domingo, 27 de julho de 2014

In my place

Roubei o título à canção do dia, dos Coldplay, para mostrar como por vezes as coisas nos parecem tão diferentes, apenas pela forma como dispomos os elementos de um todo.
Cada uma das situações aqui mostradas tem exactamente as mesmas componentes nas duas fotos que servem como exemplo.
Mas o que é curioso é que certas coisas apresentadas de uma forma "desarrumada" fazem sentido ao contrário de tudo disposto numa forma perfeitamente sistematizada.
Vejamos por exemplo os quadros de Miró e de Van Gogh




Penso não haver dúvidas de que a "arrumação" nos dois casos, fica sempre a perder.

Tomemos agora o caso de dois exemplos no campo da alimentação; será que quando vamos comer uma sopa daquelas massas de letrinhas nos preocupamos com a arrumação das mesmas?


E o caso de uma salada? Quando fazemos a salada, temos os componentes, que são naturalmente seleccionados um a um, mas o que realmente nos interessa é o todo, a mistura das partes.



E o que aconteceria se na Natureza as coisas nos fossem apresentadas "descompostas"? Decerto o fim delas seria naturalmente o lixo.


Passará pela cabeça de alguém que vai passar um bocado de tempo a uma piscina (poderia ser uma praia), instalar-se segundo uma ordem programada?


Finalmente, um caso prático - quando se vai estacionar o automóvel, o que interessa o parqueamento segundo as cores do mesmo? o que queremos é que haja lugar...

15 comentários:

  1. Bom dia Amigo João
    Isto é um caso para meditar/pensar.Nas pinturas/quadros, encontrei graça nas duas situações - completam-se e dão visões diferentes.
    Aquela situação da praia já mexe connosco. Porque haveríamos de ser assim dispostos como sardinhas????
    Aceita um abraço e votos de uma boa semana

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  2. Luís
    acho que todos os casos são para meditar/pensar por muito fúteis que sejam as situações (caso da sopa).
    Abraço amigo.

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  3. um pouco de caos é necessário. as coisas arrumadinhas, por cores, por tamanhos, segundo uma ordem estabelecida levadas ao extremo são distúrbios psiquiátricos. os pacientes sofrem de DOC e por aí. claro que a ordem é necessária, exactamente para pôr 'em ordem' as coisas e pelo lado prático. no meu caso, as asas das canecas estão viradas para o lado direito, pois sou destra. também gosto de as malgas de cores do gato preto e os pires estarem todos seguidos (ok, há aqui qualquer coisa.., mas levezinha, :p). mas a casa por vezes está desarrumada. tenho pilhas de livros e revistas na mesinha do café.
    ordem e desordem equilibradas são essenciais. é como referes, salada arumadinha, carros por cores? pessoas direitinhas na piscina? que chatice... além de perderem a individualidade. assim, só em regimes totalitários ou nas prisões ou nos colégios, em que usas a mesma farda e és um número, um igual entre iguais. não, obrigada.
    bjs.

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  4. Margarida
    nalguns casos o "caos" é mesmo fundamental - que sentido fariam os objectos das telas de Van Gogh e Miró se estivessem arrumadinhas?
    Beijinho.

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  5. A verdadeira arte é ser prático, Pinguim.

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  6. Embora seja uma 'arrumadinha' assumida, nos casos que apresentaste, prefiro a desarrumação, claramente.
    Dá mais sentido à originalidade das possíveis interpretações.

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  7. G-Souto
    agora imagina o significado destas situações numa pessoa que de "arrumadinho" tem pouco.
    O "caos" por favor!
    Beijinho.

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  8. ah, eu gostei do parque de estacionamento arrumado por cores, é muito mais bonito, parece um anúncio da benetton. seria o ideal para um parque de estacionamento gay, substitui a bandeira do arco-íris.

    mas o que me surpreendeu mesmo foi o Miró: acho-o francamente melhor e mais interessante na versão arrumadinha :)

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  9. Miguel
    enfim são gostos...
    Mas se preferes o Miró arrumadinho é porque não gostas da pintura de Miró. Apesar de tudo é preferível o Miró arrumadinho do que o Van Gogh...
    Abraço amigo.

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  10. Embora não me considere uma pessoa 'arrumadinha' levada ao extremo, gosto de ter um lugar para cada coisa e cada coisa no seu lugar.
    Claro que os exemplos que dás são o extremo dos extremos!!

    Quanto aos quadros do Miró, com ou sem simetria, nunca os entendi nem apreciei. Acho - quiçá na minha ignorância no que respeita a Arte - que qualquer miúdo de sete anos os pintava, se possível, ainda melhor. Prefiro a arte abstracta de Picasso e as loucuras de Salvador Dali.

    Quando li o título do post, de imediato me veio à memória a canção mais bela que já ouvi e que há anos faz as minhas delícias: "A Place in My Heart" na voz da saudosa Nana Mouskouri..

    Beijinhos, com ou sem arrumações, João! Depois, não podemos gostar todos do mesmo, não é?
    :-)

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  11. Claro, Janita
    na diversidade é que está o encanto da vida.
    Beijinho.

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  12. Eu sou arrumadinho, mas não paranóico com a separação por cores ou tamanhos. Gosto apenas de ver tudo no seu sítio. Odeio objectos espalhados. Devo ser dos poucos rapazes que nunca teve o quarto desarrumado.

    um abraço.

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  13. Mark
    nada que não se esperasse de uma pessoa tão metódica como tu.
    Abraço amigo.

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  14. Fortíssimas e adequadas metáforas, que ilustram de forma excelente a tua postura, com a qual estou totalmente de acordo! Abraço, amigo

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