Na despedida, meu amor, uma Ode de José Régio; tu não partes. Apenas vais "voar" por uns tempos...
"Nuvens tocadas pelos ventos, ide!
Lá para além de vós, o céu não passa.
Contra as rochas erguidas e paradas,
Desfazei-vos na vossa eterna lide,
Ondas!, flocos de espumas encrespadas…
Que a praia, não há onda que a desfaça.
Desfolhai-vos nas asas do tufão,
Rosas inda em botão esta manhã,
Folhas aos velhos troncos arrancadas!
Cinzas levais, só cinza!, em vossa mão,
Tempestades futuras e passadas!
Sobre a semente, a vossa fúria é vã.
Decorrei, dias meus já sem sentido
Senão o de ficar, que não é vosso
Dissolvei-vos no ar, mãos revoltadas!
Gestos, formas, visões, sons, pó erguido,
Voltai ao pó das tumbas ignoradas!...
Que não se apaga a luz de além do poço.
Sou, como as nuvens sou que nada são,
E as ondas frágeis como vãs quimeras,
E as pétalas e as folhas desfolhadas,
E as formas fogos-fátuos da ilusão…
Correi , lágrimas fúteis enganadas!
Mas tu canta, minh’alma! Enquanto esperas."
Lindo poema! :-o
ResponderEliminarPessoalmente detesto despedidas, sobretudo dos mais que gostamos, mas fica sempre a esperança do regresso ou de que tudo recomece...
Acredito que a vivência destes dias e a sua recordação vão servir de consolo até que se voltem e encontrar novamente.
ResponderEliminarÉ um até já.
Abraço.
(Tenho a ideia que na obra de Régio há sempre qualquer verso, qualquer frase ou palavra em que podemos pegar e com ela descrever situações, momentos, estados de espírito...)
Maldonado
ResponderEliminaré um poema que foge um pouco à temática mais conhecida da obra de Régio, mas talvez o único que conheço dele que se aproxima da minha vivência de hoje.
Abraço grande.
Olá Miguel
ResponderEliminarneste dia do teu aniversário, quero em primeiro lugar reforçar os votos que já te deixei no Facebook.
Quanto a Régio, tens razão; já desesperava de encontrar algo que se conjugasse com a minha tristeza (natural) do dia de hoje quando encontrei esta "Ode" bem apropriada para o efeito.
Abraço grande.
lindo o poema!
ResponderEliminarimagino que tenham passado (mais) uns dias inesquecíveis. tempo para os recordar, agora. só por mais um tempo.
beijo pin
Querida Isabel
ResponderEliminarpois, entrei em período de espera, sabendo que por volta de 10 de Setembro estarei cerca de duas semanas em Belgrado e com certeza iremos celebrar o fim de ano juntos; em Madrid????
Beijinho.
Digo-te Pinguim, estou numa fase que estou farto de dizer adeus a pessoas que me são importantes. E o pior é k sei que isto não vai mudar tão cedo. O que nos vale é que as viagens estão mais fáceis agora que há alguns tempos. Eu ando aqui a contar os dias para o reencontro como tu. Parece que não passam. Pior é que este mês vou ter de esperar a estudar arduamente. O que dificulta ainda mais a passagem do tempo :s. Enfim abraços para vocês.
ResponderEliminarMadrid parece-me muito bem!
ResponderEliminarDesculpa a ausência e o desencontro- mas aqui estou para mostrar a compreensão na carência do Amor ao lado, no presente que é a Vida agora. Mas como já alguém em cima lembrou, ela é feita na mala com as memórias felizes que transportamos, objectos e um telefone (ou ecrã) que toca e pisca a cada dia, como o coração que bate e acelera - e desespera quando parte outra vez...
Abraço
-Os momentos são os belíssimos quantos os que descreves abaixo. Roda, revê, relê, espera, calma...
Anima-te homem! É um tempo de ir e voltar...O tempo voa!
ResponderEliminarAbracinho
A hora da despedida é sempre a mais dolorosa e difícil... Parece que os pesadelos voltam e a luz se vai.
ResponderEliminarMas, há sempre um novo amanhã.
Os bons momentos ajudarão até ao próximo reencontro. :)
Abraço, amigo.
Caro Psi
ResponderEliminarHá que distinguir entre as duas situações: a de quem se ama e a daquel@s que fizeram parte da nossa vida nos últimos tempos. Esta última situação verifica-se em toda a gente e é decorrente da própria vida.
A outra, que tem a ver com o ser amado, já a vivi de uma forma mais dramática, embora me entristeça a partida do Déjan e já sinta uma profunda saudade; mas como dissemos ontem um ao outro, como é bom tudo isso comparado com quem ninguém tem...
E eu noto em nós dois, em cada novo encontro um fortalecer tão grande dos nossos laços, que acabo por não me sentir infeliz.
Abraço grande.
Ophiu
ResponderEliminarMadrid também me parece bem, mas serão apenas 2/3 dias para festejar o ano e depois vimos de carro para Lisboa.
Agora as oportunidades de viagem entre nós estão muito facilitadas pois Belgrado começou a ter ligações "law cost" com várias cidades europeias e eu até já delineei a minha ida a Belgrado em Setembro, via Londres e ficam os 4 voos por cerca de 140 euros...
Com casa lá, vale bem a pena.
Abraço grande.
Maria Teresa
ResponderEliminarparece-te possível uma pessoa estar triste e animada ao mesmo tempo?
Pois é como eu estou.
Beijinho.
Mark
ResponderEliminarpor paradoxal que pareça, nem é a hora da despedida a mais difícil, mas a que a antecede exactamente; quando até desejas que a partida seja o mais rápido possível...
Depois, acalma, e vêm as saudades, e a certeza de que já faltou mais para o próximo abraço.
Abraço amigo.
Lindo poema. Não conhecia.
ResponderEliminarObrigada!
Bj
O poema é mto bonito...mas não há mtas palavras que aqueçam um coração na hora fria do adeus...
ResponderEliminarSei como é...já o vivi...e sei bem as lágrimas que cairam qd virei as costas...mesmo sabendo que no amanhã viria outro encontro.
Um abraço grande
Violeta
ResponderEliminara poesia portuguesa, de quando em vez, traz-nos gratas surpresas.
Beijinho.
Hydra
ResponderEliminarse já o sentiste, não é preciso dizer mais nada.
Aquele último olhar...
Abraço grande.
a ocasião não é alegre, mas o poema é lindíssimo, João. Obrigado, não o conhecia. E tal como no poema, temos de ter ânimo e força e alegria. Por isso, digo-te como o Régio: canta enquanto esperas. amanhã é já aí.
ResponderEliminarabração
Miguel
ResponderEliminarpor duas razões escolhi este poema: por ser maravilhoso e por me dar ânimo.
Abraço grande.
É só um "até já"...
ResponderEliminarLuís
ResponderEliminaresse "até já" vai durar três longos meses...mas vale a pena, podes estar certo.
Abraço grande.
Despedida em grande!Poética e sentida!
ResponderEliminarAbraço
Justine
ResponderEliminarem grande, não;apenas poética e muito, muito sentida.
Beijinho.
ohh.. Vais ver que passa muito rápido=P Abraço
ResponderEliminarParaKedista
ResponderEliminarmuito rápido não passará, mas já faltou mais...
Abraço amigo.
Chorei de saudade... e daqui por instantes estarei com ele, será um daqueles momentos de sentir tudo de novo...
ResponderEliminarÀ vida porque me dás esta dor que não se vê mas se sente, que queima a cada instante em que ele me liga a lembrar que vamos jantar.
Cada dia que passo adoro mais este blog.
Abraço apertado de dor
Com ternura
Sairaf
Sairaf
ResponderEliminara vida é feita destes momentos; e é bom vivê-los com intensidade.
Desejo-te tudo de bom...
Beijnho.
o importante na despedida é ficarmos com a recordação de uma boa temporada juntos. repleta de momentos felizes e saborosos.
ResponderEliminarFico feliz. porque sei que a vossa temporada foi feliz.
e se as lágrimas correm é de saudade. e se a alma cante é de felicidade.
Beijinhos**
Lala
ResponderEliminarestamos longe, mas estamos bem, pois nos amamos, e cada vez mais...
Beijinho.
e sem dúvida isso é mesmo o mais importante... atravessa distancias... de tempo e de lugar!!
ResponderEliminarBeijinhos**
Lala
ResponderEliminarclaro; e ajuda muito, nestes momentos.
Beijinho.
Nas despedidas fazemo-nos fortes, mas depois... vem uma saudade tão grande... tão grande que atravessa o peito.
ResponderEliminarMas... mas... depois o regresso é aquela coisa mágica!
:)
Mz
ResponderEliminarnão imaginas o meu estado de espírito com que faço o trajecto de volta a casa, quando regresso a casa, sozinho, vindo do aeroporto...
Beijinho.
Nas despedidas gosto de um simples «até já» ou de um «até logo». Até porque no momento da partida não há saudade (digo eu). Essa, vem normalmente depois, quando temos necessidade de partilhar algo, seja uma ideia, um pensamento ou um acontecimento. Mas o telefone é um bom amigo para enganar a ausência! :)
ResponderEliminarAbraço.
Meu caro Blog Liker
ResponderEliminarJá alguma vez amaste alguém que vive longe e com quem passas duas semanas, três vezes por ano (vá lá este ano vão ser quatro)?
As despedidas são obrigatoriamente muito dolorosas, mas vale a pena, apesar de tudo.
O telefone e a internet, não uma, mas variadas vezes ao dia, ajudam a suportar a separação; mas falta o contacto físico (muito mais que o sexo), o cheiro e um pequeno mundo de coisas que marcam um relacionamento a dois...
Fica a certeza do próximo reencontro, SEMPRE previamente aprazado!
Abraço amigo.
Por acaso já... :)
ResponderEliminarBlog Liker
ResponderEliminarentão compreendes-me melhor; claro que as reacções não são idênticos em toda a gente.
Abração.
Que lindo!
ResponderEliminarGlaco
ResponderEliminaro amor é sempre lindo.
Beijo.
versoes diferentes da mesma realidade : a despedida , a partida de um e o ficar do outro.
ResponderEliminarCom José Régio , Jacques Prevert ou o nosso próprio comentário a dor e o sentimento são sempre os mesmos.
Greentea
ResponderEliminarfizeste bem em relembrar o grande poeta que foi Prévert; como ele "cantava" as despedidas...
Beijinho.
Muito bonito...
ResponderEliminarGostei tanto e tanto deste post...
E do poema então...
Abraço
Caro Zé
ResponderEliminaràs vezes é muito bom receber um comentário; é o caso deste teu.
Obrigado.
Abraço grande.