Foi esta noite a grande festa anual do cinema – a distribuição
dos Óscares, e eu que há muitos anos sigo esta gala, não dei por mal empregue o
facto de ter ido para a cama às seis da manhã, pois foi uma cerimónia muito
equilibrada e apresentada soberbamente por Ellen Degeners
Ela é uma
comunicadora por excelência, tem uma presença impressionante e teve momentos de
um ineditismo total e que só com ela poderiam resultar, como o caso das “selfies”,
sendo uma delas aquela que talvez seja no momento a foto mais vista de sempre
como o peditório para um chapéu, de dinheiro para comprar pizzas depois a distribuição das mesmas, em pedaços, em pratos de plástico e com um guardanapo – fabuloso momento!
Quase me arriscaria que Ellen passou quase tanto tempo na plateia como no palco…
como o peditório para um chapéu, de dinheiro para comprar pizzas depois a distribuição das mesmas, em pedaços, em pratos de plástico e com um guardanapo – fabuloso momento!
Quase me arriscaria que Ellen passou quase tanto tempo na plateia como no palco…
Mas o que mais interessa é quem foram os vencedores e eu não
vou aqui citar todos, apenas os das categorias mais importantes, reservando-me
o direito de ter uma imodesta satisfação de ter publicado umas horas antes, nas
redes sociais (FB e Google+), os meus prognósticos pessoais para as 9
principais categorias e ter acertado 7…(apenas errei e sem grande surpresa o da
melhor actriz secundária, pois apostei em Jennifer Lawrence, e no melhor
argumento adaptado em que a aposta foi para “O Lobo de Wall Street”).
Quanto ao melhor filme, sem surpresa, o vencedor foi “12
Anos Escravo”
de Steve McQueen, filme que ganhou apenas mais dois Óscares, mas importantes, precisamente o da actriz secundária, Lupita Nyongo’o
e o do argumento adaptado, e eu deveria ter jogado nesta aposta pois como tantas outras vezes o melhor filme coincide com um dos melhores argumentos.
de Steve McQueen, filme que ganhou apenas mais dois Óscares, mas importantes, precisamente o da actriz secundária, Lupita Nyongo’o
e o do argumento adaptado, e eu deveria ter jogado nesta aposta pois como tantas outras vezes o melhor filme coincide com um dos melhores argumentos.
Alfonso Cuarón foi o mais que justo vencedor da melhor
realização por “Gravidade”
um filme assombroso com técnicas aplicadas do melhor que já se fez, e que levaram a que o filme fosse o grande vencedor da noite, com 7 estatuetas, por assim dizer todas técnicas.
um filme assombroso com técnicas aplicadas do melhor que já se fez, e que levaram a que o filme fosse o grande vencedor da noite, com 7 estatuetas, por assim dizer todas técnicas.
Na interpretação, estava quase assegurado o Óscar
de Cate Blanchett
em “Blue Jasmin”, por muito mérito que tivessem e tinham as outras candidatas (como pode Meryl Streep continuar a dar-nos interpretações deste nível, que a levam sem qualquer dúvida ao estatuto da melhor actriz de há muitos e muitos anos a esta parte?).
em “Blue Jasmin”, por muito mérito que tivessem e tinham as outras candidatas (como pode Meryl Streep continuar a dar-nos interpretações deste nível, que a levam sem qualquer dúvida ao estatuto da melhor actriz de há muitos e muitos anos a esta parte?).
E se havia alguma dúvida entre Mathew McConaughey e Leonardo
Di Caprio, era por Di Caprio já ter sido tantas vezes um justo candidato e
nunca ter ganho, pois Mathew
é impecável em “O Clube de Dallas”, papel que exigiu um emagrecimento de 20 quilos num actor que até nem é pesado, e que quando vi o filme me fez pensar que ele estaria mesmo doente, tal a realidade do desempenho.
é impecável em “O Clube de Dallas”, papel que exigiu um emagrecimento de 20 quilos num actor que até nem é pesado, e que quando vi o filme me fez pensar que ele estaria mesmo doente, tal a realidade do desempenho.
Também neste filme o vencedor da estatueta do melhor
secundário, o surpreendente Jared Leto
que pôs por lado a música durante uns tempos para representar um assombroso travesti nesse filme.
que pôs por lado a música durante uns tempos para representar um assombroso travesti nesse filme.
No argumento original, Sponke Jonze não deu qualquer
hipótese à concorrência com a sua história de “Her”, um filme não muito fácil,
como acontece geralmente a todos os seus filmes, mas muito interessante e super
actual, nesta altura em que a informática “governa” o mundo.
O melhor filme estrangeiro distinguiu o italiano Paolo
Sorrentino
pelo seu maravilhoso “A Grande Beleza”, e com inteira justiça.
pelo seu maravilhoso “A Grande Beleza”, e com inteira justiça.
Uma referência a dois filmes que ganharam os dois Óscares
para que estavam nomeados: “Frozen”, da Disney, que ganhou o melhor filme de
animação e o da melhor canção, e “O Grande Gatsby”, com dois Óscares técnicos.
Os grandes derrotados foram “ Golpada Americana” (teve o
azar de ser nomeado com inteira justiça em categorias onde sobressaíram outros
nomes) e “O Lobo de Wall Street” (quando chegará a vez de Di Caprio?).
Momentos da noite, foram vários, além dos já referidos e protagonizados
por Ellen Degeneres, entre eles o ressurgimento de duas grandes figuras de
Holywood, a bela (mas muito “recauchutada”) Kim Novak
81 anos e o “Senhor” Sidney Poitier
de 87 anos e que foi o primeiro negro a ganhar um Óscar de melhor actor.
81 anos e o “Senhor” Sidney Poitier
de 87 anos e que foi o primeiro negro a ganhar um Óscar de melhor actor.
Também a sempre emocionante recordação dos que partiram e
tantos nomes importantes este ano passado, com destaque para Philip Seymour
Hoffman, para o ainda jovem Paul Walker e as grandes estrelas que foram Shirley
Temple, Ester Williams, Joan Fontaine, Sid Ceaser, Eleanor Parker ou Julie
Harris. A homenagem findou com uma interpretação muito boa de “Wind beneath my
wing” por Bette Midler, sentida e como só ela sabe interpretar (ela nunca
canta, interpreta sempre uma canção), e o seu vestido era lindo.
Por falar em vestidos, não sou grande especialista, mas achei deliciosa a apresentação de Whoopi Goldberg, com aqueles sapatos vermelhos e as meias listadas (só ela…).
Por falar em vestidos, não sou grande especialista, mas achei deliciosa a apresentação de Whoopi Goldberg, com aqueles sapatos vermelhos e as meias listadas (só ela…).
Enfim, os discursos da noite foram para mim os de Jared Leto
(falou até da Ucrânia e Venezuela) e Lupita Nyongo’o (comovente) e a satisfação
incontida de Steve McQueen.
Uma excelente “noite perdida”.