segunda-feira, 4 de junho de 2012

"Spring" (Proljece)

Não sei se viram ou se recordam de um filme de 1980, chamado "A Caça" (Cruising), de William Friedkin e com Al Pacino no papel de um polícia que investiga uma série de assassinatos de gays; este filme causou grande polémica, não tanto pelas cenas ousadas lá mostradas, mas principalmente pela muito má recepção que o filme teve por parte da população homossexual americana, já que e segundo argumentavam, dava uma imagem negativa do mundo gay. Foi de tal modo violenta essa reacção que o filme só foi exibido com um aviso, no início do filmem que dizia não ser aquela a realidade da vida gay, mas apenas de uma franja dessa sociedade, ou seja o mundo muito especial e pouco conhecido do sado-masoquismo.
Não sou, de forma alguma adepto de tais prácticas, mas encontrei recentemente uma curta muito curiosa sobre a iniciação de um jovem nesse mundo, onde tudo tem normas e limites, segundo parece.
Toda esta introdução para ser melhor entendida esta curta metragem, cujo fim é perfeitamente ambíguo, exactamente como era ambíguo o fim do "Cruising", quando se vê o polícia (Al Pacino), já depois do caso resolvido, ele que é heterossexual, mas teve que conviver directamente com aquele submundo, ir entrar num bar gay...

34 comentários:

  1. Não conhecia... mas a-d-o-r-e-i! ainda mais este jogo de submissão.
    Precisa realmente de muita confiança...

    Beijinho

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  2. Não se pode misturar homosexualidade com praticas sado-masoquistas. E não entendo a humilhação no verdadeiro sentido social e humano, muito menos no gozo da prática sexual. Muito violento. O fim deste filme, é enigmático como o sorriso da Gioconda...

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  3. Um filme diferente sobre um tema que eu acho que ainda é muito pouco conhecido. Já assisti a alguns programas na televisão sobre este tema e de facto tudo é combinado e existem muitas regras.

    Gostei do final, tinhas razão! :)

    Abraço

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  4. Patrícia
    segundo sei, as regras é de que ninguém é obrigado a fazer o que não quer, o que "limita os estragos" e faz com que haja uma confiança total no "sádico" (não gosto desta palavra).
    Beijinho.

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  5. Mz
    a conversa no início do filme é muito importante para se entender este "jogo".
    É veemente a resposta do jovem, quando o homem lhe pergunta se é aquilo que ele realmente quer fazer.
    E embora tudo o que aconteceu, no final, depois do susto, a satisfação dele é notória.
    Beijinho.

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  6. Hórus
    só questiono uma coisa; e se ele não tem parado? Até onde pode ir a submissão de uma pessoa em relação à morte?
    Abraço amigo.

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  7. Realmente à loucos para tudo, a mente humana é muito estranha...

    Abraço amigo

    P.S . Acho que sou completamente "normal"

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  8. Francisco
    e será que eles são anormais?
    Só fazem o que lhes dá prazer e não obrigam ninguém a segui-los nos seus "devaneios".
    Eles podem achar que não é normal algum comportamento sexual que tu, ou eu, tenhamos...
    Daí... a vida é deles, e não lhes coloquemos etiquetas...
    Podes dizer que não gostas, como eu digo, mas daí a considerá-los anormais, isso não!
    Abraço amigo.

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  9. Apenas queria dizer que sou demasiado "certinho". :)

    Abraço amigo

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  10. Eu percebi perfeitamente, Francisco o que tu querias dizer: que não alinhas nessas coisas, como eu não alinho.
    Mas ao usares a palavra normal, estás de imediato a fazer juízos de valor, como se os outros fossem anormais.
    Apenas isso.
    Abraço amigo.

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  11. Belo filme! Obrigado João, por estas pequenas pérolas que nos apresentas.

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  12. só poderei ver a curta mais logo, em casa.
    mas sobre o filme do W, Friedkin (que tinha realizado dois filmes muito populares, The French Connection e O Exorcista), tenho-o numa k7 vhs que comprei em Londres, mas apenas o vi uma única vez. havia qualquer coisa de desagradável no filme, que em mim suplantou mesmo a curiosidade e o interesse em conhecer uma faceta da vida homossexual, sobretudo numa época em que quase nada se sabia acerca do assunto (ainda faltavam muitos anos para a invenção da internet).

    esse final ambíguo que mencionas é das coisas que melhor recordo.

    onde o viste? tens ideia de o filme ter estreado por cá? é que eu não me lembro nada.

    abração

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  13. Ando para te perguntar isto à algum tempo e nunca soube bem como. Somos grandes amigos e nunca tive coragem de tocar este tema de conversa, apesar das grandes trocas de palavras que fazemos à, 3 anos? Sim, possivelmente 3 anos. Ou 4? Mas não importa. Já leio o teu blog à imenso tempo, a julgar pelos teus posts desconfio de algo: Pinguim, és gay?
    lol, assustei-te? Hoje o meu humor está irresistível. Ou então não.

    Quanto à curta, hummm, escapou-me alguma coisa? Ou acabou a meio?

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  14. João
    vou apanhando coisas muito interessantes, mas não posso e nem quero, transformar o meu blog apenas num passar sucessivo de filmes...
    Abraço amigo.

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  15. Miguel
    sim, o filme passou cá, comercialmente com o nome "A Caça" e vi-o na altura num cinema.
    Actualmente tenho-o na minha colecção de filmes LGBT.
    Além dessa subtil ambiguidade final, que escapa a muita gente, gostei muito de ver o Al Pacino, então no auge da sua virilidade, e no papel de detective perfeitamente hetero, a imiscuir-se no mundo homossexual, aprendendo os pequenos "tiques" que só os homossexuais detectam uns nos outros e chegando a cenas de sexo...
    Abraço amigo.

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  16. Félix
    que pergunta vergonhosa...mas tu julgas que todos são como tu?
    Destróis assim, desta forma ignóbil, uma amizade construída dia a dia com tanto carinho? Como podes ser tão cruel? Oh, meu Deus, que horror, antes a morte, do que voltar a trocar qualquer palavra contigo. Adeus e sê feliz!

    Quanto à curta, escapou-te mesmo alguma coisa...eu explico-te numa dessas nossas conversas, hehehe.

    Abraço amigo.

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  17. respeito, não critico, bdsm é uma sub-cultura como outra qualquer.
    nunca vi o filme que falas.
    bjs.

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  18. Margarida
    é uma opção que dá prazer a quem a pratica e como tal deve ser respeitada. Penso ninguém o fazer coagido, sendo assim...
    Beijinho.

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  19. Não achei o fim assim tão ambíguo. Vê-se que ele gostou, há um mix feelings naquela saída dele mas afinal de contas é a sua primeira vez. Se calhar descobriu o caminho por onde quer ir...

    Gostei bastante da curta, a economia de meios para maximizar a narrativa resulta muito bem.

    Abraço.

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  20. Arrakis
    ambíguo apenas porque tinha acabado de sair de uma experiência que não resultou inteiramente, tendo ele quase entrado em pânico; mas recuperado o fôlego e a serenidade, todo o ar dele é de querer mais...
    Daqui a ambiguidade aparente, mas não no espírito do rapaz.
    Abraço amigo.

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  21. João:
    O belo, o sublime e o sinistro. Acho que são estas as características da estética.
    Há aqui qualquer coisa de belo que esmaga e, por isso, prefiro coisas mais leves. Não sou adepta do sado/masoquismo. Isto fez-me lembrar o "Império dos sentidos". No fim de tudo, ele acabou sem pénis. Este jovem podia ter morrido.
    De qualquer das maneiras, foi bom ver como são estas coisas. E muito se poderia dizer! Sei lá! Seria uma longa conversa.
    Para já, um beijinho para ti e, mais uma vez, os meu parabéns porque consegues ir buscar tudo, colocando-nos as situações, tal como elas são.
    Isabel

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  22. Isabel
    não sendo minimamente adepto destas coisas, gostei muito deste filme, essencialmente da conversa inicial, que define melhor as situações.
    Não imagino até onde teria ido a situação, se o rapaz não tivesse pedido o fim da sessão.
    A morte como limite no sado-masoquismo, isso jamais poderei aceitar, nem mesmo limites como o do "Império dos Sentidos"...
    Beijinho.

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  23. Frederico
    satisfeito por teres gostado.
    Abraço amigo.

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  24. Vou procurar o filme, não conheco...

    Abraço-te

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  25. Duarte
    o filme é este, está aqui, é uma curta metragem.
    Abraço amigo.

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  26. Passando aqui mais uma vez e ratifico que a-d-o-r-e-i esta parte do filme!

    Bom Feriado!
    Beijinho

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  27. Patrícia
    fico satisfeito por isso.
    Bom feriado também para ti.
    Beijinho.

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  28. Vi esta curta no último Queer Lisboa e gostei bastante, não pela temática em si, mas pela forma realista e perversa com que está filmada.
    Só referir que esta curta britânica de 2011 foi realizada por Hong Khaou (natural do Combodja). "Spring" é o seu segundo filme de uma quadrilogia que começou com "Summer" (2006) e irá acompanhar as estações do ano. Esta curta tem outra particularidade: o cenário é o mesmo que é utilizado nalgumas cenas do filme "O Discurso do Rei" ("The King's Speech" de 2010 de Tom Hooper) vencedor de 4 Oscars em 2011.
    Abraços.

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  29. Luís
    sem querer, desvendaste-me um mistério. Quando vi esta curta num site especializado em cinema LGBT, tive a certeza de que já havia visto o filme. Fui a todos os locais do Pc onde ela poderia estar e não a vi em nenhum lado, pelo que fiz o download e pronto, agora já a tinha na minha colecção.
    Agora sei, vi-a no Queer desta ano, aí está...
    E obrigado pelos esclarecimentos.
    Abraço amigo.

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  30. Achei a curta muito 'Pasoliniana'. Não estou habituado a ver este género de fitas, os minutos finais da tortura deixaram-me um autêntico nó no estômago.

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  31. Coelho
    "Pasoliniana", só no que se refere ao "Saló", pois de resto, Pasolini nem é muito violento.
    É inconcebível que alguém possa ir até extremos (morte), para atingir o êxtase sexual. Aceito, mas não apoio as práticas sado-masoquistas, desde que não ponham a vida em perigo, mas sei que há quem o faça, e que corresponde à negação de tudo o que é prazer, a meu ver.
    Abraço amigo.

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  32. Excelente curta! Uma representação que me pareceu bastante real do que é um ritual de iniciação na pratica sado-masoquista.

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  33. Maxwell
    concordo inteiramente; uma conversa inicial esclarecedora e os limites quase atingidos, levam o jovem a decidir o que realmente deseja dessa prática...
    Abraço amigo.

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Evita ser anónimo, para poderes ser "alguém"!!!