terça-feira, 6 de agosto de 2013

Cinemas de Lisboa - 4


Nesta quarta postagem fala-se dos cinemas que havia dentro de centros comerciais e que já não se encontram em funcionamento, independentemente dos respectivos centros comerciais estarem ainda abertos ou não, e a maioria está.
Para começar talvez seja melhor escolher o “Apolo 70”
 pois na época em que abriu (na década de 70, claro) foi considerado o maior drugstore da Europa (era assim que se chamava aos centros comerciais), e realmente era um espaço completamente inédito entre nós com um enorme restaurante, pistas de bowling, variadas lojas, um famoso cabeleireiro de homens e …o cinema, que abriu com um famoso filme “O Vale do Fugitivo”.
 O cinema fechou portas mas o Apolo 70 continua aberto, mas sem o fulgor de antes (nada que se pareça). 
Um cinema muito curioso foi o Estúdio 222
ali à beira do Saldanha, integrado num pequeno centro comercial; ali se exibiam filmes alternativos, muito bom cinema  independente e até durante tempos filmes indianos, da Bollywood. Era uma organização cultural que penso ainda existe e chamada “Zero em Comportamento” que fazia a boa programação deste cinema.
Ali bem perto, nas cosmopolitas e modernas Galerias Residence Saldanha
 também funcionaram 4 salas que eram o prolongamento das salas ainda em funcionamento nas Galerias Monumental, mesmo em frente; assim foram chamadas salas 5,6,7 e 8, pois a Medeia Filme do Paulo Branco explorava as oito salas. Fala-se na reabertura de cinema nestas Galerias, mas não da responsabilidade da Medeia Filmes. A ver vamos…
Outras salas fechadas muito recentemente foram as salas Filmitalus
 inseridas nas Twin Towers, em Sete Rios; aliás este centro comercial programado para a classe média alta está reduzido a poucos espaços comerciais.
 Muito conhecido era o Cinema Castil
 no centro comercial do mesmo nome, na Rua Castilho. Hoje é uma dependência bancária.
Um dos maiores e melhores centros comerciais de Lisboa, o Alvalade
 na confluência da Av.de Roma com a Av.da Igreja, também tinha o seu cinema que era o “ABCine”, que também não resistiu aos tempos  e ainda houve uma tentativa de “reanimação” do cinema, abrindo uma segunda sala e os dois cinemas passaram a chamar-se “Hollywood”, mas não resultou; além da tristeza de mais cinemas fecharem , mete dó ver o abandono daquele espaço comercial que tanto marcou aquela zona de Lisboa.
Muito perto, na Av.da Igreja num pequeníssimo centro comercial, o ACSantos
 funcionava também um cinema que teve o mesmo destino- o encerramento.
No populoso bairro de Benfica havia e há o Centro Comercial Turim
com o cinema do mesmo nome
 e que ao fechar foi, e ainda bem, transformado num espaço cénico, o Teatro Turim.
 O mesmo sucedeu, na zona das Picoas ao cinema que havia no interior do Centro Comercial City
 o cinema City, mas que nada tinha a ver com a actual cadeia de cinemas do mesmo nome; é também um teatro.
Entre o Rego e a Cidade Universitária havia o Estúdio Gemini
pequeno cinema integrado no Centro Comercial Gemini
Fechou, claro…
Na Baixa havia dois cinemas deste tipo; um deles estava no Centro Comercial Terminal da estação do Rossio
 Era como de resto todo o centro comercial, desprovido de interesse de maior, poi era essencialmente uma zona de passagem e não teve sucesso.
O outro estava num esquisito centro comercial que continua a existir nos Restauradores, um pouco acima do elevador da Glória. Era o Xénon
 e para se lá chegar percorria-se um estreito corredor, que ladeava a única loja com interesse do centro que era e é a Papelaria/Livraria Tema, e depois baixava-se à cave onde ficava o cinema. Hoje é uma igreja pentecostal brasileiras e tem mais gente numa só sessão de culto do que o cinema tinha em várias semanas ou mesmo meses.
Mais fora de portas, ficava o Olivais Shopping, hoje chamado Spacio Shopping
 que também tinha os seus cinemas, encerrados também.
Finalmente um espaço de que recordo, mas do qual não obtive fotos melhores que esta e que se refere a um centro comercial em Alcântara, junto a um Pingo Doce e que se chamava Las Vegas, com o respectivo cinema do mesmo nome. Entretanto, o João Máximo arranjou-me uma foto desse mesmo Pingo Doce de Alcântara onde era o "Las Vegas".Um obrigado ao João

 Hoje quase todo o cinema exibido em Lisboa acontece dentro de grandes superfícies comerciais, mas dos quais falarei apenas no post final.

26 comentários:

  1. Eu não sei...
    De cada vez que vou a lisboa, acho-a cada vez mais pequena. Mas estes posts fazem-na parecer imensa, imensa...

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    1. Alex
      acho que tens razão em ambos os aspectos.
      Lisboa nunca foi uma cidade grande, e ainda bem. Sucede que nos últimos tempos Lisboa, principalmente à noite, desertifica-se um pouco, por exemplo na Baixa (quem vive hoje na Baixa?) e há cada vez mais gente a morar fora de Lisboa, devido às rendas caras e à facilidade de acessos.
      Estes posts que eu tenho aqui deixado são representativos dessa Lisboa que não há mais.
      Os cinemas não fecham por acaso: as pessoas preferem as múltiplas ofertas das grandes superfícies, a oferta de "home cinema" é fortíssima e o dinheiro não abunda; e a população tem decrescido...
      Na altura em que estes cinemas de que tenho falado estavam activos havia público para todas essas salas e havia mesmo filmes que ficavam semanas e meses em exibição.
      Hoje, e este hoje não é assim tão recente, é frequente ir assistir a um filme e estar quase a sala vazia - recordo-me de ter visto o "Brokeback Mountain" e era o único espectador numa sessão do final da tarde...
      Hoje, por exemplo, já não cinemas de reprise: os filmes antigos Vê-mo-los na televisão.
      Tudo vai mudando...
      Abraço amigo.

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  2. Lembro-me de tantos destes espaços ainda com vida. Fico saudosista :(

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  3. Lendo postagens assim, amigo, fico cheio de nostalgia... também pensando nos meus "idos" Cienmas de Copacabana, da minha infancia/juventude. Voce acredita que de todos sómente um ainda existe? Dividido em tres... Uma pena... No Rio acredita-se que "desenvolvimento" é ir-se para centros comerciais nas periferias de uma cidade que já alcancou um tamanho tao horrendo que ir-se de "A" a "B" pode demorar horas... Sinto-me old fashioned... neste ponto Viena tem mais que ver comigo do que o Rio. Uma abraco amigo
    Ricardo
    p.s. nós brasileiros e o uso do gerúndio, nao? lendo, pensando... estranho. Gosto mais da forma portuguesa: a ler, a pensar... Coisas de gosto...

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    1. Ricardo
      acredito que apesar de tudo, aqui na Europa, a modernização das coisas seja, apesar de tudo, menos rápidas e não tão extremas.
      Mas o progresso, o "bem estar" não olha a meios e lá vamos nós correndo para o "admirável mundo novo".
      Sei que vocês usam o gerúndio e entendo-o perfeitamente mas estou como tu, prefiro o "a" antes do verbo...
      Abraço amigo.

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  4. fui a muitos cinemas desta última leva de post sobre este tema. lembro-me bem dos das twin towers, e por ser um mini-centro comercial gostava muito de lá ir, depois apanhava o comboio em sete rios para casa, era tudo ali à mão, comia-se, cinema e casa.
    agora que terminaste esta série, deixo-te o link que eu tenho guardado há algum tempo e que deves também ter consultado, mas eu gostei tanto dele e não sei se os outros leitores o conhecem, de modo que, como disse, aqui o partilho: http://ratocine.blogspot.pt/2010/08/os-cinemas-de-lisboa_08.html
    bjs e obrigada por estes posts.

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    1. Margarida
      está longe de estar terminada esta série. E os cinemas de reprise? E os pornográficos? E os locais mais incríveis onde houve cinema em Lisboa?
      E para não falar, que não vou mesmo falar, dos cinemas antigos, antes de eu conhecer sequer o cinema.
      Sobre o link que me mandaste é bastante bom e ter-me-ia sido bastante útil para as postagens já feitas, mas na realidade não o consultei; consultei outros semelhantes pelo que há referências comuns em muitos deles.
      Conto no final dar todos os links que me foram úteis.
      Mas ainda tenho pano para mangas. Haverá, pelo menos mais 4 ou 5 posts...
      Beijinho.

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    2. certo, pensei que este era mesmo o último post, obrigada pela correcção. bjs.

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    3. Margarida
      foi o último post com cinemas de estreia, já desaparecidos. Daí a confusão.
      Agora segue-se uma postagem pequena com os cinemas de pornografia.
      E depois começam os de reprise, que são mais que as mães, como se costuma dizer, hehehe.
      Beijinho,

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  5. Excelentes estes posts que tens publicado sobre os cinemas e que só agora tive oportunidades de ver. Como deves calcular não é tema que me diga muito, já que fui pouquíssimas vezes ao Cinema em Lisboa, mas fiquei a conhecer bastante, graças a ti.

    Não andará por aí um pouco de saudosismo, João?:)

    Ando, ao tempo, para te mandar um mail, pois me parece saber quem é o médico, director do hospital de Serpa, ( o tal bom vivant ) na altura em que lá viveste.
    Obviamente que não vou fazer referência a nomes, publicamente, mas ando com uma indolência tal que, agora, ou ando adoentada ou a minha costela alentejana está finalmente a manifestar-se.

    Beijinho amigo!

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    1. Olá Janita
      não há um saudosismo especial, apenas o saudosismo normal de uma época em que eu vivi intensamente o cinema, coisa que não faço hoje,embora continue a gostar muito de cinema, mas vejo os filmes preferencialmente em casa.
      Mas dá-me um imenso prazer o muito trabalho de pesquisa que tenho feito para pôr isto cá fora.
      E vai continuar.
      Vou ficar à espera do teu mail sobre esse médico de Serpa de que fui realmente muito amigo. Só sei que se chamava Santos; e tinha uma casa de sonho.
      Beijinho.

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  6. Não sabia que o Apolo 70 também tinha um título de "melhor da Europa"... mas lembro-me bem do snack-bar circular, ao estilo do Galetto, com acesso pelos empregados a todos os balcões, e fiquei cheio de pena quando um dia lá fui e bati com o nariz na porta.

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    1. João
      esse snack era famoso e tinha lugares aos balcões circulares e também ao longo do corredor circular externo, tinha mesas que eram muito simpáticas.
      E tinha ao lado um restaurante tipo tradicional com um menu mais carote...
      Obrigado pela tua foto, lembro tão bem aquele sítio, pois tinha um amigo que vivia mesmo aí, na Rua de Cascais. Perto era o restaurante do Herman...
      como podes ver já actualizei o post.
      Abraço amigo.

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  7. Só me recordo de ter ido uma vez às Twin Towers ao cinema :)

    Todos os outros, nem fazia ideia :(

    Abraço amigo

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    1. Francisco
      quanto mais para diante se vai nesta descoberta dos cinemas de Lisboa mais vão aparecer cinemas dos quais as pessoas não se recordam.
      Abraço amigo.

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  8. Hoje em dia, os cinemas estão quase todos dentro das grandes superfícies comerciais, o que é uma pena. :|

    abraço.

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    1. Pois é, Mark, essa é a triste realidade...
      Abraço amigo.

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  9. Fica difícil para o cinema tradicional concorrer com a net e o "videoclube" das operadoras de cabo...
    É triste ver a agonia do cinema. Ainda vou vendo algum com os pequenitos mas confesso que já não me dou ao trabalho de ir às salas.
    Ou o cinema se reinventa ou...
    Abraço

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    1. Catso
      estás como eu.
      Fui há um par de meses atrás ao King ver dois ou três filmes de um ciclo que eles deram do Almodovar e nunca houve mais de 6 pessoas na sala.
      O cinema hoje é em casa, num bom écran, com comodidade e sem pipocas. E de borla!
      Abraço amigo.

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  10. Tchi, já não me lembrava do Castil, era todo amarelo por dentro e tinha umas cadeiras iguais às do Londres. Era uma belo cinema :)
    Abraço.

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    1. Arrakis
      sim era um cinema modernaço, não me lembrava desse pormenor.
      Abraço amigo.

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  11. destes, acho que só vi filmes no Apolo 70 e no Terminal do Rossio. e, mais recentemente, nas salas do Saldanha. tenho uma (muito vaga) ideia das salas do Alvalade, mas não tenho a certeza se ali cheguei a ir ao cinema. e frequentei muito o CC Gemini, no ano que estive a fazer a pós-graduação, mas acho que já não havia cinema.

    Uma vez estava nos restauradores a fazer horas para ir ao Politeama e deu-me uma daquelas cólicas danadas de urgentes. entrei no Xenon, perguntei na loja das revistas onde era a casa de banho, indicaram-me que tinha de descer a escada e quando dou por mim, estou a entrar de rompante, mas compostinho, na sala do cinema em pleno culto religioso!

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    1. Miguel
      essa papelaria/livraria do Xenon é das que vende mais variedade de jornais estrangeiros em Lisboa.
      Eu frequentava muito o Apolo 70 quer para ir ao cinemaquer para comer...
      Era um sítio muit "In" da Lisboa de então.
      E eu morei durante algum tempo ali bem perto, na 5 de Outubro, por cima do "Tim Tim".
      Abraço amigo.

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  12. Como deves calcular não tenho recordações desses espaços. As vezes que fui a Lisboa não tive oportunidade de ir ao cinema. Beijinhos

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    1. Mary
      se mesmo para as pessoas que habitam Lisboa, algumas destas salas são desconhecidas, imagino para as pessoas que vivam noutras zonas do país.
      Beijinho.

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