terça-feira, 13 de novembro de 2007

Sentimentos electivos


No meu exame de Filosofia, do então 7º.ano (equivalente ao actual 12º.), a pergunta chave foi acerca dos sentimentos electivos, quais os que conhecia?

Com a normal resposta de que conhecia o amor e a amizade, quase todo o exame decorreu sobre este tema, tendo eu nessa altura já ideias bastante bem defenidas sobre essa matéria; curiosamente, essa minha prestação elevou-me a nota que tinha tido na prova escrita e fez findar o único “namoro” que tive na minha vida com alguém do sexo oposto, pois a minha “namorada” estava presente e não gostou de ouvir-me responder, com sinceridade, a uma questão que me foi posta sobre se estava ou já tinha estado apaixonado e cuja resposta foi negativa.

Vem isto a propósito de, já há tempos, pensar em escrever sobre este assunto, aqui no blog, mas há tanto que dizer, que não sei se conseguirei escrever exactamente tudo o que quero e se terei a capacidade de sintetizar o que vou dizer em palavras não demasiadas, que se tornem entediantes.

Sucede que a blogosfera é um Mundo, e que cada blog é o que o seu autor deseja que ele seja; há blogs temáticos, sobre diferentes assuntos, outros que são expressos de formas especiais, mesmo originais; nalguns há uma perfeita disponibilidade de falar dos assuntos pessoais, noutros, nem tanto; mas, mesmo nestes últimos, acaba por vir sempre ao de cima, algo de pessoal, muitas vezes sem o autor se dar conta disso (basta estar atento).

Eu, pessoalmente, não me coíbo de ir dizendo coisas de mim, do meu passado e do meu presente, talvez porque seja extrovertido e sinta necessidade de comunicar esses factos; outros assim procedem, há os que o não fazem...,são opções, todas elas, de respeitar.

De uma coisa, no entanto, estou certo; é a de que existe um espírito de partilha suficientemente lato para criar laços, que se vão estreitando numa talvez estranha amizade virtual, e que muitas vezes (cada vez mais) transita para uma amizade real; isso tem acontecido comigo, neste ano que tenho de blogosfera.

Amigo é alguém que está sempre presente, mesmo quando ausente fisicamente, é alguém a quem aceitamos criticas, pois sabemos têm como base , a boa fé e uma vontade de contribuir para o nosso bem estar; mas, tem exigências, e nisso sou completamente inflexível, não podem essas criticas estar eivadas de maldade ou suspeição, pois porão em risco a amizade.

Já quanto ao amor, o assunto é mais difícil de abordar, e encontra-se de tudo, aqui, na blogosfera, desde a exposição bem aberta da felicidade que usufruímos e que nos dá prazer partilhar, grupo no qual, claro, me encontro; há aqueles que se revoltam, com alguma razão, perante a ausência desse sentimento ou pela sua não correspondência, e que por vezes, não têm a suficiente paciência para esperar, pois eu acredito e acredito sinceramente que há sempre alguém que nos está destinado; e há aqueles que continuam a lutar com empenho, mas sem angústias, pelo aparecimento desse alguém, com maior ou menor esperança.

Entre os meus amigos e amigas, aqui na blogosfera, tenho exemplos de todos estes tipos e eu sentir-me-ia bastante feliz, se as pessoas que se sentem revoltadas, adaptassem uma posição mais serena, pois isso contribuirá, decerto, para encontrarem nesse alguém, a felicidade que ambicionam e merecem.




Dedico este texto a uma boa Amiga, a Cris, de quem acabei de ler o livro que é da sua autoria, o qual amàvelmente, me ofereceu. Gostei muito e penso que o entendi bem e será decerto objecto de uma conversa entre nós, brevemente, espero.

30 comentários:

  1. Meu caro Pinguim:
    Tenho andado arredado da blogosfera por motivos profissionais, como já sabes, mas volto sempre aqui para saber de ti.
    Concordo contigo. A revolta não é, de longe, a melhor forma de acelerar aquilo que julgamos ser nosso de direito, mas que a vida teima em não nos dar. Seja como for, como já disse alguém, a paciência é uma virtude que também se aprende com o tempo.
    É sempre um gosto ler-te.
    Grande abraço.

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  2. É muito curioso que o primeiro comentário a este texto seja teu, amigo Oz, pois és um exemplo perfeito de uma pessoa que tem sabido esperar pelo timing certo para fazeres a evolução normal do teu percurso de vida, não guardando ou recalcando os passos dados, antes os expondo de uma forma muito sábia, prudente e paciente; assim chegaste aos sentimentos sem angústias, convicto que as coisas são o que são e é com pensamentos positivos, nem sempre é facil, reconheço, que chegamos ao nosso destino.
    Para quem te tenha vindo a ler, ao longo da existência do teu blog, sabe que isto é rigorosamente verdade e sinto-me feliz por ver um Amigo, daqui, da bogosfera, feliz, também.
    Abraço.

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  3. meu caro
    este teu post dava pano para mangas, tantos os temas e tantas as perspectivas que sobre eles se podem ter. foca, por exemplo, um daqueles que sempre mais me perturbou, que é o do justo equilíbrio entre a necessária exposição que é ter um blog e a de não deixarmos que a nossa vida seja devassada por quem não conhecemos.
    já tenho alguns anos disto e, apesar de ter o meu blog numa plataforma mais escondida e recatada, já me aconteceram encontros extraordinários. uns que resultaram em amizades fortes, outros que arderam muito e depressa. encontros com criadores e artistas que leram o que sobre eles eu escrevi.
    mas também já me aconteceu ser lido por pessoas que, apenas por lerem o que escrevemos, embirram conosco. já fui insultado apenas pelo simples facto de ter dito que não gostava de determinado filme ou realizador. e isto, como te digo, tendo em atenção que não sou uma blogo-vedeta, um desses bloguistas que gostam de manter polémicas e tal.

    outra reflexão que o teu post sugere tem a ver com a virtualidade das relações entre as pessoas. como disse, já me nasceram amizades fortes a partir dos blogs. mas a minha experiência diz-me que, salvo raríssimas excepções (que já me aconteceram) só a realidade, o conhecimento físico, o afecto que é sempre físico, matéria, só isso refortalece e aprofunda as relações entre as pessoas. Na maior parte dos casos, as amizades, ou relações, virtuais, são muito frágeis. não é que não sejam sinceras, que o são, mas sem o lastro do corpo, são de facto frágeis.

    ups, desculpa inundar-te aqui o post com todo este arrazoado, mas de facto a matéria do post é muito inspiradora. e muito provavelmente esta é uma 'conversa' para continuar.
    abraço e bom dia!

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  4. Pinguim, gostei muito dos teus sentimentos electivos. Também fiquei a pensar no que te dizer sobre eles. Estou sem inspiração, afinal concordo contigo, embora compreenda que nem sempre é possível para todos a serenidade, porque já passei por isso (aliás, todos nós já devemos ter passado). O melhor é continuarmos a falar de nós, não é? Que a partilha continue.
    Abraços
    (gosto muito da Rita Lee)
    (qual é o livro da tua amiga?)

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  5. Muito bem escrito!
    Algumas partes dizem-me tanto que prefiro nem comentar. Fica melhor assim. Está tudo dito. :)

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  6. E agora vou por onde? Tenho dificuldade em enquadrar-me num momento exacto do teu texto, mas sinto que tudo aquilo que escreveste me diz muito. Porque será? Porque é óbvio que os blogs são isso só: sentimentos. Parece radical esta ideia. Parece quase infantil limitar os sentimentos ao domínio do virtual. Mas não é isso que faço.

    O que digo é uma coisa bem diferente. É uma crítica. Talvez seja uma revolta perante aqueles que querem destruir, à força, a força dos laços que aqui se criam. Já tive vários exemplos desses. Ponderei até, à conta disso, fechar o meu blog a um núcleo de amigos que fui encontrando por aqui. Mas pensei que o que sou é muito mais que o meu blog. Mas atenção: também é o meu blog. E disso não abdico.

    Não sei se faço parte dos revoltados ou dos pacientes. Confesso que nunca pensei muito nisso. Quem está de fora pode ajuizar melhor. O que sei é que uma página em branco é, para mim, um espaço de desabafo, de transmissão, de encontro.

    Obrigado por me teres feito reflectir, mais uma vez, em coisas que o tempo às vezes não deixa!

    Aquele abraço :)

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  7. Foi interessante, hoje, encontrar aqui este post.

    Há dias falavamos precisamente das diferentes formas de abordar a blogesfera, de como cada um a sente, o que procura, como a vê e como contribui para ela... Aliás, é precisamente aqui que entendo estar a riqueza deste novo mundo, desta nova forma de comunicação e partilha...

    No teu post vais mais longe e acabas por aprofundar outros aspectos, entrando no campo afectivo... interessante

    Fica o abraço e um até breve

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  8. Meu caro Miguel
    quando afirmei no inicio do post a complexidade daquilo que iria escrever e a forma de ofazer, estava longe de imaginar que recebesse comentários, que são, só por si, compensadores; o teu está nesse patamar e pagas na mesma moeda, pois tratas de tantas coisas que estaríamos aqui até amanhã a falar delas. sendo assim, pego na última parte do teu comentário, sobre a passagem da amizade virtual a real(ou pessoal, melhor dizendo) e devo dizer-te que já vou conhecendo bastantes bloguistas da minha lista de blogs diários, e que não é pequena; e até aqui, nenhuma desilusão aconteceu e quase sempre a imagem dada pelas palavras coincide com a palavra ouvida em diálogo; e se mais encontros não houve, alguns há pelas distâncias, mas estão agendadospara breve; até lá há um intercâmbio, que não deixa de ser virtual, mas ultrapassa os blogs, por via telefónica ou por mail e/ou MSN.
    Tens o meu e-mail disponível aqui no blog, diz algo, e estou certo que num futuro muito breve, a combinar, poderemos debater agradàvelmente estes e outros assuntos, à mesa de um sítio agradável.
    Abraço.

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  9. Afinal, apesar do teu receio inicial, conseguiste fluir livremente num discurso muito interessante sobre a amizade e o amor. Acompanho essas tuas reflexões desde sempre e acho que estão cada vez mais nítidas e sagazes. A maturidade também nos dá uma ajuda, claro. Vejo-te a construir um discurso cada vez mais sólido sobre a afectividade na blogosfera, à medida que vais evoluindo nas relações e desvendando as pessoas, lendo nas linhas e nos intertextos daquilo que te dão. É aquilo que todos nós fazemos, afinal (uns mais, uns menos), mas não deixa de ser um belo exercício, uma linda tentativa de empatia para lá dos chips e dos circuitos integrados.
    Há algo de muito orgânico naquilo que dizes. Como se ao estarmos aqui, deste lado sentados, sentissemos, por momentos, a tua mão pousada no ombro e um sorriso acolhedor confiante e seguro de nós.

    O teu post podia também ser dedicado a um certo senhor que se gosta de sentar à volta da fogueira, rsrsrsrs.

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  10. Querido João

    fico contente que tivesses gostado do livro ou melhor da peça. É um genero aberto e que aos proprios autores permite trabalhar a complexidade humana. Não me estou a incluir na categoria de "autor" mas na peça tentei trabalhar pequenos pedaços de complexidade. E é nessa complexidade que entendo o mundo da blogosfera. São inumeros os blogs e inumeros também os seus autores. O formato ou a criação é pessoal e intransmissivel, tal como Paul Auster mostra na Vida interior de Martin Frost. E um blog pode ser uma espécie de diário, de roteiro de viagem, de suplemento musical ou cinematografico, de estrofes ritmadas, de pinceladas, enfim, tudo o que a eleição permite. E na eleição incluo o arbitrio, uma escolha, igualmente pessoal e intransmissivel. Como os sentimentos de que aqui falas. Fernando Pessoa diria que sentia por muitos ou em muitos e todos diferentes dele. Ricardo Reis, Alvaro de Campos, Alberto Caeiro, Bernardo Soares - outros e todos diferentes. Mesmo e sobretudo na forma de sentir, muito propria de cada um. Como uma impressão digital é única. Nem mesmo gemeos a têm igual. E se há um espaço que é de e por eleição é o espaço privado e esse, mais do que qualquer outra coisa, é pessoal e intransmissivel. "We must draw a line someplace", diria Oscar Wilde, Mark Twain diria "Everything has its limit - iron ore cannot be educated into gold" e Sylvia Plath diria "If neurotic is wanting two mutually exclusive things at one and the same time, then I'm neurotic as hell. I'll be flying back and forth between one mutually exclusive thing and another for the rest of my days." Ser, humano é complexo.

    Já Woody Allen o confirma: "I am at two with nature".

    beijokinhas

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  11. Sabes o que me parece depois de ler o post e alguns dos comentários? Que "blogar" deve ser também um sentimento electivo. Ou, no mínimo, a busca de um...
    Ao longo de um ano e meio de blogue já mudei a forma de o encarar pelo menos três vezes. Desde o absolutamente impessoal, até ao mais intimista que se pode imaginar.
    Porquê? Não sei bem, mas parece-me que a maior parte dos blogues, pelo menos aqueles que vou visitando, acabam por ser isso mesmo: Um espelho de quem os alimenta.
    Talvez por ser mais facil e menos comprometedor partilhar os sentimentos e vivências assim, para o ar, ao sabor de quem os queira apanhar, do que com quem nos rodeia.
    No fundo, "blogar" acaba por se transformar numa busca ou numa partilha de (novos) sentimentos electivos.

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  12. Caro Paulo
    fazes muito bem em dizer algo, que é a experiência passada, pois pode parecer que se está a dizer a quem se sente revoltado, que tenha serenidade e paciência, quando nós estamos bem, muito obrigado...
    Mas, como tu, também eu, todos afinal, tivemos os nossos momentos de desânimo e desilusão é é à luz dessses momentos que eu me "atrevo" a falar assim, pois posso através da minha experiência saber como sair de situações confusas.
    Ainda bem que gostas da Rita Lee; também eu, como mulher e como cantora e particularmente do som desta canção.
    Abraços para ambos.

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  13. Costumo dizer que a vida é como uma peça de teatro.
    Estranho como esta definição se aplica também ao "blogging", à criatividade em geral ou à simples vontade de socializar.
    Nesta peça somos todos actores do papel que decidimos escrever para representarmos num teatro aberto, num palco que se confunde com a plateia - real ou simplesmente imaginada - onde, ao mesmo nível, convivem diferentes autores, actores, personagens, ideias, sensações, histórias e emoções.
    O sentimento chega com naturalidade quando a peça é boa ou o teatro bem frequentado.
    E como se costuma dizer em inglês: "Like attracts like", amizade, sinceridade e boa disposição não atrairão nada mais que isso.
    Embora também possamos encontrar umas raras excepções à regra, mas não seja por isso que nos deixemos afectar. Até porque ao ceder a pressões desse tipo é estar a enfatizar uma coisa mínima e ignorar tudo o resto que nos rodeia.
    Abraços

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  14. Caro Dcg
    para já congratulo-me por este texto ter despoletado um comentário teu, o que não penses ser uma critica, pois tenho visto pelo teu blog e pela ausência de comentários em todos os blogs que frequento, que isso se deve a haver coisas prioritárias e é isso o mais importante.
    Quanto ao dizeres que encontras nas minhas palavras várias coisas que têm a ver contigo, não me será muito estranho, pois há tempos, ainda antes da tua ida para Itália, por mais de uma vez te disse que uma ou outra situação qie relataste poderia ter sido escrita por mim, nomeadamente no campo afectivo; tudo isso vem demonstrar que as nossas formas de ver a vida não estarão muito distantes e congratulo-me por isso.
    qualquer que seja o rumo da tua vida futura, sei que tomarás as melhores decisões e, longe ou perto, tens em mim um amigo que ainda um dia te há-de dar o abraço que agora envio.

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  15. Caro amigo Kokas
    este texto tem o condão de ir esticando as palavras e por isso ao analisar os vários comentários, que tenho recebido, é maravilhoso ver que cada um de vocês não se limita a uma palavra ou duas, mas disseca o texto à sua maneira e podes crer,que é talvez o post, desde o início que mais prazer me "está a dar", não pelo que escrevi, mas pelo que o mesmo tem despoletado.
    Dizes que não sabes se és um revoltado ou se és um paciente e talvez os outros o possam apreciar melhor; como o nosso contacto é ainda recente, não posso ter certezas, mas acho que serás um revoltado justo e com uma paciência razoável.
    Quando há dias falaste na decisão de tornar o teu blog, fechado, não emiti qualquer juízo de valor, porque senti não o dever fazer, embora compreenda que possa ser-se ferido por setas envenenadas, e que ferem mais se são enviadas por "amigos" (eu também já as senti, mas o assunto resolveu-se muito simplesmente com um apagar de dois nomes da lista dos blogs, pois de amigos só tinham o nome...
    É sem dúvida um blog, uma página em branco, onde vamos desenhando com maior ou menor nitidez o nosso dia a dia e habituamo-nos a ler nas entrelinhas, quanto mais assíduos somos e começamos a compreender os outros; tenho alguma inveja tua, pois já por várias vezes usaste o diálogo com Amigos que tens a felicidade de ter e que te fazem ver certas coisas que tu aceitas, pois caso contrário, não as exporias no blog; são ou é, uma espécie de grilo do Pinnocchio...
    Tenho uma agradável impressão acerca da tua pessoa e o teu aparente "desconforto" em relação à vida, não é senão uma forma salutar da busca de uma maior felicidade.
    Um abraço "confortável".

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  16. Ufff! João, meu bom amigo, responder a estes comentários, tem que ser não todos juntos, pois todos têm muito sumo; o teu, para não variar, também, pois outro dia, por telefone, ainda não pessoalmente já demos umas pinceladas daquilo que será uma muito interessante conversa, estou certo, sobre todas estas matérias; e como tu, tens uma vida sentimental mais estabelecida, mais, familiarmente falando, dentro dos parâmetros estabelecidos como normais, é sempre bom analisar estas questões do teu ponto de vista, pese embora uma salutar e óptima visão que tens sobre os homossexuais e a sua forma de estar e dos problemas que vamos enfrentando; e sei que percebes que se pode ser muito feliz assim, embora se esyeja muit mais vulnerável, devido à intolerãncia e á mentalidade retrógrada da maioria das pessoas; aguardemos então o nosso encontro, que como te disse depende mais da tua "agenda" do que da minha.
    Abração.

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  17. Meu bom João Manuel
    já me habituaste, mal ou talvez não, a comentários estruturados numa maneira de ver a vida muito "vertical" sem qualquer tendência para o desiquilíbrio; portanto, estranho tudo menos este comentário, aliás já parcialmente já aflorado, numa conversa há dias.
    O que não estava habituado e me deixou "abananado" foi o exemplo de amizade que deste ao escreveres aquilo "a tua mão pousada no ombro e um sorriso acolhedor confiante e seguro de nós"; lindo!!!

    Quanto ao nosso comum amigo Lampejo, já perdi as vezes em que tenho servido de "catequista", mas ele ainda há-de vir a saber rezar convenientemente o "credo", garanto-te; é um tipo muito fixe!!!

    Abraço grande, à moda do "Bolhão"...

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  18. Caro João,

    Escrevi aqui há dias que um aspecto que muito me agradava no teu blogue era transmitir a sensação de sala confortável, onde o pessoal se senta à vontade para conversar...
    Este teu post confirma isto mesmo. Escreves sobre o amor e a amizade e "é vê-los" a agarrarem uma almofada para se refastelarem e se fazerem à conversa! Cheguei tarde, mas também quero um lugarzito...:)
    Como quase sempre, concordo com o que dizes. No que se me refere, embora às vezes a paciência não seja o meu forte, já aprendi que apressar as coisas não dá, normalmente, bom resultado.
    Olha... à falta de "melhor", aprecio a conversa.

    Forte abraço

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  19. Querida Cris
    o facto de re ter dedicado este post (nunca tinha dedicado post algum a ninguém), ficou a dever-se a três factos: o gostar muito de ti, o facto, como bem percebeste, de no teu livro, aparecerem várias situações diferenciadas que são aqui, na blogosfera a forma como cada um interpreta o que escreve, e também, é evidente, porque me custa ver-te muitas vezes angustiada com o decorrer dos dias sempre iguais e sem veres lá ao fundo a tal luzinha; sabes que não és a única, conheces bem várias pessoas que estão no mesmo patamar e outras várias que tu não conheces...há muitas.
    Espero que não te aborreças que tenha dado por mail o nome do teu livro ao Paulo, que mostrou grande interesse em lê-lo.
    também o Duarte, aqui em casa o leu e gostou, talvez porque anda também muitas vezes à procura de várias partes do seu todo.
    Quando vamos ao nosso almoço nipónico?
    A mim, os dias que melhor me calham são as segundas e terças; que tal um desses dias na próxima semana?
    Beijoquitas grandes e muito carinhosas.

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  20. Olá, caro Teddy
    pois tu tens toda a razão e foste ao âmago da questão; o que eu pretendia dizer, no que respeita à blogosfera, é que cada um, ao escrever ao seu modo, o que pensa, o que gosta, enfim a sua visão da vida, está a praticar um sentimento afectivo em relação a quem o lê. E deixemo-nos de meias palavras: escrever um blog, é sempre uma exposição e uma necessidade de comunicar com outrém; se assim não fosse, escrevíamos um romance, umas crónicas, um diário e ficávamos todos satisfeitos, porque tinhamos "deitado cá para fora" o que precisávamos; ora se o tornamos público é porque queremos, ninguém nos obriga e eu sinto-me muito bem a dialogar convosco, aqui nesta minha sala, como diz o Maurice.
    Tu tens uma qualidade enorme que é acreditares firmemente no que fazes e no que achas que está certo, e eu posso falar à vontade, pois em certas coisas não penso da mesma maneira que tu; não digo que não tenhas dúvidas, todos as temos, mas a partir do momento em que decidiste, o caminho está traçado, e isso dá um alento extraordinário e não permite muitas angústias.
    Um abraço amigo.

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  21. Gostei muito de ler este teu texto. Dá-me esperança. A vários níveis. Abraço!

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  22. Caro Mário
    és alguém que conheço há apenas uns dias e ainda não tive oportunidade de te tirar a "fotografia" completa, mas é muito curioso que mais uma vez não me parece ter sido enganado quando te linkei quase de imediato; a tua visão do assunto, sob o prisma da peça de teatro vem de encontro ao livro da Cris, e ao que eu digo acerca disso no comentário ao seu comentário (quase me apetecia dizer "post" pois estes comentários mais parecem textos sobre o mesmo tema, e uma espécie de debate).
    E também estou de acordo contigo n que respeita à reciprocidade do "deve e haver" aqui, na blogosfera, pois não devemos pedir mais do que damos , nem dar mais do que recebemos: o equilíbrio é fundamental, como aliás o é em qualquer sentimento electivo, para retomar o tema do texto.
    Abraço amigo.

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  23. Meu caro Maurice
    é isso mesmo que referes, que eu gosto, um debate alargado com opiniões variadas sobre um certo tema, e se possível com opiniões diversas, que levem esse debato para um alargamento das ideias; isso é muito difícil fazer aqui e o meu papel, neste momento, como "moderador" está ficar esgotado...
    Quanto à tua impaciência, se a tens não a mostras demasiado, talvez pela muito boa razão que invocas, de que a pressa não leva geralmente a um bom fim.
    Os nossos pontos de convergência, esses já são quase clássicos.
    Abração.

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  24. Caro amigo Rato do campo
    és o autor do mais recente blog da minha lista; fico bem satisfeito, não só por teres gostado do texto, mas sobretudo, porque dele, e dos diferentes comentários, claro, terás tirado, talvez conclusões que te ajudem a clarificar situações. Se assim fôr, já valeu a pena...
    Abraço amigo.

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  25. Lindo texto :)

    Gostei muito do blog, parabéns! :)

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  26. Olá amigo
    obrigado pela tua visita e pelas tuas palavras.
    Tenho lido os teus comentários nalguns blogs de amigos comuns, que me têm agradado.
    Vou visitar o teu blog, ainda hoje.
    Volta sempre que quiseres.
    Abraço.

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  27. Olá meu amigo, conto-me entre os casos que descreves de quem aguarda o encontro com a alma gémea. É claro que por vezes pode haver alguma ansiedade ou angústia por nos sentirmos sós mas revoltado ou deprimido nunca.
    Um abraço.

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  28. Caro P.
    depois da conversa que tive contigo, vi que não estavas possuído dessa angústia, e podes crer que é meio caminho andado para encontrar a "chinela" para o teu pé.
    Aliás, esse equilíbrio emocional que patenteias, mostra-se também na forma como expões os assuntos que eleges para temas dos teus blogs; folgo muito em saber-te assim.
    Abraço amigo.

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  29. Li com muita satisfação este teu post, num tema muito complexo de se falar, porque por mais que se escreva nunca conseguimos dizer tudo o que nós vai na alma, fica sempre algo por dizer (é o que eu penso e sinto na pele).
    Obrigado pelas simpáticas palavras,a amizade é reciproca.
    Forte abraço!

    Ps: Obrigado também ao Catatau.

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  30. Meu querido amigo Lampejo
    de certa forma, este post não ficaria completo sem a tua presença, pois quem te conheça razoàvelmente, e eu e o João Manuel conhecemos, sabe que estás muitas vezes nesse estado ansioso, que tantas vezes, em conversa, já te pedi para abandonares, pois "ele" vai chegar, e quando menos esperas; bastar-te-á estar atento e disponível e isso eu sei que estás, se alguém merece, na vida, ser feliz, és tu e com isso trarás alguma mais felicidade aos teus amigos que são bastantes.
    Um abraço forte e amigo.

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Evita ser anónimo, para poderes ser "alguém"!!!