sábado, 16 de março de 2013

"Un Chant d'Amour"

“Un Chant d’Amour” é o único filme do escritor francês Jean Genet, que o dirigiu em 1950.
Por causa do seu explícito conteúdo homossexual (embora apresentado sob um ponto de vista artístico), este filme de cerca de 25 minutos esteve proibido até 1975.
A história passa-se numa prisão francesa, onde um dos guardas prisionais tem como prazer voyeurístico, observar pelo óculo da porta das celas, os prisioneiros a masturbarem-se.
Em duas celas contíguas, estavam dois prisioneiros; um, jovem e bonito e um outro, argelino, mais velho; este enamorou-se do mais jovem através de sons trocados entre ambos na  parede comum ás duas celas e chegavam a partilhar o fumo de cigarros por um pequeno buraco que conseguiram fazer nessa parede.
O guarda, aparentemente ciumento deste relacionamento, entra na cela do prisioneiro mais velho e agride-o e obriga-o a chupar o cano da sua pistola, de uma forma quase sexual, o que o leva a imaginar fantasias entre ambos, mesmo como se estivessem livres.
Na cena final, muito bela, torna-se bem claro que o poder do guarda é insuficiente para contrariar a intensidade da atracção entre os dois prisioneiros, embora eles não cheguem a consumar essa atracção física.
Genet não utilizou qualquer som neste filme, forçando o espectador a focar a sua atenção nos “close up’s” dos rostos, das axila e dos pénis semi erectos.
Considerado de início um filme pornográfico, este filme com uma alta atmosfera sexual, foi mais tarde reconhecido como formativo para posteriores obras cinematográficas, como por exemplo os filmes de Andy Wharol.

18 comentários:

  1. já vejo e já comento: gosto muito deste filme do Genet. hei-de tê-lo aí algures, numa cessete de video, comprada em Londres, se não estou em erro. ainda hoje é um filme belo e perturbador.

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    1. Miguel
      este filme é uma obra de arte e é incompreensível que tivesse estado proíbido tanto tempo. Uma obrade arte está acima de concitos morais ou pornográficos, pois nada aqui é gratuito.
      Abraço amigo.

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  2. Não conhecia e gostei muito.
    Obrigado pela partilha!

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    1. João
      obrigado pela tua paciência e ajuda nestas macacadas sa Blogger.
      Sobre o filme, estava convencido que conhecias, mas só para ficares a conhecer já valeu a pena.
      Abraço amigo.

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  3. ainda não vi e não conhecia.
    bjs.

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    1. Margarida
      tens mesmo que ver; é mais que um clássico, é um filme de culto.

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  4. Caro João,
    Já tinha visto filme há muitos anos, numa sessão de madrugada que a RTP ou a SIC (já não sei qual!) dedicou à homossexualidade. Só não sabia que o filme era do Jean Genet pois só o conhecia como escritor.
    O filme é comovedor e tem uma carga erótica muito forte.
    Obrigado por no-lo trazeres de novo.


    Um abraço com amizade.

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    1. Lear
      já tinha saudades de um comentário teu; e este post que é tão bonito, com um filme que é uma raridade, bem merceria mais algum comentário do que aqueles poucos que colheu.
      Muito obrigado.
      Abraço amigo.

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  5. Não conhecia e vou vê-lo com calma...
    Abraço.

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  6. Arrakis
    fazes bem. Vais gostar muito,tenho a certeza.
    Abraço amigo.

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  7. Impressionante! Muito belo e intenso! Não tenho palavras. Tudo se esvai nas força dos gestos.

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    1. Isabel
      este filme é uma obra prima e porque sei que muita gente o não conhece, aqui o deixei.
      Não são muitas as pessoas que se interessaram em vê-lo (eu sei que quando se anda a ver os blogs e se depara com um vídeo de uma duração superior a 5 minutos, as pessoas não o vêem e é pena), mas bastava que uma só o visse pela primeira vez para justificar esta postagem.
      Claro que compreendo o teu entusiasmo...
      Beijinho.

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  8. Eu sei que compreendes. Eu tenho por hábito ver sempre tudo até ao fim, desde que me interesse. Claro. O tempo que estou a ver não é problema para mim. Agora, este filma "puxa" por nós. Para mim, são as insinuações que contam, o que fica por dizer e o que se diz da forma como se diz. Quanto às pessoas não verem coisas que demorem mais de 5m, é um facto. E é uma pena. Mas, não nos devemos admirar. É próprio do tempo que vivemos. Ninguém tem tempo para nada. Vive-se a correr e o melhor da vida passa-nos ao lado. A mim, "dá-me", muita vezes, para estar a olhar para as coisas "insignificantes", por exemplo, o barulho das folhas do meu sobreiro, à noite, nas traseiras da minha casa. Não imaginas o bem que me faz. E eu não quero passar a vida a correr. É assim que as coisas passam por mim e que eu passo por elas. Interligamo-nos! É o que acontece com o filme que me enviaste!
    Um grande abraço, extensivo ao Déjan e ao Duarte

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  9. Isabel
    temos que saber dosear os nossos entusiasmos e guardar alguns momentos para reflexão, pois só assim podemos usufruir completamente as mensagens que as coisas que vamos vendo, lendo ou ouvindo sejam percebidas e nos dêem o prazer devido.
    Beijinho.

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  10. João vou vê-lo no you tube porque, não sei se é a velocidade da net, mas só me acontece no teu blog, até as palavras saem em câmara lenta. O filme não consigo vê-lo. Para ler um post teu e comentar levo o triplo do tempo normal. Será só problema meu ou será pelas fotos e vídeos que tens no blog? Aqui anda tudo super lento. Beijinhos

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    1. Mary
      ninguém se tem queixado, mas não se...
      O que é importante é que vejas o filme; vais adorar...
      Beijinho.

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  11. Hoje tirei a noite para poder ler e reler o teu blog e não me arrependi. Este filme está deveras interessante. Gostei imenso! Cativou-me do princípio ao fim! Abraço :)

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  12. Kuma
    sinto-me honrado por tal facto; quanto a esta média metragem ela é única e tem das mais comoventes histórias de amor - deveras original, pelas circunstâncias - que já apareceram no cinema. E o filme é dos anos cinquenta do século passado...
    Mas claro que Genet era uma pessoa muito especial, não só como escritor, mas como homem e quis deixar-nos este filme maravilhoso.
    Abraço amigo.

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