sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Abusos linguísticos


Um homem chega ao restaurante, senta-se e, acenando com o braço, diz:
- Faz favor: frango frito, favas, farinheira...
- Acompanhado com quê?

- Feijão.
- Deseja beber alguma coisa?
- Fanta fresca.
- Um pãozinho antes da refeição?
- Fatias fininhas.
O empregado anota o pedido, já meio intrigado: "o tipo fala tudo com F's!"
Depois do homem terminar a refeição, o empregado pergunta-lhe:
- Vai querer sobremesa?
- Fruta.
- Tem alguma preferência?
- Figos.
Depois da sobremesa, o empregado:

- Deseja um café?
- Forte. Fervendo.
Quando o cliente termina o café:
- Então, como estava o cafézinho?
- Frio, fraco. Faltou filtrar formiguinha flutuando.
Aí o empregado pensa: "Vamos ver até aonde é que ele vai".
- Como é que o senhor se chama?
- Fernando Fagundes Faria Filho.
- De onde vem?
- Faro.
- Trabalha?

- Fui ferreiro.
- Deixou o emprego?
- Fui forçado.
- Por quê?
- Faltou ferro.
- E o que é que fazia?
- Ferrolhos, ferraduras, facas... ferragens.
- Tem um clube favorito?
- Fui Famalicense.
- E deixou de ser porquê?
- Futebol feio farta.
- Qual e o seu clube, agora?
- Farense.
- O senhor é casado?
- Fui.
- E sua esposa?
- Faleceu.
- De quê?
- Foram furúnculos, frieiras... ficou fraquinha... finou-se.
O empregado de mesa perde a calma:
- Olhe! Se você disser mais 10 palavras começadas com a letra F... não paga a conta. Pronto!
- Formidável, fantástico. Foi fácil ficar freguês falando frases fixes.
O homem levanta-se e dirige-se para a saída, enquanto o empregado ainda lança:
- Espere aí! Ainda falta uma!

O homem responde, sem se virar:
- Faltava.
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-

Pedro Paulo Pereira Pinto, pequeno pintor Português, pintava portas, paredes, portais. Porém, pediu para parar porque preferiu pintar Panfletos.

Partindo para Piracicaba, pintou prateleiras para poder progredir. Posteriormente, partiu para Pirapora. Pernoitando, prosseguiu para Paranavaí, pois pretendia praticar pinturas para pessoas pobres. Porém, pouco praticou, porque Padre Paulo pediu para pintar panelas, porém posteriormente pintou pratos para poder pagar promessas. Pálido, porém personalizado, preferiu partir para Portugal para pedir permissão para papai para permanecer praticando pinturas, preferindo, portanto, Paris.

Partindo para Paris, passou pelos Pirinéus, pois pretendia pintá-los. Pareciam plácidos, porém, pesaroso, percebeu penhascos pedregosos, preferindo pintá-los parcialmente, pois perigosas pedras pareciam precipitar-se, principalmente pelo Pico, porque pastores passavam pelas picadas para pedirem pousada, provocando provavelmente pequenas perfurações, pois, pelo passo percorriam, permanentemente, possantes potrancas.

Pisando Paris, pediu permissão para pintar palácios pomposos, procurando pontos pitorescos, pois, para pintar pobreza, precisaria percorrer pontos perigosos, pestilentos, perniciosos, preferindo Pedro Paulo precaver-se. Profunda privação passou Pedro Paulo. Pensava poder prosseguir pintando, porém, pretas previsões passavam pelo pensamento, provocando profundos pesares, principalmente por pretender partir prontamente para Portugal.

Povo previdente! Pensava Pedro Paulo... - Preciso partir para Portugal porque pedem para prestigiar patrícios, pintando principais portos portugueses. Paris! Paris! Proferiu Pedro Paulo. - Parto, porém penso pintá-la permanentemente, pois pretendo progredir.

Pisando Portugal, Pedro Paulo procurou pelos pais, porém Papai Procópio partira para Província. Pedindo provisões, partiu prontamente, pois precisava pedir permissão para Papai Procópio para prosseguir praticando pinturas. Profundamente pálido, perfez percurso percorrido pelo pai. Pedindo permissão, penetrou pelo portão principal.

Porém, Papai Procópio puxando-o pelo pescoço proferiu: - Pediste permissão para praticar pintura, porém, praticando, pintas pior. Primo Pinduca pintou perfeitamente prima Petúnia. Porque pintas porcarias? - Papai, - proferiu Pedro Paulo - pinto porque permitistes, porém, preferindo, poderei procurar profissão própria para poder provar perseverança, pois pretendo permanecer por Portugal.

Pegando Pedro Paulo pelo pulso, penetrou pelo patamar, procurando pelos pertences, partiu prontamente, pois pretendia pôr Pedro Paulo para praticar profissão perfeita: pedreiro!

Passando pela ponte precisaram pescar para poderem prosseguir peregrinando. Primeiro, pegaram peixes pequenos, porém, passando pouco prazo, pegaram pacus, piaus, piabas, piaparas, pirarucus. Partiram pela picada próxima, pois pretendiam pernoitar pertinho, para procurar primo Péricles primeiro.

Pisando por pedras pontudas, Papai Procópio procurou Péricles, primo próximo, pedreiro profissional perfeito. Poucas palavras proferiram, porém prometeu pagar pequena parcela para Péricles profissionalizar Pedro Paulo.

Primeiramente Pedro Paulo pegava pedras, porém, Péricles pediu-lhe para pintar prédios, pois precisava pagar pintores práticos. Particularmente Pedro Paulo preferia pintar prédios. Pereceu pintando prédios para Péricles, pois precipitou-se pelas paredes pintadas.

Pobre Pedro Paulo pereceu pintando...

Permita-me, pois, pedir perdão pela paciência, pois pretendo parar para pensar... Para parar preciso pensar.

Pensei. Portanto, pronto: Pararei!·

PORRA !

19 comentários:

  1. EHEHEHEHEHEH
    Oportuno comentário, caro Teddy.
    Abração.

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  2. adoro estes jogos de palavras. gostei principalmente do primeiro, que não conhecia. Fabuloso! ;)
    abraço
    miguel

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  3. Tens razão Miguel, pois o segundo, de tão repetitivo, torna-se quase irritante; é um alívio quando se chega a Porra!
    Abraço.

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  4. Porra tanto p...
    Palavras para que...

    Abraço!

    Ps: Adorei a música...

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  5. Amigo Lampejo
    ainda não conhecias esta música do Adamo, ou estás a referir-te a recordá-la?
    Eu continuo a gostar muito das canções francesas...
    Abraço.

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  6. Estes jogos são sempre interessantes para ver até onde vai o génio de quem os cria. Abraço, bom fim-de-semana!

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  7. Bom fim de semana também para ti, meu caro Rato (ficas mesmo porreirinho aí no cesto, ehehehe).
    Abraço.

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  8. Muito bom, principalmnete a segunda que consegue contar uma história apenas com palavras começadas por P.
    Um abraço e viva a riqueza da nossa língua, com ou sem acordos ortográficos.

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  9. Caro P.
    por muita imaginação que nós, portugueses,tivessemos, seria impossível esse segundo texto ser tão extenso, pois só a "importação" de vocábulos brasileiros permite o alongamento da história e o sentido de algumas frases.
    Mas também é nisso que reside a riqueza da lingua portuguesa.
    Abraço.

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  10. Amigo Palmípede:)
    Excepcional...!!!!

    A 2nda já a conhecia, mas de todo perde o mérito...
    Agora a 1ra, está divinal....!!!!

    Foi facto fabulosamente facultado:)

    Brilhante!!!
    :)
    Abraço:)

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  11. Estes trava-línguas estão muito giros - mas são muito irritantes, rsrsrsrs. ;)

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  12. Caro Hydra
    Estou a ver que tens um certo geito para isto...
    Bom fim de semana.
    Abraço.

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  13. Amigo João Manuel
    trava-línguas? Desconhecia o termo...sempre a aprender.
    Abraço.

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  14. Este comentário foi removido pelo autor.

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  15. Não é um cesto, é uma casquita de noz... ;)

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  16. Que giro, ainda é mais amoroso.
    Abracito...

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  17. foi preciso criatividade e paciência. por acaso já conhecia o segundo texto, mas são ambos excelentes exercícios.

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  18. O segundo é um pouco repetitivo; prefiro de longe o primeiro, até pela forma como está apresentado, em diálogo.
    Abraço.

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