segunda-feira, 10 de maio de 2010

Desculpa lá, Pedroto...e tenham "paciência"!

Se temos o original...
para que precisamos do "representante" ??????????????
É caso para dizer que, contra o que é hábito, neste caso prefiro a direita à esquerda...
Na realidade foi lindo!!!! GLORIOSO SLB!!!

sábado, 8 de maio de 2010

De Juliano a Bento XVI

Acabei de ler um livro muito interessante de Gore Vidal, que escolhi mais pelo autor, do qual estou a iniciar a leitura de alguma da sua obra, e pelo facto de se reportar a páginas da História, matéria que nunca deixou de me seduzir. Trata-se de “Juliano”, um imperador romano, que viveu no século IV D.C., e que ficou conhecido como “o Apóstata”, pois foi o primeiro imperador romano, desde que Constantino transformou a religião oficial no Cristianismo, que lutou contra esse facto, tendo restabelecido o culto dos deuses, baseado no Helenismo, e considerando Cristo apenas como mais um deus e não como o Deus único.

O livro e as suas considerações é apaixonante e trouxe-me ao pensamento a minha posição, em relação à religião, ao Cristianismo, e essencialmente ao Catolicismo, no qual fui educado, no seio de uma família profundamente católica e praticante. Quando cheguei à idade de pensar por mim próprio, fui moldando o que me tinha sido transmitido com o que ia conhecendo através da leitura e essencialmente da vida real; passei, como noutras importantes decisões da minha vida, por conflitos pessoais, no que respeita à minha rebeldia com o que convencionalmente era suposto ser e cheguei, como também noutros assuntos a um patamar de paz interior, em que me encontro neste momento: nunca reneguei Cristo, a sua dimensão humana, que me faz, apesar de tudo, acreditar que a revolução cristã foi porventura a maior revolução do mundo, sob um ponto de vista até histórico; mas consegui abstrair-me dos mistérios da Santíssima Trindade, da concepção de Jesus Cristo e das cisões que levaram à génese das diferentes formas de viver e olhar o Cristianismo, conseguindo até pensar que há nessas diferentes formas, algumas razões mais legítimas do que as do Catolicismo comandado por Roma. Continuo a ter fé, a minha fé, mas a minha visão de Deus é baseada, talvez de uma forma demasiado simplista e cómoda, numa relação directa com Cristo, sem obediência a dogmas e principalmente não subjugado a um conjunto de seres humanos, que constituem, no sentido restrito, a Igreja, hierárquicamente constituída, desde a sua base á sua cúpula, o Papa!

Sou muito crítico a esta Igreja , pois sendo os seus membros , seres humanos, são naturalmente passíveis de errar, de serem pecadores…Que absurdo eu ir confessar os meus pecados (quem os não tem?) a um homem que pode ser mais pecador que eu; e que poderes tem ele para me “absolver”? Os meus pecados “confesso-os” pelo arrependimento, directamente a Cristo. E quantos pecados, ao longo dos séculos, tem tido esta Igreja!!! Basta históricamente pensar na “evangelização” do novo mundo, com o extermínio dos "ímpios" indigenas; na autêntica desgraça que foi a Inquisição, na devassidão dos papados renascentistas e para chegar aos tempos de hoje com os escândalos da pedofilia, da continuidade da não aceitação do uso do preservativo, de tanta coisa que é ocultada, e remetida para um canto de “coisas menores”, para uma ostentação escandalosa num mundo de miséria, eu sei lá…


E assim chegamos ao actual Papa, um cardeal alemão de seu nome Ratzinguer, com obscuras ligações passadas no tempo da guerra e que, com um ar profundamente hipócrita, na sua voz terrivelmente cínica, vai pedindo perdão disto e daquilo sem assumir os seus erros, de omissão de casos de pedofilia, de condenação, no próprio continente africano do uso do preservativo, sabendo que a SIDA dizima milhões de pessoas naqueles lugares e não prescindindo dos luxos do Vaticano. Já conheci vários Papas, desde o Cardeal Pacelli, depois Pio XII, que só a minha tenra idade não deu para perceber que foi um péssimo Papa (lembro-me de em criança, ter medo da sua cara), depois o bondoso Cardeal Roncalli, João XXIII, o único que recordo com sincera saudade, passando pelo astuto e político Cardeal Montini, que conquistou o Papado à custa de uma autêntica campanha eleitoral, tornando-se Paulo VI; depois , qual estrela cadente, pairou no Vaticano uma esperança que foi o Cardeal Luciani, João Paulo I e cuja morte ainda está encoberta em mistério até nos tempos mais modernos termos tido o polaco Woytilla, João Paulo II, que colmatou muito dos seus pragmatismos (preservativo, aborto, homossexualidade), com uma extrema bondade.

De Bento XVI, que agora nos visita, já se falou demais em tão pouco tempo, e por variadas e menos boas razões. Não vou “bater mais no ceguinho” e apenas reafirmo que é um homem que não honra o Papado e que só os católicos completamente dogmáticos aceitam com satisfação. A sua visita é para mim perfeitamente vazia de sentido. Apenas lamento que o Estado português, que é um estado (ou deveria ser) laico, tanto empenho mostre nesta visita, mormente pela parte do PR, que servilmente o acompanhará por onde ele passe.

Que passe muito bem, mas que passe depressa.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

O jantar de 2010

Mais uma vez, a quarta, se realizou a jantarada dos blogs; e mais uma vez a colaboração do Paulo e Zé (Felizes Juntos) foi fundamental, principalmente na inovação da apresentação dos blogs presentes, em projecção vídeo e depois uma selecção de clips enviados pelos participantes.

Houve uma certa renovação dos presentes, e houve, como o ano passado as desistências de última hora, que são sempre desagradáveis pois aparecem após terem sido comunicados o número de presenças às senhoras do restaurante, a quem assegurámos na quinta feira 39 presenças, e que apenas foram realmente 33 (mais duas, após o jantar); um agradecimento ao Restaurante Guilho, que não nos exigiu mais dinheiro por isso e nos apresentou um excelente jantar. Caso haja próximo jantar, o local será o mesmo,pelas condições oferecidas, e apenas se tentará modificar um pouco a forma de estar com mais alguma mesa, sem quebrar a alternância de lugares que permite um convívio mais abrangente.

Conheci mais gente, tive saudades de muita gente, mas é sempre difícil conciliar datas e principalmente distâncias; por isso uma palavra especial para quem veio de propósito de Portimão, de Portalegre e de Coimbra.

A parte final, passada na rua foi super divertida e eram quase duas e meia da manhã quando tudo acabou…

Além de alguns acompanhantes, estiveram presentes os seguintes blogs: Ângelo no País das Maravilhas, Secret Garden,Rabiscos e Garatujas, Percursos, Hydrargirum, Individualmente, Um Voo Cego a Nada, Beijinhos Embrulhados, Vícios e Realidades, United States of Whatever, Não Sei o que Vai Ser Isto…, Sinestesia, Sinfonia do Horizonte, Amor, Feminismo e Arte, O Melhor de Dois Mundos, Take.It. Isa, Detrás do Véu, Tong Zhi, Blog do Carametade, Comyxtura, e claro Felizes Juntos e Whynotnow; apareceram mais tarde HowThe Engine Trobs e Ophi-3.

A todos um imenso e muito amigo OBRIGADO!

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Até amanhã

Estamos chegados quase ao grande dia do jantar dos blogs: é já amanhã e mentiria se dissesse que não tem dado algum trabalho; mas acaba sempre por compensar, apesar de ter muito medo deste período de 24 horas antes, pois como no ano passado aconteceu, aparecem sempre alguns "imponderáveis de última hora" que obstam a presença de algumas pessoas.
Apesar deste ano termos usado de uma maior cautela nas confirmações, já apareceram desistências depois de termos dado o número de pessoas às senhoras do restaurante: confirmámos 39 pessoas, entretanto 3 não podem comparecer devido a problemas de última hora, mas houve mais uma inscrição, pelo que estamos nos 37! O que é muito bom.
Aproveito para dizer que as alterações para mais não trazem qualquer problema, pelo que se alguém se quiser inscrever ou alguém levar algum acompanhante, mesmo que não tenha blog, o pode fazer ainda; basta que me comuniquem por mail ou ao Paulo, do Felizes Juntos (o meu e-mail está no perfil aqui do blog).
Também pedia que enviassem para o Paulo, o link que ele pediu (ou para mim), pois ele decerto estará a programar alguma coisa para a festa...
Um grande obrigado a todos os que vão estar presentes, principalmente para os que vêm de fora e para alguns amáveis mails que recebi com justificações perfeitamente justificativas de uma não presença - é sempre impossível arranjar uma data que seja disponível para todos.
Apenas um último aviso: quem não tiver transporte, pode tomar o comboio para a Amadora (Linha de Sintra), em Sete Rios, Entrecampos, Rossio ou Roma Areeiro, e depois perguntar onde é a Biblioteca Municipal, pois o restaurante é em frente (são 3 minutos a pé); para a volta não vai haver problemas pois uns dão boleia aos outros...
Até amanhã.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Estou feliz...

Este é um texto que tenho há longo tempo na minha cabeça e que só hoje é publicado, porque recebi há algumas horas um telefonema que me permite enfim contar uma história, que é uma história pessoal, mas é também um pouco uma história que reflecte a forma como está a Justiça em Portugal.

Recuemos no tempo: trabalhei, desde Janeiro de 1980 a final de 1993 na empresa textil familiar que havia na Covilhã, e que hoje é um belo edifício, que serve de residência universitária dos alunos da UBI. Aí, junto com o meu Pai e dois dos meues irmãos demos continuidade à fabrica iniciada pelo meu Avô e onde também trabalhava um tio meu. Fui tendo a meu cargo a direcção comercial e à morte de meu Pai, e após um período de gerência da minha irmã que a partilhava com o meu tio, quando esta abandonou a firma por motivos pessoais, fui chamado à gerência, num peíodo crucial e muito difícil pois a indústria textil começava a sua crise sem retorno, e ali passei, sem conseguir conciliar o sono, tais eram os inúmeros problemas a resolver, dois difíceis anos. Por inconciliáveis questões de gerência com o meu tio, e com o acordo de todos os meus irmãos e de minha Mãe, herdeiros da parte do meu Pai, fiz uma proposta ao meu tio: ele deixar de trabalhar na empresa, recebendo os seus honorários enquanto vivo, ou no caso de o não querer fazer ficaria sózinho na fábrica e nós venderíamos a nossa parte a ele por um valor simbólico – 1 escudo! Ele aceitou esta proposta e nós saímos. Deixei uma carta à gerência, nos termos legais a renunciar à gerência, com data de 23 de Dezembro de 1993 e encerrámos para férias, para reabrir a 2 de Janeiro, já sem mim. Os salários e o subsídio de Natal pagos e o dinheiro para pagar o IVA e o Imposto de Selo, referentes a Dezembro, no cofre, pois se pagava sempre a 15 do mês seguinte.

A fábrica morreu para mim, e nem sequer tive direito ao subsídio de desmprego, por ser gerente…Qual o meu espanto, quando 14 anos depois, em 2006, recebo duas notificações das Finanças em que devia pagar 1200 euros do Imposto de Selo referente a Dezembro de 1993 e 14.000 euros do Iva do mesmo mês, que a nova gerência não tinha pago a 15 de Janeiro de 1994. Fui às Finanças da Covilhã, onde me explicaram que devia fazer duas exposições (uma sobre cada processo) para apreciação. Assim fiz, tendo juntado todos os documentos que provavam que na altura eu já não era gerente; essas exposições não foram aceites pelo Chefe das Finanças alegando que essas importâncias eram referentes a Dezembro de 1993 eassim eu era responsável; fui constituído arguido e a próxima contestação teria que ser judicial , feito por um advogado; claro que falei com o meu advogado que me disse na altura (recordo-me bem das palavras dele), que o que me estava a acontecer era um roubo autêntico, e que os processos eram para ser ganhos, mas deveria estar preparado para tempos difíceis.

De imediato fiquei sem nada em meu nome, pois caso contrário seria penhorado e as alegações do advogado eram brilhantes, aliás idênticas, só variando o montante e o destino (I.Selo e IVA). Claro que me penhoraram um terço da pensão de reforma, já de si baixa e retiveram-me o que teria a receber do IRS durante dois anos. Um dos casos, o mais pequeno, foi entretanto apreciado por um juiz que deu razão às alegações do advogado e desse fiquei desde logo ilibado, sem julgamento , e sem nada; mas também já me tinham sacado mais do que o valor da dívida, que era de 1200 euros e eles têm lá mais de 2000 euros que me tiraram ou não pagaram; curiosamente deixaram de me penhorar a pensão e começaram a dar-me o reembolso do IRS, mas o segundo processo foi para a frente e foi a julgamento, tendo eu que apresentar duas testemunhas; esse julgamento realizou-se em Castelo Branco em finais de Janeiro de 2009 e hoje, dia 28 de Abril de 2010 foi comunicado ao meu advogado que eu tinha razão e nada devo!!!!!

Agora quem me deve, são as Finanças, todo o dinheiro que indevidamente me tiraram e me vai ser ressarcido, sabe-se lá quando…

Acima do que representa essa soma para mim, está o facto de poder ter as minhas coisas em meu nome, de não estar sempre a tremer quando recebia alguma carta das Finanças e sobretudo, isso é que é o mais importante, de ter o meu nome limpo!

Hoje sou um homem feliz, muito feliz!!!!

©Todos os direitos reservados. A utlilização dos textos deste blogue, qualquer que seja o seu fim, em parte ou no seu todo, requer prévio consentimento do seu autor.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Com bolinha...ou talvez não...


Este texto de Millôr Fernandes poderá eventualmente chocar algumas mentes mais conservadoras, mas ele é exemplificativo de um sem número de pessoas que usam estes vernáculos, no seu dia a dia, quer oralmente, quer principalmente em pensamento. E deixemos-nos de questões moralistas, pois estes termos fazem parte da língua portuguesa e quem os emprega de vez em quando, não pode nem deve ser apelidada de grosseira ou mal criada: tudo depende do seu uso devido ou indevido, do contexto e até da região onde ele usado; no Norte do país estas frases são muito mais usadas que nas outras regiões, por exemplo...


"O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à

quantidade de "foda-se!" que ela diz.

Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"?

O "foda-se!" aumenta a minha auto-estima, torna-me uma

pessoa melhor.

Reorganiza as coisas. Liberta-me.

"Não quer sair comigo?! - então, foda-se!"

"Vai querer mesmo decidir essa merda sozinho(a)?! - então,

foda-se!"

O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição.

Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos

extremamente válidos e criativos para dotar o nosso vocabulário

de expressões que traduzem com a maior fidelidade os nossos

mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo a fazer a sua

língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que

vingará plenamente um dia.

"Comó caralho", por exemplo. Que expressão traduz melhor a

ideia de muita quantidade que "comó caralho"?

"Comó caralho" tende para o infinito, é quase uma expressão

matemática.

A Via Láctea tem estrelas comó caralho!

O Sol está quente comó caralho!

O universo é antigo comó caralho!

Eu gosto do meu clube comó caralho!

O gajo é parvo comó caralho!

Entendes?

No género do "comó caralho", mas, no caso, expressando a

mais absoluta negação, está o famoso "nem que te fodas!".

Nem o "Não, não e não!" e tão pouco o nada eficaz e já sem

nenhuma credibilidade "Não, nem pensar!" o substituem.

O "nem que te fodas!" é irretorquível e liquida o assunto.

Liberta-te, com a consciência tranquila, para outras actividades

de maior interesse na tua vida.

Aquele filho pintelho de 17 anos atormenta-te pedindo o carro

para ir surfar na praia? Não percas tempo nem paciência.

Solta logo um definitivo:

"Huguinho, presta atenção, filho querido, nem que te fodas!".

O impertinente aprende logo a lição e vai para o Centro

Comercial encontrar-se com os amigos, sem qualquer problema,

e tu fechas os olhos e voltas a curtir o CD (...)

Há outros palavrões igualmente clássicos.

Pense na sonoridade de um "Puta que pariu!", ou o seu

correlativo "Pu-ta-que-o-pa-riu!", falado assim, cadenciadamente,

sílaba por sílaba.

Diante de uma notícia irritante, qualquer "puta-que-o-pariu!", dito

assim, põe-te outra vez nos eixos.

Os teus neurónios têm o devido tempo e clima para se

reorganizarem e encontrarem a atitude que te permitirá dar um

merecido troco ou livrares-te de maiores dores de cabeça.

E o que dizer do nosso famoso "vai levar no cu!"? E a sua

maravilhosa e reforçadora derivação "vai levar no olho do cu!"?

Já imaginaste o bem que alguém faz a si próprio e aos seus

quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de

seu interlocutor e solta:

"Chega! Vai levar no olho do cu!"?

Pronto, tu retomaste as rédeas da tua vida, a tua auto-estima.

Desabotoas a camisa e sais à rua, vento batendo na face, olhar

firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado

amor-íntimo nos lábios.

E seria tremendamente injusto não registar aqui a expressão de

maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu-se!". E a

sua derivação, mais avassaladora ainda: "Já se fodeu!".

Conheces definição mais exacta, pungente e arrasadora para

uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de

ameaçadora complicação?

Expressão, inclusivé, que uma vez proferida insere o seu autor

num providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo

assim como quando estás a sem documentos do carro, sem

carta de condução e ouves uma sirene de polícia atrás de ti a

mandar-te parar. O que dizes? "Já me fodi!"

Ou quando te apercebes que és de um país em que quase nada

funciona, o desemprego não baixa, os impostos são altos, a

saúde, a educação e … a justiça são de baixa qualidade, os

empresários são de pouca qualidade e procuram o lucro fácil e

em pouco tempo, as reformas têm que baixar, o tempo para a

desejada reforma tem que aumentar … tu pensas “Já me fodi!”

Então:

Liberdade,

Igualdade,

Fraternidade

e

foda-se!!!

Mas não desespere:

Este país … ainda vai ser “um país do caralho!”

Atente no que lhe digo

Millôr Fernandes

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Ponto da Situação

Já muito falei neste blog sobre a blogosfera e sobre as diversas fases que a mesma tem passado e todos nós que temos um blog, temos também as nossas fases em relação a ela.
Isso tem-se notado, mas a blogosfera não morre.
Vem isto a propósito de uma explicação que aqui quero deixar, não que me seja pedida, mas que gosto de expressar, sobre a minha ausência de comentários nos vossos blogs.
Como podem observar, a minha lista de blogs é grande, muito grande mesmo e se um blog ali está significa que é um blog para ler ou ver e eventualmente comentar.
Ora basta ter uns dias de ausência aqui na blogosfera para o número de posts a ver/ler se tornar assustador; na passada semana, depois de o Déjan cá ter estado e devido a ter ido passar dois dias à Covilhã com a minha Mãe, chegou a superar as 800 entradas!!!
Agora, está quase a coisa resolvida - faltam-me para aí umas 170, mas crescem todos os dias. E como tenho andado engripado, também não tenho estado aqui no Pc o tempo habitual.
Quando a "coisa" estiver arrumada, começo a comentar normalmente, pois gosto de o fazer, e sei que todos gostamos de receber comentários, mesmo que digamos que isso não é importante...
E depois há o jantar; tenho-me multiplicado em telefonemas, em mails enviados, em msgs no Facebook, para ter um grupo agradável de pessoas no mesmo. Felizmente e confirmadas estão neste momento 30 pessoas, mas há várias pessoas que ficaram de me dar uma resposta e que eu peço que não se atrasem...
É importante para que tudo funcione bem; é que isto de organizar um jantar de blogs não é só marcar uma data, um local e já está! Não, dá trabalho, mas depois vale bem a pena!!!

domingo, 18 de abril de 2010

Como é possível...


Como é possível nos tempos que correm, toda esta vergonha suja da Igreja, com o Papa à cabeça, a esconder e a contemporizar com todos os inúmeros casos de pedofilia de padres, bispos e por aí acima?
Faz-se tanta manifestação neste país e não há uma manifestação que mostre a esse "senhor" Bento que nós por cá detestamos a hipocrisia do Vaticano????

E, embora diferente aqui fica o registo de duas passagens de uma postagem do "distinto economista" Pedro Arroja, no seu blog "Portugal Contemporâneo"; e fica aqui porque é tão vergonhoso e sujo como o caso da pedofilia na Igreja:

“Um homem que seja verdadeiramente um homem, um homem heterossexual, nunca deseja que o mundo morra consigo. Esse homem deixa, em princípio, filhos e aquilo que ele deseja é que, à sua morte, o mundo seja pacífico e próspero, porque esse é o seu desejo para os seus filhos. É diferente com um homossexual. Depois dele, não há nada. Não faz diferença nenhuma que o mundo morra com ele. Os homossexuais são, por isso, pessoas potencialmente violentas, os destruidores por excelência. Se, para além de homossexuais forem portadores de HIV, então junta-se a fome com a vontade de comer. Não só não deixam nada, como eles próprios não ficam cá por muito tempo. Estão abertas as portas da destruição.”

(…….)

“Voltando aos homossexuais. Uma comunidade de homossexuais é uma comunidade sempre pronta a explodir em violência. A violência em comunidades homossexuais é sempre incomparavelmente maior do que em comunidades heterossexuais. Os Vândalos possuiam uma forte cultura de homossexualidade, e o mesmo acontecia com todos os povos que foram designados por bárbaros.

Existe na cultura ocidental um filósofo que recebeu a alcunha de O Destruidor, uma alcunha que lhe foi posta pelos seus conterrâneos, e que lhe foi muito bem posta. Só pode ter sido homossexual. É o Kant. Viveu sempre com o seu criado, de nome Lampe, dizem as biografias dele. Era criado era ... Era criado para todo o serviço.”

Como é possível??????


A ilustração está no blog "Os tempos que correm" do Miguel Vale de Almeida.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

4º. Jantar de Blogs

O convite foi lançado por mim, e depois pelo Felizes Juntos, a tempo e horas de irem reservando agenda e tempo para o jantar anual – o 4º, por sinal. Nesta entrada, eu já informei onde e quando era (1 de Maio, 20h). A inscrição é obrigatória.

Outros pormenores, como preço, localização, ementa, etc., seguirão, preferencialmente, por email. Possuímos uma lista bastante actualizada dos contactos, mas pedimos aos mais novos – e que não apresentem meio de contacto no blogue – que nos enviem um email para trocarmos contactos.

Se precisarem de um desenho, peçam que a gerência logo vê o que se arranja; por outro lado, se precisarem de alguma outra coisa, comprem que há sítios que vendem.

Claro, o convite é dirigido a tod@s os que carinhosamente nos seguem: às mulheres, aos novos, aos velhos, aos assim-assim... especialmente, a quem ainda não conhecemos e que poderão ter algum receio ou reserva. Não tenham! Descansem: somos todos muito boa gente e nenhum de nós foi ou é padre (pelo menos que tenhamos conhecimento).

Queremos mesmo é contar contigo!

Agora, está na hora de se inscreverem impreterivelmente até dia 24 de Abril. Pode ser através deste blog ou do meu mail, que consta no mesmo ou no blog Felizes Juntos.

Não aceitamos desistências, esquecimentos e outros percalços imprevisíveis, 'tá.

domingo, 11 de abril de 2010

Novamente...a contar o tempo





O Déjan partiu há umas horas e as saudades já se fazem sentir, amenizadas apenas de ser esta a vez em que a separação é mais curta: "apenas" cinco semanas, pois a 18 de Maio estará aqui de novo, até final do mês.
Esta semana em Lisboa foi fantástica, ajudada por um tempo magnífico e arranjei sempre percursos alternativos para ir mostrando coisas diferentes ao Déjan, e curiosamente acabei por conhecer coisas que nunca tinha visto: já tinha referido o Cristo Rei, pois agora posso juntar a Mãe d'Água e a Casa da Amália!!!
Andámos por ruas velhinhas, por uma Lisboa muito menos turística, mas que ele adora e fizémos, na companhia da Isabel o percurso do mítico eléctrico 28, e apanhámos uma muito interessante feira de artesanato no sempre bonito Jardim da Estrela.
Fomos gozar o sol e o cheiro a mar para a via pedestre de Oeiras e voltámos (voltamos sempre...) ao Chiado!
Aqui ficam umas fotos e a promessa de um post próximo com novidades sobre o jantar dos blogs que é já dia 1 de Maio - não se esqueçam!!!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Os vivos e os mortos

Sim, estou vivo, melhor, eu e o Déjan estamos vivos!!! E felizes depois de uns dias no Minho, onde percorremos sítios maravilhosos e passámos momentos de boa amizade com o nosso amigo Ophiu, que nos acolheu na sua casa de Braga (e nos proporcionou tantas amabilidades), que foi o nosso quartel general minhoto.

Daí fomos a Viana, Ponte de Lima, Barcelos, Arcos de Valdevez, Ponte da Barca e as maravilhas da Peneda, Suajo e do Gerez (na Peneda até fomos brindados com um nevão).

E claro vimos as festividades da Semana de Santa de Braga, e as suas procissões, incluindo a do Senhor Morto na sexta feira…

E daí a ligação a deste texto a alguém que há precisamente um ano nos deixou, mas que continua vivo na nossa memória – esse Amigo maravilhoso que foi o João Manuel, o Catatau! Onde quer que estejas, João, um enorme abraço e uma Amizade que não findou com a tua partida…

(Peço desculpa de estar tão fora da blogosfera nestes últimos tempos, mas há prioridades na vida…prometo em breve, pôr a “escrita em dia”).

domingo, 28 de março de 2010

Machões!!!

Em tempos de "recolhimento" (...) e oração (ontem fui à "Catedral" e hoje, pela primeira vez ao Cristo Rei (é verdade!), nada melhor que um pouco de "bichisse" (de vez em quando até tem graça)

quinta-feira, 25 de março de 2010

A verdadeira "prenda" vem amanhã...

Infelizmente, a prenda desejada não me foi dada, não por culpa do Déjan, mas porque algo está mal equacionado na conclusão daquela última cadeira do curso, que mais uma vez não foi superada.
Conheço o Déjan suficientemente bem, para saber que tal não se deve a falta de estudo e muito menos a falta de capacidade.
O assunto será falado com calma aqui, sem estar a implicar nenhum impedimento da sua vinda amanhã, e estou certo que virá bem disposto, embora lá dentro continue a questionar o porquê do insucesso.
É a melhor altura para vir aqui, pois estará duas semanas desligado daquele pesadelo e precisa do afago que não lhe vou regatear, é claro.
Amanhã terá uma manhã bem agitada pois terá que apanhar o autocarro para o aeroporto às 5 da madrugada, para fazer o check-in para o voo até Roma, onde terá duas horas para mudar de terminal e apanhar o voo para Lisboa, onde o esperarei com um sorriso pelas 13 horas!!!
Ontem, mostrou-me dois vídeos de uma banda nova "S.A.R.S.", que está a fazer sucesso na Sérvia e de que gosto muito realmente.
A servir de boas vindas aqui deixo os dois vídeos (não só a música é boa, os vídeos também).
Welkome home, my love!

terça-feira, 23 de março de 2010

No dia de hoje

Faz hoje anos que a minha Mãe teve uma imensa alegria, pois lá pelas seis e meia da manhã, num parto normal teve o seu primeiro filho do sexo masculino, o segundo dos seus cinco filhos, hoje apenas quatro e infelizmente o mais velho.

Como o Déjan não está presente, pois só chegará na sexta feira, não posso considerar que seja um dia feliz; é apenas mais um dia.

E até a prenda mais ansiada, o êxito no seu exame, também teve que ser adiada, pois só depois de amanhã saberá o resultado, embora não lhe tenha corrido mal…mas eu já não digo nada.

Comecei com a minha Mãe e com ela termino este pequeno post: é ela nos seus lúcidos 87 anos que está de parabéns e não eu; é ela que merce ser homenageada pelo dia de hoje que recorda decerto com uma alegria imensa.

Obrigado por me teres dado a Vida, Mãe!

domingo, 21 de março de 2010

Taça da Liga

Como é que estes dois estupores acabam o jogo sem serem expulsos? O Bruno Alves então é perfeitamente maldoso; aquilo não é virilidade, é pura maldade...
Não só envergonham o clube que representam como se forem ao Mundial vão envergonhar Portugal.
Do jogo, nem vale a pena falar, falam os números.

Não resisto a complementar este post com o excelente (como sempre) cartoon de Henrique Monteiro.

Uma cena memorável

Se há filmes que me ficam na memória, um deles é certamente "Filadélfia", magistralmente interpretado por Tom Hanks, e que lhe valeu um merecido Óscar.
E além disso, acontece por vezes que recordamos um filme, não pelo seu todo, mas por uma determinada cena, daquelas que fica para sempre como uma cena lembrada por toda a gente que viu o filme; não é o caso de "Filadélfia", pois todo o filme é excelente, mas nesta película há duas cenas marcantes: uma, quando no hospital, Hanks se despede dos seus entes queridos, nomeadamente o namorado (António Banderas) e principalmente da mãe (a fabulosa Joanne Woodward). A outra, é esta que este vídeo reproduz, embora o mesmo comece um pouco antes; e se escolhi este vídeo, falado em italiano, mas legendado em inglês, foi precisamente para enquadrar a cena melhor no filme, para explicar a presença do advogado (o sempre magnífico Denzel Washington), antes da cena propriamente dita, que é a interpretação que Hanks faz da audição de Maria Callas, na ária " La mamma morta" da ópera "André Chenier".

quinta-feira, 18 de março de 2010

Gramática sexual

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador.

Um substantivo masculino, com aspecto plural e alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. O artigo, era bem definido, feminino, singular. Ela era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingénua, silábica, um pouco átona, um pouco ao contrário dele, que era um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos.

O substantivo até gostou daquela situação; os dois, sozinhos, naquele lugar sem ninguém a ver nem ouvir. E sem perder a oportunidade, começou a insinuar-se, a perguntar, conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado e permitiu-lhe esse pequeno índice.

De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro.

Óptimo, pensou o substantivo; mais um bom motivo para provocar alguns sinónimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeçou a movimentar-se. Só que em vez de descer, sobe e pára exactamente no andar do substantivo.
Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela no seu aposento.
Ligou o fonema e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, suave e relaxante. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela.

Ficaram a conversar, sentados num vocativo, quando ele recomeçou a insinuar-se. Ela foi deixando, ele foi usando o seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo.

Todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo directo.

Começaram a aproximar-se, ela tremendo de vocabulário e ele sentindo o seu ditongo crescente. Abraçaram-se, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples, passaria entre os dois.

Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula.

Ele não perdeu o ritmo e sugeriu-lhe que ela lhe soletrasse no seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, pois estava totalmente oxítona às vontades dele e foram para o comum de dois géneros.

Ela, totalmente voz passiva. Ele, completamente voz activa. Entre beijos, carícias, parónimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais.

Ficaram uns minutos nessa próclise e ele, com todo o seu predicativo do objecto, tomava a iniciativa. Estavam assim, na posição de primeira e segunda pessoas do singular.

Ela era um perfeito agente da passiva; ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular.

Nisto a porta abriu-se repentinamente.

Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo e entrou logo a dar conjunções e adjectivos aos dois, os quais se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas.

Mas, ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tónica, ou melhor, subtónica, o verbo auxiliar logo diminuiu os seus advérbios e declarou a sua vontade de se tornar particípio na história. Os dois olharam-se; e viram que isso era preferível, a uma metáfora por todo o edifício.

Que loucura, meu Deus!

Aquilo não era nem comparativo. Era um superlativo absoluto. Foi-se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado aos seus objectos. Foi-se chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo e propondo claramente uma mesóclise-a-trois.

Só que, as condições eram estas:

Enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria no gerúndio do substantivo e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia transformar-se num artigo indefinido depois dessa situação e pensando no seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história. Agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, atirou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.


(Recebido por mail)

segunda-feira, 15 de março de 2010

Uns dias no Norte

Regressei hoje de uns dias passados no Norte, que foram bons, mas não foram óptimos… Isto porque eles estavam programados para serem passados num passeio com 4 pessoas (Duarte, o seu amigo Rich, eu e o Déjan) e como já se sabe o Déjan só chega a 26…

Assim, foi-me, nalguns momentos algo penoso estar sózinho, embora tenha uma presença garantida no Norte com ele na semana santa, em Braga, mais propriamente; o JP foi de uma amabilidade extrema e convidou-nos a passar ali esses dias, pelo que durante os dias iremos percorrer alguns belos locais do Minho, mas sempre regressando para jantar e dormir em Braga, onde teremos oportunidade de assistir às solenidades próprias da época.

Agora parámos primeiro no Porto, que o Rich não conhecia e demos a habitual volta pelos sítios mais emblemáticos da cidade e acabámos no “Adão” na marginal de Gaia, embora não tivesse a companhia dos habituais amig@s do Porto, pois o Déjan não estava presente.

No dia seguinte a visita foi a Guimarães que está cada vez mais interessante e a zona histórica é linda de verdade; lá almoçámos e depois tivemos um memorável jantar em casa de um amigo de há muitos anos do Duarte, divertido e super informal; o Carlos e a Cristina foram impecáveis, e muito agradável a presença dos filhos, genro, irmã e cunhado – conversou-se, comeu-se (bem), bebeu-se (melhor) e brincou-se muito.

No dia seguinte fomos até Braga, onde se nos juntou o sobrinho do Duarte - André – e o seu amigo luso-galego António; no agradabilíssimo jantar num restaurante a que quero voltar, tivemos a companhia do JP, charmoso e excelente conversador, como sempre. Vai ser um prazer reencontrá-lo, a ele e ao P, na semana santa.

No domingo visitámos duas jóias minhotas: Viana e Ponte de Lima (aqui com uma festa inesperada) antes de rumarmos a Vigo, única e grande desilusão destes dias: a cidade alegre e bonita que eu conhecia está transformada num mono, com um “casco viejo” quase fantasma e onde o cimento impera; teria sido bem melhor não termos lá ido jantar e dormir (e gastar dinheiro, claro).

E hoje regressámos. Agora as saudade são cada vez maiores e a expectativa sobre a vinda do Déjan, superlativa; foi marcada a data do exame para 23, curiosamente o dia do meu aniversário e que bela prenda o Déjan me poderá dar: a notícia de que acabou o curso!

Ao chegar fui de imediato à Catedral da Luz, comprar bilhetes (dos poucos que restavam) para irmos ver ao vivo a constelação de estrelas do Benfica ganhar ao Braga…o Déjan vai adorar.