sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Antes era assim...

Há relativamente pouco tempo, publiquei aqui no blog uma série de fotos antigas com pares românticos, de ambos os sexos, a que dei o nome de pioneir@s.
Pois há dias, encontrei num dos meus contactos do Google+  (que continuo a recomendar), mais uma série destas fotos, apenas do sexo masculino, e que se encontram num site absolutamente imperdível, para quem gosta de fotos deste tipo: http://www.ipernity.com/doc/57114/album/83587. (Este site tem 2103 fotos)
Mas, aconselho vivamente a visitar o site principal http://www.ipernity.com/ e explorá-lo, pois é um regalo imenso (tem que se ir devagar já que é quase ilimitado).
Seleccionei uma dezena de fotos dos tais pioneiros.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

José Manuel Osório

Faleceu há dias José Manuel Osório. Foi um lutador, numa luta desigual contra um adversário poderoso - a Morte!
Durou 27 anos esse combate e só com uma grande força ele aguentou tanto tempo essa luta. Teve com certeza, fases de desalento, mas quando aparecia na televisão, era sempre para deixar a sua mensagem de esperança e de fé.
Foi um grande fadista e um excelente comunicador. Que descanse em paz.
Deixo aqui um artigo de opinião, em sua memória, do seu filho, o jornalista Luís Osório, que é um linda expressão de amor filial.
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Morreu tranquilo e apaziguado, fez ontem uma semana. Na última semana viu todas as pessoas que verdadeiramente lhe interessava ver – fez-nos rir, mostrou-se feliz pelo prémio de investigação que deveria receber em Novembro, mas ao contrário de todas as outras vezes não se comprometeu com mais uma redenção.
Há vinte e sete anos, também num dia de calor, fiquei destroçado. Informou-me que talvez fosse a nossa última conversa porque lhe fora diagnosticada uma doença que se mostrava fatal e infalível no seu rasto de destruição. Nesse dia, nesses primeiros dias, deixou-se ficar por casa, afundou-se na cama do quarto de sempre, contou as horas que faltavam para iniciar a viagem para o fim. Tudo nele parecia derrota, não pelo medo da morte mas pela irremediável sensação de que não se cumprira, pela terrível ideia que desperdiçara a sua vida.
Deu a volta às gavetas. Queimou as fotografias que tinha, as suas memórias, os sinais do que julgava ser o seu falhanço. Ficou assim algumas semanas e, num dia igual aos outros, sem que conseguisse explicar porquê, saiu do quarto e jurou aos mais próximos que decidira vencer a doença. Foi aí que renasceu. Foi nesse preciso momento que começou a viagem que o faria chegar, contra todas as expectativas, a um sítio onde apenas estão os que partem de consciência tranquila.
Esta é então a história de um homem que provou não existirem impossíveis. O homem que decidiu tirar num só dia todos os dentes porque o médico lhe disse que eram potenciais focos de infecção. O que fez questão de assumir a doença publicamente para combater a discriminação. O que resistiu à toxoplasmose, tuberculose, linfoma, meningite, septicemia, hepatite. O que esteve três vezes em coma e sem muitas esperanças de sobrevivência. O que durante tantos e tantos anos tomou mais de 50 comprimidos todos os dias. O que fez todas as quimioterapias possíveis. O que aproveitou os momentos disponíveis para investigar sobre o fado, para escrever várias colecções de referência, para ganhar prémios, dirigir o trabalho de associações de combate à discriminação, coordenar acções de formação e ajudar dezenas de doentes a acreditar que na vida cada um deve lutar até ao fim e não desistir.
Esta é a história do meu pai. De quem estive afastado uma vida e que tantas vezes não compreendi, o meu pai – militante comunista, exilado em Paris, co-fundador do grupo de Teatro A Barraca e filho de Alice, a mulher da sua vida. José Manuel Osório, chamava-se. Fez ontem uma semana que partiu. Tranquilo e apaziguado.
Nos últimos anos coordenou duas monumentais colecções de fado. Em 2005, organizou a convite de João Pinto de Sousa o projecto Todos os Fados, publicado pela revista Visão. Esteve na primeira linha entre os que fundaram o Museu do Fado, coordenou as Festas da Cidade de Lisboa e tudo isso depois de estar doente – quando quase todos pensavam em surdina que não acabaria o que tinha em mãos, ele pensava na próxima ideia a concretizar.
Essa é a sua marca, o motivo pelo qual me orgulho. À sombra da desconfiança de todos os olhares e com o terrível peso de uma doença que o destruía por dentro, soube e teve a coragem de construir uma obra e o sentido que lhe faltava.
Ao contrário das outras vezes, tantas e tantas que a sua morte foi antecipada, sabia que agora o tempo se estreitara. A última vez que estive com ele a sós não me falou de nenhum projecto que quisesse terminar. Limitou-se a sorrir. Estava pronto.
O primeiro texto que escrevi foi uma cunha sua. Joaquim Benite, ao tempo chefe de redacção do jornal Diário recebeu-me a seu pedido – «o teu pai está convencido que tens talento, diz-me coisas». Escrevi dois textos: sobre o movimento skinhead e uma entrevista ao Rodrigo Leão.
A primeira vez que fui sócio do Benfica foi ele que me inscreveu. Entrei pela sua mão na sede da Rua Jardim do Regedor, onde homens jogavam bilhar e comentavam jogos da véspera. Que felicidade a minha.
O primeiro filme interdito a maiores de 18 anos vi com ele. Nessa noite a RTP anunciara o Pato com Laranja, um erótico italiano e a avó Alice pediu-lhe para me tirar de casa. Para compensar levou-me ao Roma onde estava em exibição Pink Floyd The Wall. Não me parece que, em algum momento, lhe tenha passado pela cabeça que talvez aquelas imagens fossem demasiado violentas para uma criança que ainda não completara os dez anos. E não fizeram, pai.
A primeira vez que me deitei de madrugada foi depois de uma borga com ele. O primeiro concerto a que assisti foi com ele. Apresentou-me a Cunhal, Manuel Alegre, José Mário Branco, Ferré, Chico Buarque. O ursinho com que adormecia na infância era o mesmo que o adormecia…
No 8.º ano, por força da puberdade, tive seis negativas no segundo período. Convidou-me para jantar e, como se nada fosse, perguntou-me pelas notas. Informei-o de que tudo estava bem, como podia estar mal? Impassível, sem elevar a voz, disse-me que talvez existisse um equívoco: «Esta tarde estive no liceu e pareceu-me ter visto seis negativas. Não quero saber mais nada nem falar mais disto. Mas se for verdade quero que resolvas isso. Não tenho que me preocupar, pois não?».
Numa longa conversa, publicada num livro, confessou-me que gostaria de ouvir, antes de morrer, o Com que Voz de Amália Rodrigues. Se tivesse tempo escutaria ainda Maria Callas a interpretar ‘Casta Diva’, uma ária da Norma, de Vincenzo Bellini. Jantaria um bife no Pap’Açorda e arrumaria os livros no quarto para separar os que não podiam deixar de ficar para mim.
Oiço então Amália. E termino com as suas palavras: «Os meus dois netos são um caso à parte. É natural que olhe para eles de uma forma diferente, é até natural que olhe para eles como nunca olhei para ti. Mas normalmente olho para ti quando estás distraído. Assim que percebes, desvio o olhar. Como os dois miúdos não me perguntam ‘porque estás a olhar para mim?’, olho sem qualquer preocupação. Se um dia me perguntarem, também saberei desviar o olhar».
* A última palavra gostaria que ficasse para Ana Campos dos Reis, directora de serviços de apoio ao VIH da Santa Casa da Misericórdia. Ela foi o seu anjo, ela é um anjo. E para Tozé Brito e Manuel Faria, eles sabem porquê.



sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Tempo volta para trás

O tempo não passa só por nós; passa por toda a gente e é por vezes cruel, principalmente para quem, sendo famoso, foi essencialmente conhecido por um corpo esbelto ou um rosto bonito. Hoje apresento aqui nove actrizes de cinema que se distinguiram nessa arte e que se tornaram célebres; algumas delas estão retiradas, outras pouco aparecem, mas ainda há duas que continuam a fazer cinema, sem vergonha das suas rugas e sem o recurso a artificialismos plásticos - são duas Senhoras do cinema: Jeanne Moreau e a "nossa" Isabel Ruth. E, foi hoje anunciado que uma das actrizes aqui representadas, e que também foi cantora, Doris Day, hoje com 87 anos, vai editar um novo disco; será possível? Enfim, desta "lei do tempo", só escapam os mitos,como a eterna Marilyn Monroe...


Shirley Temple
DorisDay


Jane Fonda

Julie Christie



Marisol
Jeanne Moreau
Brigitte Bardot
Claudia Cardinale
Isabel Ruth

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Excitante????


Há tempos vi num blog de um amigo esta foto, e comentei que ela, não sabendo bem porquê, me excitava. E mantenho a afirmação.
Proponho um desafio: será que esta imagem te excita? E em caso afirmativo, porquê?

terça-feira, 16 de agosto de 2011

"Mine Vaganti"

Ferzan Ozpetek é um realizador turco, que muito jovem decidiu ir estudar cinema para Itália, país onde se fixou após terminar os estudos e onde realizou os seus filmes, que são nove, incluindo uma curta metragem; apenas os seus dois primeiros filmes foram filmados na Turquia, embora sejam filmes italianos.
O primeiro deles, “Hamam”, foca a homossexualidade, tema de mais três dos seus filmes, e aqueles que tiveram mais êxito: “Le Fate Ignoranti”, “La Finesta di Fronti”, “Saturno Conto” e o seu mais recente filme e único exibido comercialmente em Portugal – “Mine Vaganti”, que teve o título português de “Uma Família Moderna”;  dois dos outros referidos passaram no Lisboa Queer. Vi estes quatro filmes e gostei de todos eles; mas este último foi talvez dos melhores filmes que vi recentemente e que recomendo vivamente. 
Passa-se numa cidade do sul de Itália, Lecce, cidade pequena em que todos se conhecem, e onde vive uma família burguesa possuidora de uma fábrica de massas, fundada pelo avô e tio do protagonista, um jovem estudante em Roma e que vem à sua cidade por causa de uma reorganização da sociedade familiar em questão. Na véspera do jantar em que se oficializam a entrada de novos sócios, Tomazzo confessa ao seu irmão António que irá nesse jantar contar a verdade sobre ele próprio: que não estuda Gestão, mas sim Letras, que quer ser escritor e não empresário e que é gay.
Para surpresa de todos, principalmente de Tomazzo, António antecipa-se-lhe no uso da palavra e afirma perante a atónita família que ele, António é gay e há trinta anos que cala esse segredo, tendo mesmo despedido um trabalhador da empresa, com quem tinha uma relação e afastando-o da cidade, para manter as aparências.
Após este começo, várias situações se desenvolvem, com o pai a expulsar António de casa, a ter problemas cardíacos e a forçar Tomazzo a manter-se junto dele na fábrica, longe do seu namorado, com quem vivia em Roma. Há mais duas irmãs, uma casada e outra alcoólica, e uma Avó, com um passado sentimental proibido, relembrado desde o início do filme em flashback, e que é uma espécie de matriarca da família.
O conflito interior de Tomazzo é enorme e compartilhado por uma jovem, filha do recente novo sócio da empresa e que com ele vai dando assistência à fábrica; a uma certa altura o namorado vem de Roma visitá-lo com mais três amigos gays e que são convidados a passar uns dias na mansão familiar, onde são muito bem recebidos, mas ocultando, com algum esforço a sua sexualidade.
O falecimento da Avó, pessoa de espírito livre e que sempre apoiou os netos vem reaproximar a família, numa cena final belíssima, onde se mistura o passado e o presente, e onde se vê perfeitamente que Tomazzo prefere ficar sozinho, observando na sua imaginação, talvez o enredo do seu próximo livro.
É um filme que me comoveu e que devia ser divulgado o máximo, pois é fundamental que seja visto por muita gente: pelos homossexuais que se escondem atrás dos tabus sociais e não são capazes de ser felizes (curioso o caso do cunhado heterossexual do protagonista); das famílias dos homossexuais para compreenderem que a homossexualidade não é uma opção, mas sim uma característica de um ser humano; dos homofóbicos, para tentarem(?) perceber toda a hipocrisia das suas vidas, em que tudo é permitido, desde que não seja gay.
E fica uma frase ouvida durante o filme que nunca esquecerei: um amor impossível, não acaba jamais…
Em cima o trailer do filme, e aqui a última cena, quase onírica.


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

sábado, 13 de agosto de 2011

A Blogosfera

Toda a gente sabe que a Blogosfera atravessa uma enorme crise, com blogs a fecharem, outros puramente abandonados pelos seus autores, os comentários a rarearem, enfim, uma moda que já teve melhores dias: e também se sabe que, em grande parte, tal se deve ao aparecimento e desenvolvimento das redes sociais, nomeadamente o Facebook e agora o Google+, e no Brasil o Orkut...
Eu sempre dei primazia à blogo, em detrimento das redes sociais e continuo a postar e a comentar nos blogs que sigo. Mais do que o facto de continuar a ter uma razoável aceitação, a grande compensação para mim, surge do facto de, quando em vez, ser surpreendido com manifestações de amizade que além de me surpreenderem, me emocionam; sei que são simples gestos de amizade, mas é também o reconhecimento do Pinguim, mais do que o João que está por detrás dele. O Pinguim é uma figura da blogosfera e quando lhe dirigem palavras bonitas, estão indirectamente a homenagearem a Blogosfera.
Tudo isto para agradecer ao blog "Comyxturar-te" um dos seus últimos posts, que muito me sensibilizou e que é objectivamente muito belo, pelo vídeo que lá mostra.
É este o vídeo (se possível vejam em ecrã inteiro) e um enorme obrigado ao Francisco.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Barril de pólvora

Foi assim, barril de pólvora, que o meu amigo André Benjamim, chamou, muito justamente, aos acontecimentos que se estão a verificar em Londres e não só.
Ficam as fotos a testemunhar, não actos de criminalidade, mas sim, actos de bestialidade.
De notar, que entre os detidos, 25% têm idade igual ou inferior a 14 anos. Ao que o mundo chegou!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011