domingo, 13 de junho de 2010

Why not ?








Sim, porque não mostrar nalgumas fotos que o amor, a paixão e o desejo não ofendem, se retratados com beleza e sensibilidade?. Bom dia de Santo António, padroeiro dos casamentos, de todos os casamentos!!!!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

World Cup 2010


Aí está ele, o Campeonato do Mundo de Futebol, que, quer se goste ou não, vai ser o grande acontecimento mundial durante os próximos 30 dias, com milhões e milhões de espectadores nas televisões de todo o mundo. Pegando numa ideia do Glauco , e porque gosto de futebol, vou aqui deixar os meus vaticínios para esta primeira fase por grupos:

Grupo A: África do Sul, México, Uruguai e França

a França passará com certeza, e para mim, a África da Sul acompanhará os franceses.

Grupo B: Argentina. Nigéria, Coreia do Sul e Grécia

Argentina, claro, e porque não a Grécia?

Grupo C: Inglaterra, Estados Unidos, Argélia e Eslovénia

Inglaterra e Estados Unidos, of course...

Grupo D: Alemanha, Austrália, Sérvia e Gana

Alemanha e... Sérvia (força Déjan!)

Grupo E: Holanda, Dinamarca, Japão e Camarões

Holanda e Dinamarca(?)

Grupo F: Itália, Paraguai, Nova Zelândia e Eslováquia

Itália e Paraguai, certamente.

Grupo G: Brasil, Coreia do Norte, Costa do Marfim e Portugal

PORTUGAL e Brasil, sem dúvida!!!!

Grupo H: Espanha, Suiça, Honduras e Chile

Espanha e... Suiça.

Depois, logo se vê. Claro que gostaria que Portugal ganhasse, mas uma coisa é gostar e outra é a realidade e desde já arrisco uma final Brasil - Argentina, com a vitória final da equipa de Messi e de...Di Maria.

E vamos a isto com a Shakira!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Queer Lisboa 14


Realiza-se de 17 a 25 de Setembro o 14º. Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa, como sempre nos últimos anos no Cinema S.Jorge.
A apresentação do Festival realizou-se ontem à noite, e foi anunciado que o filme de abertura será o célebre filme brasileiro "Do Começo ao Fim", sobre uma relação incestuosa entre dois irmãos.
Entretanto e para "abrir o apetite", foi apresentado em ante-estreia o filme uruguaio "El Quarto de Leo", de Enrique Buchichio e que será apresentado durante o festival.
Trata-se de um filme muito bom, de uma cinematografia quase desconhecida em Portugal e que nos mostra as dúvidas de um jovem, não só acerca da sua sexualidade, mas da sua vida em geral; sem dramas, os problemas são apresentados de uma forma muito natural e é um filme altamente recomendável.
Deixo o vídeo com o trailer do filme.

Infelizmente este ano não vou estar presente no Festival, mas é
por uma boa razão: estarei em Belgrado, com o Déjan!!!!

domingo, 6 de junho de 2010

Uma voz "incómoda"

É com imenso agrado que registo aqui uma oportuna intervenção do sempre polémico deputado europeu francês Daniel Cohn-Bendit, (célebre desde o Maio de 68), acerca das exigências feitas à Grécia, sobre a "resolução" para a sua gravíssima crise financeira.
Fica o testemunho, e o "aviso" do que nos pode vir a ser pedido...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Na despedida, meu amor

Na despedida, meu amor, uma Ode de José Régio; tu não partes. Apenas vais "voar" por uns tempos...


"Nuvens tocadas pelos ventos, ide!

Lá para além de vós, o céu não passa.

Contra as rochas erguidas e paradas,

Desfazei-vos na vossa eterna lide,

Ondas!, flocos de espumas encrespadas…


Que a praia, não há onda que a desfaça.


Desfolhai-vos nas asas do tufão,

Rosas inda em botão esta manhã,

Folhas aos velhos troncos arrancadas!

Cinzas levais, só cinza!, em vossa mão,

Tempestades futuras e passadas!


Sobre a semente, a vossa fúria é vã.


Decorrei, dias meus já sem sentido

Senão o de ficar, que não é vosso

Dissolvei-vos no ar, mãos revoltadas!

Gestos, formas, visões, sons, pó erguido,

Voltai ao pó das tumbas ignoradas!...


Que não se apaga a luz de além do poço.


Sou, como as nuvens sou que nada são,

E as ondas frágeis como vãs quimeras,

E as pétalas e as folhas desfolhadas,

E as formas fogos-fátuos da ilusão…

Correi , lágrimas fúteis enganadas!


Mas tu canta, minh’alma! Enquanto esperas."

terça-feira, 1 de junho de 2010

Belíssimo fim de semana

Foi um belíssimo fim de semana!
Os nossos amigos João e Carlos (os melhores amigos do mundo, apenas com um “pequeno” defeito – para eles não há horas…), vieram buscar-nos para irmos até Setúbal à Festa da Sardinha; difícil estacionar, gente e mais gente e nós com fome. Após encontrarmos a amiga Lena fomos comer sardinhas sim, mas a uma tasca encantadora, e não foi só sardinha, mas tantos outros peixes grelhados , todos fresquissimos; o Déjan adorou os chocos com tinta e com as saladas, as batatas e tudo o mais, foi um almoço memorável que acabou eram quase 5 horas. Depois fomos dar uma volta à Festa da Sardinha,

fomos comprar camarões e ameijoa da boa e eis-nos a atravessar o Sado
a caminho de uma Tróia que renasce diferente e linda.
Daí rumámos pela Comporta até Grândola e fomos comprar pão e coentros e lá seguimos para o cada vez mais bonito monte dos nossos anfitriões
e com todos os atrasos, do festival da Eurovisão, vimos…a votação.

O nosso jantar foi uma pratada monumental de ameijoa à Bulhão Pato, com bom pão alentejano e várias variedades de camarão, tudo regado com bom vinho branco.

Para fazer a digestão fomos divertir-nos com umas renhidas partidas de snooker, que há tanto tempo não jogava e quando demos pelas horas eram quatro da matina.

Domingo, pela hora do almoço, devido à piscina do monte estar muito suja, fomos almoçar perto da Lagoa de Santo André… peixinho, pois então – espetada de lulas! E depois lá fomos para a bela praia da Vacaria,
entre Melides e Sines, onde o mar estava bravio, mas deu para eu e o Déjan brincarmos com as ondas, como crianças…

Ainda fomos ver Sines e o seu Vasco da Gama,
antes de rumar ao monte para um duche retemperador e um jantar com o resto das ameijoas, dos camarões e um bom presunto.

Arrumadas as coisas regressámos a casa, era uma da manhã, cansados mas muito felizes.

O resto…não conto!!!!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Do Oeste ao Ribatejo...

Foi um dia extremamente bem passado. Pela manhã, visitámos um local que há muito estava programado, mas só agora pude concretizar: o Buddha Eden,
que fica no Carvalhal, ali perto de Bombarral; este jardim é muito interessante e penso que estará ainda numa fase inicial de um projecto mais vasto e daqui a uns anos estará muito mais valorizado e constituirá uma atracção de um enorme relevo.
Depois da visita aguardava-nos um excelente almoço, ali a dois passos, num dos mais afamados restaurantes de toda a região Oeste - O LAGAR!
Recomendo-o vivamente.
E eis-nos na direcção da capital ribatejana por estradas secundárias, passando pelo Cadaval e pelo Cartaxo.
Em Santarém dirigimos-nos primeiro às famosas Portas do Sol, um excelente miradouro sobre o Tejo e um aprazível lugar. Depois e a pé, percorremos a zona histórica da "capital do gótico", admirando as suas muitas igrejas, entre as quais a que alberga o túmulo de Cabral,
que nasceu lá bem perto da minha terra, em Belmonte.
Fomos depois a Alpiarça e foi pena não termos podido visitar a famosa "Casa dos Patudos", onde viveu aquele que há 100 anos proclamou a República na varanda da Câmara de Lisboa - José Relvas; mas além de termos chegado tarde a casa está em obras.
Passámos por Almeirim e fomos até à beira do Sorraia, a uma bonita e pacata vila,
Coruche de seu nome, onde jantámos.
E lá regressámos, pela ponte Vasco da Gama à nossa querida Lisboa.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Voltar a Sintra

Voltar a Sintra, é sempre um prazer! E voltar a ver os efeitos da beleza quase irreal daquela terra reflectidos no encanto provocados no Déjan, ainda é um prazer maior. Desta vez o objectivo era muito concreto e além de passear pela vila, não incluía as habituais visitas à Pena, ao Castelo dos Mouros, a Monserrate, Seteais, Regaleira, nem sequer ao Palácio da Vila.
Apenas e tão só ir conhecer o Museu de Arte Moderna,
onde estão patentes duas exposições temporárias: Uma sobre as obras de Leal da Câmara,
figura ímpar do caricaturismo português do final do século XIX e da primeira metade do século XX, e que está dividida em duas partes - uma com as suas obras ferozmente críticas da monarquia, que o tornaram um arauto dos ideais da República, este ano centenária e que apareceram em variadas publicações da época e o levaram ao exílio, em Espanha, França e Bélgica, onde continuou a colaborar em célebres publicações que internacionalmente reconheceram o seu mérito;
e uma segunda parte, desde o seu regresso já na vigência republicana, mas continuando a criticar com a sua arte as figuras desse tempo e o conturbado início desse novo período da política portuguesa, a cobertura da 1ª.G.G., em que Portugal participou, e as grandes figuras europeias de então até culminar na 2ª.G.G. e também nos aspectos vários da vida dos portugueses, principalmente da região saloia, que ele bem conhecia, pois foi na Rinchoa, ali bem perto de Sintra, que se fixou e morreu, em 1947 e onde está a Casa Museu com o seu nome e que possui grande parte da sua obra, agora aqui mostrada.

A segunda exposição está consagrada à World Press Cartoon de 2010,
onde estão as principais obras no campo da caricatura, quer de figuras quer de acontecimentos que marcaram o ano transacto, numa enorme e múltipla mostra do talento de tantos artistas de todo o mundo, com trabalhos do mais alto nível e que obtiveram prémios, como acontece no caso da fotografia, distribuídos por diversos sectores. Destes prémios deixa-se aqui uma imagem do galardão máximo, no campo da caricatura pessoal.

Foi depois tempo de ir conhecer e mostrar uma das relíquias que Sintra alberga - o Hotel Lawrence,
onde Lord Byron e Eça, entre outros permaneciam durante as suas estadias por esta terra; é um pequeno e magnífico hotel , com cerca de dezena e meia de quartos todos diferenciados, com belíssimos recantos e uma conservação notável; o Ricardo que ali trabalha na recepção foi um precioso guia deste magnífico local.

Após um aprazível café numa esplanada junto ao Palácio da Vila, bem no coração da vila, um pequeno passeio pelas pequenas e movimentadas ruas estreitas e plenas de lojas bonitas com artigos para turistas e variadíssimas ofertas para satisfação gastronómica, acabámos por nos juntarmos a um casal amigo de há muitos e muitos anos, o João e o Carlos, para no sempre acolhedor e já tradicional para nós, Restaurante Apeadeiro, ali à beira da Estação,e bem perto da casa de ambos, nos entretivemos umas horas num bem conversado jantar, também com o Duarte que nos acompanhou nesta visita. E logo ali se delineou um fim de semana que promete muita animação...

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Um dia no norte alentejano

Como tinha combinado com o amigo Miguel, ontem foi um dia dedicado a visitar Portalegre, e também Marvão, Castelo de Vide e ainda uma paragem em Arraiolos.
Aproveitando a folga do Duarte, lá fomos pela manhã em direcção à cidade que Régio deixou bem invocada num poema belíssimo e perto da hora do almoço encontrámos o Miguel, que foi o cicerone perfeito para uma visita por aquelas ruas estreitinhas cheias de belas casas brasonadas, algumas delas infelizmente não recuperadas; dentro da muralha e fora dela recordei um local que há muito não visitava e é curioso que durante o almoço vim a descobrir que o mundo é mesmo pequeno, pois o Miguel teve como professora uma velha amiga minha e chegou a conhecer o seu marido, o Pedro, que era meu amigo de infância e que partiu cedo demais...
Depois lá fomos visitar o "ninho das águias" e ao rever Marvão, volta sempre o encanto e a grandiosidade da paisagem e claro que recordei o Fernando, que pugna como ninguém pela defesa do lugar e pelo qual se candidatou a presidente da câmara nas últimas autárquicas.
Depois e a caminho de Castelo de Vide, a belíssima e pacata "Sintra do Alentejo", voltei a achar aquela estrada tão bela, com as árvores de cada lado a abraçarem-se nas suas copas, e com aquele traço branco nos troncos, que sempre me encantou...
Despedimos-nos do Miguel e no regresso parámos para jantar em Arraiolos e estranhamente a bela vila estava quase completamente deserta e o restaurante recomendado pelo Miguel, quase abriu para nos servir, únicos clientes...
Chegámos tarde, cansados, mas satisfeitos por esta visita á região a que chamei recentemente o Alentejo beirão...

Uma nota apenas para pedir desculpa da falta de comentários nos vossos blogs, mas como decerto compreendem, "mais altos valores" se adiantam; apesar disso procuro ler o que vão escrevendo e muito nos rimos ao almoço com os recentes comentários que têm aparecido no blog de um bom amigo comum, eheheh...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Não esqueçam esta data...

Hoje, 17 de Maio, faz anos que a homossexualidade deixou de ser uma doença e assim resolveu-se que nesta data se comemoraria o Dia Internacional contra a Homofobia e a Transfobia. Quis o acaso, e não acredito senão numa coincidência, que hoje o Presidente da República convocasse os media para comunicar, "em nome da união entre todos os portugueses", a promulgação da lei aprovada no Parlamento que possibilita o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Claro que a sua resolução baseia-se na eficácia do prático, em detrimento do convencimento pessoal; como se não soubéssemos há muito o pensamento de Cavaco. Aliás a publicação tardia no D.R., apenas teve a preocupação de poder adiar esta promulgação para uma data posterior à estadia do Papa aqui, pois como receberia Cavaco o Bentinho, se já tivesse promulgado a lei? Apenas me resta concluir que Cavaco é mais esperto do que parece, pois assim, lavando as mãos como Pilatos, mas promulgando desde já a lei, não se sentirá "diminuído" por ser obrigado a promulgar mais tarde. Congratulemos-nos pois, porque hoje Portugal deu um passo muito importante na contextualização legal dos direitos humanos e isso não pode ser minorado por ninguém. A não ser pelos grandes derrotados desta decisão, que não serão exactamente os partidos da direita, mas sim em primeiro lugar a Igreja, com o Papa à cabeça;
e depois aquelas pessoas lideradas por uma "aberração humana" chamada Isilda Pegado, que se empenharam a fundo na não vigência da lei e que representam afinal a cúpula da grande homofobia que continua a reinar neste país. Finalmente quero felicitar quatro grandes amigos meus, que já deram sinal de quererem dar esse passo que é importante para a vida deles: um enorme abraço para o Luís e Gonçalo e para o Paulo e Zé! E claro para tod@s aqueles e aquelas que pensam fazer o mesmo.

domingo, 16 de maio de 2010

"Angels in America"

Revi hoje numa autêntica maratona os seis episódios da série “Angels in America”,realizada em 2003 pelo director Mike Nichols, num argumento adaptado da sua própria obra, do dramaturgo Tony Kushner.

A acção passa-se no ano de 1985, no auge da epidemia da SIDA, na América republicana de Reagan, e gira à volta de dois personagens infectados pelo vírus, um jovem homossexual (Justin Kirk), enamorado de um judeu progressista e de um conhecido advogado (Al Pacino), influente e perfeitamente obcecado por atingir os seus fins, nem sempre os mais lícitos.

À volta destas personagens gravitam inúmeras outras personagens,algumas delas representadas pelo mesmo actor ou actriz.

Entre elas, duas enormes actrizes, Emma Thompson e Meryl Streep ( esta interpretando entre outras o papel da espia comunista executada na cadeira eléctrica Ethel Rosenberg e até um velho rabi); também Emma Thompson se desdobra em três diferentes papéis.

Um outro actor que muito me surpreendeu, pela positiva foi Jeffrey Wright, interpretando um enfermeiro gay deveras esteriotipado. Também no elenco Patrick Wilson, então no início da sua carreira, Bem Shenkman e Mary-Louise Parker.

Se nas soberbas interpretações reside grande parte do êxito da série, também o argumento salienta os problemas que a SIDA levantou naqueles tempos na comunidade homossexual, e tem acma de tudo uma feroz critica ao conservadorismo político nos EUA, mormente entre os republicanos. A vertente religiosa também é bastante mencionada, principalmente no que respeita à religião mormon.

Embora não simpatizando muito com os americanos, devo reconhecer que nenhum povo tem a capacidade de se auto criticar, como eles o fazem .

É um filme com uma temática fortemente marcada pela homossexualidade, em que não reina a hipocrisia, nem a meia palavra. É suficientemente cru e duro para ser eficaz.

Fica um extracto de imagens, embora me apetecesse pôr aqui a série toda (mais de 5 horas…)


sexta-feira, 14 de maio de 2010

Aiiiiii.....o uso das palavras

Nem sempre podemos expressar num português corrente, aquilo que nos apetece dizer, ou porque estamos na presença de pessoas que respeitamos muito, ou por estarmos em locais mais reservados.

Sendo assim, aqui estão alguns exemplos de como devemos dizer o mesmo com palavras nada ofensivas e que até podem provocar uma admiração pela forma elegante como as usamos:

"Deglutir o batráquio" (Engolir o sapo)

"Colocar o prolongamento caudal no meio dos membros inferiores" (Meter o rabo entre as pernas)

"Sequer considerar a possibilidade de fêmea bovina expirar forte contracções laringo-bucais" (Nem que a vaca tussa)

"Retirar o filhote de equino da perturbação pluviométrica" (Tirar o cavalinho da chuva)


a melhor de todas......aprendam

"Sugiro veementemente a Vossa Excelência que procure receber contribuições inusitadas na cavidade rectal"

(Vá levar no cú)

E porque de palavras falamos que tal deliciar-nos com o inesquecível Mário Viegas numa das suas mais célebres declamações…

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Desculpa lá, Pedroto...e tenham "paciência"!

Se temos o original...
para que precisamos do "representante" ??????????????
É caso para dizer que, contra o que é hábito, neste caso prefiro a direita à esquerda...
Na realidade foi lindo!!!! GLORIOSO SLB!!!

sábado, 8 de maio de 2010

De Juliano a Bento XVI

Acabei de ler um livro muito interessante de Gore Vidal, que escolhi mais pelo autor, do qual estou a iniciar a leitura de alguma da sua obra, e pelo facto de se reportar a páginas da História, matéria que nunca deixou de me seduzir. Trata-se de “Juliano”, um imperador romano, que viveu no século IV D.C., e que ficou conhecido como “o Apóstata”, pois foi o primeiro imperador romano, desde que Constantino transformou a religião oficial no Cristianismo, que lutou contra esse facto, tendo restabelecido o culto dos deuses, baseado no Helenismo, e considerando Cristo apenas como mais um deus e não como o Deus único.

O livro e as suas considerações é apaixonante e trouxe-me ao pensamento a minha posição, em relação à religião, ao Cristianismo, e essencialmente ao Catolicismo, no qual fui educado, no seio de uma família profundamente católica e praticante. Quando cheguei à idade de pensar por mim próprio, fui moldando o que me tinha sido transmitido com o que ia conhecendo através da leitura e essencialmente da vida real; passei, como noutras importantes decisões da minha vida, por conflitos pessoais, no que respeita à minha rebeldia com o que convencionalmente era suposto ser e cheguei, como também noutros assuntos a um patamar de paz interior, em que me encontro neste momento: nunca reneguei Cristo, a sua dimensão humana, que me faz, apesar de tudo, acreditar que a revolução cristã foi porventura a maior revolução do mundo, sob um ponto de vista até histórico; mas consegui abstrair-me dos mistérios da Santíssima Trindade, da concepção de Jesus Cristo e das cisões que levaram à génese das diferentes formas de viver e olhar o Cristianismo, conseguindo até pensar que há nessas diferentes formas, algumas razões mais legítimas do que as do Catolicismo comandado por Roma. Continuo a ter fé, a minha fé, mas a minha visão de Deus é baseada, talvez de uma forma demasiado simplista e cómoda, numa relação directa com Cristo, sem obediência a dogmas e principalmente não subjugado a um conjunto de seres humanos, que constituem, no sentido restrito, a Igreja, hierárquicamente constituída, desde a sua base á sua cúpula, o Papa!

Sou muito crítico a esta Igreja , pois sendo os seus membros , seres humanos, são naturalmente passíveis de errar, de serem pecadores…Que absurdo eu ir confessar os meus pecados (quem os não tem?) a um homem que pode ser mais pecador que eu; e que poderes tem ele para me “absolver”? Os meus pecados “confesso-os” pelo arrependimento, directamente a Cristo. E quantos pecados, ao longo dos séculos, tem tido esta Igreja!!! Basta históricamente pensar na “evangelização” do novo mundo, com o extermínio dos "ímpios" indigenas; na autêntica desgraça que foi a Inquisição, na devassidão dos papados renascentistas e para chegar aos tempos de hoje com os escândalos da pedofilia, da continuidade da não aceitação do uso do preservativo, de tanta coisa que é ocultada, e remetida para um canto de “coisas menores”, para uma ostentação escandalosa num mundo de miséria, eu sei lá…


E assim chegamos ao actual Papa, um cardeal alemão de seu nome Ratzinguer, com obscuras ligações passadas no tempo da guerra e que, com um ar profundamente hipócrita, na sua voz terrivelmente cínica, vai pedindo perdão disto e daquilo sem assumir os seus erros, de omissão de casos de pedofilia, de condenação, no próprio continente africano do uso do preservativo, sabendo que a SIDA dizima milhões de pessoas naqueles lugares e não prescindindo dos luxos do Vaticano. Já conheci vários Papas, desde o Cardeal Pacelli, depois Pio XII, que só a minha tenra idade não deu para perceber que foi um péssimo Papa (lembro-me de em criança, ter medo da sua cara), depois o bondoso Cardeal Roncalli, João XXIII, o único que recordo com sincera saudade, passando pelo astuto e político Cardeal Montini, que conquistou o Papado à custa de uma autêntica campanha eleitoral, tornando-se Paulo VI; depois , qual estrela cadente, pairou no Vaticano uma esperança que foi o Cardeal Luciani, João Paulo I e cuja morte ainda está encoberta em mistério até nos tempos mais modernos termos tido o polaco Woytilla, João Paulo II, que colmatou muito dos seus pragmatismos (preservativo, aborto, homossexualidade), com uma extrema bondade.

De Bento XVI, que agora nos visita, já se falou demais em tão pouco tempo, e por variadas e menos boas razões. Não vou “bater mais no ceguinho” e apenas reafirmo que é um homem que não honra o Papado e que só os católicos completamente dogmáticos aceitam com satisfação. A sua visita é para mim perfeitamente vazia de sentido. Apenas lamento que o Estado português, que é um estado (ou deveria ser) laico, tanto empenho mostre nesta visita, mormente pela parte do PR, que servilmente o acompanhará por onde ele passe.

Que passe muito bem, mas que passe depressa.