Foi numa sauna já desaparecida desta Lisboa que o vi. Era lindo,sedutor, diferente. A sauna estava cheia, a fauna habitual, que ao ver "sangue novo", se excita e se prepara para atacar a presa. O homem, trintão, ar estrangeirado, ia deambulando pelos espaços, e um bando de vampiros o seguia, sequioso. Deixei-me ficar, observando a cena, mas tão excitado como os demais. Alguns minutos mais tarde, o homem, visivelmente agastado, dirigiu-se ao sítio dos cacifos, para se vestir e sair. Fui mais rápido, agi prontamente e saí primeiro. Não o esperei cá fora; uma estranha intuição me dizia que seria de uma companhia de aviação, e provavelmente estaria hospedado no Sheraton (intuição de puta, dirão...). Para lá me dirigi e não tive que esperar muito tempo para ver parar um táxi que o trazia. Sorri-lhe, sorriu-me, entrámos, subimos ao seu quarto sem uma palavra e pude ver tatuada na sua nádega direita uma pequeníssima e bela borboleta. Não sei do que mais gostei, se da borboleta, se do seu habitat. Era manhã, quando deixei a borboleta voar.
sexta-feira, 6 de março de 2009
A borboleta
Foi numa sauna já desaparecida desta Lisboa que o vi. Era lindo,sedutor, diferente. A sauna estava cheia, a fauna habitual, que ao ver "sangue novo", se excita e se prepara para atacar a presa. O homem, trintão, ar estrangeirado, ia deambulando pelos espaços, e um bando de vampiros o seguia, sequioso. Deixei-me ficar, observando a cena, mas tão excitado como os demais. Alguns minutos mais tarde, o homem, visivelmente agastado, dirigiu-se ao sítio dos cacifos, para se vestir e sair. Fui mais rápido, agi prontamente e saí primeiro. Não o esperei cá fora; uma estranha intuição me dizia que seria de uma companhia de aviação, e provavelmente estaria hospedado no Sheraton (intuição de puta, dirão...). Para lá me dirigi e não tive que esperar muito tempo para ver parar um táxi que o trazia. Sorri-lhe, sorriu-me, entrámos, subimos ao seu quarto sem uma palavra e pude ver tatuada na sua nádega direita uma pequeníssima e bela borboleta. Não sei do que mais gostei, se da borboleta, se do seu habitat. Era manhã, quando deixei a borboleta voar.
Publicada por
João Roque
à(s)
07:15
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Etiquetas:
blogosfera,
fotos,
GLBT,
literatura,
pessoal
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Delícia de conto. Um dia escrevo a versão sob ponto de vista "dele", hehe... :-)
ResponderEliminarAfinal, sempre voou! ;)
ResponderEliminarBom Fim de Semana!
Edu
ResponderEliminarfico à espera´...
Abração.
Ez
ResponderEliminarum pouco devido a ti, como imaginas...
Mas foi à censura prévia do Déjan, que aprovou, sem reservas, claro!
Bom fim de semana.
Conto caliente e emocionante...quente e doce...Borboleta voa e pousa!!!!
ResponderEliminarUm beijo
Free soul
ResponderEliminardigamos que é um conto softcore...
Beijito.
Um escritor em crescimento.
ResponderEliminarAbraço!
Não, amigo Sócrates, já cresci tudo o que tinha a crescer...
ResponderEliminarAbraço grande.
bonito conto...
ResponderEliminarQuando comecei a lei, a cena parecia-me tão real como acontecida comigo/contigo. Boa, Pinguim.
ResponderEliminarAbraço grande! (Até já)
Bonito pequeno conto...
ResponderEliminarO conto é um género literário que sempre me agradou muito, pelo que às vezes também gosto de exercitar. E, pinguim, nunca digas que já cresceste tudo porque crescemos sempre mais um pouco cada dia ;)
Beijinhos
que belo naco de prosa, caro Pinguim. a servir de antídoto para a minha desinspiração.
ResponderEliminarabração
Gostei...sinceramente gostei...embora não tenha percebido, mas isso também não interessa não é?
ResponderEliminarAbraço! :)
Confesso...sou um soturno e romantico...lol
ResponderEliminarum blind date tem muito que se lhe diga....sou pro-blind dates acho giríssimo, mas nada a ver com o contexto :-D
numa observação mais "literária" está uma literatura bem light (o que ñ quer dizer que seja mau, tb sou pro-literatura light:-D )
Violeta
ResponderEliminardepende do ponto de vista; eu, modéstia à parte também acho...
Beijinhos.
Ophiu
ResponderEliminare teria acontecido (contigo/comigo)???
Abração.
S.M.
ResponderEliminarno sentido em que empreguei a palavra, talvez tenhas razão...
Beijito.
que giro pinguim :)
ResponderEliminarbeijinhos
Miguel
ResponderEliminartu desinspirado?
Não acredito...
Abraço amigo.
A...
ResponderEliminardiz-me lá o que não percebeste que eu explico teoricamente, é claro...eheheheh.
Abraço.
Ima
ResponderEliminarde uma forma muito generalista até se pode ver esta história como um "blind date"...
E eu também prefiro uma história light do que tudo "preto no branco"; assim damos asas à imaginação de como "é que se poderia ter passado".
Abração.
Sandrinha
ResponderEliminaré melhor dizer "giro" para diferenciar do vulgar giro, pois vai bastante além disso...
Beijinho.
Por mais saunas que assombrem o meu imaginário e por mais que queira fazer das palavras um transporte seguro para que seja levado nas asas duma borboleta, hoje senti-me preso pela minhas palavras. É melhor fechar a gaveta do dia de hoje senão o que era uma borboleta torne-se-á num insecto e isso basta esperar pelo mata moscas.
ResponderEliminarQue chegue um novo dia.
*Hugs n' smiles*
Carlos
Carlos
ResponderEliminarjá vi que algo não te correu bem hoje, mas amanhã é outro dia, como bem dizes; e uma borboleta quer esvoaçando, quer tatuada numa pele sensível, nunca se poderá transformar num insecto: está noutro patamar, como tu estás em relação a determinadas situações...
Abraço muito amigo.
Adorei a forma como está escrito e o lado soft dá-lhe uma caracteristica misteriosa e sedutora.
ResponderEliminarAbraços
Alex
ResponderEliminarsabes, a questão do soft é realmente importante; é como numa praia ver um corpo quase desnudado, mas não nú, que é mais saboroso, pois dá-nos a possibilidade de sonhar com o pouco que está resguardado...é sonhar um pouco...
Abraço.
Ai seu malandro !!!!!!
ResponderEliminarObrigado pelas simpáticas palavras lá no meu sítio.
Abraços
o conto, ainda eu em versão minimalista, é um género que muito me interessa. E muito interessante foi este que aqui nos ofereces.
ResponderEliminarum abraço
Lindo.
ResponderEliminarEstava a ficar entusiasmado com o conto. Achei-o engraçado mas a determinada altura parece que tudo se segue muito rapidamente até ao desenlace.
ResponderEliminarTeddy, quem, eu?
ResponderEliminarAbração.
Luís
ResponderEliminarao pé de ti, sou um humilde aprendiz de feiticeiro...
Abraço amigo.
Popelina
ResponderEliminaro trintão estrangeirado? Quer-me parecer que sim, que seria lindo de morrer...
Beijinho.
Amigo Brama
ResponderEliminarquerias "desenvolvimentos"? Para isso terás que comprar o livro; e vale a pena, pois até fotos tem...
Abraço amigo.
Pinguim,
ResponderEliminarTu és um poeta !
Consegues com o teu pequeno conto, tocar-nos profundamente e encontrar afinidades com casos que a vida já nos colocou à frente.
Um grande abraço e sê feliz
Nocturna
Nocturna
ResponderEliminarhá uma coisa que dizes no teu comentário com a qual concordo: a poesia não tem obrigatoriamente que conter rima para ser poesia...
O resto...são amabilidades!
Beijinho.
Adoro! Simples, bonito e absorvente! :)
ResponderEliminarBeijinhos
Bonito como tudo aquilo que tu escreves. Tens uma escrita fluente, madura, despreconceituosa. Gosto, amigo, Pinguim. Bem-hajas!
ResponderEliminarO "A Ver o Mar" regressará em breve. Com nome de mar. Sempre! É meu!
Beijinhos
Martinha
ResponderEliminarque bom que tenhas gostado...
Beijinho.
Catavento
ResponderEliminarque boas notícias o vento me traz aqui...
Quanto à escrita, concordo que é despreconceituosa...
Beijinhos.
Divertido, bonito, descontraido. Gostei. Abraço
ResponderEliminarCaro X
ResponderEliminaràs vezes acontece saírem histórias assim; há dias...
Abraços.
Elegante manuseamento das palavras, Pinguim. Excelente exercício de criatividade:))
ResponderEliminarLindo conto, parabéns, como sempre adorei vir aqui ver as novidades, um garnde abraço e uma óptima semana.
ResponderEliminarBruno Cardona
Justine
ResponderEliminarobrigado pelo teu amável comentário.
Uma boa semana para ti.
Beijito.
Amigo Bruno
ResponderEliminarobrigado pelas tuas palavras; também me agradam as tuas obras.
Na Páscoa vou aí ver a família; seria interessante conhecer-te.
Abraço amigo.
Obrigado pelo teu conto.
ResponderEliminarPrima por ser directo e pela simplicidade, sem subterfúgios!
Creio mesmo ser ficção, pois o pouquíssimo, mas mesmo pouquíssimo que te conheço (e estou aqui a entrar em campo escorregadio devido à minha ignorância e presunção) não sei se serias capaz de tal ... hehehehe, mas que apetece fazê-lo, apetece!
Eu, infelizmente (tenho alguma inveja de uma certa coragem, dita "sensual"), também nunca seria capaz de o fazer, ainda que adivinhasse que a criatura iria a caminho deste ou daquele hotel.
Abraço, e é bom ler-te neste campo
Manel
Manel
ResponderEliminarobrigado pela tua avalizada opinião sobre este meu conto; ficção ou realidade, onde termina uma e começa a outra?
Abraço amigo.
Simples e muito bonito. Sobretudo o final. Gostei bastante de ler.
ResponderEliminarGraduated
ResponderEliminaré um final que diz tudo, mesmo o que lá não está.
Abração.
Eu conheço outras borboletas mas daquelas + comuns xD
ResponderEliminarNatcho
ResponderEliminarquem não conhece?
Mas essas voam e há quem não corra atrás delas...
A que eu refiro estava ali, bem quietinha, mesmo à espera de uma festa; já imaginaste fazer festinhas numa borboleta????
Abração.