sexta-feira, 2 de maio de 2014

Raoul Vaneigem

Penso que é a primeira vez que neste blog se fala de um filósofo e o escolhido não será daqueles nomes da filosofia quer clássica quer moderna, que são mais comummente conhecidos; é um filósofo quase desconhecido e que eu tenho que agradecer ao João Pedro ter-me dado a conhecer, no seu blog que eu não me canso de propagandar,  como decerto o melhor "blog alternativo" da blogo.
Trata-se de Raoul Vaneigem
Raoul Vaneigem é um escritor e filósofo belga que nasceu em 1934. 
Depois de estudar filologia na Universidade Livre de Bruxelas entre 1952-1956, depois participou na “Internacional Situacionista” entre 1961 e 1970.
Actualmente reside na Bélgica e é o pai de quatro filhos.
Vaneigem e Guy Debord foram dois dos principais teóricos do "Movimento Situacionista".
Ficaram célebres alguns slogans de Vaneigem nas paredes de Paris durante o Maio de 1968 .
O seu livro mais famoso, e que contém os slogans mais famosos, é “A Revolução da Vida Quotidiana”. Depois de deixar o movimento situacionista Vaneigem escreveu uma série de livros polêmicos que defendem a ideia de uma livre e autorreguladora ordem social.
 Recentemente, ele tem sido um defensor de um novo tipo de greve, em que o serviço de transporte e os trabalhadores prestam serviços gratuitamente e se recusam a recolher o pagamento ou tarifas.
Deixo aqui dois vídeos, um deles sobre a sua vida e o seu percurso filosófico

No outro o cantor René Binamé canta uma letra de Raoul Vaneigem

10 comentários:

  1. Não o conhecia, fiquei curiosa e vou investigar mais coisas sobre ele.
    Obrigada por mais este "ensinamento"!
    Um abraço amigo de Abril/Maio :-))))))

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  2. Justine
    eu também devo este "ensinamento" a alguém, ao meu bom Amigo João Pedro, que não pára de me surpreender com o que vai apresentando no seu blog. Então a nível musical é um manancial de coisas belas e quase sempre desconhecidas.
    Não sei onde vai ele buscar tanta informação.
    Daí eu não me cansar de publicitar o blog dele, principalmente junto de pessoas cultas e que gostam de Cultura.
    O blog chama-se "Troubled Water" - http://aguaagitada.blogspot.pt/ e esta postagem sobre o Raoul Vanegem é a última, datada de 1 de Maio sob o nome de "Saber Viver".
    Beijinho.

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  3. João,
    Também eu não conhecia este filósofo e é sempre com prazer que conhecemos novos pensadores tão necessários nestes tempos de unanimidades! Curioso o pensamento dele sobre as greves. Parece-me claro que as greves tal como estão estruturadas, coisa que vem do passado, não resultam. Veja-se o exemplo do que tem acontecido em Portugal e por maior ordem de razão, na Grécia. As greves não têm tido praticamente resultados. Por isso, é necessário repensar as formas de luta dos trabalhadores e é preciso repensar as formas de as greves se efectuarem.

    João, mais uma vez, é um prazer imenso visitar o teu blog.

    Um abraço com amizade.

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  4. Olá Lear
    é com grande satisfação que registo este teu comentário, pois há muito não sabia nada de ti.
    Quanto ao que dizes, concordo que as greves, na sua forma clássica, e tirando uma que outra excepção, não atingem os seus objectivos e acabam sempre por serem muitíssimo penalizadoras para o utente comum. Sem dúvida que a fórmula encontrada por Vaneigem, nesse campo atinge muito mais os seus objectivos.
    Abraço amigo.

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  5. Devo dizer que também eu desconhecia a existência deste filósofo. As suas ideias em relação à prestação de serviços não são inéditas. Eu, por exemplo, considero que serviços básicos para a vivência sã do ser humano devem ser total ou parcialmente gratuitos, como a água pública e a electricidade, já que o direito à habitação até tem suporte constitucional.

    Claro que o senhor se refere à greve e apenas nessa hipótese. Eu vou mais longe. Mas, vejamos, se em dias de greve os trabalhadores continuassem a trabalhar, ainda que não recebendo qualquer retribuição monetária, deturpariam o próprio direito à greve, à paralisação. Beneficiariam os utentes, sem dúvida, prejudicando o Estado, claro, mas seria, ainda assim, uma deturpação desse direito constitucional que envolve outros requisitos para ser considerado como tal. Não seria "greve". Teriam de reinventar o instituto, conferindo-lhe outra designação.

    um abraço.

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  6. Olá Mark
    no que respeita ao teu primeiro parágrafo, acho que seria óptimo, sem dúvida, mas é utópico...
    Já na questão da forma de greve que Vaneigem advoga, claro, que na sua essência, deturparia a realidade básica da greve, que será sempre a ausência de trabalho; mas uma greve, em princípio tem sempre fins a atingir e em determinadas situações, não interessará muito o "meio" mesmo que seja, como dizes uma adulteração do conceito de greve, se obtiver os resultados esperados, lesando o mínimo os utentes dos serviços que estiverem a ser alvo da greve.
    Abraço amigo.

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  7. O vídeo de Gilles Labarbe é uma "pérola" visual para a descrição biográfica e das crenças (que admiro) pelo próprio autor. Sobre elas, já havia colocado um excerto no Ophi: http://ophiuchus-threedecades.blogspot.pt/2009/03/educarteaprendice-iv.html | E daí fui descobrir "a infância antecipada" de Charles Fourrier, traçando mais uns caminhos na perspectiva histórica das diferentes concepções sobre escola e aprendizagem.
    Confesso a minha costela anarquista (ou conservadora?) e posso dizer que há dois anos fiz greve, entregando uma declaração da realização da mesma nos serviços administrativos, nesse dia, mas comparecendo a uma reunião que havia sido marcada para o dia há mais tempo e em que julguei importante a minha presença - pois o valor que me retirara do vencimento foi o dinheiro gasto em cravos para entregar à chefe dos serviços e ainda decorar o bar e recepção do meu local de trabalho.
    Obrigado João - por estas trocas e contínuas descobertas e aprofundamentos!!

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  8. João
    a tua originalidade nas escolhas que fazes para o teu blog está em total concordância com essa atitude que aqui noticias na tua greve.
    Confesso já não me lembrar da postagem que referes ainda no "Ophi", mas esta personagem - RV - está bem nas tuas medidas, penso eu...
    Abraço amigo.

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  9. Gosto dessa forma de greve, com a quantidade de greves que existiram no ano passado, seria uma boa alternativa, mais útil e benéfica para os consumidores, que são sempre os mais prejudicados.

    Abraço ^^

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  10. João
    o grande problema das greves é o incómodo que causa a tanta gente que nada tem a ver com o assunto; assim se evitariam muitos contratempos.
    Abraço amigo.

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