segunda-feira, 15 de agosto de 2011
sábado, 13 de agosto de 2011
A Blogosfera
Toda a gente sabe que a Blogosfera atravessa uma enorme crise, com blogs a fecharem, outros puramente abandonados pelos seus autores, os comentários a rarearem, enfim, uma moda que já teve melhores dias: e também se sabe que, em grande parte, tal se deve ao aparecimento e desenvolvimento das redes sociais, nomeadamente o Facebook e agora o Google+, e no Brasil o Orkut...
Eu sempre dei primazia à blogo, em detrimento das redes sociais e continuo a postar e a comentar nos blogs que sigo. Mais do que o facto de continuar a ter uma razoável aceitação, a grande compensação para mim, surge do facto de, quando em vez, ser surpreendido com manifestações de amizade que além de me surpreenderem, me emocionam; sei que são simples gestos de amizade, mas é também o reconhecimento do Pinguim, mais do que o João que está por detrás dele. O Pinguim é uma figura da blogosfera e quando lhe dirigem palavras bonitas, estão indirectamente a homenagearem a Blogosfera.
Tudo isto para agradecer ao blog "Comyxturar-te" um dos seus últimos posts, que muito me sensibilizou e que é objectivamente muito belo, pelo vídeo que lá mostra.
É este o vídeo (se possível vejam em ecrã inteiro) e um enorme obrigado ao Francisco.
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Barril de pólvora
Foi assim, barril de pólvora, que o meu amigo André Benjamim, chamou, muito justamente, aos acontecimentos que se estão a verificar em Londres e não só.
Ficam as fotos a testemunhar, não actos de criminalidade, mas sim, actos de bestialidade.
De notar, que entre os detidos, 25% têm idade igual ou inferior a 14 anos. Ao que o mundo chegou!
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
sábado, 6 de agosto de 2011
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Reliquia portenas
O tango está para a Argentina, como o fado está para Portugal; revela através da música, a alma de um povo.
E sendo o tango uma melodia dançável, geralmente é dançado por um par misto (homem e mulher); mas nem sempre e vem de longe a imagem de dois homens dançando o tango, sem que isso revele necessariamente algo a ver com homossexualidade. Pese embora, por natureza própria, seja considerado o tango uma dança sensual, e o é, na realidade.
Neste vídeo, ele é magistralmente dançado por dois irmãos.
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Roberto e o BPN
Quase simultâneamente duas notícias vieram a público e ambas têm a ver com “vendas”.
Por um lado, o Governo anuncia a venda do BPN por 40 milhões de euros e por outro o Benfica anuncia a venda do guarda redes Roberto ao Saragoça por 8 milhões e 600.000 euros.
Parece não haver qualquer razão para estar a referir num só texto estas duas operações económicas; mas vejamos melhor…
No que respeita ao Roberto, o Benfica comprou este guarda-redes ao Saragoça por 8,5 milhões de euros, por 5 épocas, o que foi considerado, desde logo, um negócio esquisito, pois dar uma quantia tão elevada por um guarda-redes, só em casos excepcionais e nem o Benfica é o Real Madrid ou o Chelsea, nem o Roberto era um jogador rotulado por aí além. Veio a verificar-se que, desde logo, nos jogos de apresentação, como no início do campeonato, em que o Benfica perde os três primeiros jogos, que Roberto não terá sido, de forma alguma, um bom negócio para o maior clube português.
Ao fim de uma época, penosa para o jogador e para o clube, e contratados três novos guarda- redes, era evidente que o Benfica teria que “despachar” Roberto, mas para quem e em que condições que não lesassem demasiado as finanças do clube – dado, não, mas era certo que ou seria emprestado ou vendido por tuta e meia. Eis senão quando, um milagre se dá: Roberto é vendido ao Saragoça, clube com dívidas assustadoras, e com um lucro de 100.000 euros!
Eu, que até sou do Benfica, rejubilei duplamente, por saber que o Roberto não voltaria a dar “frangos” no Glorioso, e pela brilhante operação financeira. Mas, na realidade, há algo aqui que parece obscuro ou está mal explicado, o que levou a CMVM a pedir explicações, e muito bem ao clube da Luz.
Por outro lado, e num plano absolutamente diferente e muito mais importante, pois afecta todos os portugueses, o Governo, e dando cumprimento a um dos requisitos do acordo com a “troika”, vendeu o BPN ao BIC, que é liderado por Mir…ra Amaral e que é um dos mais importantes investimentos do governo angolano em Portugal, por…quarenta milhões de euros!!! Grande negócio, afirmam os senhores do Governo, os Espíritos Santos e outros que tal, pois acabou-se o sorvedouro de dinheiro dos contribuintes dos últimos longos meses para sustentar um banco dirigido quase exclusivamente por aqueles senhores que todos conhecemos muito bem e que têm em comum a estranha (?) coincidência de todos serem da esfera política chegada, e até pessoal do nosso (?) senhor Silva.
E além do mais, tinha sido mais uma das obrigações a que o actual Governo dá cumprimento, pois “eles” são assim: cumpridores e se possível com cumprimento a mais e tudo…
Só que, havia mais interessados no negócio da venda do BPN, entre os quais o Montepio Geral e um grupo de investidores, que já veio anunciar ter oferecido 100 milhões de euros, em vez dos quarenta, e, ainda mais importante, garantindo a manutenção de todos os postos de trabalho. Claro que no Parlamento, os pedidos de esclarecimento de um caso tão grave são chumbados pela maioria governamental, e lá irá uma Secretária de Estado a justificar o injustificável e mais nada.
Não seria, por absurdo que eu sei que é a comparação, um caso para que a CMVM pedisse explicações ao Governo?
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Capas gays de discos (1)
Num dos vários blogs figurativos ou descritivos que diariamente vejo, recolhi esta listagem das 10 capas de discos, mais gays. É naturalmente uma opinião subjectiva e que, sendo o blog estrangeiro não foca discos portugueses.
Apresento essa escolha, mas desde já anuncio uma segunda recolha, esta mais pessoal, que até poderia envolver alguma que outra destas escolhas de hoje, nomeadamente a do disco de Prince...
A música do dia é uma "velha" relíquia do Tom Robinson, que talvez seja uma descoberta para gente mais nova.
Apresento essa escolha, mas desde já anuncio uma segunda recolha, esta mais pessoal, que até poderia envolver alguma que outra destas escolhas de hoje, nomeadamente a do disco de Prince...
A música do dia é uma "velha" relíquia do Tom Robinson, que talvez seja uma descoberta para gente mais nova.
sábado, 30 de julho de 2011
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Trash Land
Transcrevo aqui um texto a algumas fotos que podem ser vistas aqui, com a indicação dos seus autores.
É um texto magnífico e as fotos são soberbas: para reflectir!!!
· A inércia grotesca consciente/inconsciente do humano enquanto humano remete para cenários torpes de qualquer 3º mundo a distâncias nada menos que astronómicas. Distâncias essas, que em pleno século XXI se tornam cenários como os que testemunhei na lixeira de Huléne, animações demasiado pictóricas de um panorama demasiado desactualizado. Cenários onde a vida se exila de sentidos, onde questiono a cor da minha fé e me alheio do real... um real tão marcante, quanto presente.
A sul de Moçambique, bem no coração de Maputo e a escassos metros do aeroporto da Capital, encontra-se a lixeira de Huléne, mãe de muitas histórias, casa de muitos renegados e sustento de muitos mais. É difícil lograr qualquer tipo de juízo quando a incredibilidade amotina qualquer estado de alma ou percepção intelectual. Os limites da lixeira ultrapassam a sensibilidade comum - e até a perspicuidade do olhar - e nem os muros que a aprisionam, conseguem dissimular um cenário nada menos que dantesco - cortados a sul por uma entrada improvisada, um buraco no maciço muro de cimento, concreto e bruto.
Ali confluem todo um tipo de necessidades e propósitos. Movimentações constantes de pessoas e camiões compõem um complexo jogo de cores e sensações que nos despertam para a proximidade do precário e do insensível. São muitas as personagens, mas muito poucas as diferenças.
Os “catadores de lixo” são os que mais agitam os horizontes. São peões de um dos poucos negócios, e talvez o mais rentável, que ainda consegue florir entre a mais profunda e desesperante imundice – a reciclagem. Furam freneticamente os corredores de lixo em busca da utilidade. Porque a utilidade ali, e para eles, pode mais tarde valer um pouco mais que pão e leite.
Depois, os outros. Os outros que se assemelham por excesso a muitas caricaturas do pobre e do mendigo que muitas vezes se camuflam entre piadas de genéricos ou bandas desenhadas generalistas do mundo civilizado. Os outros dos olhos sem vida. Os outros do sorriso sem cor e do rosto vazio de expressão. Os outros que tornam esta experiência muito mais humana.
As fotografias fluem numa cadência desproporcionada. A consciência do que vejo inquieta drasticamente a minha percepção das coisas. Nunca o nada fez tanto sentido, e o valor material, tão pouco. Ali o belo torna-se noutro belo, o digno noutro digno. A importância nunca teve na cor da camisa ou sequer no tamanho do sapato. E no meio de tão pouco, rodeado de tamanha e angustiante putrefacção, constatações simples como a que entre o interesse e a curiosidade me dou conta, nunca antes foram tão perturbantes – “todos os dias comemos carne”. A inquietação há muito que me havia tomado por completo, mas a surpresa, essa, é inoportuna, desperta-me a todo o momento. Ali, quando o fruto se torna o resto, o resto torna-se o fruto.
Não é fácil conhecer a lixeira. Não é fácil crer no que é apenas a realidade. Conhecê-la, não é mais que acordar para as diferentes realidades do homem e do mundo. E o maior erro é pensar que ali não há espaço para a vergonha. Uma vergonha muito mais legítima que qualquer outra. Uma vergonha muito mais tocante e bruta de sentido. Porque para muitos estar ali não é nem foi uma opção. Porque muitos deles, já viram para lá dos muros.
São estas circunstâncias, num país em senda de progresso e desenvolvimento através do investimento externo, que tornam a lixeira de Huléne um fenómeno cada vez mais desactualizado até para o contexto de crise e delicadeza económica no qual se insere Moçambique.
Esta, não é a cor da minha fé, é a inconsciência da verdade que teimosamente desfigura a sociedade civil e a condição do homem enquanto ser humano.
A sul de Moçambique, bem no coração de Maputo e a escassos metros do aeroporto da Capital, encontra-se a lixeira de Huléne, mãe de muitas histórias, casa de muitos renegados e sustento de muitos mais. É difícil lograr qualquer tipo de juízo quando a incredibilidade amotina qualquer estado de alma ou percepção intelectual. Os limites da lixeira ultrapassam a sensibilidade comum - e até a perspicuidade do olhar - e nem os muros que a aprisionam, conseguem dissimular um cenário nada menos que dantesco - cortados a sul por uma entrada improvisada, um buraco no maciço muro de cimento, concreto e bruto.
Ali confluem todo um tipo de necessidades e propósitos. Movimentações constantes de pessoas e camiões compõem um complexo jogo de cores e sensações que nos despertam para a proximidade do precário e do insensível. São muitas as personagens, mas muito poucas as diferenças.
Os “catadores de lixo” são os que mais agitam os horizontes. São peões de um dos poucos negócios, e talvez o mais rentável, que ainda consegue florir entre a mais profunda e desesperante imundice – a reciclagem. Furam freneticamente os corredores de lixo em busca da utilidade. Porque a utilidade ali, e para eles, pode mais tarde valer um pouco mais que pão e leite.
Depois, os outros. Os outros que se assemelham por excesso a muitas caricaturas do pobre e do mendigo que muitas vezes se camuflam entre piadas de genéricos ou bandas desenhadas generalistas do mundo civilizado. Os outros dos olhos sem vida. Os outros do sorriso sem cor e do rosto vazio de expressão. Os outros que tornam esta experiência muito mais humana.
As fotografias fluem numa cadência desproporcionada. A consciência do que vejo inquieta drasticamente a minha percepção das coisas. Nunca o nada fez tanto sentido, e o valor material, tão pouco. Ali o belo torna-se noutro belo, o digno noutro digno. A importância nunca teve na cor da camisa ou sequer no tamanho do sapato. E no meio de tão pouco, rodeado de tamanha e angustiante putrefacção, constatações simples como a que entre o interesse e a curiosidade me dou conta, nunca antes foram tão perturbantes – “todos os dias comemos carne”. A inquietação há muito que me havia tomado por completo, mas a surpresa, essa, é inoportuna, desperta-me a todo o momento. Ali, quando o fruto se torna o resto, o resto torna-se o fruto.
Não é fácil conhecer a lixeira. Não é fácil crer no que é apenas a realidade. Conhecê-la, não é mais que acordar para as diferentes realidades do homem e do mundo. E o maior erro é pensar que ali não há espaço para a vergonha. Uma vergonha muito mais legítima que qualquer outra. Uma vergonha muito mais tocante e bruta de sentido. Porque para muitos estar ali não é nem foi uma opção. Porque muitos deles, já viram para lá dos muros.
São estas circunstâncias, num país em senda de progresso e desenvolvimento através do investimento externo, que tornam a lixeira de Huléne um fenómeno cada vez mais desactualizado até para o contexto de crise e delicadeza económica no qual se insere Moçambique.
Esta, não é a cor da minha fé, é a inconsciência da verdade que teimosamente desfigura a sociedade civil e a condição do homem enquanto ser humano.
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