quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Reliquia portenas

O tango está para a Argentina, como o fado está para Portugal; revela através da música, a alma de um povo.
E sendo o tango uma melodia dançável, geralmente é dançado por um par misto (homem e mulher); mas nem sempre e vem de longe a imagem de dois homens dançando o tango, sem que isso revele necessariamente algo a ver com homossexualidade. Pese embora, por natureza própria, seja considerado o tango uma dança sensual, e o é, na realidade.
Neste vídeo, ele é magistralmente dançado por dois irmãos.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Roberto e o BPN

Quase simultâneamente duas notícias vieram a público e ambas têm a ver com “vendas”.
Por um lado, o Governo anuncia a venda do BPN por 40 milhões de euros e por outro o Benfica anuncia a venda do guarda redes Roberto ao Saragoça por 8 milhões e 600.000 euros.
Parece não haver qualquer razão para estar a referir num só texto estas duas operações económicas; mas vejamos melhor…
No que respeita ao Roberto, o Benfica comprou este guarda-redes ao Saragoça por 8,5 milhões de euros, por 5 épocas, o que foi considerado, desde logo, um negócio esquisito, pois dar uma quantia tão elevada por um guarda-redes, só em casos excepcionais e nem o Benfica é o Real Madrid ou o Chelsea, nem o Roberto era um jogador rotulado por aí além. Veio a verificar-se que, desde logo, nos jogos de apresentação, como no início do campeonato, em que o Benfica perde os três primeiros jogos, que Roberto não terá sido, de forma alguma, um bom negócio para o maior clube português.
Ao fim de uma época, penosa para o jogador e para o clube, e contratados três novos guarda- redes, era evidente que o Benfica teria que “despachar” Roberto, mas para quem e em que condições que não lesassem demasiado as finanças do clube – dado, não, mas era certo que ou seria emprestado ou vendido por tuta e meia. Eis senão quando, um milagre se dá: Roberto é vendido ao Saragoça, clube com dívidas assustadoras, e com um lucro de 100.000 euros!
Eu, que até sou do Benfica, rejubilei duplamente, por saber que o Roberto não voltaria a dar “frangos” no Glorioso, e pela brilhante operação financeira. Mas, na realidade, há algo aqui que parece obscuro ou está mal explicado, o que levou a CMVM a pedir explicações, e muito bem ao clube da Luz.
Por outro lado, e num plano absolutamente diferente e muito mais importante, pois afecta todos os portugueses, o Governo, e dando cumprimento a um dos requisitos do acordo com a “troika”, vendeu o BPN ao BIC, que é liderado por Mir…ra Amaral e que é um dos mais importantes investimentos do governo angolano em Portugal, por…quarenta milhões de euros!!! Grande negócio, afirmam os senhores do Governo, os Espíritos Santos e outros que tal, pois acabou-se o sorvedouro de dinheiro dos contribuintes dos últimos longos meses para sustentar um banco dirigido quase exclusivamente por aqueles senhores que todos conhecemos muito bem e que têm em comum a estranha (?) coincidência de todos serem da esfera política chegada, e até pessoal do nosso (?) senhor Silva.
E além do mais, tinha sido mais uma das obrigações a que o actual Governo dá cumprimento, pois “eles” são assim: cumpridores e se possível com cumprimento a mais e tudo…
Só que, havia mais interessados no negócio da venda do BPN, entre os quais o Montepio Geral e um grupo de investidores, que já veio anunciar ter oferecido 100 milhões de euros, em vez dos quarenta, e, ainda mais importante, garantindo a manutenção de todos os postos de trabalho. Claro que no Parlamento, os pedidos de esclarecimento de um caso tão grave são chumbados pela maioria governamental, e lá irá uma Secretária de Estado a justificar o injustificável e mais nada.
Não seria, por absurdo que eu sei que é a comparação, um caso para que a CMVM pedisse explicações ao Governo?

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Capas gays de discos (1)

Num dos vários blogs figurativos ou descritivos que diariamente vejo, recolhi esta listagem das 10 capas de discos, mais gays. É naturalmente uma opinião subjectiva e que, sendo o blog estrangeiro não foca discos portugueses.
Apresento essa escolha, mas desde já anuncio uma segunda recolha, esta mais pessoal, que até poderia envolver alguma que outra destas escolhas de hoje, nomeadamente a do disco de Prince...
A música do dia é uma "velha" relíquia do Tom Robinson, que talvez seja uma descoberta para gente mais nova.

sábado, 30 de julho de 2011

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Trash Land

Transcrevo aqui um texto a algumas fotos que podem ser vistas aqui, com a indicação dos seus autores.
É um texto magnífico e as fotos são soberbas: para reflectir!!!

·           A inércia grotesca consciente/inconsciente do humano enquanto humano remete para cenários torpes de qualquer 3º mundo a distâncias nada menos que astronómicas. Distâncias essas, que em pleno século XXI se tornam cenários como os que testemunhei na lixeira de Huléne, animações demasiado pictóricas de um panorama demasiado desactualizado. Cenários onde a vida se exila de sentidos, onde questiono a cor da minha fé e me alheio do real... um real tão marcante, quanto presente.
   A sul de Moçambique, bem no coração de Maputo e a escassos metros do aeroporto da Capital, encontra-se a lixeira de Huléne, mãe de muitas histórias, casa de muitos renegados e sustento de muitos mais. É difícil lograr qualquer tipo de juízo quando a incredibilidade amotina qualquer estado de alma ou percepção intelectual. Os limites da lixeira ultrapassam a sensibilidade comum - e até a perspicuidade do olhar - e nem os muros que a aprisionam, conseguem dissimular um cenário nada menos que dantesco - cortados a sul por uma entrada improvisada, um buraco no maciço muro de cimento, concreto e bruto.
   Ali confluem todo um tipo de necessidades e propósitos. Movimentações constantes de pessoas e camiões compõem um complexo jogo de cores e sensações que nos despertam para a proximidade do precário e do insensível. São muitas as personagens, mas muito poucas as diferenças.
   Os “catadores de lixo” são os que mais agitam os horizontes. São peões de um dos poucos negócios, e talvez o mais rentável, que ainda consegue florir entre a mais profunda e desesperante imundice – a reciclagem. Furam freneticamente os corredores de lixo em busca da utilidade. Porque a utilidade ali, e para eles, pode mais tarde valer um pouco mais que pão e leite.
   Depois, os outros. Os outros que se assemelham por excesso a muitas caricaturas do pobre e do mendigo que muitas vezes se camuflam entre piadas de genéricos ou bandas desenhadas generalistas do mundo civilizado. Os outros dos olhos sem vida. Os outros do sorriso sem cor e do rosto vazio de expressão. Os outros que tornam esta experiência muito mais humana.
   As fotografias fluem numa cadência desproporcionada. A consciência do que vejo inquieta drasticamente a minha percepção das coisas. Nunca o nada fez tanto sentido, e o valor material, tão pouco. Ali o belo torna-se noutro belo, o digno noutro digno. A importância nunca teve na cor da camisa ou sequer no tamanho do sapato. E no meio de tão pouco, rodeado de tamanha e angustiante putrefacção, constatações simples como a que entre o interesse e a curiosidade me dou conta, nunca antes foram tão perturbantes – “todos os dias comemos carne”. A inquietação há muito que me havia tomado por completo, mas a surpresa, essa, é inoportuna, desperta-me a todo o momento. Ali, quando o fruto se torna o resto, o resto torna-se o fruto.
   Não é fácil conhecer a lixeira. Não é fácil crer no que é apenas a realidade. Conhecê-la, não é mais que acordar para as diferentes realidades do homem e do mundo. E o maior erro é pensar que ali não há espaço para a vergonha. Uma vergonha muito mais legítima que qualquer outra. Uma vergonha muito mais tocante e bruta de sentido. Porque para muitos estar ali não é nem foi uma opção. Porque muitos deles, já viram para lá dos muros.
   São estas circunstâncias, num país em senda de progresso e desenvolvimento através do investimento externo, que tornam a lixeira de Huléne um fenómeno cada vez mais desactualizado até para o contexto de crise e delicadeza económica no qual se insere Moçambique.
   Esta, não é a cor da minha fé, é a inconsciência da verdade que teimosamente desfigura a sociedade civil e a condição do homem enquanto ser humano.

    

terça-feira, 26 de julho de 2011

1000 POSTAGENS


O Whynotnow completa com esta entrada a sua 1000ª.postagem.
No post anterior perguntava se alguém adivinharia o tema desta entrada; não era fácil, mas a resposta estava aqui no blog, na coluna da esquerda: 257 postagens na sua primeira fase e 742 na segunda, o que perfazia 999…
É verdade: o Whynotnow teve início em 6 de Novembro de 2006, e teve 257 postagens até ser infantilmente apagado por mim, por incompetências informáticas, a 8 de Julho de 2007. Graças à preciosa ajuda do amigo Sérgio, consegui “resgatar” a maior parte dessas postagens, as quais guardo, como é lógico, apenas sendo impossível recuperar um mês (cerca de 15 postagens).
Desde 9 de Julho de 2007 até hoje publiquei 743 entradas, as quais tiveram 26842 comentários; não contabilizei os comentários da primeira fase, pois faltam-me as tais cerca de 15 entradas.
Mais tarde, não sei quando, comecei a contabilizar os visitantes, mas é um número deficitário, pois foi iniciado bastante depois do reinício. De qualquer forma, actualmente o número de visitantes é de 25110, oriundos de 96 países, naturalmente cabendo uma quase totalidade a visitantes nacionais (18792), seguido pelo Brasil (3278), o que também é natural pois sigo e sou seguido por bastantes blogs do país irmão.
Este blog é muito ecléctico e reflecte perfeitamente a maneira de ser do seu autor; sou de signo Carneiro, e portanto, impulsivo, teimoso, determinado e extrovertido. E sou por isso mesmo bastante comunicativo e facilmente me relaciono com outras pessoas. Não tenho qualquer problema em me assumir tal como sou, nas mais variadas situações, quer políticas, religiosas, sexuais ou de outra índole. É um blog muito pessoal em que me exponho, sem receios, até porque nada tenho a esconder. Devido à minha idade, as experiências de vida são muitas e variadas, e porque penso que a partilha é um dos aspectos mais relevantes da blogosfera, partilho essas experiências aqui, nos limites da minha flexível (e bastante lata) privacidade.
Durante todo este tempo, conheci inúmeros blogs, e continuo a seguir muitos, alguns deles a título meramente informativo ou figurativo (…), mas procuro, dentro do possível deixar comentários nos restantes. Infelizmente, já não existem muitos dos blogs que fui conhecendo e outros funcionam a “meio gás”, o que denota uma certa crise na blogosfera, em grande parte causada pelo aparecimento das redes sociais.
Obrigado a todos os seguidores (248) e a todos os visitantes, com especial destaque para aqueles que vão comentando; quer as pessoa acreditem ou não, são os comentários que dão vida aos blogs e complementam as postagens.


Nota: um obrigado ao Paulo do "Felizes Juntos" (ele sabe porquê).

domingo, 24 de julho de 2011

O que será?


Nunca até hoje fiz nenhuma pergunta aos leitores deste blog.
Pois alguma vez teria que ser a primeira; desafio-vos a adivinhar o assunto do próximo post! Claro que não é fácil, mas dou uma pista: a resposta está aqui mesmo no blog, mas está escondida.
O que será?

sexta-feira, 22 de julho de 2011

YOU



Esta música já toda a gente conhece, penso mesmo que deve ser das mais vistas na blogosfera, pois é sublime e cantada por uma Senhora, que hoje pode ser considerada das melhores vozes em todo o mundo.
A razão porque aparece aqui, e agora, é porque com ela, quero enviar um recado a uma pessoa que amo muito.

Déjan, my love, the letter of this song is not for you; just because I need not looking for "Someone Like You". I need not because I met you, almost six years ago, and for me YOU are everything! Thanks for that!!!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Yang Wang

Yang Wang é um jovem dançarino e fotógrafo, nascido na China e que vive e trabalha actualmente em Paris.
Aqui estão algumas imagens das suas séries "Living Dance".
Nelas, se pode ver como a beleza do corpo se conjuga, na perfeição com o movimento da dança.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

"Crise" (???)

Não, não é a crise “normal” de um desgaste de um relacionamento.
Não, não é sequer um prolongar excessivo de um distanciamento, previamente conhecido e aceite por ambos.
Não, não é uma dificuldade acrescida de ter de aceitar um “teatro” de não homossexualidade, quando já não tenho idade para isso e penso em tal como um retrocesso…
Não, não é uma indefinição sobre o futuro, quando se vê o “tempo” a correr atrás de nós.
É tudo isso, sim, mas também é algo mais…
Algo que está acima de tudo isso e que nos permite ultrapassar a crise, se se pode chamar a isto uma crise…
E esse algo mais é um Amor intenso e mútuo entre duas pessoas que necessitam muito uma da outra; que sofrem intensamente por não compartilhar juntos, alegrias e tristezas; que não podem gritar ao mundo, pelo menos a certo mundo, que nos amamos e que é impossível qualquer outro cenário.
Apenas temos ambos uma certeza: saímos reforçados de uns momentos de interrogação, que as lágrimas de ambos ajudaram a clarear.
AMO-TE!

sábado, 16 de julho de 2011

A Bernarda


Quando publiquei uma postagem sobre o livro “Homossexualidade no Estado Novo” da autoria de São José Almeida, prometi que escreveria algo sobre as minhas impressões pessoais, e que logicamente se referem ao período em que estudei em Lisboa, antes de ter ido cumprir o serviço militar em África.
Foi uma altura curiosa para mim, pois quando cheguei a Lisboa, toda a minha homossexualidade reprimida, desabrochou e foi mesmo em Lisboa que deixei de ser virgem, já com 21 anos e numa experiência algo frustrante, com um jovem universitário da minha idade.
Mas era uma homossexualidade naturalmente clandestina, embora frequentasse locais ligados ao mundo gay, mas sempre com medo que me descobrissem.
Conheci muitos locais e muita gente, e hoje quero apenas referir um local e uma pessoa. Ambos são falados no livro em questão.
O local era um bar “manhoso” que havia logo no início da Rua das Pretas, perto da Avenida, de seu nome Reimar e que era, não tenho dúvida, um dos locais mais “surrealistas” dessa Lisboa dos anos sessenta e setenta do século passado (e surrealismo está mesmo correcto, pois um dos seus principais frequentadores era o expoente máximo do surrealismo português de então – Cesariny). Mas sobre este local prefiro remeter o leitor para uma entrada que fiz aqui no blog, para não me repetir.
Já quanto à personagem , nunca falei dela e valha a verdade que nunca o conheci pessoalmente. Tratava-se de Bernardo de Britande, melhor Conde de Britande, também conhecido no meio por Dom Bernardo ou mais ainda por Bernarda! Este senhor, como se refere no livro “era de um extracto social elevado, mas tinha chatices com a polícia…tinha uma casa fabulosa na Avenida da Liberdade e fazia uma vida fora do comum para época, assumindo a sua homossexualidade a 100%. Uma vez alugou um hotel fora de Lisboa, para dar uma festa homossexual e convidou uns amigos e uns marinheiros. Depois do jantar, iam para os quartos. Ele, como anfitrião, distraiu-se e ficou sem nenhum marinheiro. Então decidiu tocar o alarme do hotel e estragou a noite aos outros. Foi secretário de David Mourão Ferreira na SPA e foi visto, já velho, no Bota Alta, no Bairro Alto, a pôr batom, usando a faca como espelho. Andava sempre no engate na Avenida, pedia lume, perguntava as horas e dizia «peço desculpa por estar a dirigir-me a si, mas o senhor faz-me lembrar tanto o meu pai, quando era novo».
Ora eu recordo-me de ter assistido a duas cenas impagáveis com a Bernarda. Eu e os meus amigos da Covilhã que estudávamos em Lisboa, quase todas as noites nos encontrávamos no saudoso café Monte Carlo,perto do Saldanha, e no tempo bom, por vezes vínhamos conversar para a rua, às portas do café; eu estava com um grupo de amigos, numa noite, e claro que ninguém sabia que eu era homossexual (hoje todos sabem e continuamos amigos), nem a Bernarda me conhecia de lado nenhum (safa…), quando aparece o dito cujo e chegando perto de nós, pergunta descaradamente “ninguém alinha nuns beijos?”. Bem a reacção foi civilizada e à base de gargalhadas.
Outra cena passou-se no acesso aos bastidores do Coliseu, após uma fabulosa representação do Lago dos Cisnes, com o Nureyev e a Margot Fonteyn; muita gente à busca de um autógrafo, de poder ver ao vivo aquelas lendas do Bailado Clássico, e eu lá pelo meio; nisto, aparece a Bernarda, imponente como sempre e diz “meninos, vamos lá sair daqui, que o Nureyev esta noite vai dormir comigo; venho buscá-lo e tenho o carro à porta à espera”!
Era assim esta personagem única desse tempo…

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Estado de graça

Apareceu recentemente na RTP um programa de humor, que costumo seguir e faço-o porque os cinco intérpretes são perfeitamente fabulosos: Maria Rueff, Ana Bola, Joaquim Monchique, Eduardo Madeira e Manuel Marques multiplicam-se em cromos, uns conhecidos, outros satirizando situações e fazem-me rir, o que é bem preciso nesta altura.
Deixo aqui um vídeo com uma cena divertida e podem aproveitar para ver outras que se inserem no vídeo também.
Há personagens fabulosos, como a Rueff a interpretar a Luciana Abreu , a Ana Bola, a esposa de Passos Coelho, Eduardo Madeira como Lula da Silva, Manuel Marques a fazer de Goucha e toda a exuberância do Monchique.
Divirtam-se...