sábado, 16 de agosto de 2008
A guerra do Cáucaso
Depois da queda do comunismo e da extinção da URSS, tem sido uma vertiginosa descida aos infernos o que se tem passado na nova Rússia; até que surgiu um senhor formado na KGB, mas com uma política híbrida de charme e de repressão, que fez voltar às gentes russas o orgulho pátrio: Putin!
Sorriso aqui, abraço ali, tornou-se um amigo do ocidente, mas sempre de pé atrás...
Quando o expansionismo americano, via UE, começou a "dinamitar" as fronteiras do seu território, "a mula deu um coice" e Putin, agora a jogar na sombra, mas sempre a comandar, achou que esta "sealy season", mascarada de jogos olímpicos, seria a altura ideal, para dizer "basta",
E agora, que chatisse, vamos lá a interromper as férias, ainda bem que a presidência europeia está em mãos francesas, pois Sarcozy tem vocação "pessoal" para Nobel da Paz, e o Bush lá manda a "Condolência" e manda mais umas asneiradas, e pronto, a poeira assenta...
Será que assenta? Esta "Guerra do Cáucaso" quer dizer muito mais do que parece e intimida muito boa gente; a Rússia, pela primeira vez desde a "venda" da R.D.A. efectuada por Gorbatchev a Kholl, rugiu e disse a uma América, perigosamente a liderar o mundo, nas mãos de um cretino, à politicamente imatura U.E. e a
uma China emergente e vizinha, que também tem, ou quer ter voz activa.
Vamos ver em que é que isto tudo dá, uma coisa é certa: essa Guerra Fria que durou nas décadas finais (50 a 80) do século passado, parece ter estado só em hibernação; mas o tabuleiro político dessa guerra também foi imensamente alterado...
Publicada por
João Roque
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Etiquetas:
personalidades,
política
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A Rússia permitiu a indepêndencia a algumas das suas repúblicas mas manteva-as sempre debaixo de olho.
ResponderEliminarAo fim e ao cabo continuamos a falar do império soviético, e a repressão do povo da Ossétia e da Abecásia foi o pretexto que Putin precisava para atacar a Geórgia.
Não esquecer que por ali passa a maior parte do gás natural que abastece a Europa.
Um abraço.
Paulo
ResponderEliminartens razão em referir essa vertente económica, que tem bastante importância no contexto total.
Abraço.
se não fosse o petróleo e a russia assistia calmamente aos jogos olímpicos...
ResponderEliminarbjs
Caro Pinguim,
ResponderEliminarConcordo totalmente contigo.
Os momentos não são nada famosos e os interesses que se jogam, com protagonistas, alguns deles muito débeis, não augura nada de bom:(
Esperemos que o bom senso ou o medo (de uns e de outros) prevaleça e a guerra volte ao seu estado de hibernação.
Abraço:)
Uma das minhas áreas predilectas no meu curso é a área do Direito Internacional, quando vi esta notícia fiquei absolutamente pasmado, e assustado confesso...sempre julguei que a época das conquistas já tinha passado, mas estranho é que só em paises socialistas ( refiro-me à génese da palavra [Lenine e Estaline]) é que tendem a querer "abduzir" a nacionalidade de Estados já formados...
ResponderEliminarÉ a brutalidade do eixo Kremlin-Gazprom sob o manto da hipocrisia de quem justifica defender minorias nacionais que, surpreenda-se, não muito longe do leito da Rússia, espezinha, ameaça e tortura.
ResponderEliminarSilly season not so silly...
Beijocas e um grane abraço
Ah... no último post do charco por certo já te sentirás à vontade para opinar.
Jasmim
ResponderEliminaro petróleo...e o gás natural são apenas algumas dsa razões porque eles não o fazem.
Beijinhos.
Kapitão
ResponderEliminaraquilo que mais caracteriza a chamada "guerra fria" é exactamente o que tu, e bem, denominas por medo. Resta saber se chega?
Abraço.
as nacionalidades ainda são conceitos muito verdes, e crescer dói... isto para dizer que o ser humano ainda tem muito que penar ainda chegar à idade adulta a todos os níveis...
ResponderEliminarse pensarmos que ainda há décadas a fome (sim, daquela que cola o estômago às costas) na rússia era vulgar...e aqui na europa? na irlanda?
abraço
Emanuel
ResponderEliminarnão sabia que estudavas essas áreas e naturalmente acho muito importante a tua opinião.
Já agora, e não querendo abusar da tua paciência, gostaria muito de saber a tua opinião sobre a independência unilateral do Kosovo, sobre os quais escrevi aqui no blog dois textos: "Um país...que país?"(17/02/08) e "A poeira assenta"(03703/08).
Abraço.
Blueminerva
ResponderEliminarinfelizmente a porca da política e a merda da economia juntam-se demasiadas vezes para dar vazão aos poderosos e ainda mais sujos lobbies industriais de armas.
Numa palavra, tudo isto mete nojo.
Beijinhos e desculpa o estilo palavroso deste comentário.
Rocket
ResponderEliminarnão tiro a razão às tuas palavras e sei o que é o tempo como valor histórico; mas, com a celeridade como hoje evoluem os acontecimentos e as possibilidades tecnológicas disponíveis diminuem e muito essa pressão temporal da História, há atitudes, que há poucos anos eram passíveisde ser aceites e que hoje o não são.
Abraço.
Como sempre estes assuntos têm muuuuuito mais coisa por baixo do que transparece cá para fora...
ResponderEliminarÉ uma óbvia desculpa para a rússia voltar a ter controlo da região (se não ter controlo pelo menos incutir medo).
Depois os Estados Unidos e outros países da Nato pouco mais fazem que "ladrar" (e pelo pacto que a georgia faz parte, deviam ajudar...), mas afinal a rússia não é o Iraque, tem uma força considerável, logo não é uma vitória fácil, por isso vamos "avisar" só para parecer que estamos interessados em ajudar a geórgia.
Enfim, vamos lá ver se isto não descamba numa guerra mundial, afinal a última começou porque os aliados deixaram andar e foram dando rebuçados para acalmar "toma lá os sudetas, toma lá a checoslováquia...".
Como foi dito, espero bem que volte ao estado de hibernação...
Abraço.
André
ResponderEliminarapesar de tudo, hoje há mecanismos constitucionais e não só, na maioria dos países civilizados, para suster ímpetos que possam desencadear uma nova guerra mundial; hoje não concebo um novo Hitler...
E isso vê-se, quando um atrasado mental como Bush é, consegue vêr que ir para Geórgia não é a mesma coisa que ir a Bagdad e deitar a "estátua abaixo".
Mas que é muito preocupante, é verdade que é; e embora com tanta guerra que tem havido e há no mundo, nos últimos 60 anos, nenhuma degenerou numa guerra mundial, porque à excepção da guerra dos Balcãs todas ou quase todas foram fora da Europa; e as duas grandes guerras começaram precisamente aqui na velha Europa...
Abraço.
Sabes que sensação me dá? É que a Terceira Grande Guerra não deve andar assim tão longe. Esta paz-podre só cheira a esturro!
ResponderEliminarQuem viver, verá!
Keratina
ResponderEliminaranda demasiada gente a brincar com o fogo, e quem se lixa são sempre as populações, os civis, com a destruição dos lares e com a perda de vidas; esta guerra veio a dar-nos, a todos, os que estão perto, mais, mas a todos, um grande abanão.
Beijoquitas.
Obrigada por esta informação mais completa! Há aí pormenores que me passavam ao lado :)
ResponderEliminarBeijinhos
Martinha
ResponderEliminarnunca nada está completo; graças a um comentário oportuno do Paulo, reparei que tinha faltado falar na questão energética.
Ainda bem que gostaste.
Beijinhos.
Há muitos interesses na zona que o Bush e os seus pagens não querem deixar por mãos alheias, e há quem nã esteja pelos ajustes.
ResponderEliminarTudo isto é assustador...
(A tua reflexão está clara e correcta)
Justine
ResponderEliminaros animais gostam de marcar bem a sua zona de acção; mas fazem-no naturalmente, como por instinto.
Aqui essa imagem pode servir, mas o natural e institivo é substituído pela provocação e ameaça...
Beijinho.
Infelizmente a verdadeira guerra fria esta agora a começar, os EUA a porem misseis nos paises vizinhos da Rússia (ora será que não aprenderam nada com a crise dos misseis de cuba?). Agora a Rússia entras pela Georgia a dentro, etc...
ResponderEliminarSérgio
ResponderEliminarnão quero tomar partido, aliás confesso ser suspeito, pois sou totalmente anti Bush, e Putin também me parece "esperto" de mais, mas que tem havido provocações constantes dos EUA perto das fronteiras russas é verdade. Como reagiriam os americanos, a uma situação (absurda, eu sei) de bases de mísseis no México, virada contra eles?
Andam, como já disse, a brincar com o fogo.
Abraço.
É triste...
ResponderEliminarAbraço!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarLampejo
ResponderEliminarmuito triste mesmo e...perigoso.
Abraço para ti também.
Passo para deixar um beijinho e desejar um bom dia. Sem violência.
ResponderEliminarBeijo, pin
Amigo Pinguim
ResponderEliminarSempre oportuno e lúcido!
Infelizmente após 70 anos de união forçada no seio da URSS, o Ocidente promoveu por puro oportunismo histórico uma desagregação apressada do mundo soviético, utilizando a forma mais simples e mais perigosa, que é a da exploração das antigas rivalidades históricas e etnicas.
Rivalidades perigosas, com as quais nunca se importou, nem tentou apaziguar!
De então para cá o Caucaso tornou-se num barril de pólvora sempre pronto a explodir.
Ainda por cima um barril de pólvora assente sobre gás natural!
Discordo de todas as acções de força, em que os mais poderosos impõem o seu poder aos mais fracos, mas também é certo que nenhuma daquelas forças é democrática e entre todos aqueles dirigentes georgianos, ossétianos e abkazianos venha o diabo e escolha!
Não creio ser possível que o ocidente possa pactuar com um ditador aventureiro e irresponsável, como demonstrou ser o georgiano Saakashvilli!
Por isso acho que as afirmações de Angela Merkel sobre uma possível adesão da Georgia à Nato, sob a presidência de Saakashvilli, são arrepiantes, pelo que revelam de indiferença a principios eticos e de moral!
Mas é assim que vivemos!
Perigosamente!
Isabel
ResponderEliminartambém não concebo a vida com violência.
Boa semana e beijinho.
Com senso
ResponderEliminaras afirmações de Ângela Merkel proferidas ontem, não são mais do que lançar achas para aquela fogueira, que no meu entender, longe de estar apagada, tem as brazas, lá por baixo muito acesas ainda; se já me fosse bastante confusa, alguma romaria de estadistas a Tiblissi, nos últimos dias, esta visita da chanceler alemã, pelo peso que a Alemanha tem na UE, é de todo pouco diplomática...
Abraço.
Incrível como em pleno século XXI guerras ainda são notícias.
ResponderEliminarIncrível que ainda aconteçam.
Tudo evolui.
Menos o homem e seu instinto de destruição.
Confissõesaesmo
ResponderEliminaro homem parece não querer aprender com a História e antes prefere continuar com os mesmos erros; infelizmente, os progressos técnicos não são acompanhados por progressos nos comportamentos quer sociais quer políticos.
Abraço.