Vi pela primeira vez uma das obras primas do cinema, o célebre “Sunset Boulevard” (“O Crepúsculo dos Deuses”). É um filme de 1950, realizado por um dos maiores mestres do cinema americano, que nem foi assim tão profícuo, (realizou apenas 27 filmes durante a sua longa carreira), Billy Wilder; curiosamente, pelo menos para mim, os seus grandes êxitos são todos posteriores a este filme.
É um dos raros filmes de Hollywood que fala de Hollywood, da sua vida cinematográfica, das pessoas que protagonizam os filmes e dos outros, os que ficam na sombra. E é um documento importantíssimo para mostrar o que foi a dura realidade, para vários grandes nomes do cinema mudo, a passagem para o sonoro. Por outro lado, e complementarmente, mostra-nos também o drama do envelhecimento das grandes estrelas, com um natural realce para o sexo feminino.
Esta mulher, com uma demência nítida, encontra, acidentalmente um argumentista em apuros financeiros e daí a um “entendimento” com benefícios para ambos, as coisas evoluem.
Mas o tempo e a realidade são mais importantes que a ilusão e o drama estala.
Glória Swanson, no papel de Norma Desmond é inexcedível (não entendo como o Óscar foi para Judy Holliday foi nesse ano) e tanto William Holden, como principalmente o fabuloso Erich von Stroheim, têm interpretações fabulosas. O filme foi candidato a 11 óscares, mas apenas ganhou três (argumento, música original – excepcional, e direcção artística).
O aparecimento de várias pessoas célebres, interpretando-se a si próprias, principalmente o célebre realizador Cecil B. deMille, mas também a temida comentadora Hedda Hooper e o famoso Buster Keaton, entre outros, só valoriza o filme. A cena da ida de Norma aos estúdios da Paramount e o seu encontro com deMille é muito boa.
Mas o melhor está reservado para o fim, para o “grand finale”, uma das cenas antológicas da História do Cinema e que aqui deixo em vídeo.
Adoro filmes a preto e branco e fiquei com curiosidade para ver este, o problema é que são difíceis de encontrar o último de que vi foi "Rear Window" do Alfred Witchcook- não sei se está bem escrito, mas é um filme lindo!!!
ResponderEliminarObrigado por este momento cultural!!
Abraço doce e continuação de bons filmes
Com carinho
Sairaf
Este filme tem andado a passar nos canais "Telecine" da TV Cabo.
ResponderEliminarBeijinho.
adoro, como calculas. ainda que prefira o BW naquele registo mais agridoce (adoro o The Apartment, acho que é um dos meus filmes preferidos de sempre), este é uma obra-prima, sem dúvida.
ResponderEliminaracho que é um dos mais eficazes filmes de terror: basta olharmos os olhos da Norma como quem se vê ao espelho, para se morrer de medo.
Miguel
ResponderEliminara capacidade do BW passar do drama puro para esse lado mais lúdico, é notável; vi também recentemente o filme que ele fez logo a seguir a este e que foi "O Grande Carnaval", com o Kirk Douglas - fascinante.
"O Apartamento" divide com o "Quanto mais quente melhor" as minhas preferências do lado soft de BW.
Sobre este filme, ainda mais aterrorizador que os olhos de Glória Swanson é a presença de Erich von Stroheim - terror puro!
Abraço amigo.
sim, tens razão: o von Stroheim é um verdadeiro Nosferatu :)
ResponderEliminarEste final é inesquecível...Assim que comecei a ler este post recordei-o...é mesmo um "crepúsculo" que me arrepia.
ResponderEliminarBjo
Filme antológico e tão pungente! Inesquecível a cena da escadaria!
ResponderEliminarUm dia destes vou revê-lo pela enésima vez:))))))
Abraço
Foi um drama para muitos actores do cinema mudo começarem a falar já que a voz não era boa. Vi um comentário sobre o assunto da TV Espanhola. Vou tentar ver o filme na telecine.
ResponderEliminarBeijinhos
Miguel
ResponderEliminararrepiante, mas fabuloso!
Abração.
Maria Teresa
ResponderEliminarqualquer estudo sobre Cinema, que refira as grandes cenas dos filmes de sempre,tem obrigatoriamente que incluir esta.
Beijinho.
Justine
ResponderEliminaro que admirar mais? A "loucura" daquela mulher? A total entrega, por amor, de um ser a outro (Max)?
A precariedade da fama, da beleza e da paixão?
Admire-se o filme como um todo.
Beijinho.
Mary
ResponderEliminaros telecines têm ciclos todos os meses sobre clássicos do cinema: este filme foi apresentado juntamente comum outro de Billy Wilde, "O Grande Carnaval" e agora anda um ciclo imperdível de Fritz Lang.
É por isso que o meu disco está sempre nos limites, tantos filmes eu gravo...
Beijinho.
Ainda não vi, mas agora fiquei curioso
ResponderEliminarSérgio
ResponderEliminarprocura ver, até porque tem uma fotografia (a PB) excelente.
Abraço amigo.
Tu sabes que tal como tu, nunca o vi, nunca calhou. Só conheço o final de já o ter visto inúmeras vezes. Vou ver se ainda o apanho nos canais de cinema. Mas gosto bastante de muitos outros filmes dele. Realmente, também tenho de colmatar esta lacuna imperdoável, rrsss Beijinho
ResponderEliminarSó tenho 18 anos e é nice ver isto.
ResponderEliminarOs filmes a preto e branco e principalmente os mais clássicos, transmitem-nos uma enorme carga emocional e dramática. Este eu ainda não vi por isso não me posso expressar particularmente. Obrigada pela partilha.
ResponderEliminarBjnhs
Eva
ResponderEliminarelementar, minha querida Eva, quase parafraseando o Sherlock...´
Beijinho.
Lyn
ResponderEliminarhá clássicos do cinema que são autênticas obras-primas; este é uma delas!
Beijinho.
Mz
ResponderEliminartenta ver; estou certo que não darás o tempo como perdido.
Beijinho.
Foi um filme de que gostei sempre muito, principalmente por saber que de algum modo Glória Swanson se interpretava um pouco a si própria e com ela, dava vida a todas as divas do cinema mudo caídas no esquecimento, Erich von Stroheim também o achei fabuloso. Já William Holden.... sempre embirrei um pouco com ele, pois brilhava essencialmente à custa das suas co-protagonistas...! este é um belo filme sobre a vida, o mundo da arte e o envelhecimento, com um texto fantástico e imagens inesquecíveis! Um filme para sempre!
ResponderEliminarLuís
ResponderEliminarconcordo com quase tudo o que dizes; acho que o William Holden, aqui ainda no início da sua carreira, vai muito bem...
Abraço amigo.
Quando o vi pela primeira vez reparei curiosamente na escolha rigorosa do estilo de vozes, da postura invicta de cada personagem.
ResponderEliminarÉ um filme a não perder, mesmo.
P.S.-Experimenta colocar os vídeos em play e não ver a imagem, já o fiz há muito, é um desafio ao cérebro muito, muito bom.
Beijo. Grande*
Retiro
ResponderEliminarjá "ouvi" vídeos, sem ver a imagem, mas apenas, musicais.
Vou fazer a experiência com outro tipo de vídeos, como sugeres.
Beijinho.
Ainda não vi o filme mas se recomendas acredito que seja muito bom. Um abraço
ResponderEliminarAndré
ResponderEliminareu não recomendo; limito-me a seguir o que toda a gente diz e eu corroboro, com grande ênfase: é uma obra prima!
Abraço amigo.
tb ainda não o vi. já li mais acima que anda a passar no cabo, por isso quero ver se o apanho um destes fdsemana.
ResponderEliminarSad Eyes
ResponderEliminarse eu o vir na programação, aviso-te da data...
Abraço amigo.
Pinguim, cá em casa ainda não aderimos à tv cabo:$, eu passo pouco tempo por cá e os meus pais não encontram vantagens em ter, mas em breve isso irá mudar, mas obrigado pela dica.
ResponderEliminarAbraço doce
Sairaf
Sairaf
ResponderEliminarde qualquer maneira, se tiveres oportunidade de conseguir ver o filme, vais ficar deslumbrada.
Beijinho.
"Crepúsculo dos Deuses" é realmente um MUST!!!!!! Fico FELICÍSSIMO de te-lo encontrado... uma maravilha de cinema, nao é???
ResponderEliminarRicardo
ResponderEliminarcomo poderia estar em desacordo contigo,perante um facto tão evidente?
Um beijo.