Pela sua importância, pelo oportuno da sua publicação, por ser eu um "antigo combatente"*, porque já tardava, porque é justo, aqui deixo o artigo de opinião do director do DN, João Marcelino, acerca do dia 10 de Junho.
* "antigo combatente" não significa ter andado a combater pela manutenção do colonialismo ou ter ideias fascistas e de direita; é tão simplesmente ter tido que optar por não emigrar, não ficar anos a fio separado da família; não se considera um "antigo combatente" como um ser amante da violência ou racista, nem sequer um português imbuído do dever de defender a pátria, porque aquelas regiões não eram a minha pátria...
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é verdade que Portugal e os portugueses tratam muito mal os combatentes, os soldados. os de agora são geralmente vistos como proto-mercenários que vão para os teatros de guerra a troco de dinheiro. quanto aos antigos, os da guerra colonial, para ser sincero acho que os portugueses nem se lembram bem deles, são os esquecidos da pátria. eu não sou militarista, antes pelo contrário, mas porque se calhar tive oportunidade de viver de muito perto o que foi o destino de muitos soldados no então chamado ultramar, eploro esta ingratidão da pátria. o António Barreto mostrou inteligência e sensibilidade, além de uma apurada visão sobre o país e os seus mais profundos problemas, quando escolheu este tema para o discurso do 10 de Junho. e tu, que viveste isto na pele, fizeste muito bem em no-lo lembrar.
ResponderEliminargrande abraço
João
ResponderEliminarUm texto muito oportuno e justo. Há uma certa "inteligentzia" que nunca se viu confrontada com essas opções difíceis e fala delas com demasiada facilidade. O soldado é sempre o peão do xadrez, o que faz o que lhe mandam fazer, porque tem de ser. Às vezes, até é necessário para defender a terra ou as ideias que nos são caras. Não deviamos ser tão ingratos.
Bjs
Caro Amigo
ResponderEliminarNunca entendi porque parece haver um complexo de rejeição das sociedades relativamente aos seus antigos combatentes.
Quem passou por esses momentos dificeis, enviado pelo seu país para arriscar a vida, merece todo o nosso respeito, consideração e gratidão.
Nunca o esquecimento, a indiferença ou a injustiça!
Um abraço amigo
Miguel
ResponderEliminartu melhor que ninguém podes dar e dás um testemunho da vergonha a que têm sido sujeitos os antigos combatentes da guerra colonial.
É um vício antigo de uma certa esquerda que não sabe discernir umas coisas das outras e mete tudo numa espécie de saco a que chamam fascismo...
Até se esquecem que o 25 de Abril se ficou a dever a militares que estavam fartos da guerra colonial, mas estiveram lá!!!!
Abraço grande.
Teresa
ResponderEliminarde certa forma é essa "inteligentzia", a que me refiro no comentário que deixei ao Miguel.
E a ingratidão é sempre tão feia...
Beijinho.
Com Senso
ResponderEliminartens razão, claro, mas também devo referir um aspecto diferente e completamente oposto, e que é um aproveitamento de uma direita nacionalista desta gente que combateu em África, associando-a de uma forma errada e má a um colonialismo que para eles nunca devia ter acabado.
Notou-se isso quando foi a inauguração ao monumento aos antigos combatentes perto da Torre de Belém.
O mal é que não há uma visão equilibrada e não oportunista acerca de toda uma geração que passou por África nessa altura.
Foi essa homenagem lúcida e não coincidente com motivos de partidarismo político que António Barreto em boa hora enalteceu.
Abraço grande.
Um militar obedece a ordens quando não é chefia...
ResponderEliminarEu nunca hei-de entender porque é que pessoas com 'alguma inteligência' não entendem e não respeitam esses homens que apenas fizeram o que lhes exigiram!
Adorei o discurso do António Barreto, foi dos melhores discursos que se fizeram nas comemorações do Dia de Portugal!
um beijinho
Caro João
ResponderEliminarnovamente a comentar este post. estou agora em casa e, apesar de já ter lido o texto e comentado, tive curiosidade de vir ler os outros comentários ao teu post.
e então, só agora ouvi a canção que escolheste para "ilustrar" o post. tu normalmente és muito certeiro na escolha dos 'acompanhamentos' musicais, mas deixa-me que te diga que este é fantástico. tão bem escolhido, 5 estrelas.
e agradeço-te a oportunidade de pores os teus leitores a ouvir um poema do Reinaldo Ferreira. é sempre uma festa vermos divulgados um dos nossos poetas preferidos (sim, sempre é o autor do 'voo cego a nada').
mais um abraço (comovido)
Mz
ResponderEliminareu próprio tive experiências singulares no que respeita aos canais de comando, pois obedecia a ordens e tinha que as executar e mandar executar, pois também comandava; por vezes era muito difícil e tinha que encontrar um ponto de equilíbrio dentro de mim próprio.
Beijinho.
Miguel
ResponderEliminartens razão; em qualquer postagem que não tenha vídeos eu tenho um tema musical que procuro seja um complemento dessa postagem; neste caso, não tive a mínima dúvida que era esta a música que eu queria.
Sempre me marcou muito este poema!!!
Abraço amigo.
Gostei do discurso. Passou-me despercebido, estava fora do país, como sabes. Obrigada por o teres trazido à "luz"!
ResponderEliminarAbracinho
Maria Teresa
ResponderEliminaré um assunto que sinto de uma forma muito particular.
Beijinho.