e rico para estabelecer uma carreira. Tem uma vida musical intensíssima, todo o mundo se cruza ali e tem ligações directas para todo o lado.”. Por tudo isso, diz “sinto-me um apátrida, até porque o sítio onde vivo é onde for a minha casa, mais as minhas coisas, e onde tiver a família e os amigos”.
Pois foi com Pizarro e nesta Sala deste Palácio, que se encerrou – com chave de ouro – o Festival de Sintra deste ano.
Artur Pizarro deu-nos na primeira parte Haydn e dois temas de Mozart, para após o intervalo nos deslumbrar com Schubert e Hummel. Perante o entusiasmo da assistência, Pizarro brindou-nos com três magníficas obras do inevitável Chopin.
É de uma destas obras que aqui fica o registo.
Sim, foi uma noite de sonho, no Palacio!
Olá João
ResponderEliminarObrigado por este pedacinho que quiseste dividir connosco. Maravilhoso.
Foram magníficos estes minutos.
Desejo-te uma boa semana
Gosto muito do palácio de Queluz ;)
ResponderEliminarAbraço amigo e boa semana :)
*inveja* :)
ResponderEliminarQue lindo!!
ResponderEliminarNão me importava de ter lá estado...
Beijo*
Gostei muito do cara.
ResponderEliminarah, João, que noite sublime passaste. nem sabia :(, nunca vi Pizarro ao vivo e gostaria de ter ido. adoro piano!
ResponderEliminarsortudo!
bjs.
Deve ter sido, de facto, uma noite muito bem passada, boa música num sitio tão especial...
ResponderEliminarAbraço.
bom, meu caro, que inveja! assisti uma vez, já há uns anitos, a um concerto do Artur Pizarro, creio que na Casa da Música, e foi magnífico. calculo que no espaço do Palácio, a coisa ainda há-de ter sido mais deslumbrante.
ResponderEliminarhá que tempos que não assisto a um concerto, faz-me falta.
abração
Foi sublime. Pizarro está a tocar cada vez melhor (como se isso ainda fosse possível).
ResponderEliminarLuís
ResponderEliminareu é que fico agradecido pelo vosso acolhimento...
Abraço amigo.
Francisco
ResponderEliminartambém gosto muito deste Palácio e da zona envolvente, com a Pousada D.Maria I, em frente.
Passo lá muitas vezes, pois fica bem perto de minha casa.
Abraço amigo.
iLove...
ResponderEliminartambém eu tenho de tantas coisas boas a que tu vais, muito mais que eu; tenho que quebrar mais vezes a inércia.
Abraço amigo.
Retiro...
ResponderEliminarterias adorado, aliás, "vocês" teriam adorado.
Beijinho.
Frederico
ResponderEliminaralém de ser um músico fabuloso, é um homem bonito e é gay, estando casado, desde há uns tempos.
Abraço amigo.
Margarida
ResponderEliminarnem deu tempo para avisar...
Já sabia há tempos, mas esqueci-me completamente. Só ontem ao ler o blog do Paulo Almeida lá vi a referência e foi "tiro e queda"...
Beijinho.
Arraquis
ResponderEliminaraqui mesmo "ao pé da porta" seria criminoso perder este espectáculo.
Abraço amigo.
Miguel
ResponderEliminareu também não via um concerto clássico, há séculos...
Mas foi maravilhoso e penso ele estar muito satisfeito com a sua actuação e com o entusiasmo do público, pois não é vulgar dar três "encores".
Abraço amigo.
Paulo
ResponderEliminarsim, sublime é a palavra certa.
Obrigado por me teres recordado através do teu blog deste evento.
E foi bom reencontrar-te, é óbvio.
Abraço amigo.
Um momento sublime que muito gosto teria tido em presenciar.
ResponderEliminarAbraço.
Paulo
ResponderEliminartenho a certeza que terias gostado muito.
Abraço amigo.
Eu adoro o Palácio de Queluz. É um dos meus preferidos de todos os exemplares que possuímos em Portugal. Adoraria morar lá. :)
ResponderEliminarÉ um palácio que me diz bastante, uma vez que está directamente relacionado à pessoa de D. Maria I, a minha monarca favorita, que lá viveu já após a sua doença mental. Foi, aliás, construído para aquele que viria a ser o seu marido, o futuro D. Pedro III.
Adoraria ter desfrutado do génio de tal excelso pianista. De certo terá sido uma noite inesquecível.
abraço :3
Mark
ResponderEliminartens toda a razão quanto à beleza do Palácio de Queluz. E a influência do reinado de D.Maria está muito forte como está a de D.Luís no Palácio da Ajuda e a de D.Carlos no Palácio da Pena.
Cada um com as suas características, mas a beleza dos salões de Queluz é deslumbrante e que dizer dos Jardins?
Por alguma razão é conhecido como O "Versalhes" português.
O Concerto, numa palavra: um espanto!
Abraço amigo.
Mas que noite!
ResponderEliminarE que inveja :/
Ainda não fui nem uma vez ao Palácio Nacional de Queluz, por isso agora é obrigatório!!!
Beijos
Mz
ResponderEliminartens mesmo que ir e agora vale a pena pois os jardins estiveram anos a ser melhorados e agora estão lindos.
Beijinho.
Que maravilha, amigo! Eu nao o conhecia e estou apaixonado por sua interpretacao! Que noite de snho! Sintra, o palácio, os jardins, a arte e carisma de Arur Pizarro... Poxa, querio, poderias ter me enviado umas entradas (e a passagem de aviao), né????? :-)
ResponderEliminarO Palácio de Queluz é belíssimo; os jardins são lindissimos; e, ainda por cima, soma-se música maravilhosa com um grande aritsta!
ResponderEliminarDesculpa lá: INVEJA!!! (mas da boa!)
Não conheço nem o palácio nem conhecia Artur Pizarro. Fiquei maravilhada com o que contas. Beijinhos
ResponderEliminarRicardo
ResponderEliminarcomparado com os espectáculos a que tens assistido aí em Viena, ainda estou num enorme déficit em relação a ti.
Beijo.
Rosa
ResponderEliminarsim, claro que compreendo essa inveja; às vezes é uma questão de sorte em saber das coisas que vão acontecendo; outras, é uma questão de inércia da nossa parte, e olha que estou a falar de mim...
Beijinho.
Mary
ResponderEliminarque não conheças Pizarro, admito, até porque ele tem feito toda a sua carreira lá fora. Mas não conhecer o Palácio de Queluz é quase um crime de lesa cultura...
Um dia combinamos, eu sirvo de cicerone, e depois vens aqui jantar a casa, ok?
Beijinho.
Era um dos concertos a que gostava de ter ido, mas não estava em Lisboa nesse dia...
ResponderEliminarJoão
ResponderEliminarfoi duplamente pena, pois foi um concerto fabuloso e porque nos teríamos encontrado.
Abraço amigo.
O Palácio de Queluz é a versão portuguesa terrena do paraíso.
ResponderEliminarRibatejano
ResponderEliminarena pá, que entusiasmo; é lindo de verdade, mas imagino o paraíso de outra forma.
Abraço amigo.
Ohhh passou-me ao lado!!!
ResponderEliminarFrancisco
ResponderEliminarAcontece; olha que eu passo ao lado de tanta coisa interessante...
Abraço amigo.
Acho que só o facto de estar aí dentro desse esplendoroso Palácio faria esquecer qualquer tipo de música!
ResponderEliminarOlá, João:
ResponderEliminarNunca visitei o Palácio de Queluz! Ainda não perdi a esperança de o fazer.
Tudo me fascina nesta tua postagem: a descrição que fazes, com mestria, gosto muito da tua escrita,directa, concisa e, ao mesmo tempo, envolvente. Falas das coisas como se estivesses dentro delas e isso alicia e convence. E também fechaste com a chave de outro. Este Chopin, interpretado por Pizarro é retumbante!
Beijinhos
Isabel
Dylan
ResponderEliminarde forma alguma; já visitei o Palácio várias vezes e sempre me deslumbrou, sem ser preciso música. Mas agora, e nunca tinha visto a Sala do Trono à noite, houve uma mais valia que foi a música de Pizarro.
Tanto o Palácio, só por si, como O virtuosismo de Pizarro, também só por si, já são excelentes.
Agora conjuga os dois em simultâneo...
Abraço amigo.
Isabel
ResponderEliminaracho bem que o faças pois vale bem a pena.
Pões-me babado, e isso não vale...
Pizarro foi empolgante nas peças do programa, mas Chopin é sempre obrigatório para um pianista, e Pizarro ofereceu-nos três peças dele!!!
Beijinho.
Muito bom, além do mais é giro, será nosso amigo João? vou vê-lo a Coimbra dia 20 :)
ResponderEliminarbj
Olá João
ResponderEliminarsim, é nosso amigo, mas acima de tudo é um enorme pianista.
Fazes muito bem em ir vê-lo a Coimbra no dia 20.
Depois conta como foi...
Abraço amigo.