Não sei exactamente por onde começar…
São cinco e meia da manhã e acabei agora mesmo de fazer algo impensável apenas algumas horas atrás – ler pela primeira vez na vida um e-book!
Tudo aconteceu quando ontem à noite, ao dar uma vista de olhos pelos blogs que sigo, deparei com a postagem acabada de ver no blog da Margarida, e dei comigo a escrever-lhe um comentário lacónico “estou quase tentado a ler um e-book pela primeira vez na vida…”.
Estava a fechar o PC quando reparei que um filme do qual estou a fazer o download no e-Mule estava a receber muito bem e portanto não quis fechar logo o computador; mas porque já tinha fechado tudo da net, excepto o e-Mule, e para preencher o tempo fui à área de trabalho e abri o atalho do Adobe Digital Editions, onde tinha posto durante a tarde o e-book que o João Máximo me tinha enviado (como sempre) do livro do Miguel, ontem mesmo editado, mesmo sabendo ele que eu iria comprar o livro na Bubock para o ler fisicamente, como gosto e sempre faço (até tínhamos falado nisso, ao telefone).
E dei comigo a começar a ler um livro, cujo título é um bocado estranho – “Elvis sobre a baía de Guanabara e outras histórias”, de um autor que eu conheço muito bem, e que faz o favor de ser meu amigo – o Miguel.
Li a primeira história – “Furadouro”, e li mais duas, tendo a terceira um título deveras interessante para mim, “Rua de S.Marçal”, porque foi nessa rua que eu vivi os meus primeiros quatro anos lisboetas.
E quando a terminei, dei por mim a pensar em tudo o que eu vivi nessa rua e adjacentes, e pensei que ainda um dia iria escrever sobre essa rua, também…
Talvez porque esses pensamentos me tivessem ocupado a mente, talvez por ser tarde, verifiquei que as fontes do download, tinham secado, e assim sendo, fechei o computador e fui dormir.
Como é meu hábito, o sono para mim é completamente irregular e assim acordei pelas 4 e 20 da madrugada e de imediato fui abrir o PC, não para ver algo dos blogs, do correio electrónico, ou repor o e-Mule a fazer downloads; fui deliberadamente continuar a leitura do livro do Miguel.
E não consegui parar!!!
Li tudo, tudinho e como Carneiro que sou aqui estou a dizer isto tudo e que se resume em poucas palavras: acabei de ler um dos mais belos livros que já li em toda a minha vida.
Não, não digo isto porque o Miguel é meu amigo, digo-o convictamente porque o livro é para mim, absolutamente maravilhoso.
Eu não sou um grande crítico literário e até tenho alguma inveja em ler belíssimas criticas na bloga a livros lidos, nomeadamente do Miguel.
Tenho dificuldade em dizer porque gosto ou não gosto, tenho alguma inércia de procurar trechos que evidenciem o valor de um livro, enfim, aprecio muito e fico com uma ideia precisa daquilo que vou lendo, mas sem o expressar, sem desenvolver as ideias com que fiquei.
Neste caso, estes contos são de tal maneira intensos por um lado, e tão maravilhosamente descritivos por outra, que fiquei rendido, total e inequivocamente rendido.
Seria maravilhoso deixar aqui uma impressão de cada um, mas não o farei e a obra vale pelo todo, porque não há contos melhores ou piores, são todos bons e devem ser lidos como um todo, uma laranja sumarenta e doce, com os seus gomos apetecíveis.
No entanto há dois contos que realço, e por razões diversas.
Um é “Chez Toi” por aquilo que ele representa para o Miguel; é um conto muito pessoal, o mais pessoal de todos eles, atrever-me-ia mesmo a dizer.
O outro é o último – “Quatro Canções”, subjectivamente o meu preferido e objectivamente um conto memorável. Além do mais, não no desfecho, mas no seu início, tem muito a ver com vivências minhas…
Para finalizar faço um apelo: por favor leiam este livro!
É imprescindível para qualquer pessoa que goste de ler, para quem tiver sensibilidade, para quem goste de sentimentos e de formas diversas de os viver.
E lanço desde já aqui um desafio, ao João e ao Luís, que em boa hora “deram à luz” este livro, para num futuro próximo, numa data a combinar com o Miguel, (e depois de eu e mais algumas pessoas terem adquirido o livro físico), de fazer um jantar de apresentação formal deste livro.
Não será um jantar de blogs, de forma alguma, mas sim um encontro que tem como objectivo único reunir pessoas que tenham lido e gostado deste livro e também , é óbvio daquelas pessoas que estejam interessadas em lê-lo.
Contem comigo, e decerto com a Margarida para pormos esta iniciativa de pé.
terça-feira, 25 de junho de 2013
O livro do Miguel
Publicada por
João Roque
à(s)
06:29
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Etiquetas:
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Bem! lido quase de um fôlego (apenas com algumas horas de sono pelo meio), incapaz de resistir à tentação de espreitar o ebook (para quem nunca leu nenhum e adora o papel) e depois incapaz de parar de ler, e depois, logo de seguida, o post entusiástico no blogue, e o apelo à leitura e à celebração! Não sei que melhor elogio se possa dar ao Miguel! e ele merece! :D
ResponderEliminarJoão
Eliminaré sincero, podes ter a certeza e não tem nada a ver com a amizade que nutro pelo Miguel.
Abraço amigo.
:)
ResponderEliminarapoio incondicionalmente esta iniciativa. não há muito mais a acrescentar a este post que não tenha escrito anteriormente.
e como te disse no comentário, estou mesmo tentada em adquirir em papel e folhear muitas vezes até ficar bem usado e amado (como gosto dos livros assim).
e também pela dedicatória ;)
(e que bela música, já agora).
bjs.
Margarida
Eliminaresta música não foi posta ao acaso; é a música que marcava a Amizade entre o Miguel e o Sant, e porque o livro lhe é dedicado e um dos contos principais tem a ver com ele, não poderia ser outra a música desta postagem.
Beijinho.
começo por dizer que todos os pretextos são bons para jantar convosco :)
ResponderEliminareu escrevi uma vez, e tu até leste esse texto em voz alta, que eu só me sentia escritor quando o Saint-Clair o dizia, e porque era ele a dizê-lo. da mesma maneira, leio aí em cima que tu escreves que este é um dos livros mais belos que tu leste em toda a tua vida, e não consigo deixar de tropeçar no próprio ar que respiro, porque acredito em ti, porque tu és de uma honestidade que eu respeito e admiro, e sei que o dizes sem ser para fazer favores.
toca-me que tanto tu como a Margarida tenham gostado muito do conto Chez Toi, por essas razões que tu sabes, mas também porque eu achava que era um conto difícil, e tão pessoal que eu tinha medo que ele não 'passasse' para os outros. apazigua-me até saber que é um conto legível, eu que temia que ele fosse demasiado enredado na pessoa que o escreveu.
leio muitas vezes o que tu aqui escreves, João, como li e releio o que a Margarida escreveu. e como lhe disse a ela, fico orgulhoso e comovido.
na nossa relação de amizade há coisas que tu me deste que eu nunca esqueço, e algumas delas materializaram-se em telefonemas em que não fomos capazes de falar, emudecidos pela comoção. este teu texto é uma delas.
Miguel
Eliminaraqui, no comentário já posso invocar a amizade que nos une, pois já despi a "roupagem" de comentador imparcial que tinha na feitura do post.
E por isso,posso reinvindicar também a outra quota parte do muito que me tens dado, principalmente nos nossos telefonemas em que falamos de tantas coisas, quase sempre a começar em livros, mas invariávelmente acabamos a falar de ti, de mim, de nós, numas conversas que são como as cerejas.
Obrigado pois pelo muito que me tens dado também.
Abraço muito especial.
só agora, em casa, é que (ou)vi a canção que escolheste. realmente, não podia ser outra. e obrigado também pela imensa sensibilidade, e pela ternura, desta tua escolha.
EliminarClaro que não poderia ser outra, Miguel.
EliminarAbraço amigo.
Fiquei curioso, vou procurar para ler :)
ResponderEliminarFrederico
Eliminarlê-se de um fôlego...
Vais gostar.
Abraço amigo.
Obrigado pela dica :)
ResponderEliminarAbraço amigo, espero conseguir ler o livro até ao encontro :)
Francisco
Eliminaro encontro a realizar-se só terá data apoós as edições em livro pela editora, o que demora o seu tempo, pelo que terás o tempo suficiente para o leres no formato e-book.
Abraço amigo.
Fiquei curioso. Vai ser editado fisicamente, certo? Parece que já tenho o que ler nas férias.
ResponderEliminarAbraço.
Catso
Eliminarsim pela Bubok (http://www.bubok.pt/livros/7125)
Mas como nestes livros eles têm que fazer a edição, uma a uma, conforme os pedidos, demora algum tempo, pelo que te aconselho s afazer a compra rápida.
O livro é pequeno e dará para menos de um dia das tuas férias.
Tens todas as informações editoriais aqui
http://index-books.blogspot.pt/2013/06/elvis-ja-voa-sobre-baia-de-guanabara.html
Abraço amigo.
É uma excelente notícia. Escreve-se muito bem por este blogosfera e todos estes livros que temos visto editados são a prova disso.
ResponderEliminarE mais uma vez estás de parabéns pela iniciativa de organizar um encontro de "lançamento" do livro do Miguel. Ele merece.
Abraço
Pois escreve Sad, e tu estás mais que ciente disso devido às adesões, que não se ficam pela quantidade, mas também pela qualidade, às iniciativas que tens promovido nesse campo.
EliminarE foi uma complementariedade excelente, esta de encontrar uma editora jovem, com vocação para lançar novos valores, a ajudar a que alguns livros saiam do anonimato e vão ter com o público.
Daí, nunca ser demais enaltecer o papel do João e do Luís.
Quanto ao encontro, ele far-se-à, estou certo, não com o "aparato" do jantar dos blogs, mas sim numa tertúlia agradável de amigos em torno de um livro aglutinador...
Mas, o Verão está aí, há férias variadas e vamos deixar isso para depois das férias, até porque o livro físico, que alguns de nós hão-de querer adquirir demora o seu tempo a ser feito.
Abraço amigo.
Parece ser um livro muito interessante, um abraço
ResponderEliminarSérgio
Eliminaré um pequeno livro de contos que se lê de um fôlego só.
Abraço amigo.
Depois da maravilhosa descrição que fazes deste livro de contos do Miguel Botelho, fiquei com uma vontade irresistível de o ler, mas em papel, como gosto.
ResponderEliminarAté porque nunca li nem sinto apetência de ler e-books. Gosto de folhear um livro, segurá-lo entre as mãos, lê-lo e relê-lo sempre que me apetecer.
Vou ver se o encontro por cá, João.
Beijinho.
Janita
Eliminareu abri uma excepção e li o livro, num fôlego só, no formato e-Book, mas foi uma vez sem exxemplo.
Encomendei hoje o livro na Bubok http://www.bubok.pt/livros/7125
onde o poderás encomendar por 9,45 já com portes incluídos.
É um livro maravilhoso.
Beijinho.
João não sentir a pressão dos horários permite uma vida muito mais saúdavel. Ainda não tenho esse prazer e talvez nunca o tenha mas essa pressão limita a minha felicidade. Nunca li um e-book, vou vendo uns filmes quando me é possível. Beijinhos
ResponderEliminarBrown-Eyes
Mary
EliminarTenho que concordar contigo, embora eu pudesse aproveitar muito melhor do que faço esse tempo agora disponível.
Quanto aos e-books, eu não sou adepto, pois gosto do passar das folhas e de sentir o toque e o cheiro do papel. Foi uma experiência, mas devido a ter adorado o livro, já o encomendei para o ter fisicamente.
E sobre os filmes, quase não vou ao cinema,dado que tenho muito filme para ver aqui em casa e o plasma hoje em dia, não sendo o mesmo que o ecran de um cinema permite-nos uma boa visão de um filme.
Beijinho.
O Miguel está de parabéns!
ResponderEliminarQuando ganhar, de novo, o fôlego para ler, comprarei o livro em formato físico. Não há nada como sentir as páginas de um livro.
abraço.
Mark
Eliminarestá sim, está de merecidos parabéns.
Não precisas de muito fôlego para ler este lvro, que tem apenas cerca de 50 páginas e se lê sem parar.
Encomenda-o desde já, pois eles têm que o fazer, não está pronto para envio.
A forma de o encomendar está aí em cima num dos comentários.
Abraço amigo.
Acabei-o hoje, na viagem de comboio de regresso para casa. Tão bom...obrigado pela sugestão! :-) Vou ali fazer um post e já volto;-)
ResponderEliminarManda os meus mais sinceros parabéns e um forte abraço ao Miguel por mim, por favor.
Ima
EliminarCom certeza falarei com ele sobre este post, pois falo regularmente com ele e isto não deixará de ser mencionado.
Mas se quiseres podes mandar-lhe um mail com o link do teu post sobre o livro
liesandjest@gmail.com
Abraço amigo.