O Fado foi aprovado, esta manhã, como se esperava, pela UNESCO, em Bali (Indonésia), como Património Imaterial da Humanidade.
Nos tempos de crise que vamos vivendo, temos que nos agarrar a coisas que nos elevem o ego nacional, e este facto é relevante, por si próprio e também pelo que atrás refiro.
Para homenagear, nesta data, o Fado, escolhi dois vídeos, um deles, velhinho, com aquele que por mim é considerado o melhor intérprete masculino do Fado, desde sempre, Carlos Ramos, interpretando um clássico maravilhoso "Não venhas tarde".
E o outro não poderia deixar de ser da diva do Fado, a nossa Amália, que o divulgou como ninguém em todo o mundo. E dela escolhi, também numa perspectiva muito subjectiva o fado mais bonito que já ouvi, e que me emociona cada vez que o oiço de novo:"Lágrima"!
Se, porventura, quisesse ir para fados e intérpretes mais recentes, a escolha seria mais difícil, pois muitas opções teria; de qualquer forma escolheria, no naipe masculino, Camané, com o seu fado mais emblemático "Sei de um rio"
e no campo feminino (a Marisa, de que gosto muito, que me perdoe), a minha opção seria Ana Moura, num fado lindíssimo- "Os Búzios"
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Concordo contigo. Temos que nos sentir orgulhosos do país onde vivemos. E gosto muito do fado da Ana Moura.
ResponderEliminarGato
ResponderEliminarnão é um fado clássico, mas é muito belo.
Abraço amigo.
Eu por acaso nunca fui muito à bola com o Fado, mas sem dúvida que é uma excelente notícia para Portugal.
ResponderEliminarMuito bom gosto :)
ResponderEliminarEntrei no desafio do Sad Eyes com o "Povo que lavas no rio" cantando por N vozes, mas a minha preferida é a Dulce Pontes ;)
Forte Abraço
FireHead
ResponderEliminarapesar de tudo, como portugueses, sentimos-lo como ninguém mais no mundo.
Depende muito da nossa disposição, também...
Abraço amigo.
Francisco
ResponderEliminara Dulce Pontes tem uma excelente voz, mas é considerada pelos puristas do Fado (eu não o sou), como uma voz não apropriada para o Fado, assim como a própria Marisa.
Para mim, são apenas formas diferentes, originais, de interpretar o Fado, como o era o António Variações, o Paulo Bragança e outros...
Abraço amigo.
Clap clap clap, foi um prémio bem merecido!!!!!
ResponderEliminarAbraço doce e adorei as músicas :)
Sairaf
Excelentes escolhas...
ResponderEliminarEmbora não seja grande apreciadora de fado, acho que fizeste umas boas escolhas (também gosto muito do Carlos Ramos:cantava como um tio meu:))))) )
ResponderEliminarAbraço
A minha irmã também tem um especial gosto pela Lágrima:-)
ResponderEliminarSabes, cresci com fado, ao almoço é sagradinho, ouve-se fado, e depois de tanto tempo ter estado o fado num estado meio que mortiço, absorver as novas gerações, as novas formas de o interpretar, poder ouvir as novas vozes é uma sensação maravilhosa de frescura na tradição.
O bom da Ana Moura é que, para além de nos providenciar um bom património imaterial, também nos privilegia com o seu magnífico património material :)
ResponderEliminarAinda aqui não tinha passado, mas tomaste-me a dianteira :p
ResponderEliminarAcho o "Não venhas tarde" Carlos Ramos) lindíssimo, mas as 4 escolhas são excelentes.
O Fado continua de muito boa saúde, como se vê.
Toma lá mais um nome: Anabela Duarte (do álbum «Lisbunah» não conseguir encontrar nenhum clip)... Mas "é um dia de orgulho nacional", como diziam agora mesmo nas notícia da RTP1 :) Abraços,
ResponderEliminarGostos não se discutem, como se costuma dizer ... Eu, particularmente, gosto mais da Mariza do que da A. Moura. Do Camané não gosto. Nada mesmo. Implicâncias minhas ... E do Carlos do Carmo? Não gosta ou foi mero esquecimento? Eu, na minha modestíssima opinião, ou talvez na minha ignorância absoluta, acho-o fantástico. O melhor de todos. A Amália, é única. Uma Diva. Embora tenha muita dificuldade em entender o que canta, por vezes. De qualquer maneira, felicito-o, bem como os demais portugueses pela inclusão do Fado como património cultural da Humanidade (é assim?). Fado é alma, é paixão, é desatino e tudo isso, embora em questões musicais seja muito pobre, torna-o Único. Parabéns.
ResponderEliminarQuanta saudade! Logo de entrada um fado e uma voz que meu pai adorava! Quanto tempo não ouvia :-(
ResponderEliminarNão aprecio o fado, mas considero que a nomeação fez muito bem ao país, nesta fase...
(tive que ficar aqui a ouvir...)
Sairaf
ResponderEliminarpoucas coisas são tão consensuais ao povo português como o fado, mesmo para os que dizem que não gostam dele; mas convivem com ele, pois ele faz parte de nossa maneira de ser, nas suas variadas formas: triste, alegre, fatalista, sentimentalão, etc.
E hoje todos ficámos um bocadinho orgulhosos que os "outros" reconhecessem isso como algo de muito válido.
Beijinho.
Luís
ResponderEliminarsão apenas quatro escolhas, quatro fadistas, quatro fados.
Tantos, tantos haveria mais...
Abraço amigo.
Justine
ResponderEliminaro Carlos Ramos tinha aquela voz rouca, característica de um homem já vivido...
E este fado, cantado por tantos outros fadistas, homens e mulheres, só nele, se enquadra perfeitamente.
Há um outro fadista de antigamente, do qual também muito gosto - Manuel de Almeida.
Beijinho.
Ima
ResponderEliminarcomo tudo, o fado, embora muito tradicional tem evoluído e ninguém como Amália o demonstrou: ousou cantar Camões, cantou fados em diversos idiomas, aligeirou-o com fados muito populares: "Vou dar de beber à dor", e escreveu letras maravilhosas para o fado.
Agora surgem vozes novas, que os puristas recusam, mas com inegável talento e com uma tremenda força de penetração lá fora: Marisa, Dulce Pontes; há variações muito originais, do António (de mesmo nome), do Paulo Bragança (por onde anda ele?), da própria Mísia, da Amélia Muge, eu sei lá.
E há uma jovem, muito jovem fadista, excelente representante dum género de fado, que sempre teve muita importância, o fado aristocrático - refiro-me a Carminho.
Abraço amigo.
Johnny
ResponderEliminarnesse campo, a Ana Moura está muito bem acompanhada, não está sozinha: Kátia Guerreiro, Joana Amendoeira, e muitas mais.
Abraço amigo.
Sad eyes
ResponderEliminarjá ontem tinha seleccionado os fados, à espera do anúncio da "boa nova".
Gosto imenso do "Não venhas tarde" e aquele último verso, é sublime...
Abraço amigo.
Luís
ResponderEliminarnão conheço, mas vou indagar...
Por falar em Duarte, também gosto muito da Aldina Duarte,que foi casada com o Camané...
Abraço amigo.
Caro Anónimo(?)
ResponderEliminarnão sei se és português (penso que não, pelas felicitações), mas penso que não são comparáveis a Marisa com a Ana Moura. Eu escolhi a Ana Moura por duas razões: a primeira pelo fado que ela aqui interpreta (Os Búzios), e a segunda porque a Marisa, embora uma grande fadista é essencialmente uma enorme Artista do Fado, que sabe comunicar com o público como ninguém; ela não canta o fado, "interpreta-o", e assim sendo é mais uma intérprete (fabulosa) do que uma fadista. É arrepiante a forma como ela canta o "Barco Negro"...
E, a talho de foice, já alguém ouviu o "Barco Negro" cantado pelo Ney Matogrosso, em que ele chora mesmo...?
Abraço.
Fragmentos
ResponderEliminaro teu comentário só reforça o que eu disse aí em cima num outro comentário: mesmo para quem não gosta de fado, é um dia especial, de orgulho nacional.
Beijinho.
Mas, Pinguim, o que vale uma bela voz se não houver "interpretação"? Neste caso específico - o Fado - que é um canto de paixão, de saudade, um canto de lamento, um desabafar, um exteriorizar da dor que corrói as entranhas, se o fadista não conseguir transmitir todos esses sentimentos, ainda que tenha uma bela voz, perde-se o fado. Concorda? Por essa razão é que não gosto do Camané, embora ache que tem uma boa voz. Não transmite emoção nenhuma. Quando canta sinto-o oco, vazio. Não sei se me fiz entender. Fui procurar a Carminho, que nem sequer lhe conhecia a figura, muito menos o cantar, e gostei. Nasceu fadista. Nasce-se fadista ... ou não. E o Carlos do Carmo?
ResponderEliminarNesse aspecto sou mais português que o Psi, amo o fado, faz-me sentir mais perto de Portugal quando estou cá no Brasil... é uma forma de matar as saudades. Fico muito feliz pelo prémio da UNESCO e como bem disseste eleva o ego nacional (mesmo que muitos não liguem a isso), até eu fico feliz e orgulhoso. As escolhas dos videos também está muito boa. Parabéns :D
ResponderEliminarCar@ Anónim@ (não pode haver um nome?, por favor...)
ResponderEliminarTenho um enorme defeito: quando me ponho a escrever, ao correr da pena, como se costuma dizer, esqueço-me por vezes de coisas importantes.
Não vou esgrimir espadas sobre a dicotomia(?) fado/interpretação, porque cada um de nós fica na sua.
Apenas quero esclarecer que a distinção é ser Património Imaterial da Humanidade, pois o Fado não é um bem material, como um monumento ou uma maravilha natural.
E quanto ao Carlos do Carmo, claro que o admiro muito e o Fado deve-lhe imenso, pois ele fez a ponte entre o fado dos seus habitats naturais (as casas de fados, as tertúlias) para o grande público com os seus fados conhecidos de toda a gente, como a "Gaivota", por exemplo. Mas preferia ouvir a sua Mãe, a maravilhosa fadista Lucília do Carmo - que voz imensa! Era a proprietária de uma das mais emblemáticas casas de fado de Lisboa, "O Faia", onde o Carlos se iniciou a cantar...
Abraço.
Theo
ResponderEliminarvê tu que até o Déjan gosta do fado...
E tu, sendo brasileiro, conhecendo a nossa língua, ainda é algo normal, até porque grandes nomes da música brasileira já cantaram fado, Bethânia, Ney, o Chico...
Agora o Déjan não entende a língua , mas parece que a tira pelo sentido...
Abraço amigo.
Os meus favoritos são o Camané e o Carlos do Carmo, especialmente o charmoso. Adoro-o especialmente a maneira como ele cantou os poemas do Ary dos Santos. Um dos meus sonhos (ainda não cumpridos) é ir a uma casa de fados...acreditas que nunca fui? Bjs
ResponderEliminarFernanda
ResponderEliminaracredito, claro; se puderes vai a uma com nomes menos sonantes, mais castiças. há algumas em Alfama e antes havia uma muito boa na Madragoa, onde cantava um fadista muito bom, o César Morgado, que morreu novo e que tinha uma particularidade muito curiosa: sendo homossexual, quando gostava de um cliente, cantava com uma mão no ombro dele e ia fazendo pressão, hehehe...
Beijinho.
Nome tenho, deram-me um e com ele tenho vivido. Não é bonito nem feio, é apenas um nome entre milhares ... mas, por vezes, gosto de escondê-lo atrás das minhas palavras. Permite-me essa opção?
ResponderEliminarOra aqui está uma das boas coisas do Fado: as suas casas, tão castiças, os xales negros das fadistas, a ausência de microfones e de instrumentos electrónicos, a boa sangria, o chouriço assado, a broa e o caldo verde. Nesse ambiente é que o Fado é muito mais Fado. Gosto muito mais dele nos becos e nas vielas do que sobre palcos iluminados. Desejo-lhe uma noite muito feliz e dedico-lhe o meu Fado preferido: Fado do Campo Grande, cantado pelo Carlos do Carmo.
Anónimo
ResponderEliminardesisto da questão do nome, pois não vou a parte alguma, heheh...
E ainda há o fado vadio...
É um bonito fado, o que me é dedicado.
Obrigado.
Abraço.
Belas escolhas, Pinguim. Eu tendo mais para os dois do meio: Amália e Camané.
ResponderEliminarPaulo
ResponderEliminartendências...
Abraço amigo.
Congratulation! Great tribute to the people of Portugal and Portugal as a country!
ResponderEliminarAmo-te chako pako!
Déjan
ResponderEliminarthe other people must forgive me, but this is the best comment I could get...
I love and miss you very much.
Eu não preciso que uma dezena de pessoas reconheçam o fado como um estilo musical importante. O fado foi desde o dia que nasceu, destinado a ser um dos melhores estilos do mundo.
ResponderEliminarMas pronto, o que interessa é o reconhecimento internacional... ok ok, estou a ser sarcástico.
PS: Adoro mensagens em inglês. lol
Ribatejano
ResponderEliminarcala-te que tu és um sentimentalão: ouves um fado de amor e ciúme e ficas com a lágrima no canto do olho...
Sobre as mensagens em inglês não as adoras mais que eu, de certeza. Confortam-me a alma!
Abraço amigo.
Eu amo o fado desde sempre...
ResponderEliminarEste foi um presente para todos nós! Fiquei muito feliz com este reconhecimento!!!
Beijinhos
Pat.
ResponderEliminarcomo "meia portuguesa", penso que sim, te deves sentir feliz.
Beijinho.
Caro amigo
ResponderEliminarTenho verificado que muitos de nós se sentiram impelidos a falar sobre o Fado, após a "classificação" atribuída pela UNESCO. Eu inclusivé, apesar de não ser um ouvinte regular de fado e muito menos um amante deste género musical... Mas é bom que se fale dele e sobretudo, nestes tempos tão dificeis, em que precisamos de uma massagenzinha no nosso tão maltratado ego!
Obrigado pelos belos fados que trouxeste (só tenho algumas reservas relativamente ao Lágrima, pois acho o poema simultâneamente muito bem feito e muito (acho até que excessivamente) depressivo).
Um grande abraço do
Luís
Luís
ResponderEliminarSim, é verdade; de repente o Fado ganhou uma projecção para muita gente, que não tinha antes e a crise que atravessamos não é estranha a esse fenómeno.
Quanto à letra de "Lágrima", posso em parte admitir que seja algo depressiva, mas a intensidade é tão forte, que me comove mais do que me deprime.
Abraço amigo.