Tu foste o primeiro "amigo"…
A ti devo a descoberta de sentimentos até então apenas sonhados.
Deste-me muito de ti e do teu mundo.
E um dia, enviaste-me um enxerto de um poema de Eugénio de Andrade, lembras-te, Miguel?
Foi um soco, belo como só um poema de Andrade pode ser, e forte, pelo que então significou para ti e para mim.
Hoje, estás perto, como sempre estarás, mas estás algo longe ao mesmo tempo, devido à Vida...
Porque nunca o vou esquecer e porque o belo se deve sempre compartilhar, relembro-te esse excerto.
"...Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...
Já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas, tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não tenho já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.
(Post publicado na parte “apagada” deste meu blog em 29 de Novembro de 2006.
Apenas a foto é diferente, pois em certos posts, foi impossível recuperar fotos ou vídeos)
muito bem recuperado, Pinguim!
ResponderEliminaruma entrada e homenagem ao 'amigo' belíssimas! faz todo o sentido!
este poema é dos mais belos do EAndrade e o belo deve ser sempre compartilhado para que outros possam dele usufruir!
abraço
Paulo
ResponderEliminareu tive 257 entradas na parte apagada do blog; claro que não vou publicá-las todas e por várias razões: algumas estão demasiadas datadas, outras são aquelas entradas que pomos por vezes, porque não temos assunto, outras acho-as hoje algo inúteis e finalmente aquelas que tinham vídeos, estes perderam-se mesmo.
Por outro lado, muitos dos posts perderam as fotos e nestes, como é o caso deste, arranjo fotos alternativas.
Desta série que iniciei e que intitulei "Amigos", não publiquei os dois primeiros, mas publiquei este que acho importante...
E assim vai sendo a republicação dos excertos mais marcantes dessa parte do blog, da qual poucos se devem recordar (talvez o Lampejo e o Tong...), embora pelos comentários que havia, nesta parte inicial do blog (Novembro de 2006) nem eles ainda conheciam o "Whynotnow"...
Estou a utilizar este espaço para dar uma explicação desta série "Passado e presente".
Abraço amigo.
Olá, obrigado pelo comentário, é mesmo uma obra com muito significado para mim. boa semana, abraço.
ResponderEliminarOlá Bruno
ResponderEliminarnão me agradeças; se comento e o faço positivamente é porque me agrada.
Boa semana para ti também.
Abraço.
Acho que apesar de triste foi das mais belas formas de dizer adeus que já vi. A foto aplica-se à história mas torna-se forte demais para a singularidade do excerto, devias ter posto uma "murraça" mais soft, eh eh eh eh (lol)!
ResponderEliminarAbraço!
Pinguim, obrigada: Eugénio sempre, sempre, sempre!
ResponderEliminarsempre que leio este poema, mesmo que seja só um excerto, vêem-me as lágrimas aos olhos ...e é o que me está a acontecer agora, eis que venho pa aqui, todo lampeiro ver as novas e PIMBAS!! isto não se faz...:-) é dos textos mais lindos, mais intensos...amo...
ResponderEliminarCaro Amigo Pinguim
ResponderEliminarEugénio de Andrade é único.
É dos meus favoritos. E este poema é lindíssimo, quase me faz chorar como diz o Emanuel, pois faz-me reviver coisas antigas...
Um abração
Lindo, LINDO!
ResponderEliminarComo dizia lá no meu Blog em resposta ao cometário do Lampejo, penso, existe uma certa Beleza na tristeza, na dôr, na melancolia, na nostalgia... quando é por AMOR.
Parece contraditório, mas não é...
Beijo
Félix
ResponderEliminarpodes crer que, apesar da beleza do poema, o "soco" foi ainda mais violento do que a foto mostra. Mas é assim que se vai aprendendo e depois os poucos relacionamentos havidos, vieram a ganhar com isso...
Abraço grande.
Justine
ResponderEliminarEugénio sempre, dou-te toda a razão e nunca me canso dele; mas ser "despedido" através dele, apesar do belo das palavras, é doloroso...
Costumo dizer que para pôr fim a uma relação é preciso acima de tudo, dignidade; e nessa dignidade está incluída uma condição básica: olhos nos olhos!!!
Beijinho.
Emanuel
ResponderEliminaro problema é que eu também "amava"...
Abração.
Carlos
ResponderEliminarcomo imaginarás, este poema ficou para sempre gravado na minha memória; há muito leio e releio Eugénio de Andrade, mas apenas conheço de cor este poema.
Abraço grande.
Percebo-te perfeitamente, Natacha; e isso está implícito no que escrevo antes da transcrição e nos comentários que aqui tenho deixado.
ResponderEliminarBeijinhos.
Bom que forte texto, lindo e ao mesmo tempo muito tão triste...
ResponderEliminarEsse texto traduz uma amizade que se perdeu? Um amor que foi transformado em amizade? ou pode ser as duas coisas?
Abraço
Miguel BA
Muito bonito. E a tal evolucao do amor de que falamos.
ResponderEliminarum abraco
Miguel
ResponderEliminarnão exactamente qualquer delas, mas sim uma variação da segunda hipótese: foi um amor que "acabou" por se transformar numa Amizade, não por vontade própria, pelo que alguém saíu bastante ferido - eu!!!
Mas a Amizade e o tempo sarou totalmente esse amor cortado de uma forma tão triste, apesar de bela...
Abraço.
Caro Músico
ResponderEliminaré evidente que foi uma evolução, mas não foi totalmente pacífica, já que foi unilateral, imposta portanto...mas não deixou, a médio prazo, de ser uma evolução.
Abraço amigo.
Textos tão belos devem realmente ser 'repostados'.
ResponderEliminarBela recuperação!
Continue fazendo isso.
Bjos
Amigo Autor
ResponderEliminarsim, continuarei, pois na altura o blog estava no início e os leitores de agora são por assim dizer todos diferentes, além de poder reintegrar algumas entradas importantes de onde elas são originais: do próprio blog.
Forte abraço.
Que bela homenagem! Gostaria meu primeiro amigo tivesse sido mais assim - e esperei anos para que aparecesse alguém! No fim, peguei o primeiro que deu bola porque não aguentava mais! :-) E onde está seu amigo agora? Continua amigo (fraterno)?
ResponderEliminarJá senti o poema nos "dois lados da barricada", mas só quando fui alvo dele é que a destruição provocada arrancou pedaços de mim, de uma forma quase telúrica, como os destinos fiados pelas Parcas (irrecuperáveis, mais que as entradas que desgraçadamente perdeste!), e foi bem pior que a imagem apresentada (pensando em retrospectiva, teria preferido que me acontecesse o que está na foto, porque não sou masoquista, bem ... sobretudo porque não sou masoquista!).
ResponderEliminarCreio que o facto me roubou a capacidade de algum dia senti-lo outra vez!
Se me deixou algo? Deixou ... um grande vazio ... que continua por preencher (talvez seja por bem).
Abraço e obrigado por nos trazeres Eugénio de Andrade
Amigo Pinguim
ResponderEliminarNa verdade, nada é mais triste do que constatar que sentimentos que julgávamos intensos, avassaladores, imensos, afinal não passavam de algo passageiro e comum que se pode pôr de lado. Inúteis como trapos!
Nada mais cruel do que amar alguém que olha para os nossos sentimentos com desconforto e incómodo.
Que o “amor seja infinito enquanto dure” é algo que se aprende com a vida, com as suas desilusões, com as suas dores. As dores do nosso crescimento!
Este poema de Eugénio de Andrade é um dos mais belos poemas de desencanto que eu conheço.
Sempre que o releio (ou ouço pela Simone de Oliveira ou pelo Mário Viegas) não deixo de me arrepiar, pois ele é tão belo quanto amargo e duro.
Ele é, para além de pura poesia, uma bela lição de vida. Todos sofremos e todos acabamos por sofrer de forma muito idêntica. E às vezes… muitas vezes, ainda que conheçamos bem essa lição, de cor e salteado!
Edu
ResponderEliminarmantive com esse Amigo uma amizade intensa., desde que o tempo me permitiu esquecer a dor; foi há muito tempo e a nossa Amizade mais se solidificou quando ele esteve numa luta feroz contra a morte, que logrou vencer.
Mas, foi-se deixando sucumbir pela noite, pelo sexo e principalmente pelo álcool; hoje, mete pena e quase não consigo falar com ele, pois está alcoolizado de manhã à noite; ainda é mais triste e duro do que o soco do poema, que ao menos era belíssimo...
Abraços.
Manel
ResponderEliminartive até agora três grandes relações: esta que foi a primeira e que acabou como relato (foi duríssimo...); uma segunda que ainda se "mantem" hoje, ao fim de quase 23 anos, pois continuamos a compartilhar tudo menos a afectividade amorosa e sexual, pois evoluímos naturalmente ao longo dos anos de amantes a um amor fraterno, tendo cada um, hoje, o seu companheiro; e o Déjan, meu Amor derradeiro e que penso eterno, que dura há quase 4 anos de intensa e difícil felicidade, devido à distância que nos separa.
Pelo meio houve outras "afectividades", algumas com mais entrega, outras durando meses, mas não Relacionamentos que superassem a prova suprema e que é a passagem da paixão ao Amor total.
Dessas, houve cortes, de parte a parte, mas não dolorosos por não haver laços demasiado fortes; mas houve sempre dignidade em saber dizer a palavra difícil: ADEUS!
Abraço grande.
Amigo Com senso
ResponderEliminarneste caso e não quero ser presunçoso, acho que não se tratou de sentimentos passageiros, mas sim de alguma imaturidade que alguém soube aproveitar para exigir um fim; por outras palavras, fui trocado...e o que mais me fere, é que isso aconteceu sem nada o fazer esperar, súbitamente!
Claro que foi uma excelente lição de vida e que me foi muito proveitosa nos relacionamentos seguintes.
Abraço amigo.
este poema de Eugénio de Andrade é sempre um Soco para mim...é muito dificil não me emocionar com este belo texto poético, mas cruel, de certa forma...mas a existir crueldade que ela seja expressa desta forma...
ResponderEliminarum abraço
Será que alguém nesta vida um dia possa dizer que gastou todas as palavras? Não creio...
ResponderEliminarAbraço,
Carlos
Pinguim,
ResponderEliminarJá está tudo dito, mas: lindo.
Belo, forte, intenso e tocante. Como as relações que temos com aqueles que mais amamos devem ser. Abraço
ResponderEliminarUm poema muito bonito. Deu-me um arrepio forte e feio na espinha...
ResponderEliminarA vida tem os seus desvios e injustiças, só há pouco tempo começei a ter consciência disso.
Abraço grande
Pinguim
ResponderEliminarHá coisas estranhas...
hoje nadei com este poea às voltas; até pensei em publicá-lo
Já não é preciso.
obrigada
Bjs
A beleza deste poema é que há uma altura da nossa vida em que ele nos atravessa na sua verdade avassaladora. Tudo é para sempre, enquanto dura.
ResponderEliminarEugénio de Andrade é uma excelente escolha!
Luís
ResponderEliminarcompreendo-te; é como que uma situação em que o belo, de alguma forma, impede que a crueza do poema seja ainda mais evidente.
Como é possível retratar tão bem, com cuidadas palavras, situações tão tristes e graves, como "o passado é inútil como um trapo..."???
Abraço grande.
Carlos
ResponderEliminarpenso que é impossível, pois as palavras podem ser difíceis de pronunciar, mas jamais serão limitadas; só o medo as fecha e as guarda...
Abraço muito amigo.
Querida Popelina
ResponderEliminarsim, tudo já está dito, falta o mais importante: a hombridade de enfrentar o outro "olhos nos olhos"!
Beijinhos.
Caro X
ResponderEliminarde uma forma ou de outra já todos fomos passando por situações idênticas; faz parte da vida e acima de tudo, o que importa é a Vida!!!
Abração.
A..a
ResponderEliminara tua pureza, mais que ingenuidade cativa-me tanto...
Como é bom ir assistindo um ser progressivamente a tomar conhecimento das realidades da vida; estás, dia a dia a tornar-te adulto na verdadeira acepção da palavra, no bom e no menos bom; daí teres que te armar de uma forte carapaça que te proteja, porque a vida não nos dá só coisas boas; o segredo é aproveitar ao máximo as boas e tentar sacar algo de positivo (mesmo mínimo) das más...
Abração e continua como me pareces ser: alguém que vai devagar, atento, mas seguro - é isso mesmo!!!
Querida Violeta
ResponderEliminarhá dias assim, não serão coincidências...mas sim acasos, do destino...
Beijos.
BatRitinha
ResponderEliminarque bom ver-te por aqui...
Dizes bem: "tudo é para sempre enquanto dura"; daí o tornar-se imperioso, para sermos felizes, vivermos intensamente o presente, pois o futuro que sempre quisemos, pode transformar-se num momento, num passado que sempre rejeitámos...
Beijinho e volta sempre que queiras...
O poema é lindo. Ainda mais quando é portador de sentimentos e vivências pessoais.
ResponderEliminarAbraço!
Esse é simplesmente o meu poema favorito do Eugénio de Andrade...
ResponderEliminarbeijinho e obrigada por o relembrares...
Caro Sócrates
ResponderEliminaré o exemplo máximo de como algo belo, objectivamente, se pode transformar numa dor insuportável, pessoalmente, num dado momento...
Abraço grande.
Carpe Diem
ResponderEliminareste é dos tais poemas, que pelo modo como me foi transmitido, jamais posso esquecer e portanto não necessito de o relembrar; mas fico feliz que o relembrem vocês através da partilha.
Beijinho.
Este poema é belo e por vezes alguns poemas com tudo o que trazem agarrados a si...pelo momento, pela carga emocional que trazem consigo ficam para sempre gravados em nós( sejam bons ou maus!!!)
ResponderEliminarObras das mais belas ficam associadas a dor para sempre ou obras más e pobres podem ficar associadas a lindo e optimos momentos!!!
Um beijo e obrigada pela partilha!!!
Olá Free Soul
ResponderEliminaré como dizes; e é necessário saber distinguir o belo do uso que dele se faz...
A partilha quer do belo, quer do pessoal, é um apanágio deste meu sítio, embora naturalmente abranja outros aspectos da vida, e alguns deles que pouco de belo têm...
Beijinho.
Eu tinha escrito um comentário que não apareceu...
ResponderEliminarSerá que não o publicaste?????
Ai, k eu faço aqui um p+e de vento!!!!
lolololol
Tong
ResponderEliminarde ti, publico todos os comentários, mesmo se me chamares "maricas" (livra-te!).
Será que o validaste?
Abração.