Não sei se viram ou se recordam de um filme de 1980, chamado "A Caça" (Cruising), de William Friedkin e com Al Pacino no papel de um polícia que investiga uma série de assassinatos de gays; este filme causou grande polémica, não tanto pelas cenas ousadas lá mostradas, mas principalmente pela muito má recepção que o filme teve por parte da população homossexual americana, já que e segundo argumentavam, dava uma imagem negativa do mundo gay. Foi de tal modo violenta essa reacção que o filme só foi exibido com um aviso, no início do filmem que dizia não ser aquela a realidade da vida gay, mas apenas de uma franja dessa sociedade, ou seja o mundo muito especial e pouco conhecido do sado-masoquismo.
Não sou, de forma alguma adepto de tais prácticas, mas encontrei recentemente uma curta muito curiosa sobre a iniciação de um jovem nesse mundo, onde tudo tem normas e limites, segundo parece.
Toda esta introdução para ser melhor entendida esta curta metragem, cujo fim é perfeitamente ambíguo, exactamente como era ambíguo o fim do "Cruising", quando se vê o polícia (Al Pacino), já depois do caso resolvido, ele que é heterossexual, mas teve que conviver directamente com aquele submundo, ir entrar num bar gay...
Não conhecia... mas a-d-o-r-e-i! ainda mais este jogo de submissão.
ResponderEliminarPrecisa realmente de muita confiança...
Beijinho
Não se pode misturar homosexualidade com praticas sado-masoquistas. E não entendo a humilhação no verdadeiro sentido social e humano, muito menos no gozo da prática sexual. Muito violento. O fim deste filme, é enigmático como o sorriso da Gioconda...
ResponderEliminarUm filme diferente sobre um tema que eu acho que ainda é muito pouco conhecido. Já assisti a alguns programas na televisão sobre este tema e de facto tudo é combinado e existem muitas regras.
ResponderEliminarGostei do final, tinhas razão! :)
Abraço
Patrícia
ResponderEliminarsegundo sei, as regras é de que ninguém é obrigado a fazer o que não quer, o que "limita os estragos" e faz com que haja uma confiança total no "sádico" (não gosto desta palavra).
Beijinho.
Mz
ResponderEliminara conversa no início do filme é muito importante para se entender este "jogo".
É veemente a resposta do jovem, quando o homem lhe pergunta se é aquilo que ele realmente quer fazer.
E embora tudo o que aconteceu, no final, depois do susto, a satisfação dele é notória.
Beijinho.
Hórus
ResponderEliminarsó questiono uma coisa; e se ele não tem parado? Até onde pode ir a submissão de uma pessoa em relação à morte?
Abraço amigo.
Realmente à loucos para tudo, a mente humana é muito estranha...
ResponderEliminarAbraço amigo
P.S . Acho que sou completamente "normal"
Francisco
ResponderEliminare será que eles são anormais?
Só fazem o que lhes dá prazer e não obrigam ninguém a segui-los nos seus "devaneios".
Eles podem achar que não é normal algum comportamento sexual que tu, ou eu, tenhamos...
Daí... a vida é deles, e não lhes coloquemos etiquetas...
Podes dizer que não gostas, como eu digo, mas daí a considerá-los anormais, isso não!
Abraço amigo.
Apenas queria dizer que sou demasiado "certinho". :)
ResponderEliminarAbraço amigo
Eu percebi perfeitamente, Francisco o que tu querias dizer: que não alinhas nessas coisas, como eu não alinho.
ResponderEliminarMas ao usares a palavra normal, estás de imediato a fazer juízos de valor, como se os outros fossem anormais.
Apenas isso.
Abraço amigo.
Belo filme! Obrigado João, por estas pequenas pérolas que nos apresentas.
ResponderEliminarsó poderei ver a curta mais logo, em casa.
ResponderEliminarmas sobre o filme do W, Friedkin (que tinha realizado dois filmes muito populares, The French Connection e O Exorcista), tenho-o numa k7 vhs que comprei em Londres, mas apenas o vi uma única vez. havia qualquer coisa de desagradável no filme, que em mim suplantou mesmo a curiosidade e o interesse em conhecer uma faceta da vida homossexual, sobretudo numa época em que quase nada se sabia acerca do assunto (ainda faltavam muitos anos para a invenção da internet).
esse final ambíguo que mencionas é das coisas que melhor recordo.
onde o viste? tens ideia de o filme ter estreado por cá? é que eu não me lembro nada.
abração
Ando para te perguntar isto à algum tempo e nunca soube bem como. Somos grandes amigos e nunca tive coragem de tocar este tema de conversa, apesar das grandes trocas de palavras que fazemos à, 3 anos? Sim, possivelmente 3 anos. Ou 4? Mas não importa. Já leio o teu blog à imenso tempo, a julgar pelos teus posts desconfio de algo: Pinguim, és gay?
ResponderEliminarlol, assustei-te? Hoje o meu humor está irresistível. Ou então não.
Quanto à curta, hummm, escapou-me alguma coisa? Ou acabou a meio?
João
ResponderEliminarvou apanhando coisas muito interessantes, mas não posso e nem quero, transformar o meu blog apenas num passar sucessivo de filmes...
Abraço amigo.
Miguel
ResponderEliminarsim, o filme passou cá, comercialmente com o nome "A Caça" e vi-o na altura num cinema.
Actualmente tenho-o na minha colecção de filmes LGBT.
Além dessa subtil ambiguidade final, que escapa a muita gente, gostei muito de ver o Al Pacino, então no auge da sua virilidade, e no papel de detective perfeitamente hetero, a imiscuir-se no mundo homossexual, aprendendo os pequenos "tiques" que só os homossexuais detectam uns nos outros e chegando a cenas de sexo...
Abraço amigo.
Félix
ResponderEliminarque pergunta vergonhosa...mas tu julgas que todos são como tu?
Destróis assim, desta forma ignóbil, uma amizade construída dia a dia com tanto carinho? Como podes ser tão cruel? Oh, meu Deus, que horror, antes a morte, do que voltar a trocar qualquer palavra contigo. Adeus e sê feliz!
Quanto à curta, escapou-te mesmo alguma coisa...eu explico-te numa dessas nossas conversas, hehehe.
Abraço amigo.
respeito, não critico, bdsm é uma sub-cultura como outra qualquer.
ResponderEliminarnunca vi o filme que falas.
bjs.
Margarida
ResponderEliminaré uma opção que dá prazer a quem a pratica e como tal deve ser respeitada. Penso ninguém o fazer coagido, sendo assim...
Beijinho.
Não achei o fim assim tão ambíguo. Vê-se que ele gostou, há um mix feelings naquela saída dele mas afinal de contas é a sua primeira vez. Se calhar descobriu o caminho por onde quer ir...
ResponderEliminarGostei bastante da curta, a economia de meios para maximizar a narrativa resulta muito bem.
Abraço.
Arrakis
ResponderEliminarambíguo apenas porque tinha acabado de sair de uma experiência que não resultou inteiramente, tendo ele quase entrado em pânico; mas recuperado o fôlego e a serenidade, todo o ar dele é de querer mais...
Daqui a ambiguidade aparente, mas não no espírito do rapaz.
Abraço amigo.
João:
ResponderEliminarO belo, o sublime e o sinistro. Acho que são estas as características da estética.
Há aqui qualquer coisa de belo que esmaga e, por isso, prefiro coisas mais leves. Não sou adepta do sado/masoquismo. Isto fez-me lembrar o "Império dos sentidos". No fim de tudo, ele acabou sem pénis. Este jovem podia ter morrido.
De qualquer das maneiras, foi bom ver como são estas coisas. E muito se poderia dizer! Sei lá! Seria uma longa conversa.
Para já, um beijinho para ti e, mais uma vez, os meu parabéns porque consegues ir buscar tudo, colocando-nos as situações, tal como elas são.
Isabel
Isabel
ResponderEliminarnão sendo minimamente adepto destas coisas, gostei muito deste filme, essencialmente da conversa inicial, que define melhor as situações.
Não imagino até onde teria ido a situação, se o rapaz não tivesse pedido o fim da sessão.
A morte como limite no sado-masoquismo, isso jamais poderei aceitar, nem mesmo limites como o do "Império dos Sentidos"...
Beijinho.
Muito bom mesmo. Boa dica!!!
ResponderEliminarFrederico
ResponderEliminarsatisfeito por teres gostado.
Abraço amigo.
Vou procurar o filme, não conheco...
ResponderEliminarAbraço-te
Duarte
ResponderEliminaro filme é este, está aqui, é uma curta metragem.
Abraço amigo.
Passando aqui mais uma vez e ratifico que a-d-o-r-e-i esta parte do filme!
ResponderEliminarBom Feriado!
Beijinho
Patrícia
ResponderEliminarfico satisfeito por isso.
Bom feriado também para ti.
Beijinho.
Vi esta curta no último Queer Lisboa e gostei bastante, não pela temática em si, mas pela forma realista e perversa com que está filmada.
ResponderEliminarSó referir que esta curta britânica de 2011 foi realizada por Hong Khaou (natural do Combodja). "Spring" é o seu segundo filme de uma quadrilogia que começou com "Summer" (2006) e irá acompanhar as estações do ano. Esta curta tem outra particularidade: o cenário é o mesmo que é utilizado nalgumas cenas do filme "O Discurso do Rei" ("The King's Speech" de 2010 de Tom Hooper) vencedor de 4 Oscars em 2011.
Abraços.
Luís
ResponderEliminarsem querer, desvendaste-me um mistério. Quando vi esta curta num site especializado em cinema LGBT, tive a certeza de que já havia visto o filme. Fui a todos os locais do Pc onde ela poderia estar e não a vi em nenhum lado, pelo que fiz o download e pronto, agora já a tinha na minha colecção.
Agora sei, vi-a no Queer desta ano, aí está...
E obrigado pelos esclarecimentos.
Abraço amigo.
Achei a curta muito 'Pasoliniana'. Não estou habituado a ver este género de fitas, os minutos finais da tortura deixaram-me um autêntico nó no estômago.
ResponderEliminarCoelho
ResponderEliminar"Pasoliniana", só no que se refere ao "Saló", pois de resto, Pasolini nem é muito violento.
É inconcebível que alguém possa ir até extremos (morte), para atingir o êxtase sexual. Aceito, mas não apoio as práticas sado-masoquistas, desde que não ponham a vida em perigo, mas sei que há quem o faça, e que corresponde à negação de tudo o que é prazer, a meu ver.
Abraço amigo.
Excelente curta! Uma representação que me pareceu bastante real do que é um ritual de iniciação na pratica sado-masoquista.
ResponderEliminarMaxwell
ResponderEliminarconcordo inteiramente; uma conversa inicial esclarecedora e os limites quase atingidos, levam o jovem a decidir o que realmente deseja dessa prática...
Abraço amigo.