quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Que linda que é Lisboa...

Já há muito não passava um final de tarde e um princípio de noite tão agradável. Depois de ontem ter recebido notícias menos agradáveis sobre os valores da minha diabetes, nada melhor antes de ir mostrar esses resultados à minha médica, amanhã e ouvir justas criticas ao desleixo com que tenho encarado perigosamente esse mal, fui com a companhia do Duarte que estava de folga até Lisboa.
Deixado o carro junto à estação, saímos no Areeiro e três ou quatro quarteirões depois estava na velha livraria Barata da Av. de Roma
a buscar um livro que tinha comprado e que há muito procurava: “Devassos no Paraíso” do brasileiro João Silvério Trevisan.
Depois, calmamente descemos, gozando a bela tarde até à Alameda, onde apanhámos o metro até à Avenida, para na bilheteira do S. Jorge trocarmos dois bilhetes do Queer, tomar um café ali ao lado e depois seguir até à antiga Faculdade de Ciências, com uma paragem na Cinemateca, onde há muito não ia e como está linda e renovada...
E lá fomos ver a peça em exibição no Teatro da Politécnica,“Sala Vip”.Gostei muito da peça, ao contrário do Duarte que não gostou nada; mas é-me muito difícil falar por palavras minhas sobre a razão porque gostei da peça, pelo que uso aqui a“ajuda”de um texto que encontrei na net e do qual gostei.
"Depois de se estrear em Julho na Culturgest, no âmbito do Festival Almada, Sala VIP regressa à casa-mãe dos Artistas Unidos, uma criação inédita de Jorge Silva Melo que servirá de boas-vindas à próxima temporada no Teatro Paulo Claro na Politécnica. Com encenação de Pedro Gil, Sala VIP traz-nos um grupo de pessoas que esperam. Um aeroporto internacional e um voo perdido, quem sabe, um motivo para juntar estas pessoas. À partida, farão parte de uma companhia de ópera e vão, aos poucos, nessa ansiedade, nessa espera. Um enquadramento extraordinário entre cenário e personagens, as malas de viagem contendo em si vidas, histórias de várias vidas. Acompanhando os diálogos — ora falados, ora cantados — está o piano fabuloso de João Aboim, um elemento imprescindível neste espectáculo. A espera causa violência, frustrações, nervos, o medo. Sexo. Mentiras, palavrões, cinismo, relações tão frívolas como aquela sala de espera. Os elementos de surpresa/choque são extremamente importantes nesta trama que, de uma maneira ou de outra, se apresenta brindada com momentos de acção-reacção únicos, desespero-calma, hipocrisia-frontalidade. Espera. Um elenco magnífico composto por Andreia Bento, Maria João Falcão, Elmano Sancho, António Simão e João Pedro Mamede." 

 Acabada a peça fomos jantar a um pequeno restaurante mesmo no início da Rua do Século, ali ao Príncipe Real e depois, sempre lentamente, gozando a noite, descemos pelo Jardim de S.Pedro de Alcântara até às Escadinhas do Duque, por aí abaixo até à estação do Rossio.

Que bela que Lisboa é!!! Percorrer a pé variados locais desta cidade é um prazer imenso, que eu gostaria de fazer mais vezes, se tivesse companhia, pois sozinho, metade do prazer desaparece... E agora, a partir de sexta feira e durante uma semana é todos os dias a ida até ao S.Jorge, na minha romaria anual ao Queer, do qual darei notícias.

E hoje cumpri quanto aos diabetes, pois andei bastante e tive um jantar que não me fez mal: chocos grelhados com grelos.Mas tenho que ter juízo!

31 comentários:

  1. Passaste um dia agradável. :)

    Quanto à peça, como referi anteriormente, eu gostei muito; o P. não gostou. Vai da sensibilidade de cada um...

    Lisboa é uma cidade bonita. Claro que é bem melhor percorrê-la com uma companhia, conversando. :)

    Tens de ter cuidado com a diabetes! O pai é exactamente igual. Aliás, pouco mais velho és que o meu pai. O pai já é sessentão. Mas, lá está, apesar de ser um homem de estrutura e peso normais, gosta de comer bem, adora doces, enfim, é o típico português que gosta de boa comidinha.
    Vá, toca a ter cuidado porque eu quero aturar-vos, a ti e a ele, no mínimo até aos noventa e cinco anos! :D

    abraço, querido João.

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    1. Mark
      é uma peça difícil. Acabei por dizer algo, eu próprio sobre a peça no FB:
      "Ontem fui ao teatro. Fui ver "Sala Vip" no Teatro da Politécnica" e gostei.
      Gostei muito e não sei dizer bem porquê. É uma peça difícil, talvez algo elitista, sem um enredo defenido, mas muito bela, cénicamente perfeita e muito bem interpretada.
      Fala-nos de música (e com música boa ao piano), de canto, de vidas e da morte...
      E fala-nos de sexo, sem contemplações ou desculpas, porque o sexo é importante na vida...
      Vale a pena ver esta produção dos Artistas Unidos, esta peça escrita, a pedido, por Jorge Silva Melo, esse animal de Teatro a quem o Teatro em Portugal tanto deve."

      A minha vida vai mudar muito, Mark, desde esta data, devido a ter finalmente compreendido que tenho de deixar de ser estúpido (algo que abomino); tal como quando deixei de fumar...
      Abraço amigo.

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  2. que belo texto, e que bela tarde e noite. e cheio de coisas estimulantes. quanto ao livro do Trevisan, está tudo dito nas nossas conversas telefónicas. e adorava ver essa peça, por várias razões, sendo a principal delas ter sido escrita pelo Jorge Silva Melo, que eu admiro muito (leste o livro de memórias dele? é imperdível!)

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    1. Miguel
      sabes que o livro do Trevisan é um "calhamaço do caneco"? São mais de 500 páginas...
      A peça, tenho a certeza absoluta, agradar-te-ia e até pode ser que a possas ver, pois "aquele jantar" de que vou falar no próximo post é a 19, um sábado e a peça penso que está em cena até esse dia 19, pelo que eventualmente a poderás ver a 18...
      É uma peça bastante forte, surpreendentemente ousada, mesmo, mas que não agradará a quem prefira as chamadas peças "tradicionais", mesmo que boas.
      Quando o Déjan vier, e já só faltam 19 dias, vamos andar por esta Lisboa linda e que ele adora. Acho-lhe imensa piada pois ele se vai a um sítio onde já esteve torna a tirar tantas ou mais fotos do que as que tirou noutras vezes.
      Abraço amigo.

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  3. gostei da peça, não digo que muito, muito, porque não é verdade, mexeu comigo, que é o que se pretende quando vou assitir a um espectáculo. a minha crítica foi básica, pelo que coloquei uma ligação para um texto mais completo.
    lisboa é linda e cada vez mais. o que lamento é que se continue a centrar nestas zonas. foges daí e é um deserto.
    quanto à diabetes, tens mesmo que mudar e se és um bom garfo, mas de pouco exercício, deves moderar o primeiro e aprofundar o segundo :) mas isso tu sabes.
    antes de arrendar a casa na mouraria, vivi num quarto alugado aí perto. o velhote tinha diabetes e injectava a insulina todos os dias. o pior eram as feridas, a mulher era quem cuidava dele nesses dias. bem, é melhor nem falar nisso. as consequências são terríveis.
    agora essa doença também faz parte da família. o gato velhinho tem e tenho que aprender a dar-lhe a insulina, a partir do próximo fim-de-semana. injecção, claro...
    as melhoras, João e bjs.

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    1. Margarida
      como disse e muito bem o Mark, quanto à peça, é uma questão de sensibilidade.
      A mim agradou-me a 100% mas aceito perfeitamente que haja quem deteste, pois é preciso "entrar" no seu espírito, e quando isso acontece, então tudo faz sentido.
      Fui hoje à médica de família a mostrar o resultado das análises, e embora não tivesse ficado satisfeita, claro, foi muito amiga, com palavras sensatas e de acalmia e estou certo que com a sua ajuda vou conseguir superar esta crise, pois a diabetes é infelizmente uma doença crónica e não pode ser debelada, apenas controlada...
      Não vou tomar insulina e com o programa que estou a equacionar vamos ver os resultados daqui a 3 meses.
      Beijinho.

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  4. Ah, meu amigo, também por cá andamos preocupados com os resultados das análises e essa chatice toda da diabetes, o desleixo e o exercício após as refeições. Também concordamos, como não, em que Lisboa é belíssima. Abraços desde o norte.

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    1. Kaplan
      infelizmente somos muitos e mesmo assim há muita gente que nem saiba que é diabético.
      Quanto a Lisboa, não somos só muitos, somos todos aconcordar que é uma cidade lindíssima.
      Abraço amigo.

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    1. Alexandre
      podes ter a certeza que sim, que quando as barbas começam a arder, isto tem mesmo que ter remédio...
      Abraço amigo e reconhecido.

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  6. Quero ir ver a peça, os vossos comentários já me aguçaram mais o apetite.

    A Lisboa é maravilhosa. Sou um apaixonado por esta cidade.

    Já estou como a Margarida, com a diabetes não se brinca. Tu vê lá isso...

    Abraço.

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    1. Arrakis
      não é seguro que vás gostar, mas tenho um pressentimento que irias gostar...
      Quanto a Lisboa, como não ser apaixonado?
      E vou mesmo deixar de brincar com a vida, podes ter a certeza.
      Abraço amigo.

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  7. Também adoro cada vez mais Lisboa :D

    Tenho que ir ao São Jorge, buscar o programa, para ver os filmes escolhidos para este ano :)

    Abraço

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  8. Francisco
    tu podes ver o programa aqui
    http://queerlisboa.pt/agenda
    e escolher os filmes que queres ver para depois comprares os bilhetes.
    Amanhã vou à sessão de abertura.
    Abraço amigo.

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  9. Olá bom dia
    Cuidado com a diabetes. Mata silenciosamente. Se sabemos do mal devemos ter maior cuidado na nossa alimentação. Também tinha os valores muito elevados. Já é um problema hereditário. Não como bolos, nem outros doces ou chocolates.
    Presentemente estão controlados mas todo o cuidado nunca e demais.

    Conheço mal Lisboa, mas sei quanto esses passeios são agradáveis. Com companhia são ainda melhores. O meu cinema vai sendo aqui por casa e...há sempre tanta coisa...

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    1. Olá Luís
      obrigado pelas tuas recomendações que são muito apreciadas até pelo exemplo que retratam; já comecei a tratar do assunto, embora nos casos que referes (bolos e chocolates) eu esteja inocente; mas há excessps na alimentação, que estão a ser corrigidos e um excesso de sedentarismo que também vai ser "mexido" - para já e a partir desta noite vou estar todos os fins de tarde e tosas as noites no S.Jorge.
      E claro, muito cinema, e do raro que pouco vem para o percurso comercial.
      Quanto a Lisboa, é uma (boa) perdição.
      Abraço amigo.

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  10. João, respondi ao teu longo comentário (sempre bem vindos, tu e os longos comentários, claro), AQUI.

    Desculpa pela demora a responder, a resposta pensei logo nela quando li o teu comentário, mas como também ia ser longa, esperei por um momento em que pudesse procurar os links que lá refiro.

    (Há quanto tempo não ando assim despreocupadamente por uma cidade, perdendo-me nas livrarias - o resto até dispensava; o que mais adoro é andar à deriva pelas cidades, entrando nas livrarias...)

    Um forte abraço.

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    1. Olá André
      só agora, também, li o teu comentário que referes, pois estou com o atraso crónico nos comentários, que tende a gravar-se muito nos próximos dias, devido ao Queer.
      Claro que concordo inteiramente com o que lá dizes e com o desencanto que inunda as pessoas nos tempos que correm, e que se exceptua naqueles rápidos comentários nas redes sociais e mais nada.
      Acredita e não estou a untar-te as mãos, que as melhores coisas da blogo nestes últimos tempos, foram por um lado, o teu regresso e por outro a ter "descoberto", via Goodreads, um amigo com vários blogs pouco divulgados, mas com grande interesse e que (ambos os acontecimentos) serão alvo de um próximo post meu.
      Quanto a andar por Lisboa, assim, tenho que o fazer mais vezes, apesar de até as nossas livrarias também já não serem o que eram: esta "Barata" agora é da Leya, a "Nacional" e a "Sá da Costa" no chiado, acabaram e estamos na era das FNAC's e Cª.
      Como recordo com uma saudade imensa algumas livrarias dos meus tempos universitários quando íamos "lá baixo", a dar uma vista de olhos aos livros do "caixote", onde estavam o que tinha sido editado e retirado pela censura. Ainda ontem, nesse meu passeio por Lisboa passei pelo sítio de uma delas, mesmo em frente à Imprensa Nacional, na Rua da Escola Politécnica.
      Enfim, os tempos mudam, claro que para melhor em muitas coisas, mas as saudades de outras, sem significar conservadorismo ou ainda pior, desejos de voltar a esses temps, como muitos já confessam desavergonhadamente.
      Abraço amigo e saudoso de ti por aqui, por este nosso desencantado Portugal.

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    2. Estou curioso quanto a esse teu amigo do Goodreads, com vários blogs... gosto sempre de conhecer novos blogs (que não falem muito de política e economia, que uma pessoa farta-se de ler sempre o mesmo, de um lado e doutro da trincheira), e agora ando mais activo no Goodreads... Até tenho página de autor... Se tivesse os meus (das minhas estantes) livros comigo, dava-me ao trabalho de inserir todos os que já li, e fazer pequenas críticas... Assim, não dá... Abraço.

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    3. André
      vai aqui http://doindizivel.blogspot.pt/, e depois vê os blogs do Zé, os que estão assinalados a cor, pelo menos.
      E está no Goodreads no grupo a que ambos pertencemos da literatura gay portuguesa (Carluz).
      Mas eu vou fazer uma postagem sobre este assunto.
      Abraço amigo.

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  11. Que saudades de andar assim despreocupadamente em Lisboa. É para mim uma das mais belas cidades, que me encanta. Fiquei curioso com a peça de teatro. Ah sempre tanto e tanto ara se ver, fazer em nesta cidade.
    Se fizeres programas desses com frequência, os teus diabetes ficam mais controlados de certeza! ;)
    Um abraço FRancisco X

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    1. Francisco
      com certeza, e esta semana vai ser muito boa pois vou todos os dias a Lisboa a assistir ao Queer. Hoje vi 3 filmes, um dos quais muto bom.
      Abraço amigo.

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    2. Francisco
      com certeza, e esta semana vai ser muito boa pois vou todos os dias a Lisboa a assistir ao Queer. Hoje vi 3 filmes, um dos quais muto bom.
      Abraço amigo.

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    3. Francisco
      com certeza, e esta semana vai ser muito boa pois vou todos os dias a Lisboa a assistir ao Queer. Hoje vi 3 filmes, um dos quais muto bom.
      Abraço amigo.

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  12. Caro João,
    Que chatice a diabetes. Também já tive uma pré-diabetes há sete anos, mas consegui revertê-la com a perda de 40 Kg e uma mudança de estilo de vida. Hoje tudo está bem e controlado. Vais ver que vais conseguir, o mais importante é a perda de peso quando ele está em excesso.
    Quanto a Lisboa, pela situação geográfica é talvez a mais bela capital europeia. Excelente clima, um rio que é quase um mar, óptima gastronomia. Só me desgosta o estado de tantos e tantos edifícios da cidade, alguns deles belíssimos. Quando será que conseguimos tratar esta cidade com a dignidade que ela merece?

    Um abraço com amizade,
    Lear

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    1. Olá Lear
      já estou a fazer alguns progressos e os resultados hão-de aparecer. Entretanto fui convocado para ir na segunda feira à Associação da Diabetes, aqui em Lisboa, fazer vários exames e se conseguir ficar lá inscrito vai ser uma enorme ajuda.
      Lisboa é maravilhosa; conheço cidades lindas na Europa (Praga, Budapeste, Florença, Veneza, Estocolmo), mas lisboa é única.
      Quanto aos edifícios degradados, já esteve pior, embora ainda haja muito a fazer.
      Abraço amigo.

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    2. Olá Lear
      já estou a fazer alguns progressos e os resultados hão-de aparecer. Entretanto fui convocado para ir na segunda feira à Associação da Diabetes, aqui em Lisboa, fazer vários exames e se conseguir ficar lá inscrito vai ser uma enorme ajuda.
      Lisboa é maravilhosa; conheço cidades lindas na Europa (Praga, Budapeste, Florença, Veneza, Estocolmo), mas lisboa é única.
      Quanto aos edifícios degradados, já esteve pior, embora ainda haja muito a fazer.
      Abraço amigo.

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  13. João quanto ao diabetes já li que estás disposto a baixar os níveis e fazer alguns sacrifícios portanto o pessoal fica descansado. Quem deixou de fumar é capaz de conseguir tudo o que quiser. Da peça nada te posso adiantar porque não conheço mas de Lisboa posso dar-te razão: Lisboa é Linda. Tenho saudades! Já ando algum tempo para revisita-la mas os dias vão passando...Beijinhos

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  14. Mary
    Lisboa cada vez me encanta mais; eu não sei se tu és do Porto, embora saiba que és do Norte.
    Não queres aparecer no domingo no Restaurante Adão a jantar connosco? Fica no cais de Gaia...
    Beijinho.

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Evita ser anónimo, para poderes ser "alguém"!!!