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segunda-feira, 20 de maio de 2013

O jantar de sábado

E cá estamos, na semana do nosso jantar.
É já no próximo sábado e não vou a acrescentar nada ao que já foi dito aqui.
Apenas peço a quem atempadamente se inscreveu, me confirmem, aqui ou por mail, a mim ou à Margarida a sua presença; e principalmente àquel@s que deixaram para mais tarde a sua resposta (são agora muito poucos), que digam rapidamente a sua decisão, pois como compreenderão, devemos comunicar com dois a três dias de antecedência ao restaurante o número de pessoas, para que possam confeccionar as quantidades suficientes de comida.
Estamos até agora confirmados 40 pessoas, e penso que essas confirmações estão na sua grande maioria asseguradas, mas entra-se agora no período crítico e quando o meu telemóvel dá sinal de um número de alguém inscrito, fico sempre receoso.
Aconteceu no sábado, com a desistência, mais que justificada de duas pessoas e que o fizeram atempadamente; éramos na altura 41 , ficámos 39, mas entretanto houve mais uma confirmação e estamos num número muito agradável de presenças.
Também já houve, mas isso é normal, algumas desculpas esfarrapadas, quando é tão bonito dizer que afinal não vão porque perderam a vontade, ou porque se precipitaram quando disseram que iam, em vez de atabalhoadamente inventarem desculpas que são tão ridículas que nem existem…
Apenas sei que vai ser de certeza uma noite agradável com gente muito interessante e com algumas surpresas.
Qualquer esclarecimento deve ser pedido aqui ou aqui. E agora, preparem a disposição, esqueçam crises e o Benfica e vamos partilhar a blogosfera.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Dia Mundial contra a homofobia

Hoje comemora-se o Dia Mundial contra a homofobia. Apesar de discordar da vulgarização destes “dias mundiais”, a propósito de tudo e de nada, a maior parte das vezes com fins meramente consumistas, há excepções e esta é uma delas.
A homofobia é um preconceito contra os homossexuais que existe por este mundo fora, está generalizado e é essencialmente baseado num desconhecimento total do que é ser-se homossexual. Ainda hoje se acredita que quem é homossexual, o é por opção própria, e se condena quem tem essa orientação sexual como se isso fosse uma doença, como antigamente era considerada.
Todo o ser humano tem o direito de amar quem muito bem entender e se no chamado mundo desenvolvido, quer a nível dos Estados, quer a nível das Organizações, se têm dado importantes passos para a igualdade, ainda há muitos países em que tal não é consentido e até é punido.
Mas uma coisa são as leis e outra é o comportamento dos cidadãos comuns e é neste campo que é necessário lutar, mostrando que um homossexual é um ser normal, com os mesmos deveres e direitos que qualquer  outro, apenas tem uma orientação sexual diferente e que não escolheu.
Eu sempre procurei com a minha forma habitual de encarar a vida, e nunca recusando a minha condição de homossexual, ser um exemplo de que se pode ter uma vida normal, sendo homossexual: quer na família, na sociedade, nos que me são queridos, sou o que realmente sou e tenho orgulho de ser apontado não como um indivíduo nocivo socialmente, mas sim com o respeito que um comportamento cívico correcto merece.
Porque há muito a fazer neste campo, mostro aqui uma muito original animação em vídeo sobre este assunto, que foca a vida de um rapaz que tem como toda a gente os seus sonhos, os seus gostos e que é confrontado com a realidade de ser diferente, e aparecem os medos e aparecem as críticas, mas a vida de cada um é muito mais importante, a felicidade intima de não ceder ao medo e à mentira só para se estar de bem com a sociedade prevalece.
É um excelente vídeo para reflectir.


segunda-feira, 13 de maio de 2013

Pixel Happy Xmas

Por sugestão do Sad Eyes, que em boa hora tem promovido estes concursos de contos, ficou combinado que todos os participantes dedicassem uma postagem nos seus blogs hoje e à mesma hora, para assinalar o lançamento da edição em e-book do livro Pixel 3 e que esteve a cargo, como do anterior volume, da Index, da qual aqui deixo o link da página respeitante aos Pixel, e na qual estão indicados todos os links onde se pode obter este livro.
Como fiz quando do lnaçamento do Pixel 1 e 2, vou encomendar o livro "físico" à Amazon.
Não posso deixar de referir uma vez mais e com um grande abraço, quer o Sad Eyes, pela sua iniciativa, quer o João Máximo e o Luís, da Index, pelo empenhamento na edição da obra, e naturalmente a todos os participantes que foram muitoe e bons,
Como é impossível referi-los a todos, aqui deixo a história muito justamente vencedora da autoria do Silvestre,

ZACARIAS


Zacarias cresceu sem sorte. A sua vida era um túnel de vento ártico, todos os dias. Pequeno e mirrado sempre lhe disseram que nunca iria a lado nenhum e não foi. Ficou ali mesmo. Nunca saiu da casa onde nasceu, a mesma onde o olhar de resignação dos pais por aquele filho murcho continuava a escorrer por todas as paredes, penetrando-lhe o esqueleto enfezado como humidade cortante. Trabalhava no Zoo como tratador de felinos, por favor do Diretor ao pai e à mãe do Zacarias que ali tinham trabalhado em vida. De tão magro e feio nem os leões o quereriam comer e se quisessem, o mundo não perderia grande coisa. Mandava a lei que andasse sempre com dardos tranquilizantes nas calças, apesar do Diretor do Zoo preferir que fosse comido para poupar o dinheiro dos dardos. A vida arrastava-lhe o corpo numa sobrevivência dormente. Sentado no sofá à espera de ter sono, Zacarias viu cair um papel pela chaminé, «Feliz Natal» dizia. Tinha-se esquecido que hoje era dia 24 de Dezembro. Ouviu a campainha. «O Pai Natal» pensou desinteressado enquanto abria a porta. Algo o projetou contra a parede da sala, depois o chão. Em 10 segundos estava de novo no ar pendurado pelo pescoço «onde está o dinheiro cabrão? Fala ou morres agora!». A mão hercúlea esmagava-lhe a traqueia, «não tenho» disse com dificuldade. A mão gémea daquela vasculhava-lhe as calças. Zacarias não conseguia respirar, ia morrer. Caiu no chão… não ia morrer. O ladrão estava de joelhos, tonto… tombou. «Os dardos» pensou, «picou-se». Zacarias olhou para o corpo enorme no chão. Sentou-se em cima dele. Atou-lhe as mãos enormes atrás das costas e sentiu algo que nunca tinha sentido, uma ereção. Nunca tinha pensado em homens, sequer em sexo. Pensava-se assexuado, será que não era? Estava disposto a descobrir. Puxou as calças do ladrão para baixo, subiu-lhe a camisola até ao pescoço. O corpo dele era magnífico, dorsais vincados, nádegas esféricas cobertas por uma leve penugem dourada, pernas amplas e grossas. Desceu-lhe a mão entre as nádegas, sentiu a humidade, as coxas. A ereção doía-lhe, vulcânica. Tinha de telefonar à polícia. «Depois» pensou. Foi à cozinha buscar manteiga. Era noite de consoada e tinha apetite pela primeira vez. 



terça-feira, 16 de abril de 2013

6º. Jantar de Bloggers

O 6ª. Jantar de bloggers já tem data marcada.
Vai realizar-se no último sábado de Maio, ou seja dia 25 do próximo mês.
Estamos conscientes que a data não será eventualmente do agrado de duas ou três pessoas, mas qualquer outra data, o seria também.
É a um sábado para quem se queira deslocar, sendo de fora de Lisboa, e o convívio terá lugar nessa data, pelas 20 horas, no mesmo local onde se realizaram os jantares de 2010 e 2011, pois o ano passado não se efectuou.
 Será pois no Restaurante Guilho, situado à entrada da Amadora, logo no final da N117, mais conhecida como a recta dos hipermercados; quando essa estrada termina, vêm-se um pouco à direita, dois bancos seguidos, o Millenium e o Banco Popular e é ai junto a essas agências que há um parque automóvel e o restarante fica numa ruazinha sem trânsito que desemboca nesse parque de estacionamento, mesmo em frente a um Centro de Saúde (isto para quem vem de carro); quem vem de comboio, sai para o lado contrário da C.M.Amadora, passa o Centro Cultural e está a 100 metros do restaurante.
Mas indicaremos mais perto da data, com mais detalhe, a sua localização.
A razão de mantermos o local é simples: fomos muito bem recebidos as duas vezes que ali fizemos o nosso convívio; é um restaurante pequeno e optámos, como das outras vezes por um jantar volante de forma a que todos nos possamos conhecer uns aos outros. O “buffet” fica numas mesas ao fundo, haverá umas mesas de apoio junto de duas paredes e o resto do local tem cadeiras para as pessoas se sentarem.
A porta está aberta, e dá para uma rua sem trânsito e sem muita gente a passar, pelo que o convívio se faz também na rua ao pé da porta.
Quanto ao menú, só o prato principal varia: este ano é um prato consensualmente do agrado de todos – Rojões à Guilho, com condimentos especiais, acompanhados de batata frita, arroz e salada.
Este prato tem uma particularidade que o aconselha para jantares volantes, pois os pedaços da carne são bastante pequenos o que evita o uso da faca para trinchá-la.
Além deste prato, há as habituais entradas, que consistem em pão, manteigas, azeitonas, o (bom) paté da casa, queijo e chourição temperado com azeite de orégãos.
Haverá um conjunto de sobremesas que fogem ao habitual sendo realmente muito boas.
Como bebidas haverá vinho tinto à descrição (da casta Aragonês), jarros de sumo, águas e cerveja (com stock limitado). E claro, café.
As bebidas pedidas antes ou após o serviço do jantar serão pagas à parte na altura do seu consumo.
O preço, com tudo incluído, é de 15 euros por pessoa, o que não se pode considerar caro.
Avisa-se que não há cartão de crédito, mas há três caixas de multibanco a 30 metros do restaurante.
O espaço é só nosso e podemos estar ali em convívio até à hora de fecho – duas da manhã…
Temos a certeza que a Lia e a Ana, proprietárias do restaurante nos servirão tão bem e com tanto gosto como nos dois anos em que lá fizemos o nosso jantar.
Claro que as pessoas podem levar acompanhantes, bastando para o efeito que digam no acto da inscrição quantas pessoas são; e também todos aquel@s que não tendo blog, comentam ou nos seguem, serão benvindos.
As inscrições podem ser feitas aqui no meu blog, no blog da Margarida, ou pelo meu e-mail pessoal (jcroque@zonmail.pt).
Apenas agradeço, mas agradeço mesmo, que não aconteça o mesmo que nos outros anos em que nas últimas 48 horas antes do jantar, “adoeceram” várias pessoas, apareceram mil e um problemas que “afinal” impediam a vinda ao jantar, a ponto de eu chegar a ter receio de atender o telemóvel…
É preferível um não, e só eu sei quanto me alegra a presença de tod@s, do que uma desistência à última hora, embora possa sempre haver imponderáveis, como é evidente...mas aceito-os como excepções e não como desculpa de que afinal resolveram não comparecer.

E mais uma vez, reafirmo que não se trata de um jantar de convívio de blogs gay, mas sim e tão só um jantar de amig@s, em que alguns blogs são de pessoas gay, mas muitos também  não o são.

No cimo deste post está o “banner” deste jantar de 2013, que como os dos anos anteriores tem a autoria do Paulo Simões Mendes, o qual felicitamos e agradecemos.

Qualquer esclarecimento sobre este evento pode ser pedido à Margarida ou a mim próprio.
Ficamos à espera das vossas inscrições e aproveito para informar que mesmo sem data marcada estão já confirmadas 16 pessoas e 4 apenas estavam à espera da data para se inscreverem.
Estou convencido que não deixaremos de ser entre 35 a 40 pessoas, pelo menos assim o espero.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Vamos jantar?

No passado domingo, realizou-se no Parque das Nações, um encontro de alguns dos participantes do concurso de contos Pixel 3, subordinados ao tema “Natal”, em boa hora lançado pelo Sad Eyes, que já havia lançado os dois primeiros, e como eles, teve um enorme êxito, pois houve um elevado número de participações, muitas das quais de grande qualidade.
A iniciativa deste encontro foi, como é natural, do próprio Sad, e conseguiu-se reunir um interessante número de participações: além do Sad, estiveram presentes a Margarida, o João e o Luís (que vão editar na sua cada vez mais interessante “empresa”, o conjunto destas histórias, à semelhança do que fizeram com a edição das histórias dos dois primeiros concursos), o Ricardo, o K, o Arrakis, o Francisco, o Silvestre (com o seu simpático companheiro), e eu, claro.
Foi um bocado de tarde muito bem passado, conversou-se essencialmente dos concursos e dos blogs e para mim, foi excelente reencontrar alguns amigos que já conhecia e conhecer alguns outros, pela primeira vez.
Estes encontros são muito salutares e se dúvidas tinha de retomar uma “velha” iniciativa minha de realizar, de novo este ano, um jantar anual de bloguistas, elas diminuíram consideravelmente.
Tendo organizado já cinco jantares, o primeiro em 2007, com um número reduzido de participantes, mas também ainda não estava há muito na blogo, no bar Agito, no Bairro Alto, em 2008, e com uma elevada participação, mudámos para o Caruso, no Pátio Bagatella, e depois, em três anos consecutivos, assentámos arraiais no Restaurante Guilho, mesmo às portas da Amadora, onde temos tido oportunidade de conviver sem ser sentados numa só mesa, confinados aos vizinhos de ocasião, já que têm sido jantares volantes, com o apoio de mesas e cadeiras e com a totalidade do espaço para nós, o que é excelente.
Tirando o primeiro ano, nas quatro edições seguintes, tive o apoio precioso do Paulo e do Zé (Felizes Juntos), mas essa colaboração, por falta de tempo não se vai reeditar num eventual novo jantar.
Por estar sozinho, e porque fico sempre algo desiludido com as desistências de última hora (tenho um pavor de ouvir o telemóvel tocar nas últimas 48 horas, antes do evento), não organizei o jantar o ano passado.
Ora tendo conversado sobre este assunto com a Margarida, ela predispôs-se a dar-me um apoio nesta iniciativa, este ano.
O Paulo, fará, com sempre o “bonequinho” do jantar e como em equipa vencedora não se mexe, o local está mais que escolhido, faltará escolher uma data, que será sempre um sábado de Maio e questionar as pessoas sobre a viabilidade de aparecerem.
Claro que há muita gente que não vive na região da grande Lisboa, mas é impossível realizar este jantar noutro local do país, pois a grande maioria dos bloguistas que conheço residem aqui e tem havido sempre a participação de gente de outras terras, pois é um fim de semana que se vem passar aqui, e se aproveita para um bom convívio.
Um outro óbice para alguns é darem a cara, o que embora respeitando, não entendo, pois este jantar não é um jantar de blogs gays, cada vez o é menos, com muitas participações de gente hétero e é bom que se desmistifique de todo essa ideia, pois nem se fala disso nestes encontros, a não ser como um tema de conversa como tantos outros, que são normais.
Acresce o facto de eu ter a certeza da presença de várias pessoas que já tiveram blog ou o têm inactivo, mas que já se habituaram a estes convívios.
Portanto, o objectivo desta postagem é “apalpar o terreno”, principalmente daqueles que nunca participaram nestes jantares, pois os que já estiveram presentes só não virão de novo, se não puderem, tenho a certeza. Por ora nada mais adianto, ficando a aguardar as vossas reacções.
Para quem não sabe, este jantar está aberto a bloguistas, com os acompanhantes que quiserem, mas também a comentadores habituais deste ou doutros blogs, embora não tenham eles próprios um blog. E claro aos bloguistas “parados”.
Vamos a isto?

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Belgrado, que saudades...

Gosto muito desta foto de Belgrado, tirada da margem esquerda do Sava, onde cresce a Nova Belgrado, em frente da velha, histórica e central Belgrado de sempre.
O Sava nesta fase do seu curso está quase a confluir com o imenso Danúbio, e assim esta cidade está na confluência de dois grandes rios.
É uma foto de Inverno, o mesmo Inverno que possivelmente irei encontrar depois de amanhã, sexta feira quando chegar ao aeroporto Nikola Tesla, em homenagem ao grande físico jugoslavo, um dos maiores de sempre.
Há cerca de ano e meio que não visito Belgrado e tenho já muitas saudades da cidade, a que já me habituei e da qual gosto muito, da cidade e das suas gentes.
Claro que terei o Déjan à minha espera, que me visitou em Outubro, e esta estadia terá um cunho algo diferente, pois pela primeira vez o Déjan já não é o estudante ansioso por acabar o curso, mas que podia gerir o seu tempo à vontade, para ser o licenciado a fazer o seu estágio, com horários a cumprir (começa amanhã mesmo).
Assim, vou estar mais tempo só, o que me dará aso a passear pela cidade, sem destinos específicos, mas descobrindo pormenores talvez desconhecidos; e depois será tão bom, recebê-lo em casa, no regresso do trabalho, a contar o seu dia, e com ele usufruir as horas livres. Para ele, nas poucas vezes que teve que sair sem mim em visitas anteriores, era sempre uma imensa satisfação ao entrar em casa e ver que alguém estava à sua espera.
Vai estar frio, mas isso não me preocupa, pois vou sentir um calor que tanta falta me faz, nestes tempos em que estamos separados.
Entretanto, amanhã durmo num hotel Ibis, mesmo pertinho do aeroporto de Londres (Luton) e devo dar um salto à cidade, que também nada de interessante tem a ver.
Vou continuar atento às vossas postagens, mas possivelmente menos “comentador” do que é normal e também pouca coisa devo postar durante estas duas semanas.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Viagens - 6

Londres - Janeiro 1975
Quem leu a minha saga “A tropa cá do João”, sobre a minha vida militar, estará recordado do final do último episódio, em que eu contava ter regressado a Portugal mesmo a tempo de passar o Natal com a família (a 17 de Dezembro de 1974), e que passei à disponibilidade em 15 de Janeiro de 1975.
Assim já podia viajar de novo e não esperei muito tempo; ainda nesse mesmo mês de Janeiro, aproveitando umas célebres promoções da “Abreu”, lá fui eu passar “uma semana em Londres”. 
Fui só e fui não só para desanuviar todo aquele stress acumulado ao longo de tanto tempo em África, mas também para comprar umas roupitas, pois desde há mais de dois anos e meio, a minha fatiota era quase sempre a mesma: a farda.
Ganhei umas massas lá em África - afinal era capitão – e como deixava cá o máximo possível, quando vim, deu para isso e para comprar um carrito.
Não ia a Londres há cerca de 10 anos e mais do que Londres eventualmente mudara, eu é que tinha mudado muito.
Pela primeira vez ia ao estrangeiro, assumida que estava por mim próprio, a minha sexualidade.
Como ia só, fui posto num quarto duplo com um outro tipo, mais ou menos da minha idade, um sujeito muito porreiro e com quem me entendi muito bem, e era uma pessoa completamente heterossexual..
Não andámos sempre atrelados um ao outro, mas saímos várias vezes juntos e uma noite ele perguntou-me onde eu tencionava ir, e eu fui sincero, disse-lhe que era homossexual e que queria ir a um bar gay.
Nessa altura, um dos mais conhecidos locais gay de Londres chamava-se “ Catacomb’s Club” e era aí que eu queria ir.
Ele, penso que se chamava Luís, era muito bem apessoado e surpreendeu-me quando me disse que gostava de ir comigo, pois tinha muita curiosidade em conhecer um sítio desses.
O “Catacomb’s Club” era uma discoteca, com várias divisões, e dançava-se, até slows.
Curiosa a descrição que encontrei na net sobre este local e só tenho pena de não ter encontrado uma foto.

"Catacombs was open about 1972 in Earl’s Court. It opposite the hospital on Brompton Road, Earl’s Court end. Opposite where Brompton’s is now. It was downstairs, underneath a faux Tudor cottage front on the ground floor. You go down the stairs, pay the entrance money and it had a bar… The reason it was called the Catacombs was because it actually was catacombs. The bar was on one side, there was a like a resemblance of a dancefloor at the front of the bar, as that circled round the back, there was a wall that went round the front and behind that wall was another wall and little caves set in, about four of them. Then there was a passageway around the caves. That’s where all the sex used to go on. But they played music, really good music, and there was dancing."
Lá chegados, tomámos uma bebida juntos e depois cada um foi dar um giro; qual o meu espanto quando daí a pouco o Luís apareceu com um ar um pouco assustado e me disse que tinha havido um tipo que o convidara para dançar e ele tinha fugido…
Fartei-me de rir e perguntei-lhe porque não tinha experimentado e ele deu-me uma resposta totalmente inesperada, dizendo-me que se dançasse com alguém era comigo.
Embatuquei e embora sempre me conheça como uma pessoa que não perde uma oportunidade, desta vez não reagi, apenas sorri.
Passado um par de horas voltámos ao hotel, ainda fomos tomar um banho na piscina interior aquecida e tudo se conjugava para acontecer “alguma coisa”, mas eu não tomei a mínima iniciativa e ele, claro que também não. Ainda hoje pensando em como ele era bonito e bem constituído, fico arrependido de me ter ficado apenas com as vistas…

Também fui várias vezes a um Pub gay, lindíssimo por fora e não menos bonito por dentro, perto de Leicester Square, e que estava sempre muito (bem) frequentado, quer de dia quer de noite. Chamava-se "Salisbury".
Também consegui uma interessante opinião do local:

 "The Salisbury pub - I would call this one a spectacle. Not because ale or chips are significantly different in this place, but because it is one of the most elaborate and preserved London's pubs belonging to late Victorian era. Etched glass and mirrors, rich upholstery, dark mahogany and burgundy ceiling - all contributes to the pub's dazzling and extravagant interior. End it is also the West End official sports free bar - thank you, Lord!!!"


Mas foi uma semana essencialmente para conhecer Londres, pois na primeira visita, nos anos 60 só ali estive de passagem. Vi tudo o que um turista deve ver, incluindo o British Museum e o Madame Tussaud.
E fui às compras em Oxford Street, tendo comprado entre outras coisa um casaco comprido de cabedal que fez furor aqui em Portugal.
Belos tempos, em todos os aspectos e Londres tornou-se tão apaixonante para mim, que voltei lá muitas mais vezes.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Estatísticas

Hoje, por um acaso, reparei na coluna do lado esquerdo deste blog, que o número de visualizações que ele teve, está por assim dizer nas 200.000.
Se referirmos que estas visualizações só foram implementadas em Maio de 2008, deixando para trás não só todas as postagens desaparecidas do blog (257), como também as primeiras 161 desta segunda fase, conclui-se que em 800 postagens houve cerca de 200.000 visualizações, o que dá uma média de 250 por postagem.
Estas visualizações referem-se a todas as vezes que o blog é aberto numa certa página e é curioso ver que entre as postagens mais vistas estão aquelas que têm nomes que facilmente são procuradas no Google e que portanto não foram procuradas deliberadamente por causa do blog.
O post mais visualizado – 1107 visualizações – foi escrito em 08/09/2011 (A Lisboa gay que eu conheci) e o segundo, com 937, postado em 25/09/2011 foi “15º.Queer Lisboa (balanço final)”. Só depois surge um post específico, com 779 visualizações (5 anos de blog), postado em 06/11/2011.
Estas visualizações maiores são de posts não recentes, o que é natural pois estão disponíveis há muito mais tempo que os mais recentes. Destes, só uma postagem ultrapassou a média, com 273 visualizações (Um casamento diferente) e isso deve-se em parte a ter sido partilhado pelo Marcos no FB.
Já quanto aos comentários eles são neste momento cerca de 34.900, nas 961 postagens que o blog tem, desde a sua interrupção, o que dá uma média de 36 comentários por post.
Só uma vez, logo no início houve um post sem comentários, em 23/08/2007 (Sina Peynard), bem interessante, por sinal; e por cinco vezes se ultrapassaram a centena de comentários, sendo os recordistas, com 104 comentários cada: “Parar e reflectir” (23/09/2008) e “A crise da blogosfera” (06/02/2010), curiosamente duas postagens com características semelhantes.
Enfim, curiosidades de um blog que me tem dado muitos momentos de satisfação, e sobretudo me tem dado a conhecer pessoas muito interessantes, algumas das quais passaram a barreira da blogosfera para entrarem na verdadeira Amizade.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O que vem aí...

Passadas que estão as “festas” da quadra natalícia e do começo do ano, é tempo de reflectir no que respeita à situação político-económica do país.
E a comunicação de Ano Novo de Cavaco permite com clareza ser um bom ponto de partida.
É minha convicção – e da maior parte dos portugueses –que este governo cairá durante o ano que agora começou.
 Posta de parte a hipótese de demissão, que me parece totalmente afastada, dada a “convicção” suicida do primeiro ministro continuar a apoiar, por razões que só ele saberá, dois homens nefastos e de perversos desígnios, embora de diferentes cambiantes: o manipulador Relvas e o teórico Gaspar, resta a hipótese de o forçarem a uma demissão; essa demissão poderia acontecer de diversas formas, todas elas de difícil execução.
A primeira e mais lógica seria efectuada pelo Presidente da República, e que ficou com esta comunicação de Cavaco posta definitivamente de parte, quando ele afirma que é contra qualquer crise política, nesta altura. Uma segunda, que nasceria no seio do partido que ganhou as últimas eleições, o PSD, e que tem mostrado através de nomes importantes o descontentamento e o incómodo que este governo lhes causa; mas esta solução necessitaria de um apoio, mesmo que não activo de Cavaco Silva e não o terá, pelo que também estará vocacionada ao fracasso.
Restará que essa demissão forçada nasça dentro do próprio governo, através do rompimento da coligação que constitui a maioria parlamentar PSD/CDS; ora Portas, que tem o pão e o queijo na mão (e PPC parece esquecer-se disso, como se esquece de muitas outras coisas), não parece muito determinado a romper a coligação, talvez porque sendo muito mais um animal político do que qualquer outro membro do governo, sabe que tal situação não lhe trará qualquer compensação eleitoral, a curto prazo; mas pode vir a ser obrigado a fazê-lo por imposição interna, mormente por força do seu grupo parlamentar, que está longe de continuar a apoiar incondicionalmente os dislates deste governo.
Mas, perante a queda deste governo, o que lhe sucede, quais as alternativas?
É aqui que reside o principal problema e simultaneamente o maior apoio que PPC tem actualmente.
Num cenário de eleições antecipadas é dado como certo que elas seriam ganhas pelo PS, mas sem uma maioria absoluta, e mesmo que a tivesse com um primeiro ministro que é tudo menos uma garantia de algo melhor para o país; Seguro é um político fraco, pois quando não se mostra ser um bom líder da oposição, nunca se será um bom chefe de governo.
Por outro lado os partidos à esquerda do PS, mesmo que bem intencionados, nunca terão pelo irrealismo das suas propostas qualquer hipótese de pertencerem à formação de um novo governo, a não ser que façam tábua rasa de alguns dos seus princípios básicos.
Um outro cenário e que começa a ser considerado por diversos sectores mais à esquerda é o de um golpe de estado pela força; ora as forças armadas de hoje não têm uma motivação como tinham em 1974 e embora subalternizadas pelo Estado, estão relativamente conformadas com as suas regalias e refiro-me às hierarquias, pois ainda há pouco tempo soubemos ser Portugal um dos países europeus com mais generais e numa proporção incrível em relação a outros países. E as restantes patentes não têm como no 25 de Abril um estado de guerra que lhes dê suporte.
Uma insurreição popular, comandada pelos sindicalistas da CGTP pode ter algum apoio mas nunca o suficiente para derrubar o governo, numa espécie de “Primavera árabe” que transforme o Terreiro do Paço na Praça Tahir do Cairo, porque lhe falta o apoio do povo anónimo, aquele povo que não é comandado pelos partidos políticos nem pelos sindicatos, mas sim pela exaustão a que está a ser conduzido – o povo que fez a manifestação de 15 de Setembro.
Mas essa grandiosa manifestação tinha como principal objectivo um protesto genuíno e real contra os governantes, incluindo o PR, e na altura um objectivo concreto e conseguido – a aberrante TSU. Falta a este povo uma motivação extra e muito mais ampla, que é um apoio a uma alternativa real e válida.
Essa alternativa, é quanto a mim, só viável através de um golpe de estado, sim, mas dentro de uma instituição que se chama Partido Socialista.
Se houver quem consiga, a bem ou a mal, apear Seguro da liderança do PS, substituindo-o por alguém com coragem para enfrentar uma situação difícil sim, mas sem subserviência, sem alienar a soberania, haverá uma alternativa.
E nomes, perguntarão?
Pois há gente válida dentro do PS: António Costa, Francisco Assis, António Vitorino e porque não um jovem que promete muito – João Galamba?
E haverá muitos independentes disponíveis para um governo desse tipo.
Claro que todos sabemos que o poder dentro de um partido político como o PS, ou o PSD reside no aparelho e em quem o controla, e isso é um problema para remover Seguro do seu lugar, como foi o aparelho, via Relvas que levou PPC à liderança do PSD.

Tudo muito complicado e não sou eu, que não sou analista político, nem estou na posse daquelas fontes que tantas notícias fabricam, que vou fazer futurologia política. Apenas sugiro o que me ocorre no momento actual em que vejo a triste realidade do dia a dia e não me conformo.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Sete anos de felicidade*

O meu primeiro post deste novo ano vai directinho para o Déjan e há uma razão mais que justificativa para isso. No passado sábado, dia 29 de Dezembro fez 7 anos que o conheci.
Foi um conhecimento virtual que se foi desenvolvendo gradualmente, se foi cimentando num amor construído na base de uma dádiva mútua, sem reservas, talvez até por estarmos físicamente separados. Foi demorado o primeiro encontro, sim, é verdade, mas só se dá um passo tão importante, como uma deslocação de milhares de quilómetros, se se tem a quase garantia de que tudo vai dar certo; e só não era uma garantia total,porque há questões de ordem mais intima que são importantes para uma relação que têm que ser vividas em conjunto.
E quando em Setembro de 2006, nove meses depois de nos termos conhecido, finalmente nos sentimos totalmente realizados, nada havia a obstar á afirmação de um amor forte. Tão forte que tem resistido às distâncias e separações, às diferenças de compreensão da nossa situação afectiva, por parte dos meus familiares, dos meus amigos e do meu país socialmente considerado, em contraponto aos familiares, amigos e país, especialmente no que concerna a um relacionamento afectivo entre duas pessoas do mesmo sexo. Neste final de ano, algo aconteceu que vai ter um efeito a curto prazo, positivo, nas nossas vidas - o Déjan acabou os seus estudos, em termos de classificações e a breve prazo poderá começar a ter o proveito do seu trabalho, passando a não estar dependente do Pai, o que é muito importante.
E se não antevemos, para já, um viver comum, podemos prever que vivendo ele depois na Alemanha tudo será mais fácil para ambos.
Mas o que realmente importa é o Amor que nos une, o Amor que tem sido, dia a dia reforçado e vai continuar a ser.
 I love you, I need you, I miss you!!! And I am completly sure you can tell the same.
VOLIM TE, CHAKO PAKO.
 See you today one mounth, at Belgrade airport. And have a nice trip to Canadá and a very good time there, with your family.

*Só hoje reparei que esta postagem estava errada, pois de início referia "Seis anos de felicidade", quando na realidade são sete. E nem o Déjan reparou no erro...Seis ou sete, não importa, são anos de muita felicidade.

domingo, 30 de dezembro de 2012

Ponto final...

Não, não finalizei coisa nenhuma com o Déjan - até tenho uma boa notícia a comunicar; já comprei bilhete e dia 1 de Fevereiro estarei em Belgrado.
O ponto final tem a ver com este ano, que em boa hora vai embora, apesar de de o próximo se anunciar ainda pior - a ver vamos...
E como queria, uma vez mais, fugir a clichés (taças a tocarem-se, fogos de artifício e afins), decidi seguir o mesmo caminho do Carlos e partilhar um vídeo belíssimo, de despedida, com uma canção interpretada por um dueto improvável , Miguel Bosé...Penélope Cruz.
Espero que gostem e que 2013 nos traga algum alívio a tanto desespero - difícil, mas não impossível.
Como dizia o Solnado, façam o favor de ser felizes (ou pelo menos, tentem...)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O mais belo presente de Natal

Recebi há pouco mais de uma hora o mais belo presente de Natal que me poderiam ofertar.
O Déjan (perdão, o Dr. Déjan), formou-se hoje em Medicina!!!
Ao fim de uma odisseia indescritível com a realização do exame final, que revelou condições absolutamente incríveis no sistema de ensino da sua faculdade, finalmente foi aprovado e agora tem um ano de internato à sua frente, antes de começar a sua vida profissional remunerada e que ele tem mais ou menos assegurada, não na Sérvia, ou em Portugal, mas sim na Alemanha com a quase garantia de um emprego bem pago; para esse efeito há já tempo que tem aulas de alemão, dominando já a língua.
Era um dos dois grandes problemas da vida do Déjan.
O outro é não se poder afirmar no seu todo, num dos países mais homofóbicos do mundo.
Mas agora que sabe que a curto prazo vai ficar independente monetariamente doutros, tudo vai mudar na sua vida, e na nossa, naturalmente.
Ainda este mês deve ir ao Canadá, a convite da sua família, que ali habita há muito e juntar-se ao Pai, que está lá de visita desde há um par de meses. Deve regressar em meados de Janeiro a Belgrado, para iniciar o mais rápido possível o estágio e eu estarei lá em Belgrado no final de Janeiro para lhe dar ao vivo tudo o que neste momento sinto de imensa felicidade.
Obrigado, meu amor pela mais bela prenda de Natal deste ano.
O Natal para mim, celebrado aqui na Covilhã com a família vai ter outro sabor...
Congratulations, Déjan.
VOLIM TE, Chako Pako!!!

sábado, 22 de dezembro de 2012

"Let me call you sweetheart"

Estamos em plena época natalícia. A febre consumista dos últimos anos baixou consideravelmente
sendo,neste caso particular, uma das poucas consequências positivas da crise que vivemos (apesar de muito penalizadora para os comerciantes) e devolvendo o Natal um pouco mais à sua essência: a Família e também às crianças.
Considero que o reconhecimento da não existência do Pai Natal é para muitas, senão para todas as crianças, a primeira desilusão das suas vidas futuras.
Por isso e querendo comemorar aqui no blog esta época, sem recorrer aos habituais clichés, a minha escolha recaíu neste pequeno vídeo, que nada tem a ver com o Natal - eu sei - mas que reflecte toda a inocência e toda a pureza das crianças.
Tenham um Bom Natal.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

"Quase um conto de Natal"

Uma introdução que não faz parte do “quase conto” mas que o justifica parcialmente. Eu não sei ficcionar histórias, ou talvez seja um certo comodismo de pensamento, que não de escrita; sei sim, relatar factos que comigo se passaram e por vezes consigo transmitir por palavras esses factos de uma maneira que quem as lê consiga “ver o filme”.
Dito isto…
Esta é a minha (fraca) contribuição para a louvável iniciativa do Sad Eyes (mais uma) “Pixel Happy Xmas”. Não sei se poderá ser aceite como participação, mas pelo menos sei que contribuí como pude, numa altura em que as coisas não correm como eu contava em relação à minha projectada viagem a Belgrado no final deste mês e que naturalmente me afectam.
“Recordo um Natal, já algo distante em que os meus Pais foram passar a quadra com uma irmã minha e respectiva família, ao Brasil.
Fiquei só, os meus irmãos distribuídos por outras famílias e eu aqui por Lisboa…
Sim, o Natal é a festa da Família, quando ela existe ou quando ela está presente; e quando tal não acontece? Nesse Natal estive tentado a ir passar a noite da Consoada com um grupo de pessoas, algumas delas, meus amigos e outros conhecidos, que, por falta da família e por falta dos seus companheiros que tinham ido passar o Natal às suas terras, ficavam sós e assim, todos os anos se reuniam numa Consoada para eles, ali na zona da Charneca da Caparica. Entre eles um bem conhecido transformista, talvez o melhor de todos que já houve em Portugal e que já não está entre nós.
Não fui, não porque fosse mal recebido, antes pelo contrário, mas porque sabia que embora passasse aquela noite acompanhado, em família também, embora de outro género, estaria triste por vários motivos e poderia estragar o convívio.
Mas imaginei como seriam essas Consoadas das pessoas que não sendo jovens, apenas tinham os seus afectos com as pessoas que amavam, mas que não estavam presentes, e tinham os afectos deles com eles próprios, decerto trocariam presentes, teriam uma ceia com bacalhau e iguarias próprias da época e passariam umas horas acompanhados. E depois, regressariam a suas casas com a sua solidão.
Esta é uma realidade que atinge hoje muitas pessoas, e não quero misturar o Natal dos sem abrigo, que é outra realidade bem triste, mas diferente.
Refiro-me àqueles homossexuais que passam o Natal sós e talvez sintam nessa noite, mais do que em qualquer outra ocasião, a falta de uma Família.”

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Recordar é viver

Já aqui falei no blog, da minha primeira viagem a Inglaterra, realizada em 1964 a convite de um fornecedor da empresa de lanifícios da minha família, e que eu passei em Bradford, uma cidade do Yorkshire. Estive lá um mês e naturalmente com a idade que tinha, ia frequentemente a uma das poucas discotecas que havia na cidade, onde se ouviam os grandes êxitos do momento.
Ora, descobri no Google um link que nos possibilita saber quais as músicas que lideravam o Top Ten em qualquer data e assim descobri os vídeos das músicas que lá andavam na “berra” naquela altura e que eu durante muito tempo ouvia vezes sem conta pois trouxe os discos (na altura nem Cd’s havia).
Uma dessas músicas ainda hoje é célebre pois era o tema principal do primeiro filme dos Beatles, então em exibição em todo o mundo – “A Hard Day’s Night”.
Uma outra tinha como intérprete Cilla Black, uma cantora razoavelmente conhecida na Europa, tendo mesmo chegado a representar o Reino Unido no festival da Eurovisão (mas não com esta canção). A música chamava-se "You're My World".
No entanto as mais populares eram outras, de bandas menos conhecidas. Uma delas passou mesmo despercebida, com a excepção deste grande êxito; chamava-se The Honeycombs e o tema era "Have I the Right".
Finalmente, o grande êxito desse Verão era um tema muito mexido, que toda a gente dançava, duma banda que nessa altura era bastante famosa, os Manfred Mann; a canção tinha um nome divertido "Do Wah Diddy".
Recordar é viver!!!

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Cinema e Música - 3



  Hoje venho aqui falar de um filme, que à primeira vista, nada teria a ver com esta rubrica “Cinema e Música”. Mas, bem vistas as coisas, a música é sempre um elemento fundamental de um filme e mesmo que não seja o seu principal motivo de interesse, há filmes que nos despertam uma sensibilidade musical muito apurada. O filme de que falo é o muito celebrado “A Lista de Schindler” (1993), realizado por Steven Spielberg, sem dúvida um dos melhores filmes que vi e seguramente um dos que mais vezes me humedeceu as faces… É difícil ficar indiferente à temática do filme, o salvamento de uma enorme quantidade de judeus por um homem de confiança dos nazis, Óscar Schindler. O tema musical do filme é do consagrado Jonh Williams que por este seu trabalho ganhou mais um Óscar dos muitos da sua carreira. É um tema belíssimo, muito triste, como convém num filme com este argumento e que no vídeo aqui apresentado tem como solista o famoso violinista Itzhak Perlman.
 
 Mas o principal motivo da inclusão deste filme na rubrica é uma cena, do filme a única cena que tem algo de cor, e que mostra o percurso de uma pequena miúda com um casaco rosa que se dirige para casa, no gueto de Varsóvia, passando pelo meio de cenas terríveis que vão acontecendo nas ruas quando os nazis invadiram o gueto para matarem e prenderem os judeus. Durante essa cena, e misturada com os sons normais do decorrer da mesma, vai-se começando a ouvir uma belíssima canção, cantada por um coro de crianças. É uma canção célebre entre os judeus, cujo nome é “Oyfn Pripetshik” , cuja tradução inglesa é “On the Cooking Stove”, e que foi escrita em Yiddish na segunda metade do século XIX, tornando-se muito popular na altura entre os judeus da Europa central e oriental, até à época anterior ao holocausto; fala-nos de um “rabbi” que ensina às crianças o alfabeto judaico. É uma melodia que ao longo da cena se vai ouvindo cada vez melhor e que está muito bem integrada nela. A cena é espantosa, como se pode ver no vídeo.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Seis anos de blog

Pois é, para quem ainda não sabe, este blog iniciou a sua publicação a 6 de Novembro de 2006, faz hoje precisamente seis anos com a sua primeira postagem, que tinha a ilustrá-la aquela foto, quando eu era miúdo e que juntei agora no desafio dos famosos.
Sucede, que poucos meses depois, devido a uma imprevidência minha, apaguei todo o blog até então publicado: 257 entradas, desde o início até à fatídica data de 7 ou 8 de Julho de 2007.
Com a ajuda de um bloguista que já por aqui não anda, consegui reaver a maior parte das postagens que havia apagado, embora sem as fotos.
E rei morto, rei posto, de imediato, com o mesmo nome, o mesmo template e com as mesmas características, renasceu o Whynotnow, precisamente com a postagem que aqui incluo:

"Terça-feira, 10 de Julho de 2007
Whynotnow
Foi com este título que publiquei em 6 de Novembro de 2006, o meu primeiro texto, neste blog.
Depois disso, mais 257 postagens foram por mim aqui expostas, até, sábado passado, data do último post.
Nesse primeiro post, perguntava a mim mesmo, porque não, nessa altura, não iniciar esta aventura, de dia a dia, ir expondo assuntos, comentar actualidade, opinar sobre polémicas, desnudar os meus afectos e contar factos da minha experiência de vida.
Foram meses muito gratificantes, em que compartilhei tudo isso com pessoas até então desconhecidas, mas que entretanto, em vários casos, se tornaram amizades.
Esse conjunto de dizeres, meus e vossos, foram-me subtraídos de uma forma que não consigo aceitar, mas, quem sou eu, para duvidar de que o erro foi meu...
Agora, que a evidência substitui a dúvida, há que ir para a frente e continuar a fazer o mesmo, com a certeza de que os textos foram apagados aqui, mas não da minha memória e do meu coração. Tentei que a forma do blog não esteja muito alterada e de uma coisa estou certo, de que a estrutura do blog não sofrerá qualquer alteração.
É claro que conto convosco, com o vosso apoio e a vossa Amizade, da mesma forma que os não regateio em relação aos vossos espaços."

De então para cá, este blog cresceu muito, tanto a nível de seguidores, quer de comentadores, quer mesmo de conteúdos, pois resolvi não fazer tabu de nada da minha vida…
E desde esse recomeço, posso juntar às 257 entradas iniciais, mais 928, o que prefaz 1185 postagens!!!  Como não contabilizei os comentários da primeira parte do blog, fico-me pelos 33.389 comentários desde 10 de Julho de2007.
Ao longo destes seis anos, o mais importante, de longe, foram as muitas amizades que conquistei; tenho orgulho de ter grandes Amigos que conheci através da blogosfera; se é importante a amizade virtual, só mesmo quando ela se torna real, se pode transformar em verdadeira. E para isso, muito contribuíram os célebres jantares dos blogs – foram cinco! Foram noites muito boas em todos os aspectos.
Claro que a blogosfera mudou muito, desde 2006 até agora; dos blogs que conheci de início mais não restam que meia dúzia; e se muitos outros e muito interessantes, muitos também têm acabado prematuramente.
E a própria estrutura dos blogs é diferente agora; há bastantes blogs de várias pessoas em conjunto, quase sempre de análise política e social, muito interessantes, mas que não fomentam os contactos pessoais.
E há muitos blogs que têm aparecido, todos com o seu interesse, é certo, mas que privilegiam a quantidade das postagens e a informação rápida de  um assunto sem se preocuparem com o aprofundar das questões, muitos deles muito gráficos, quase sempre a bater na mesma tecla de fotos e mais fotos…
Tenho tido a oportunidade de dar um empurrão a alguns blogs e fico muito satisfeito de os ver crescer dia a dia.
Enfim, as redes sociais têm sido a causa do fecho de muitos blogs e muitos blogs para se manterem funcionam ao estilo de redes sociais.
Eu mantenho as mesmas características desde o princípio: tratar um tema e procurar depois através da caixa de comentários, alarga-lo à opinião dos que me seguem.
Assim continuarei até que a vontade não me esmoreça e desde que vocês, que me seguem e apoiam, assim o entenderem.
Um agradecimento do coração a tod@s, os que estão actualmente e aos que não estando, continuam a estar (dentro do coração).


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

90 anos

"Palavras para a Minha Mãe"

 mãe, tenho pena.
esperei sempre que entendesses as palavras que nunca disse e os gestos que nunca fiz.
sei hoje que apenas esperei, mãe, e esperar não é suficiente.
pelas palavras que nunca disse, pelos gestos que me pediste tanto e eu nunca fui capaz de fazer, quero pedir-te desculpa, mãe, e sei que pedir desculpa não é suficiente.
às vezes, quero dizer-te tantas coisas que não consigo, a fotografia em que estou ao teu colo é a fotografia mais bonita que tenho, gosto de quando estás feliz.
lê isto: mãe, amo-te.
 eu sei e tu sabes que poderei sempre fingir que não escrevi estas palavras, sim, mãe, hei-de fingir que não escrevi estas palavras, e tu hás-de fingir que não as leste, somos assim, mãe, mas eu sei e tu sabes.

 José Luís Peixoto, in "A Casa, a Escuridão"

Há cerca de mês e meio cheguei a pensar que não conseguiria comemorar este nonagésimo aniversário da minha Mãe. Sempre gozou de excelente saúde e de uma extrema lucidez.
Mas, de repente, no início de Setembro foi internada no Hospital da Covilhã com uma infecção pulmonar, o que na sua idade era de muito risco. E a situação esteve mesmo à beira do fim; só com uma punção muito demorada e dolorosa, em que lhe extraíram uma enorme quantidade de liquido de um dos pulmões, começou a melhorar, e após três semanas de internamento, regressou a casa, curada da infecção, mas muito fragilizada, como é óbvio. De então para cá, já recuperou bastante fisicamente, já que de espírito esteve sempre muito bem e consciente de que poderia ser o fim.
O que interessa é que hoje terá com ela os seus filhos para a  homenagearmos como é devido a uma Mãe extremosa e muito querida.
Parabéns, Mãe, e que para o ano aqui estejamos todos de novo consigo no 91º. aniversário.

Esta música é uma pequena homenagem, pois desde sempre que me conheço, foi a sua canção preferida. E foi ao som dela que à meia noite lhe dei os parabéns.

domingo, 21 de outubro de 2012

Every time you go away





Find-us end December, in Belgrad, to move together our seventh anniversary.
 I miss you, Dejanito.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Welcome, my love!


 A primeira vez que vi o teu rosto, foi no já distante mês de Setembro de 2006, nove meses depois de ter “encontrado” num sítio de encontros da net. Foi no aeroporto de Belgrado, e as sensações desse encontro já aqui foram retratadas mais que uma vez. Depois disso, muitas vezes te tenho reencontrado após separações impostas por duas vidas difíceis de conciliar, devido à distância; mas nunca desde então, a separação foi tão longa – um ano – e, muito curta vai ser esta visita (pouco mais que uma semana). No entanto vai ser a vez em que as sensações de ambos vão estar mais perto dessa data de há seis anos. O nosso relacionamento, acredito que seja quase único, pois quantos não teriam já sucumbido às tão difíceis provas a que nos temos submetido. Temos tanta coisa a separar-nos: a idade, países diferentes, culturas diferentes, a forma de aceitação da nossa sexualidade diversa por efeitos de uma homofobia quase total num dos países, a indefinição profissional de um de nós, eu sei lá, tanto escolho, que é realmente um amor vencedor. Talvez mesmo, o segredo seja superar os obstáculos. Uma certeza, porém; a próxima separação será curta, pois tenciono ir passar com o Déjan o final do ano, que coincide por assim dizer com o sétimo aniversário do nosso relacionamento. Mas agora, o que importa, é viver e viver intensamente estes dias. Welcome, my love!